A Semideusa escrita por Messer


Capítulo 3
Treino


Notas iniciais do capítulo

Lalalalalala
Não leiam capítulos com menos de 1000 palavras
Eu não havia terminado-os >.
Então, o capítulo anterior foi betado hoje, 19 de abril. E é importante. Eu acho.
Boa leitura meus queridos!!!



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-No que você está pensando?

Os dois estavam no elevador, em silêncio. Um dom que John realmente não tinha era o de ficar calado. Ele sempre estava falando algo, ou até mesmo cantando. Mary respirou fundo.

-Na profecia – disse ela, em um tom baixo, sem olhar para ele.

John assentiu com a cabeça. Esse era um assunto realmente muito complicado. Somente lembrar do Oráculo, com aquela voz horrível e a névoa verde, deixava-o com dor de cabeça.

-Você realmente não acha que... - Ele começou, mas deixou o resto da frase pairando enquanto as portas do elevador se abriam.

Os dois saíram do elevador, com os sapatos fazendo barulho no piso do frio Instituto. John sempre se perguntou o por quê de ele ser tão frio. Grande tempo depois, ele soube que o Instituto era feito com pedras especiais, usadas para espantar demônios. E, pelo jeito, espantar o calor também.

-É o destino, John – ela disse, triste, quase decepcionada. Olhava para as janelas coloridas, pelas quais entrava alguma luz, pintando a face branca de Mary. - Não há como escapar dele.

-Falando assim, até parece que você quer que aconteça.

Ela parou bruscamente, encarando-o com os olhos arregalados e o queixo caído. Os olhos tinham uma coloração azulada, e os vitrais lançavam uma cor amarela em seu rosto, deixando os cabelos trançados e bagunçados com um loiro mais forte que antes.

-Claro que não! - Ela disse, em um tom de voz meio fino, como o que garotas geralmente fazem, quando estão meio indignadas. John levantou uma sobrancelha, esperando ela terminar. - Eu nunca desejaria isso! É só que... Só que...

-Só que? - John ecoou, levemente interessado. Era incrível como Mary podia despertar sua curiosidade, sem nem mesmo terminar uma frase. Esse era um dos motivos pelo qual a mantinha sempre perto.

-Eu sou bem velha, John – ela disse, sem muito humor. - E acredite, as coisas que me dão mais medo são as parcas e as profecias.

Ele franziu a testa a olhou para fora. A neve ainda caía. Parcas... Esse nome era-lhe familiar. Com certeza eram perigosas, mas não se lembrava direito o que eram. Talvez algum monstro, ou algo do tipo... Mas algo em sua mente lhe dizia que não era exatamente isso.

-As Parcas – disse Mary, para o susto de John. Ele não percebeu que havia ficado tanto tempo pensando nisso -, são três senhoras que tecem as linhas da vida de todos. Na verdade, elas tecem o destino. E é isso que me assusta – ela voltou a andar, indo, aparentemente para o seu dormitório. - Sempre me lembro de Lady Ártemis falando que não sabia o motivo de eu ter nascido no século dezoito possuindo as características de uma rebelde de hoje. Foram elas que fizeram isso.

Depois de andarem por um curto tempo, eles pararam, em frente ao quarto de John. O corredor simples se estendia mais, e o quarto de Mary era o último.

-E eu pensando que a vida de Caçador de Sombras já era complicada o bastante – comentou John, se apoiando na porta e a olhando. Ela era quase... Irreal. As feições de sua época, por mais que ela não admitisse, estavam claras. Meio pequena, rosto redondo e magro, olhos grandes e misteriosos, lábios pequenos e com uma cor escura, mesmo sem nenhuma maquiagem. Ele só a vira uma única vez maquiada, no Mundo Inferior. E estava deslumbrante.

-Você está me encarando – ela disse, cruzando os braços.

John saiu do transe.

-Não estou não. Estava perdido em pensamentos.

Ela deu uma risada sarcástica.

