Waking Up escrita por LiKaHua, Claray


Capítulo 9
Fear


Notas iniciais do capítulo

OI pessoas lindas, bom a culpa da demora do capítulo foi da Claray ta? Já estou tirando meu corpo fora u.u', mas o capítulo realmente ficou muito bom, então da para vocês perdoarem né *----*
Nós andamos um pouquinho atarefadas e.e ela com a escola e eu com a faculdade, mas assim que possível vem mais capítulo por ai, lembrando que a nossa história ta já acabando ;)
Boa Leitura!



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 Elize levantou o rosto para encarar a amiga com emoção.

- Mas agora é diferente, Karen. Naquela época o medo não era tanto, mas agora... - Riu com amargura - Agora parece que vem cem vezes, não, duzentas, trezentas vezes mais forte!

- O segredo é não pensar nas consequências, Elize, não pensar nos 'se'. Por que se você parar tanto por medo do futuro, acabará não vivendo tão bem quanto deveria o presente. 

Elize encarou a amiga, absorvendo suas palavras. Seu rosto se iluminou, apesar de ainda haver uma leve apreensão.

- Ir no impulso...? - Sussurrou, mais para si mesma que para a outra.

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 Já há algum tempo encarava o telefone e o pequeno pedaço de papel rasgado com o número de Noah rabiscado de qualquer jeito. Céus, por que era tão difícil assim? Demorou um pouco mais até que resolveu estrear o conselho de Karen e discar o número. Não demorou para que ouvisse a voz do outro lado da linha que fez seu coração palpitar, bem como sua mão fez tremer.

- Alô? - Houve-se um silencio antes de Noah continuar, levemente irritado - Quem é?

- Er... Oi. É a--

- Elize! - Quase pôde ver o sorriso do escritor - Já estava achando que não ia ligar.

- Não é como se eu tivesse todo o tempo do mundo. - Respirou fundo, ansiosa.

- Então, - Ignorou - o que decidiu?

 Novamente houve o silencio.

- O-onde? - Gaguejou, disfarçando com um pigarreio.

- Tem um restaurante legal aqui perto. Tocam várias bandas de garagem... Acho que você vai gostar.

- Me passa o endereço, eu te encontro daqui um hora e meia, pode ser?

 Após desligar, não pôde evitar um sorriso. Estava tão feliz! Mesmo que ainda houvesse algo de rancor dentro de si, ainda desejava um retorno. Estaria mentindo se dissesse que não sentiu falta de Noah durante todo esse tempo - que não pensou nele por noites seguidas, deixando-se dormir apenas no meio da madrugada.

 Aquela era uma noite estrelada. Após um banho, Elize encarava-se no espelho enquanto colocava o pequeno brinco de ouro. Ergueu-se, afastando-se até que seu corpo todo fosse visualizado pelo espelho.

- É só um jantar com o Noah, besta. - Reclamou consigo mesma, apesar de passar os olhos incertamente por sua roupa. Usava calças e botas de salto negras e uma blusa vermelha.

 Pegou sua bolsa e, após um copo de água, se dirigiu para a rua.

 Noah, por outro lado, estava há muito tempo pronto. Batia os pés impaciente no chão encarando com frequência seu relógio de pulso e, quando apitou seis e vinte, foi em passos largos para fora do apartamento.

 O coração de ambos batia descompassado enquanto dirigiam-se ao local de encontro. 

 Ele morava mais perto, logo foi o primeiro a chegar. Não tardou para que uma bela loira chegasse para atende-lo.

- Estou esperando uma pessoa. Mas traga-me duas taças do melhor vinho que tiver! - Não continha a alegria. Ela não pareceu reconhecer que era um escritor famoso e saiu logo, deixando com ele o cardápio. 

 Pouco se passou até que o rapaz visse a outra entrar no recinto. Hesitou enquanto erguia a mão para acenar e mostrar onde estava, não deixando de passar os olhos pelo corpo da outra - e riu internamente ao se ver pensando que, mesmo não sendo um decote muito grande, deveria ser o maior que já a vira usar. Levantou em um pulo quando chegou à mesa, arrastando-lhe a cadeira.

- Espero que goste de vinho, acabo de pedir um. - Disse, voltando à sua cadeira e fitando com discreto carinho os olhos da editora.

 Ela olhou ao redor curiosa, voltando vez ou outra para o rapaz.

- Gosto, apesar de não beber muito. - Sorriu minimamente - Nunca tinha vindo aqui.

- Só abre a noite. É aqui que as bandas de garagem tocam e onde mais conquistam fãs no começo de carreira. Fora que a pizza de quatro queijos é ótima! - Riu.

- Melhor que a do Paul? - Riu também, ao tempo que a jovem loira voltava atrapalhada com o pedido e desculpava-se pela demora.

- Você vai me desculpar, mas é bem melhor!

- Então vou querer experimentar. E pode deixar que vou contar o que você acha da pizza dele! - Gargalhou, mas isso não durou muito tempo.

