Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 8
Capítulo Sete


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu tentei fazer um capítulo maior, não ficou tão grande assim, mas aí está ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/352774/chapter/8

Capítulo Sete 

    - Aquele homem... - a Brianna começa a dizer me olhando. 

    - Eu vi, ele tem a mesma marca de que eu - digo interrompendo minha amiga. 

    É muito estranho encontrar alguém com a mesma marca que eu, e o que aquele homem fazia parado observando a minha casa? Será que ele foi marcado como eu pelo aquele Ser? Ou será que ele é aquela coisa...Não, não, não, tenho que tirar pensamentos ruins da minha cabeça, só quero descansar e pensar que tudo o que aconteceu foi só um mal entendido e aquilo era uma tatuagem que por coincidência se parecia com a minha marca. 

    Convenci a Brianna de que aquele homem estranho era só um vizinho e que não era para se preocupar e depois fomos dormir, bem, eu tentei dormir, pois me revirei de um lado para o outro e não conseguia pegar no sono de jeito nenhum, já minha amiga estava num sono pesado, pois roncava e se virava para o meu lado quase tacando a mão na minha cara, me esqueci que a Bri tem esse problema de dividir cama, ela se espalha toda e taca a mão e os pés nos outros. Coloquei os fones no ouvido e pus para tocar no meu iPod uma música animada da Katy Perry e tentei dormir. 

----****----

    O som do despertador me faz dar um pulo da cama de susto. Tive uma noite sem sonhos e isso foi bom, acho que ontem já aconteceu coisas estranhas demais para um só dia. Me levanto e torço para que o dia de hoje seja melhor e que nada de ruim aconteça. 

    Quando vou para o lado acabo caindo por cima da Brianna, me esqueci que tinha dormido aqui, ela murmura alguma coisa relacionada a doces gigantes e depois enfiou o lençol por cima da cabeça e voltou a dormir. 

    Pego o primeiro travesseiro que vejo e taco ele com tudo na cabeça da minha amiga. Ela se levanta rápida e desesperada olhando para todos os lados e depois diz:

    - Não tinha jeito de me acordar melhor não? 

    - Não sei jeito melhor de te acordar, você parece que hiberna em vez de dormir, e ainda deu sorte que não foi um balde de água fria. 

    - Se você algum dia fizer isso dona Alyssa, eu te jogo pela janela - ela diz e começa a tacar o travesseiro em cima de mim. 

    - Agora vai querer guerra é? - digo e começo a tacar meu travesseiro nela também. 

    Ficamos fazendo guerra de travesseiros como duas crianças brincando e correndo pelo quarto, até eu me dar conta de que tínhamos aula daqui a alguns minutos. 

    - Ai meu Deus, vamos chegar super tarde ainda mais na aula de Matemática, aquele professor me odeia! - a Brianna diz desesperada. 

    - Olha, você toma banho no banheiro da suíte aqui do quarto que eu tomo banho no banheiro lá de baixo para adiantarmos. 

    - Ok, mas vê se não demora - ela diz e depois corre para o banheiro. 

    Quando já estou quase abrindo a porta do banheiro ela se abre e de lá saí o tal do Renato só de toalha na parte debaixo deixando amostra seu corpo musculoso exageradamente que chega a ser feio em cima. Eu nem sei onde enfiar a cara e ele acho que também não. 

    - Bom dia - ele diz e depois sobe de novo indo para o quarto da Laura como se fosse alguém de casa acostumado a andar por aqui. 

    Eu acho que minha mãe não tem mais jeito mesmo, ela tem que parar de trazer caras estranhos aqui para casa, vai que um seja um sequestrador, um psicopata, ou qualquer coisa pior? Não aguento mais essa casa. 

    Tomo um banho corrido , ponho o uniforme feio e quando subo de volta para o meu quarto vejo a Brianna já arrumada e pronta para sair. 

    - Perai, tenho que dar um jeito no meu cabelo - digo antes que ela me arraste porta afora. - Então, você não quer fazer uma trança para mim? Não estou afim de ajeitar o cabelo. 

    - Ok, você sabe que gosto de fazer penteado nos outros. 

    A Brianna faz uma trança embutida no meu cabelo - essa é uma das outras coisas que minha amiga gosta de fazer, pentear cabelos - e depois saímos correndo rumo a escola, eu é que não ia entrar naquele quarto da Laura e pedir para ela me levar no colégio, nem sei o que pode estar se passando naquele lá.  

    Chegamos na escola cansadas e ofegantes de tanto correr, mas pelo menos não chegamos atrasadas, chegamos no milésimo segundo em que o portão ia fechar e depois fomos direto para a sala de aula onde o professor já estava sentado em sua mesa fazendo a chamada e estava na vez do meu nome, disse presente e me sentei na mesa junto com uma garota estranha que só fica sozinha num canto e a Brianna teve que se sentar numa mesa junto com a Danna Chicletinho, ela fica o tempo toda mascando chiclete e passaram a chama-la assim. Por isso que é ruim chegar tarde, nunca conseguimos sentar com alguém legal. 

