Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 9
Capítulo Oito


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo está bem tranquilo sem nada muito estranho, espero que gostem ♥



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Capítulo Oito

    Tipo, isso é uma super coincidência  só pode, o que o Vicent estaria fazendo parado na entrada da minha casa ontem? Como ele sabe onde moro se não nós falamos desde o dia que vim morar com a Laura? Que saco, parece que um dia normal não existe para mim. 

    O professor começou a fazer um monte de perguntas para o aluno novo e ele sabia responder todas, claro, ele sempre foi inteligente e sempre ficava me ensinando as matérias que não entendia, apesar de que quando morava com a minha avó eu tinha aulas em casa com ela, mas o Vicent ajudava as vezes mesmo só tendo 12 anos e eu 11 na época. 

    O professor saí um momento da sala para fazer não sei o que e eu vejo a Violetta saindo do seu lugar e ir rebolando até onde está sentado o Kevin Brócolis e o Vicent. 

    - Ei, Kevinzinho fofo, será que você não poderia trocar de lugar comigo não? É que eu estou com certas dúvidas e notei que o lindinho aqui do lado sabe muita coisa. Então, o que você me diz? - ela pergunta para o Kevin jogando todo a seu charme e voz sensual e quase enfiando o peito na cara dele quando se debruçou na mesa. 

    - É...é...é...cla...claro - o Kevin diz gaguejando e pegando suas coisas para ir lá para trás. 

    Essa Violetta é muito exibida mesmo, ela sempre consegue o que quer com os garotos e os suborna com isso, mas eu sei que o Vicent não cairia nas garras dela, ele nunca gostou desse tipo de garota, não sei se ele mudou em relação a isso, mas acho que não, eu me lembro de uma vez que estávamos lá na fazenda da minha avó vendo um programa de modelos... 

  - Nossa, eu quero ser como essas modelos quando ficar maior - eu disse impressionada em como elas eram magras e bonitas. 

    - Eu não gosto desse tipo de garotas, elas são ridículas fazendo dietas e quase morrendo de fome só para se encaixar numa padrão que a sociedade criou, pessoa naturais são bem mais bonitas - ele disse procurando um outro programa para ver que não seja de pessoas fazendo de tudo para serem melhores que as outras. 

    A Violetta se encaixa nesse padrão, ela faz de de tudo para ser magra e melhor que os outros, teve até um boato de que ela fez uma cirurgia para tirar uma costela, e eu acredito nesse boato, essa garota é maluca. 

    - E aí, tem como você me explicar esse negócio de matrizes que eu não entendo nadica de nada? - ela diz se sentando na cadeira e a arrastando mais para perto da onde está sentado o Vicent. 

    - Claro que posso, nem é tão complicada assim essa matéria - ele diz dando um sorriso encantador na direção da Violechata e começa a explicar a matéria. 

    Não sei porque essa cena me irritou tanto, não nos vemos faz muito tempo, mas mesmo assim me dá raiva ele não se lembrar de mim e ainda cair nos encantos daquela palhaça. 

----****----

    Passei o restante das aulas tediada sentada ao lado da garota estranha que só sabia murmurar sozinha coisas sem sentido e vendo a Violetta seduzir o Vicent. Eu e a Brianna nos sentamos na mesa de sempre na hora do intervalo, a que sempre estamos destinadas a sentar. 

    - Esse Vicent é aquele garoto... - a Brianna começa a dizer. 

    - Esse mesmo, aquele que foi meu primeiro beijo e minha paixonite infantil - digo baixo para ninguém ao redor ouvir. 

    A minha amiga olha na direção em que ele está, já sentado na mesa dos populares e depois se volta para mim. 

    - Amiga, você precisa falar com ele, esse Vicent é um gato e eu não imaginava isso tudo dele, já que ele foi seu primeiro beijo, poderia ser também o cara da sua primeira vez e tal...

    - Dá para parar de me deixar constrangida - digo corando. 

    - Tudo bem, Lyssa - ela diz e depois desembrulha seu sanduíche - E aquela marca hem, será que ele era o cara que estava na sua casa ontem? Talvez ele estivesse te procurando. 

