Little Things escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 5
Hábitos


Notas iniciais do capítulo

E então?Alguem ai curtindo essa maratona de capitulos?!



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Casa, comida e roupa lavada. Tudo o que eu podia querer. Claro até eu me lembrar que a roupa lavada fica suja quando o corpo que ela veste ainda não tomou um banho descente.

Edward estava no quarto fazendo sabe Deus o que depois que guardamos a compra e decidimos assar uma daquelas pizzas prontas no microondas mesmo para comermos.

Fui até o meu quarto e peguei uma muda de roupas indo em direção ao banheiro. Analisei o cômodo. Era normal. Limpo pelo menos.

Retirei minhas peças de roupa ignorando o frio terrível e liguei o chuveiro regulando a temperatura em seguida. A água parecia não esquentar. Dez minutos se passaram e eu tentei esperar mas ela simplesmente não iria esquentar mais do que aquilo. Era como tomar banho frio em um dia de inverno no Brasil. Coisa estranha de se fazer.

Me molhei e senti quase perder os sentidos. Não demorei mais que cinco minutos no banho, meu corpo não suportaria a temperatura. Vesti meu pijama que naquele momento parecia ainda mais desagradavelmente brasileiro. O infeliz mal parecia conseguir manter minha temperatura, quem dirá me aquecer um pouco.

Sai do banheiro ainda tremula. Do lado de fora uma cabeleira ruiva me surpreendeu.

– Estava fazendo o que no banheiro por todo esse tempo? – Ele perguntou e eu questionei naquele momento nosso grau de intimidade após meio dia de convivência.

– Não é como se essa fosse uma pergunta realmente descente. – Respondi e vi ele revirar os olhos. – Eu estava tomando banho.

– Banho? – Ele repetiu a palavra com certo terror e eu apenas voltei a assentir. – Como você conseguiu? A água deve estar congelada nos canos.

– Não diga besteiras. – Falei me concentrando em parar de tremer.

– Não se toma banho em um dia de inverno como esse. – Ele falou e eu me lembrei vagamente, usando a parte não congelada do meu cérebro, que esse era um dos hábitos europeus que eu mais desprezava. – Você deve estar congelando.

– Não realmente. – Eu menti e ele se aproximou tocando de leve na minha pele gelada e um tanto roxa.

Em seguida ele balançou a cabeça negativamente e correu em direção ao seu próprio quarto. Saiu de lá segundos depois com um pijama em mãos. Achei que ele fosse aderir minha idéia e resolver deixar de ser porco e ir tomar um banho. Me enganei. Ele estendeu a muda de roupa na minha direção em seguida e eu o encarei sem entender realmente.

– Veste isso antes que você congele tudo bem? – Ele falou e eu finalmente entendi.

Era um pijama azul de homem. Deveria com toda certeza pertencer a ele. Relutante, eu toquei de leve no tecido o sentindo diferente do que eu estava usando no mesmo momento. Um tremor gelado fez meu corpo reclamar outra vez. Não disse nada. Apenas peguei a roupa e fui me trocar no quarto. Sai de la minutos depois já vestida e muito mais aquecida. Nos pés eu tinha meias e luvas nas mãos. Me sentia como em um dia de primavera brasileira. Em uma temperatura agradável. Nem quente e nem frio.

Decidi que era hora de agradecer. O ruivo não parecia estar por perto. Um cheiro de comida vinha da cozinha. Talvez Edward estivesse mesmo assando a pizza para nós. Era bom saber que ele era assim tão útil.

Caminhei até a cozinha o encontrando sentado na mesa vegetando e fazendo juz a sua espécie de quase cenoura ambulante.

– Obrigado. – Minha voz soou o surpreendendo .

– Não tem de que. – Ele falou sorrindo vagamente e eu assenti.

– Em que você trabalha? – Resolvi que era hora de saber ao menos o mínimo do necessário sobre o cara que morava comigo.

– Vou estagiar em uma empresa de musica. – Ele falou parecendo empolgado.

– Sua faculdade se trata disso? – Perguntei realmente interessada. O ruivo tinha mesmo cara de doido. Quis dizer, cara de musico.

– Sim. Mas e quanto a você? – Ele perguntou e eu sorri vagamente.

– Não tenho um curso tão legal quanto o seu. Mas meus pais aprovam e é algo provavelmente rentável. – Eu falei e ele me olhou de forma estranha.

– Ouvi seu tio dizer sobre isso. Você gosta de musica também não é? – Ele falou e eu me senti um tanto desconcertada. Tio Paulo nem devia saber disso.

– Costumava gostar mais. – Falei e ele assentiu se levantando e indo olhar a pizza no microondas.

Comenos toda a pizza. Literalmente toda. Sem restar nada.

– Não acredito que você comeu meia pizza sozinha. – James falou e eu o encarei descrente.

– Não é como se eu realmente tivesse tido tempo, já que você come como um leão faminto. – Eu falei e foi a vez dele fazer uma careta de indignação.

– Não vou revidar a comparação com o leão antes de te comprar um espelho. – Ele disse e arremessei uma azeitona nele que desviou facilmente sorrindo em seguida. – E a sua fome é uma coisa fora do comum. Para uma garota pelo menos.

– Na boa. Você deve ter tido péssimas namoradas. – Eu falei e ele fez uma careta feia. – No mínimo eram garotas cheias de frescuras que só comiam pizza no dia em que viajavam para a Itália. E só na hora da pose para foto também. – Eu falei e ele riu alto.

– Seus namorados devem ter se divertido muito com você. – ele falou e eu assenti.

–Claro que sim. Principalmente na parte onde eu ficava em casa comendo pizza e eles iam para a rua se alimentar de outro tipo de massa. – Eu falei e ele arregalou os olhos segurando a risada. – Não sou uma boa namorada e nem alguém fácil de conviver. Não sou muito Barbie como você pode perceber.

– Eu não considero isso um defeito. Mas caras gostam de delicadeza. – Ele falou e eu assenti.

–Sei disso. Tanto sei que desisti de namorados. Ao menos por enquanto. - Eu falei e ele gargalhou.

– Se você não completasse a frase eu ia estranhar. – Ele falou e eu voltei a sorrir.

Estava sendo uma conversa estranhamente agradável. Desistimos de lavar a louça devido ao frio terrível. Fui dormir. E não, eu não pensei em toda a minha vida antes de adormecer. Eu simplesmente dormi. Feito uma pedra congelada.

Ligaria para casa na manhã seguinte. Com certeza. E a manhã seguinte entendeu esse meu pensamento como uma forma para apressar a noite.

Acordei cedo no dia seguinte. Eram sete da manhã e eu decidi levantar. Iria preparar o café e fingir que era útil. Sim fingir. Por que eu não sou nada útil. Acredite em mim. A menos que você considere uma miniatura de elefante branco analfabeto uma coisa útil.

Fiz o café. E aí terminou toda a minha utilidade. Eu ia comer quando ouvi um barulho na porta. O porteiro deveria ter autorizado alguém a subir. Dei de ombros e fui atender a porta antes que o barulho fizesse o Edward levantar.

– Bom dia Jay Jay... – A voz gritante parou de soar assim que me viu na porta.

– Ambre? – A voz sonolenta do meu quase primo soou por trás de mim e a garota respondeu zunindo alto.

– Quem é essa James? – A loira disse a frase épica de toda chifruda quando vê uma vadia vestindo a roupa do seu namorado pela manhã. Ops... A vadia no caso era eu. Mas quer saber? Quem por Deus, chama um cara de Jay-Jay?


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Notas finais do capítulo

E então? Comentem ok? Por favor!Beijos e fiquem com Deus!