Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 18
Capítulo Dezessete


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para meus queridos leitores, e gente eu agradeço muito pelos comentários que recebi até agora, adoro vocês, meus queridinhos fofos ♥



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Capítulo Dezessete 

    No canto de um vaso de flores ao lado do elevador tinha algo que eu nunca imaginava ver ali. Como foi parar naquele lugar? Isso era impossível. 

    É meu coelho parado no canto, tenho certeza de ser ele, pois me lembrava de uma pequena manchinha na pata direita e é exatamente igual. Mas como isso aconteceu? Achei que tinha sido a Laura que tinha dado um fim no animal, mas pelo visto ele tinha fugido, mas não sei como ele veio parar no prédio que a Brianna mora e como se soltou da gaiola também. Isso tudo é muito estranho. 

    Me aproximo do animal e quando tento pega-lo ele começa a pular se afastando dali e indo em direção as escadas escuras que quase ninguém usa no prédio. Eu com muita curiosidade resolvo seguir o coelho, me sinto como Alice no País das Maravilhas, só que tenho certeza de que não vou encontrar nenhum mundo mágico legal e para falar a verdade tenho medo do que posso encontrar. 

    A porta que leva as escadas do prédio está quebrada assim como as luzes daquele lugar também, então ficam piscando e as vezes apagam direto, ouço sempre a Brianna reclamando sobre os síndicos não consertarem as luzes das escadas e não colocarem uma porta ali também. 

     Desço com cuidado os degraus para não cair naquele breu, nem sei para onde as escadas vão me levar, nunca fui até o porão do prédio que a minha amiga diz ser horrível e assustador e cheio de ratos, mas talvez eu volte antes de chegar lá, só quero pegar meu coelho e ir embora, não ia ser muito legal quando o Pierre perguntar sobre o animal que me deu e eu dizer que perdi em tão pouco tempo. 

    Já estou numa completa escuridão e não sei mais onde o coelho está e nem em que andar estou, todas as portas estão trancadas e para voltar tenho que subir tudo de novo, mas já que estou aqui vou até o final, em algum lugar tenho que chegar. 

    Chego no último degrau do último lance de escadas e tem uma porta entreaberta e que deve ser o porão, é o único lugar que o Coelhinho poderia ter entrado, já que não esbarrei com ele no caminho. Um medo está me dominando em saber que vou entrar naquele lugar que nenhum morador do prédio gosta e saber que estou numa completa escuridão também não é muito reconfortante. 

    - Coelhinho! - grito e minha voz ecoa naquele lugar vazio. 

    Empurro a porta do porão com a mão já tremendo, nem era para eu estar aqui e nem meu coelho. Nesse momento a Brianna já deve estar estranhando eu ainda não ter aparecido no apartamento dela, já que minha conversa com o Henrique não iria demorar tanto, e esse garoto é outro dos problemas que depois tenho que resolver. 

    O ambiente está escuro - como era de se esperar - e não faço a mínima ideia de onde fica os interruptores para acender as luzes, nunca vim nesse porão e começa a vir na minha cabeça um monte de imagens assustadoras de filmes de terror que poderiam aparecer ali no escuro, isso sempre acontece comigo, quando estou num lugar sem luz acho que aquelas assombrações de filme vão aparecer. 

    Continuo chamando meu coelho, até que ouço um barulho vindo do fundo do porão, tipo de caixas sendo derrubadas e meu coração acelera, ao mesmo tempo em que penso que pode ser meu animal penso também que pode ser ratos, bichos nojentos ou fantasmas, confesso que sou uma pessoa medrosa, se eu soubesse que iria vir parar num porão breu teria me lembrado de pegar meu celular, pelo menos teria um fonte de luz para iluminar onde eu estava. 

    Começo a tatear a parede em busca de interruptores, mas só acho a parede áspera e caixas encostadas nela. 

    Quando penso em ir embora, no momento em que me virei, ouço um barulho e vejo uma claridade. Fico com medo de me virar, mas me viro. 

    Uma luz está acesa somente no fundo do porão e embaixo dela tem uma pessoa de costas com uma capa preta, a primeira coisa que pensei é que poderia ser aquele cara do filme Pânico que mata as pessoas e no momento seguinte não queria ficar ali para saber quem era, fui em direção a porta. 

    Ouço uma risada gutural e a porta se bate quase prendendo meus dedos nela. Puxo a maçaneta com foça, mas a única coisa que consigo é ela caída na minha mão. Legal, presa num porão assustador com um cara que no mínimo quer me matar. 

    Me viro e meu olhar vai direto para o elevador no outro lado do porão, próximo de onde a pessoa de capa está. Tento pensar nas minhas chances de conseguir chegar lá, mas não são muito boas, não tenho nada para me defender e nem nada para pegar nesse lugar, só tem caixas e isso também atrapalharia se eu corresse. 

    - Se aproxime, criança - a voz da pessoa de capa é grossa e meio rouca, dá um certo arrepio na espinha...E é a mesma voz que ouvi na minha cabeça ontem na sala de aula, e não, não quero que apareçam aquelas sombras de novo, eu preciso dar um jeito de ir embora, não sei o que esse homem quer comigo, simplesmente não sei. 

    - Quem é você? O que quer comigo? Por que não me deixa em paz? Eu conheço você? - começo a falar desesperada sem conseguir parar.

    - Calma, calma, Alyssa, são muitas perguntas e todas em breve serão respondidas. Agora, venha, chegue mais perto. 

    O homem continua parado na mesma posição, de costas, sem se virar. Tenho medo do que posso ver ou se quero ver. 

    - Não vou me aproximar - eu estou encostada na parede sem fazer nenhum movimento. 

    - Mas não quer saber quem eu sou? 

    Mas que droga, minha curiosidade é meu ponto fraco. Ao mesmo tempo que quero me aproximar, fico meio receosa. Vou dando passos pequenos na direção da pessoa, mas em alerta total para correr caso algo ocorra. 

    - Isso, se aproxime mais - o homem diz com aquela voz sombria e assustadora. 

    Vou indo devagar e quando já estou próxima da pessoa ando rápido e puxo de uma vez a capa, mas para minha surpresa, ela cai no chão sem nada, como se fosse só mais uma roupa jogada no chão. Como isso é possível? Tinha certeza de que ali tinha uma pessoa. 

    Olho para trás a tempo de ver um vulto passando para detrás de uma caixa, vou até lá e também não tem ninguém, o vulto se locomove muito rápido e eu vou indo atrás e sempre o local onde acho que o homem foi parar, ele não está lá. 

    Que saco, cansei desse joguinho idiota de uma pessoa que nem sei quem é, o melhor que posso fazer agora é fugir, não tem mais ninguém perto do elevador, talvez se eu for rápida o bastante dê para fugir dali. 

    Me viro e nesse momento levo um susto. O homem está parado perto de mim, e sim, eu o conheço. 

    - Não se lembra? Brincar de se esconder, era a sua brincadeira preferida quando você era apenas um bebezinho. 

    - Papai... - digo de olho arregalados. 


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Notas finais do capítulo

E o que será que está guardado para a Alyssa, hem?