    - Não sei se era ele e mesmo se fosse, como alguém tem a mesma marca que eu? E fora que não me lembro dele ter marca nenhuma quando eramos menores... Se bem que ele tinha o cabelo maior e não dava para ver a nuca, mas mesmo assim...sei lá amiga, está estranho. 

    - Se você não sabe, não vai ser eu que vou saber - a Brianna diz e depois começa a comer seu sanduíche. 

    Eu nunca me liguei se ele tinha essa marca antes, mas acho que não, ele tinha o cabelo maior então não dava para ver, mas se bem que naquela época eu também não tinha marca nenhuma, só apareceu depois daquela dia do incendio e aquele ser estranho me marcou. 

    Me viro na direção da mesa que o Vicent está sentado e noto que ele está olhando bem na minha direção e assim que vê que eu o reparo , desvia os olhos e se volta para alguma conversa fútil na mesa popular. 

    O intervalo acaba e enquanto estou no corredor parada no meu armário pegando os livros para a próxima aula, vejo que o Vicent está passando e sem ninguém ao redor, essa é minha chance de falar com ele. 

    - Oi Vicent, quanto tempo - digo parando-o no meio do corredor. 

    Ele me olha com aquele olhos verdes intensos de sempre e depois diz:

    - Quem é você? 

    - Como assim quem sou eu? Sou a Alyssa, a Menina da Floresta - digo rindo. 

    Ele me empurra para o lado e enquanto anda em direção a sala diz:

    - Eu não te conheço garota, então me deixa em paz. 

    Qual o problema desse garoto? Eu tenho certeza de que ele se lembra de mim, os olhos dele dizem isso, então por quê insiste em dizer que não me conhece? 

    Não era para eu ficar tão triste com isso já que não nos vemos a tempo, mas isso mexe comigo, eramos tão próximos, me lembro de uma vez em que estávamos brincando na cachoeira um dia antes do incêndio... 

    - Você tem certeza de que sua avó não vai descobrir que você vem escondida nessa cachoeira? - ele perguntou. 

     - A Camille me ajudou, qualquer coisa ela diz eu eu estou dormindo ou coisa assim. 

    Nós estávamos sentamos numa pedra ao redor da cachoeira molhando nossos pés na água gelada e cristalina. 

    - Eu quero te dizer uma coisa - ele disse. 

    - Pode dizer o que quiser Salvador da Floresta - disse rindo. 

    Ele meio que pareceu indeciso se falava ou não, mas depois enfim disse:

    - Ok, vou falar - ele disse e depois me entregou uma florzinha que arrancou da beirada da cachoeira e colocou no meu cabelo. 

    - Que flor fofa - eu disse - Agora fala logo que eu tenho que voltar para casa, não posso ficar muito tempo. 

     - Eu acho que alguma coisa vai acontecer e que não vamos nos ver mais...

    - Como assim alguma coisa vai acontecer? 

    - Não me interrompe se não perco a coragem, Aly - ele disse cruzando os braços. 

    - Tudo bem, pode continuar. 

    - Então, acho que vai acontecer algo e eu quero te dizer algo, ou melhor...

    Eu nem tive tempo de pensar e nem dizer nada, quando percebi ele já estava me beijando, foi um beijo rápido e delicado, depois ele me olhou de novo completamente vermelho assim com eu eu. 

    - Eu nunca vou te esquecer, tá Menina da Floresta? Lembre-se disso - ele disse isso depois pulou as pedrinhas da cachoeira e saiu correndo pelo mato para sua casa. 

    Depois disso eu nunca mais o vi, até hoje.

     Ainda não sei como ele sabia que algo ia acontecer e realmente aconteceu aquele incêndio. 

    Se ele me prometeu que não ia me esquecer, por quê fez isso? Talvez ele não seja aquele Vicent que eu conhecia, pode ter sofrido uma lavagem cerebral ou foi abduzido por alienígenas e puseram uma cópia no lugar dele. 

    Vou para a próxima aula com o coração apertado e quando entro na sala eu quase desmaio. 


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Notas finais do capítulo

Bjs gente, até o próximo capítulo ;)