- Mas não viemos aqui para falar sobre pizza, certo? - Deixou no ar, tomando um gole da bebida. Elize encarou seu próprio copo, temerosa.

- E de que mais falaríamos...? - Arriscou beber um pouco.

- Nós. - Engasgou - Ei, tudo bem aí? - Franziu o cenho.

- A-ah... Sim, estou bem.

- Tem certeza?

- O que quis dizer com "nós"? - Fez aspas com as mãos, olhando-o incrédula.

- Foi só uma sugestão. - Sorriu de lado, fazendo-a segurar um suspiro.

- Bem... - Desviou os olhos, abrindo a boca para falar algo, mas não falando nada.

- Você pensou sobre me dar outra chance? - Jogou, surpreendendo-a. Por que raios estava sendo tão direto? Assim era difícil!

- Ainda estou pensando. - Respondeu lentamente, colocando uma mecha atrás da orelha.

- Eu sei que você--

- Então... Vamos pedir a pizza? Estou com fome, além de curiosa sobre ela ser tão boa assim. - Cortou, chamando um garçom.

- É boa, mas quando você fizer uma será melhor. - Comentou distraidamente, fitando a banda de garagem que preparava-se para tocar.

- Como pode ter tanta certeza? - Ergueu a sobrancelha.

- Tudo que vem de você é ótimo, ora. - Sorriu.

- Não deveria criar tantas expectativas em mim. - Grunhiu. O garçom, um senhor com poucos e colados cabelos, saiu após o pedido.

- Também não deveria ter me apaixonado por ti, certo? - Seu sorriso aumentou ao vê-la corar, sem responder.

 Se viraram ao ouvirem uma das bandas de garagem começar a tocar - Noah identificou a música Say My Name do Within Temptation.

- O baixista não é muito bom. - Comentou Noah ao tempo que a loira de antes voltava com a pizza - Então, o que achou? Uma obra de arte, não? - Riu, cortando um pedaço e, com as próprias mãos, levando-o à boca.

- Parece boa. - E após uma olhadadela do outro: - Muito boa.

 Por fim decidiu cortar seu pedaço, colocando-o em um prato enquanto sentia seu estomago se manifestar diante do cheiro.

- Por que não come com as mãos logo? - Franziu o cenho, venho-a cortar a pizza - É tão mais simples.

- Comer com as mãos é americano de mais para mim. - Riu - Mas realmente, eles fazem muito bem a pizza. Paul vai ficar com chateado, mas tenho que concordar que essa é melhor! - Tornou a rir.

Ficaram em silencio por um momento. Atrás de si, a banda terminava a canção e agradecia à todos. Uma nova banda entrava em palco, iniciando sua música - lenta, que fez com que muitos se erguessem para uma dança.

- Aceita? - Convidou animadamente. Elize se ergueu sem responder, sentindo a mão quente do outro se entrelaçar à sua.

- Não sou boa de dança. Se eu pisar no seu pé, sendo que vou pisar, já estou me desculpando. - Alertou risonha enquanto colavam seus corpos, movimentando-se ao ritmo da música.

 O silencio se instalou entre os dois. Ele pensava em meios de iniciar aquela conversa - a que ele tanto almejava. Passou mas um tanto até que, por fim, criasse coragem para falar.

- Sabe que não podemos ficar adiando essa conversa, não é mesmo?

 Elize sentiu o ambiente pesar quando ouviu essas palavras.

- Sim... Eu sei. - Colocou, cuidadosa. Ele respirou fundo, pressionando as temporas.

- O que ocorre é que...

 "- Não deixe que o medo de viver te impeça de ser feliz. A gente só tem uma chance Elize, e cada segundo pode ser o último."

- Eu te amo. -  Disparou, fazendo-o a encarar surpreso - E eu te perdoo, Noah, não conseguiria não perdoar.

- Elize, eu...

- Nesses últimos anos eu pensei que poderia viver sem você... Mas quando você voltou a ilusão desapareceu! Eu percebi o quão horríveis haviam sido meus dias sem você! E apesar de saber que meu amor por você continuava aqui, vivo, eu o ignorei; o medo era muito grande, mais do que poderia aguentar ou imaginar que um dia sentiria. Mas agora... Eu... - Mordeu o lábio inferior, escolhendo as palavras.

- Não precisa dizer mais nada. - Sorriu. Seus olhos brilhavam como Elize nunca vira.

 E, ao tempo que a música aproximava-se de seu fim, depositou um beijo rápido nos lábios da outra.

- Eu te amo, Elize, e espero que nunca duvide disso. Nunca.

 Ela sorriu diante da declaração. A mão do outro moveu-se até seu rosto, acariciando-o com delicadeza enquanto tornavam a aproximar seus rostos. Seus lábios se uniram, as linguas movendo-se com sincronia e amor - recuperando aos poucos o tempo perdido.


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