A Semideusa escrita por Messer


Capítulo 4
Marcas


Notas iniciais do capítulo

Oii!! Mil desculpas pela demora, é que eu estou escrevendo em computadores diferentes e daí fica tudo jogado de um lado a outro.
E um capítulo especial para o meu aniversário .^.



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Mary havia saído de perto de John meio automaticamente, sem nem pensar no que estava fazendo. Ela girou a maçaneta e entrou, só prestando atenção que não era um robô quando tropeçou e caiu no chão, batendo o queixo.

–Ai – ela murmurou, esfregando a mandíbula doída e franzindo a testa.

Mas isso não durou muito. Em alguns segundos, recebeu uma série de beijos babados. Ela tentou afastá-la, mas não conseguia, a loba era mais persistente. Por fim, acabou se sentando, com as pernas cruzadas. Quione estava lambendo suas mãos agora, como se nunca mais a visse. Mas Mary logo jogou esse pensamento de lado. Parecia que a loba estava mais... Faminta. O x-burguer que havia comido há pouco tempo. Ela balançou a cabeça.

–Você não presta mesmo. – Disse ela a loba, que pareceu nem escutar.

Mary sorriu e acariciou-a, que logo deitou.

Era uma loba de uma Caçadora. Mary pensava que fora por dó que Ártemis a deixara consigo, logo que não era mais uma serva da deusa. Ela era mais próxima dela do que qualquer outra parceira na Caçada. Tinha a pelagem completamente branca e os olhos azuis, como o céu no meio-dia. Era realmente muito bonita, e fazia quase qualquer um querer brincar com ela. Mas Mary falava que, depois de uma ordem, os dentes brancos de Quione eram a última coisa que alguém via.

Dando um suspiro, ela levantou e seguiu para o banheiro. Quione voltou para um monte de cobertas, que estavam ao lado do colchão onde Mary dormia, jogado no chão.

Ela desfez a trança, e deixou o cabelo cair em volta do rosto. Encarou o reflexo no espelho, e franziu a testa. A benção de Caçadora deixava as garotas mais bonitas, mas não no estilo da benção de Afrodite. Era mais natural, as garotas pareciam inocentes e frágeis. Era uma artimanha para serem mais difíceis de matar.

Agora, as olheiras não eram um charme, mas sim uma imperfeição. Seus lábios estavam rachados, os olhos fundos, com os cílios quase tocando a pele. Ela tinha um rosto redondo, mas, com tantas preocupações, as maçãs do rosto se destacavam no rosto, formando vazios nas bochechas e mostrando a todos o quanto comia pouco. Ela abaixou o olhar e saiu da frente do espelho, indo lavar o corpo.

Depois que terminou, alguns vários minutos mais tarde, ela pegou a roupa de batalha e a vestiu. Ainda faltava muito tempo, mas ela estava pensando em ir à biblioteca para dar uma melhor examinada naqueles livros. Ela quase nunca havia ido lá para ler, e tinha algum tempo agora. Já tinha visto alguns livros em grego arcaico, talvez lhe interessassem.

Quione começou a rodar seus calcanhares enquanto ela secava os cabelos claros com a toalha. Quando eles não estavam muito molhados, ela se sentou na escrivaninha, a qual possuía um espelho médio (um presente de Sara, que já havia superado os ciúmes de Mary com o namorado, Percy), pegou alguns grampos em uma gaveta, e começou a pentear os cabelos para trás e prendê-los com os grampos, formando um coque firme. Sua franja ainda estava caída na testa, e alguns fios estavam no lado de seu rosto, fios claros e escuros.

Ela se levantou, prendeu o cinto de armas na cintura, com várias lâminas serafim, uma estela, e colocou as luvas, que tinham finas adagas posicionadas de um modo que, se esticasse os braços bruscamente, fazia-as voar com força. Ela pegou um casaco de couro e passou-o pelos braços, para proteger-se do frio intenso que estava lá fora. Então, saiu do quarto, seguida por Quione. Logo, chegou na biblioteca, fazia.

