Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 17
Capítulo Dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Gente foi mal ter sumido esse tempo, andei ocupada com assuntos de colégio e estava completamente sem tempo, espero não ficar demorando tanto para postar os capítulos, mas daqui a pouco vem férias e vai ser melhor para escrever :)



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Capítulo Dezesseis 

    Depois de deixar o Henrique medroso na casa dele e ver como a mãe estava aliviada de ele estar bem e não só o irmão, eu fui para o apartamento da Brianna, assim que abriu a porta me deu um abraço que quase me fez morrer de tão apertado, eu achando que ela que estava mais em perigo e ela achando que fui eu, mas na verdade, tenho certeza de que eu estava em bem mais perigo com aqueles irmãos estranhos que achei que conhecesse, mas não sei mais quem são, o Vicent é o principal maluco. 

    - Calma, amiga, assim você vai me matar - eu digo sem conseguir mover os braços. 

    Ela me soltou e me puxou até o sofá, olhei para a mesa e vi o telefone e um papel com o número da polícia, ainda bem que ela não ligou, ia ser vergonhoso eu chegar e descobrir que tem um monte de viaturas na minha porta e começarem a fazer peguntas, mas eu ia fazer a mesma coisa, ia ligar para a polícia se caso não soubesse da Brianna. 

    - Como você conseguiu sair de lá? Eu e o Ryan procuramos vocês por toda parte, apesar de estarmos perdidos - a Brianna me perguntou. 

    - Eu e o Henrique conseguimos uma carona de volta. E você, como conseguiu? - eu não queria que minha amiga descobrisse que a carona tinha sido dada pelo Vicent, ela ia me fazer perguntas eternamente. 

    - Conseguimos achar o carro, não estava tão longe, só que floresta de noite confunde. 

    - Cadê seu pai? - eu pergunto estranhando a falta de presença dele ali, a Brianna só morava com o pai, a mãe viajava muito. 

    - Não está em casa, só chega amanhã e ainda bem, porque acho que teria infartado ele se tivesse contado toda a verdade - a Brianna diz rindo.     

    Depois de termos contado todas as nossa aventuras na floresta desde que os lobos estranhos apareceram e eu escondendo algumas coisas, fomos tentar dormir, coisa que acho que não seria fácil já que a noite foi muito agitada e assustadora. 

    Comecei a pensar em tudo que aconteceu na floresta, o que houve comigo e com aqueles lobos e o que eu fiz eu não sei, estava tipo possuída e a sensação não foi boa, me senti sendo dominada por algo estranho. Depois cheguei na casa do Vicent e do Dereck em que eles moravam quando crianças - ou ainda moram, não sei - e descobri que fui parar perto da fazenda da minha avó que só era atravessar a cachoeira, não faço ideia de como o carro foi parar lá. E teve também aquelas conversas estranhas que ouvi escondida e não entendi nada, mas sei que era sobre mim. Definitivamente algo está acontecendo. 

----****----

    Desperto sentindo algo molhado no meu rosto, empurro algo macio para o lado e depois o molhado voltou. Abro os olhos e me deparo com o Willy, o cachorro da Brianna, em cima de mim me lambendo. Empurro-o para o lado de novo e me levanto, olho para a cama de cima e minha amiga ainda está dormindo com o braço por cima da cabeça. Noto a hora e são onze e quinze da manhã, nem fomos para o colégio hoje, mas também nem dava, chegamos tarde e fora que não estava afim de encontrar com o Vicent, ele tem muita coisa para me explicar, mas não estou com vontade de vê-lo hoje. 

    O cachorro pula para cama da Brianna fazendo-a despertar também, ela resmunga alguma coisa e se senta na cama com o cabelo todo na cara parecendo a Samara do filme O Chamado, isso me assusta um pouco, tenho medo desse filme. 

    - E aí, amiga, dormiu bem? - pergunto me sentando na cama da Brianna e tirando aquele cabelo da cara dela. 

    - Tive alguns pesadelos, mas nada de assombroso, estava muito cansada - ela diz e se joga deitando-se de novo na cama. 

    - E eu não conseguia parar de pensar nas coisas estranhas da minha vida - eu digo meio que para mim mesma. 

    - Como assim? - a Brianna pergunta, mas não era para ela perguntar nada. 

    - Nada não. 

    Pego alguma roupa emprestada com a minha amiga, as roupas dela ficam um pouco apertadas em mim, mas não tenho outra opção. 

    Fomos para a cozinha tomar café da manhã e a porta se abriu, era o pai da Brianna chegando do trabalho, ele passou por nós, deu bom dia e depois foi para o quarto, deveria estar bem cansado, mas ele nem estranha mais a minha presença na casa dele, volta e meia venho dormir aqui. 

