Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 7
Capítulo Seis


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo está meio curto, mas espero que gostem :)



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Capítulo Seis

    A sombra vem se aproximando cada vez mais na escada, mas os passos não fazem mais barulhos como se estivesse flutuando, eu tento desviar os olhos e gritar, mas não consigo é como se estivesse com paralisia do sono só que em pé, começo a ficar meio tonta e uma voz começa a surgir na minha mente me deixando desesperada. 

    Você não vai me escapar mais uma vez, hoje é só uma visitinha, mas logo não vai ser. A voz diz e ouço uma risada maléfica rondando ao meu lado. 

    Estou num lugar completamente escuro e vazio, a minha casa ao redor desapareceu, eu consigo me mexer e começo a andar em volta em busca de alguma coisa, mas a escuridão está em todo lugar, não consigo nem ao menos me ver e isso de não conseguir ver um palmo a minha frente me deixa receosa. Eu fecho os olhos e quando os abro de novo, lá está ela no meio da escuridão com uma luz em volta, a árvore que sempre está nos meus sonhos e nas minhas lembranças e eu tenho que alcança-la. 

    Corro desesperada, mas eu não saio do lugar, sinto minhas pernas presas por algo que não sei identificar, talvez galhos ou mãos, para meu pavor. Com toda minha força puxo as pernas para frente e consigo me soltar começando a correr de novo. 

    Volte aqui, volte aqui. Você sabe o que te espera. Não adianta fugir da escuridão. Ouço vozes dizendo em coro e me arrepio toda. Preciso arranjar um jeito de sair desse sonho, pesadelo ou o quer que seja e sei que aquela árvore é minha solução. 

    Você não vai conseguir chegar até lá. Uma voz mais grave e assustadora diz e no momento seguinte eu me sinto presa por mãos que vem de todo lado e sou puxada para longe, para a escuridão total e para longe das luzes. 

    - NÃO, NÃO. ME DEIXE IR EMBORA. ME SOLTA - começo a gritar desesperada e a me debater. 

    - Ei, Lyssa, amiga! Calma, sou eu - ouço uma voz conhecida e abro os olhos revelando a sala da minha casa com luz e a Laura, um homem que não faço a mínima ideia de quem seja e a Brianna me observando com olhos assustados. 

    Eu ainda não entendo o que houve, será que eu caí no sono? Mas eu me lembro de ouvir passos... e não sei, aquele pesadelo era tão real. 

    - Alyssa, o que aconteceu, por acaso endoidou de vez? - a Laura me pergunta com a expressão assustada. 

    - Eu não sei... a luz já voltou? - eu digo e tento me levantar e a Brianna me ajuda mesmo eu não precisando. 

    - Amiga, a luz já voltou faz meia hora e eu e sua mãe estamos tentando te acordar nesse tempo, e você estava meio que estranha, parecia dormindo sentada e gritava. 

    - Eu já estava pronta para ligar para o hospício - a Laura diz rindo e o homem ao seu lado continua ali sem dizer nada como uma estátua, acho que não foi muito bom para ele saber que sua "peguete" tem uma filha adolescente maluca. 

    - E você ia gostar de se livrar de mim, né mamãezinha - digo com um sorriso falso. 

    Eu digo isso e depois puxo a Brianna para subir comigo e vamos para o meu quarto. Eu fecho a porta atrás de mim e depois me jogo na cama. 

     - Você acha que estou ficando piradona e que preciso de um psiquiatra? - pergunto para minha amiga enquanto observo o teto branco com estrelas do meu quarto. 

     A Brianna se aproxima e se senta na beirada da minha cama. 

     - Acho só que você precisa descansar. E aliás - ela pega o meu pulso que tem a marca - essa sua marca estranha parecia que estava brilhando, eu tentei encostar, mas me queimou. O que é isso? 

    Beleza, agora essa minha marca maluca vai ficar brilhando como placa de motel e queimar todo mundo. Eu não sei mais o que fazer da minha vida. 

    - Que ver que minha maluquice passou para você, vai que seja contagioso - digo rindo e ela ri também. 

    - Quer que eu durma aqui hoje? 

    - Eu sei que você está perguntando isso porque não quer sair na chuva e estragar seu cabelo para o encontro de amanhã, e aliás, ainda vai ter esse encontro chato? 

    - Vai sim, e eu quero ficar aqui com você porque somos melhores amigas e temos que ficar juntas nos piores momentos - ela diz e depois se deita ao meu lado observando as estrelas do teto do meu quarto também. 

    - Ou seja, no meu momento de esquizofrenia - digo colocando o travesseiro no rosto. 

    - Para se ser paranoica amiga, é claro que você não está louca. 

    - Que ver que paranoia seja um dos meus problemas também - digo. 

    A Brianna já ia dizer alguma coisa quando a porta do quarto se abre e a Laura mete a cabeça lá dentro. 

    - Filha, hoje o Renato vai dormir aqui, se você não se importar - ela diz. 

    - Como se você realmente se importasse com o que eu digo. 

    - Então isso é um não, você não se importa - ela diz e depois sai do meu quarto deixando um forte cheiro de perfume de homem no ar, ou seja, ela já deveria ter se agarrado com esse tal de Renato antes. 

    A Brianna se levanta da minha cama e vai em direção à janela ver a chuva que cai pesadamente ainda e consigo ouvir os trovões soando. 

    - Amiga, eu não quero te meter medo nem nada, mas vem aqui ver isso - ela diz puxando meu braço e me levando para a janela. 

    Eu olho pela janela em direção ao meu quintal e no portão da frente da minha casa tem um homem parado de capa de chuva preta olhando diretamente para a janela onde se encontra eu e minha amiga. Ele observa mais um tempo a gente ali e depois se vira tirando sua capa sem dar para ver seu rosto a única coisa que observo é que aquele homem tem uma marca na nuca igual a minha do pulso.  

    


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Notas finais do capítulo

Eu sei que as coisas andam meio paradas, mas em breve vou tentar revelar algumas coisas. E aí, reviews?