    No momento em que o professor se levanta depois de ter feito a chamada, o diretor aparece na sala e ao seu lado tem um garoto que no mínimo deve ser alunos novo, não sei o que leva alguém a vir parar nesse colégio chato. 

    - Alunos, quero apresentar um novo aluno, esse é o... 

    - Ei, você não pode me pegar - digo enquanto corro feito uma desesperada pelo campo da fazendo indo em direção a floresta que tem um pouco mais adiante. 

    - Lyssa! A vovó não gosta que vamos para a floresta, ela diz que é perigoso! - ouço a Camille dizer ao longe, mas eu continuo correndo ignorando ela. 

    Fui me embrenhando cada vez mais na mata, eu queria chegar até aquela cachoeira que vovó sempre nos levava, mas imaginei que fosse fácil o caminho, só que não é. Para todos os lados que eu vou só vejo enormes árvores.

    - Camille! - gritei, talvez ela estivesse tentando me pegar ainda. 

    Não tive nenhuma resposta, só o meu eco ecoando pela mata. Andei mais um pouco e comecei a ouvir o barulho da água de cachoeira.  Pelo menos o lugar que eu queria ir achei, talvez vendo o ambiente saiba voltar. 

    Ando mais e mais, mas o barulho sumiu e eu acho que andei em círculos, pois as árvores parecem ser exatamente as mesma de quando me dei conta de que estava perdida. 

    - Psiu - ouço uma voz dizer vindo de algum lugar acima de mim. 

    Será que estou ouvindo vozes do além? Essa floresta pode ser assombrada e por isso a vovó não goste de mim e das minhas primas aqui. 

    - Quem está aí? Se for um fantasma, por favor, não me faça mal, eu só estou perdida e quero voltar para casa! - falo desesperada e as lágrimas querendo vir. 

    Ouço uma risada e depois escuto um barulho atrás de mim, mesmo com medo de me virar eu viro e me deparo com um garoto de olhos incrivelmente verdes, eu nunca vi olhos tão intensos como aqueles e ele aparenta ter mais ou menos a minha idade, talvez um ano mais velho. 

    - Foi mal ter te assustado menina da floresta - ele diz e ri da minha cara assustada - O que você está fazendo aqui? Não parece ser acostumada a andar por essas bandas. 

    - Eu...eu estava brincando de pique pega com a minha prima e me perdi por aqui. - digo sendo uma idiota, a vovó sempre diz para não aparentarmos estarmos perdidas mesmo estando, pois as pessoas se aproveitam disso, mas esse garoto não parece ser do mal. 

    - Você sabe onde fica a cachoeira? - pergunto. 

    - Claro, eu moro perto dela - ele diz e depois pega o meu pulso e me arrasta atrás dele - Vamos por aqui. 

    - Não sabia que tinha gente morando na floresta - digo ainda meio receosa de estar andando com um estranho. 

    - Nós não moramos na floresta, é uma fazenda do outro lado perto da cachoeira. Não sabia que tinha uma fazendo do outro lado? 

    - Minha avó sempre me disse que depois da cachoeira não poderíamos mais ultrapassar, pois não era mais seguro. 

    Ele não responde nada.Chegamos na parte da cachoeira conhecida e que não ficava tão longe de onde estávamos. 

    - Aqui estamos nós, e passando mais um pouco daquelas árvores, está a fazenda do meu pai. Talvez você queira ficar sozinha, então eu já vou indo. - ele diz e vai pulando as pedrinhas da cachoeira e para do outro lado. 

    - Espera! - grito - Qual é seu nome? 

    - Eu sou o...

    - Vicent - digo olhando para o aluno novo, aqueles olhos ninguém mais poderia ter. 

    - Não sabia que se conheciam - o diretor diz olhando de um para o outro - Mas enfim, é bom que assim você não fica mais sozinho. 

    Ele continua me olhando com um olhar assustado, depois de um tempo parece que sai de transe e diz: 

    - Eu não conheço ela. 

     Depois se senta numa mesa ao lado do Kevin Brócolis, ele é chamado assim pois é magro demais e chega na parte do cabeça tem aquele tipo de cabelo cheião. 

    Perai, ele só pode estar de brincadeira né? Como assim não me conhece? Eu me lembro dele depois que o vi hoje, e ele não se lembra de mim? Eu nem mudei tanto assim. 

    Quando o observo de novo e reparo sua nuca, eu gelo. É a mesma marca daquele homem de ontem lá me casa. Eu olho para a cara da Brianna e ela está me olhando com a cara assustada também, deve ter visto a marca assim com eu.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se chegaram até aqui embaixo, deixe seus comentários!