    Enquanto estamos comendo muito bem uma torrado com geleia caseira que só o pai da Brianna consegue fazer, a campainha toca. 

    - Vai lá atender - a Brianna diz me empurrando. 

    - A casa é sua, vai lá você. 

    - Mas você já é de casa também. 

    - Não quero ir lá. 

    - Ai que saco - a Brianna fala e se levanta indo atender a porta. 

    Assim que ela abre a porta e ouço a voz de quem é me dá vontade de me esconder em qualquer lugar, não aquento mais o Henrique, já passei muito tempos com ele, e não aguento mais aquela chatice ambulante. 

    - Amiga, é para você - a Brianna me diz e depois vai para o quarto do seu pai falar com ele, mas eu tenho certeza de que era para me deixar a sós com o Henrique. 

    Eu pensando que ia ficar um tempo ser vê-lo, mas me enganei. Olho para a sala e ele já está sentado no sofá branco me esperando. 

    - Oi, Alyssa - o Henrique diz assim que me vê.  

    - O que você quer? - pergunto bem direta. 

    Me sento no outro sofá, longe dele e pego uma almofada para ficar segurando em cima da blusa decotada demais e apertada demais que peguei emprestada da minha amiga, não quero o Henrique prestando atenção demais em mim. 

    - Vim aqui cobrar a sua promessa - ele diz com um enorme sorriso no rosto. 

    - Que promessa? 

    - De que você ia sair comigo num encontro normal. Não se lembra? - ele pergunta com os olhos brilhando.  

    Droga, tinha me esquecido desse encontro, tanta coisa para me preocupar... Por que eu tive que prometer isso? Acho que te-lo ameaçado seria bem melhor. 

    - Tanta coisa aconteceu, quase morremos e você ainda quer me cobrar encontro? Aquilo eu aceitei num momento de desespero e fora que se você não tivesse ficado lá naquela sala e tivesse ido comigo procurar um telefone, tenho certeza de que teria estragado tudo. 

    - Mas promessa é dívida, e seria sacanagem sua não cumprir com a sua promessa. 

    - Não quero sair com você, será que não entende? Você é um chato e que sempre atrapalha, eu só te prometi aquilo, pois tinha certeza de que você aceitaria e não ficaria no meu pé me perturbando, deixa de ser idiota, ninguém ia querer sair com você, principalmente eu, você me enche o saco! - eu digo estressada, precisava liberar tudo que estava com vontade de falar, mas assim que disse me senti extremamente culpada, saiu mais duro do que eu queria. 

    Eu vi a cara do Henrique e me deu muita pena, ele estava com os olhos um pouco marejados e com a cara triste. Se levantou sem falar nada e foi em direção a porta. 

    - Henrique... - eu tentei dizer alguma coisa, mas ele já tinha ido batendo a porta forte atrás de si. 

    Que droga, por que eu tenho que ser tão rude? Acho que só falar que não queria sair com ele estaria bom, mas as palavras simplesmente saíram. 

    - O que houve, Lyssa? - Brianna pergunta aparecendo na sala assustada. 

    - Eu sou uma idiota - digo colocando a almofada no rosto. 

    - Por que, o que houve? 

    - Falei umas verdades para o Henrique, mas fui grossa demais e ele ficou triste comigo e se você tivesse visto a cara dele, Bri... Deu tanta pena - digo tirando a almofada do rosto e olhando para minha amiga. 

    Ela se senta no meu lado no sofá e fica ali sem saber o que falar também. 

    - Já que se sente tão culpada, por que não vai lá no apartamento dele pedir desculpas? É aqui na frente - a Brianna diz dando seus conselhos nem um pouco bons, ela sempre diz o que as pessoas já pensaram. 

    - Não quero ir lá - digo cruzando os braços. 

    - Deixe de ser orgulhosa, amiga, coitado do Henrique, ele é chato, eu sei disso, mas é uma boa pessoa e gosta muito de você, não duvide disso. 

    - Pare de me deixar mais culpada - digo com a almofada no rosto de novo. 

    A Brianna tira a almofada da minha cara e puxa meu braço me fazendo levantar do sofá contra a minha vontade. 

    - Pode indo lá, Lyssa, e aproveita e diz para o Ryan vir aqui depois, quero falar com ele. 

    - Ai, que droga. 

    Saio do apartamento da Brianna e já estou de frente para a porta do apartamento do Henrique. Fico parada ali sem coragem de tocar a campainha, mas no momento em que ia toca-la, algo me chama atenção. 


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Notas finais do capítulo

Capítulo sem graça? Sim, eu sei T-T
Digam o que acharam rsrsrs