Ela passou os olhos pelo local, maravilhada. Era um ambiente circular, com o teto cônico, e as prateleiras repletas de livros chegavam quase lá. Havia escadas colocadas em certos períodos para o auxílio a alcançar os livros mais altos. Havia uma janela em frente da porta, um divã e poltronas dispostas em outro canto, e uma mesa pesada no centro da sala, cheia de papéis e outras coisas sobre. Em vez de pés normais, havia pequenos querubins fazendo caretas, como se realmente estivessem segurando a madeira. O chão era composto de pedras coloridas, mas podia ver-se que era predominantemente preto. Visto de cima (o que ela já havia feito, nos pilares que sustentavam o teto cônico), era a imagem de Raziel, o anjo que deu origem aos Caçadores de Sombras, empunhando uma espada, o cálice e emergindo de um lago. Era algo belo, mas causava calafrios em Mary. Ela puxou vários livros em grego de uma prateleira e sentou-se no divã, com Quione em seus pés.

Ela passava bastante tempo assim, perdida nos livros. Sempre fora muito sozinha, e, logo que não possuía direitos em sua época, acabou criando vários passatempos para poder se entreter, e descobriu um enorme talento para a escrita e a pintura. Nem sempre se conseguia livros.

Mary ficou lá, sem saber quanto tempo já havia se passado. Só que, quando seus olhos estavam começando a ficarem pesados, ela escutou a maçaneta da porta girar. Ela aguçou os ouvidos e olhou para a porta, esperando quem quer que fosse entrar. Logo, Quione latiu e correu em direção à porta, que estava quase totalmente aberta, exibindo um meio assustado John. Parecia que ninguém conseguia adivinhar as investidas de Quione. Uma satisfação passou por Mary, até o momento em que ele a viu.

– O que está fazendo aqui? – Ele perguntou, desviando de Quione, que já tinha conseguido sua meta.

Como resposta, Mary ergueu o livro. Era uma edição meio grande, e falava de feiticeiros.

– Ah. Bem, talvez devêssemos arranjar alguns outros livros em grego arcaico para você. Aqui só tem sobre feiticeiros.

– Na verdade – ela disse, com a voz meio rouca -, eu achei um sobre Caçadores de Sombras, também. E outro do povo das fadas.

John deu de ombros. Ele olhou para a mesa, e se voltou novamente para ela.

– São oito e meia. Daqui a pouco os outros vão chegar.

Mary retirou os olhos do livro e o encarou, com uma sobrancelha erguida.

– E eles vão estar prontos.

Ela continuou sem responder.

John deu um suspiro teatral e sacou alguma coisa do cinto de armas. Era sua estela, um cilindro não grande o suficiente para ser uma arma, mas não tão pequeno para servir de algum instrumento de desenho, apesar de essa ser sua função.

– Quer que eu faça algumas Marcas em você? – Ele disse.

Sem hesitar, Mary fechou o livro e retirou o casaco. Estava com uma segunda pele por baixo dele, em razão do frio, mas arregaçou as duas mangas, deixando os braços claros à mostra, juntamente com duas Marcas permanentes, uma para força (o que ela não possuía muito), e outra para visão, em cima da mão direita. Ela também tinha uma de equilíbrio nas costas.

– Uma de precisão, de silêncio e de bloqueio – ela disse.

John logo se pôs a trabalhar, e a estela começou a arder contra a pele de Mary, ao longo que ele ia traçando as linhas. Era levemente dolorido, mas a dor já havia se tornado familiar. Minutos depois, ele terminou.

– Quer alguma? – Mary perguntou, recolocando o casaco.

– Uma de equilíbrio, só.

Ela pegou a estela que guardava dentro de um bolso interno do casaco e esperou, enquanto John tirava o casaco. Ele estava com uma blusa de mangas curtas, exibindo as várias Marcas permanentes que tinha pelo corpo, juntamente com as finas cicatrizes que as antigas deixaram para trás. Mary também podia ver uma linha de outra Marca que saía da clavícula, indo até quase metade do pescoço, em direção à sua orelha.

John estendeu o braço esquerdo, e Mary pegou um pedaço livre de pele, para fazer a Marca do equilíbrio. Era uma cruz com “vírgulas” nas pontas.

– Obrigado – ele disse quando terminou.

Quando Mary guardava a estela, a porta se abriu novamente e exibiu uma Annie com um sorriso de orelha a orelha e um curioso Nick atrás.

– Vamos à festa! – Annie anunciou, erguendo as mãos.


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Notas finais do capítulo

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