-Não, eu tenho certeza que você estava me encarando.

Ele deu de ombros, visto que havia perdido a luta. Não adiantaria em nada negar, logo que seus olhos entregavam tudo.

-Vou para o meu quarto – ela anunciou, cansada. - Te vejo às...

-Nove horas. Na biblioteca.

Ela assentiu com a cabeça e se virou, andando com passos largos até o fim do corredor. Ela não olhou uma única vez para trás, e entrou no quarto ao longe, sumindo da vista de John. Agarrando a maçaneta por trás, ele girou-a e entrou no quarto que estava quente.

Era um quarto simples como qualquer outro do instituto, exceto pelo fato de ele ter pintado as paredes de azul escuro. A cama estava desarrumada, com três cobertores de tons diferentes embolados, e semi-cobertos com algumas roupas. Vários pares de sapatos no chão, uma toalha pendurada em uma das portas do armário, que estava aberta, mostrando todo o pandemônio de roupas lá dentro. Havia pedaços da roupa de armadura espalhados pelo quarto, uma ex-escrivaninha que agora estava cheia de armas e algumas embalagens de comida, a maioria pela metade.

John nem se preocupou com a bagunça. Sempre que tentava arrumar, era distraído por algo, então, depois de várias tentativas fracassadas, ele desistiu.

Puxando a toalha com força o suficiente para fazer a porta do armário bater, ele se pôs a tomar banho. Estava realmente muito frio, mas ele havia treinado bastante no dia. Mesmo não sendo criada como uma Caçadora de Sombras, Mary era bem forte. Quando ele a viu, parecia pequena, frágil e ignorante, tirando o fato que querer matar aquele policial. Depois, quando prendeu sua mão no braço da poltrona com uma flecha, ele mudou a percepção para pequena, ignorante e torturadora. Quando agarrou seu pescoço e caindo em prantos, ele só acrescentou uma coisa:

Humana.

Ele esfregou o espelho do banheiro, vendo o seu reflexo meio embaçado. Por que estava pensando nela? Balançou a cabeça, fazendo com que água caísse dos cabelos escuros. Se secou e saiu, procurando algo para vestir, que pudesse ser confortável e propício para o evento da noite. No final, acabou colocando o uniforme de Caçador de Sombras.

Quando olhou no relógio, ainda não era sete horas. O Sol já havia se posto, deixando o céu escuro, apesar das luzes da cidade brilhando intensamente. Ele olhou para o céu, mas não encontrou nenhuma única estrela, como sempre.

John se deixou jogar na cama, pensando no que poderia fazer. Estava semipronto, com o casaco de zíper para somente esquentar o corpo. Daqui à algum tempo, começaria a fazer as Marcas, mas ainda era cedo. E, com certeza, quase todo o Instituto estava se arrumando para ir à festa. Somente Gil ficaria, mas, nessas horas, ele estaria lendo ou escrevendo. No final das contas, John estava sozinho nesse tempo.

Ele pegou a estela e o chicote, que estava enrolado na ponta da cama. No início, geralmente caçoavam dele por usar o chicote. Diziam que era uma arma de mulher. John também era bom em outras modalidades, principalmente na luta corpo a corpo. Mas ele usava o chicote pois era rápido. Poderia usar flechas ou facas de arremesso, caso tivesse boa pontaria. Atualmente, só caçoava dele quem nunca o vira usando a arma. Pois, se falasse algo que lhe parecesse uma ofensa, iria provar na pele o que era ser atacado.

John passou um bom tempo treinando, até que cansou de cortar papel e outros materiais com o chicote. Havia pego algumas lâminas serafim, mas não achou que seria de muito uso, mas resolveu pegar mesmo assim, caso fosse preciso, e seguiu para a biblioteca, meio cansado. Estava pensando em quais Marcas fazer, quando chegou. Ele abriu a porta com um empurrão, e viu Mary lá.


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Notas finais do capítulo

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