Little Things escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 3
Ruivos e BMW's


Notas iniciais do capítulo

Olá outra vez!Obrigado pelos comentarios de antes :)Logo eu respondo todos eles.Beijos e fiquem com Deus!



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– Nossa, você é ruivo.

E eu mereço uma salva de palmas. Constatação magnificamente importante para um primeiro contado. Sim eu sou a pessoa mais agradável do mundo. O ruivo à minha frente me encarava estranho, como se eu fosse algum tipo de coisa que ele não conhecia.

–Por favor, não me olhe assim. – Deixei meus pensamentos conflituosos soarem em voz alto. – Não é como se no Brasil existissem muitos ruivos.

–Tudo bem. – Ele falou ainda com aquela careta estranha. Talvez fosse aquela a cara normal dele. – Vou descansar um pouco no meu quarto. Estou cansado da viagem. Nos falamos mais depois tudo bem? – Ele disse com o seu senso de educação exagerada que talvez mamãe invejaria que eu tivesse e começou a se distanciar.

–Tudo bem. – Eu falei assentindo meio sem graça por conta do momento entranho anterior. – Me desculpe James... – Eu chamei e ele se virou. – Me permite mais uma pergunta?

– Claro. – Ele falou e eu assenti prosseguindo.

– Onde eu encontro algo para comer por aqui? – Assim que terminei de falar ele voltou a me encarar com uma careta. Mas não era uma careta igual a anterior. Essa era mais engraçada. Ele parecia com vontade de rir.

– Na cozinha você encontraria, mas acho que não tem nada lá há uns bons dias, desde que sai daqui. – Ele falou confirmando o que eu havia notado minutos atrás, antes de ele chegar. – Você poderia pedir um lanche, mas com essa nevasca ninguém sai na rua, e por esse motivo também não podemos sair para comprar. Sendo assim...Estamos sem comida por enquanto.

Estamos sem comida por enquanto...

Estamos sem comida por enquanto...

Estamos sem comida por enquanto...

Foi isso mesmo que ele disse? Sim. Foi exatamente isso. O ruivo educado me disse que estamos sem comida por enquanto e simplesmente me deu as costas alegando que precisava descansar da viagem. As pessoas nesse país não tem coração, sem sombra de duvidas. Eu estava prestes a escrever minhas cartas de despedida dessa vida. Seria uma para mamãe, uma para papai, uma pro meu irmão pequeno e outra para minha irmã. Sem me esquecer de uma para a minha prima legal. E...só. Sem mais. Não é como se eu realmente tivesse muitos amigos.

–Parece que foi alarme falso. Não teremos mais uma nevasca. – A voz masculina do cara ruivo que dividia a casa comigo soou.

–Isso quer dizer que... – Uma faísca de esperança se acendeu dentro e mim. Mais especificamente no meu estômago.

–Quer dizer que podemos sair para comprar comida. – Ele falou sorrindo para mim. E pela primeira vez desde que o conheci eu senti vontade de agarrá-lo. Ele havia dito as palavras mágicas.

–Espera aí... – Agora foi a vez da minha preguiça chamar atenção. – Não seria melhor pedir um comida?

–Seria. Mas aí amanhã eu vou sair para trabalhar e você não vai saber como fazer para comprar ou pedir comida sozinha, já que não conhece nada aqui e então vai ficar o dia inteiro com fome. – Ele falou calmamente como se me contasse que eu era morena e ele era ruivo.

–Tudo bem. Vou pegar meu casaco. – Falei me levantando em um pulo e correndo para o meu quarto o deixando me esperando na sala. Não demorei mais que três minutos e já estava de volta.

– Luvas e cachecol? – Eu perguntei e ele assentiu.

– Te aconselharia a fazer o mesmo. – Ele falou como se realmente estivesse apto a me dar conselhos. Dei de ombros e o acompanhei.

Saímos do apartamento entrando no elevador. O prédio estava em silencio. Parecia que o frio havia congelado todos dentro de suas próprias casas. Assim que o elevador parou o porteiro sorriu pra nós.

–Devo abrir a garagem senhor Shetfield? – o homem perguntou encarando o meu pseudo-primo e sorrindo um pouco.

–Claro que sim Alfred, por favor. – James falou e eu o encarei com a careta que vi ele fazer mais cedo.

Alfred. Isso é sério? Como o mordomo do Batman? O nome do nosso porteiro é Alfred?

–O nome dele é mesmo Alfred? – Perguntei enquanto seguíamos o porteiro até a garagem e James apenas assentiu sorrindo de lado como se entendesse a graça nas minhas palavras.

Paramos no meio de vários carros. O ruivo voltou a andar e eu o acompanhei parando em seguido ao lado de uma BMW. Ops... Eu disse uma BMW. Vamos lá. Não é como se esse fosse um carro muito comum no fim de mundo onde eu vivia no Brasil.

– Isso é uma BMW. – eu falei e vi o James rir.

–Na boa...Você vai me dizer que nunca viu uma BMW também, assim como nunca viu um ruivo? – Ele falou como se fosse realmente engraçado e eu revirei os olhos.

–Não é isso. Mas no Brasil ruivos e BMW’s não são muito comuns. E é ainda mais incomum ver um RUIVO dirigindo uma BMW. – Eu falei e ele não agüentou segurar a risada.

–James... – Eu o chamei e ele parou de rir um pouco.

–Pare de me chamar de James o tempo todo. – Ele falou e foi a minha vez de rir.

–Mas esse não é o seu nome? – Perguntei e vi ele assentir.

–Eu não gosto que me chamem de James. Prefiro Edward. – Ele falou quando já estávamos saindo da garagem.

– Mas se eu te chamo de Edward eu me lembro daquele vampiro que brilha lá do Crepúsculo. – Falei e ele me fuzilou com o olhar. – Mas James também me lembra o outro vampiro do mal que o Edward faz picadinho depois. – Falei e vi o meu quase primo querer me matar apenas com os olhos. – Como quer que eu te chame?

–Eu não sei. Mas de nada que envolva Crepúsculo. – Ele falou alternando o olhar entre mim e a estrada.

–Então trate de ir a um cartório e mudar seu nome para Damon Dean Winchester Salvatore. – Eu falei e ele voltou a me encarar.

–Pelo menos eles são vampiros, ou caçadores de vampiros melhores que os primeiros. Eles não brilham. Isso já é um começo. – Eu falei e ele foi obrigado a rir.

–Você é engraçada. – Ele falou e eu o olhei esperando que me dissesse o porquê daquela constatação. – Você prefere séries de terror a filmes de romance clichês, e vê graça em um cara ruivo dirigir uma BMW. Digamos que isso não é muito comum por aqui.

–Desculpe se pareço estranha. – Falei e ele voltou a sorrir.

–Não. É estranhamente divertida. – Ele falou sorrindo mais abertamente. – E isso é bom.

Assim que o cara que eu ainda não sei como chamar, mas você-sabe- quem- é, disse isso senti um solavanco e logo o cinto do carro estancou me impedindo de dar coma a cara no vidro da frente.

– E isso não é nada bom. – Foi o que ele disse assim que olhou para frente e viu o monte gigante de neve no qual o carro estava preso.


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Notas finais do capítulo

E então?!Tá muito chato?1Eu to meio enferrujada em narração na primeira pessoa. Desculpem. Beijos e fiquem com Deus!