Waking Up escrita por LiKaHua, Claray


Capítulo 8
All This Time


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem?
Como podem ter reparado (ou vão reparar), a Kath se inspirou bastante nesse capítulo. Espero que o tamanho compense nossa demora, mas se não compensar, no final do capítulo vai haver distribuição de balas de menta e chocolate o/ -n
Agradecimentos especiais a G. M. Mendes e Elizabeth Darcy pelas recomendações. Obrigadíssima, gente! *-*
Enfiiim, boa leitura e vejo vocês lá em baixo!



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O tempo é impiedoso. Ele passa mesmo nas piores circunstâncias, mas há coisas que não consegue apagar, que parece manter-se de propósito para aprisiona-lo nesse suplício que é o arrependimento. Mas o tempo também é favorável, ele devolve o que lhe pertence e nessa relação estranha de amor e ódio nos casamos com o tempo, nosso aliado incontrolável, nosso carrasco, nosso salvador.

K.G

Dois anos e meio depois

Noah sentia o vento soprar seus cabelos enquanto discava lentamente o número de Will. Finalmente seu livro estava pronto. Seus dedos formigavam, vez ou outra discando um número errado e tendo que corrigir, tamanha era sua alegria.

– Fala.

– Will, aqui é o Noah Tedder. Acabei de terminar meu livro, já combinou com a editora? - Seu tom também expressava muito bem o quão animado estava, fazendo o outro rir um pouco.

– Isso é ótimo! Sim, combinei com a editora semana passada. Você passa lá, pode ser? É a editora Republic, aquela a duas quadras do seu apartamento.

– O que houve com a Marquese? - Ergueu as sobrancelhas com a novidade.

– Eles ficaram de “frescura” e quiseram subir o preço, então mandei logo o pé na bunda. Mas se você quiser ainda dá para voltar atrás, é só...

– Não, relaxe, vai ser essa tal Republic mesmo. Vou passar lá, se eu não achar o lugar te ligo de novo.

– Pura desculpa para ouvir o som da minha voz! Até mais, garoto! - Ouviu então o 'bip’, guardando o celular.

Noah deu partida no veiculo, onde estava incapaz de esperar, colocando os óculos escuros enquanto dirigia pela grandiosa avenida. Passou antes em uma padaria, na qual comprou alguns doces para viagem. Logo chegava à uma rua mais tranquila, na qual parou o carro frente a um grande prédio preto e vinho onde na frente lia-se em letras garrafais 'Editora Republic'.

Pendurou a pasta de lado e aproximou-se da extensa bancada da recepcionista, que atendeu-o com um enorme sorriso:

– Noah Tedder? Chegou cedo, era para estar aqui apenas três da tarde. Mas pode ir, o movimento não está forte agora.

– O andar é...? - Encarou a ruiva que quase dava pulinhos.

– Antes - sussurrou - pode me dar um autógrafo? Se não quiser, tudo bem, é que...

– Sem problemas! - Retribuiu o sorriso ao tempo que, feliz, a mulher passava-lhe um papel e uma caneta preta.

– Oitavo andar, sala oitenta e dois. Obrigada! - E dizendo um "Eu que agradeço", entrou em um dos elevadores parados no andar.

A musiquinha de elevador preencheu os ouvidos do escritor até que, por fim, as portas de metal se abriram com o toque de um sino eletrônico. Pareceu durar a eternidade!

Buscou então a sala, a qual logo encontrou. Havia duas mulheres ali - uma de cabelos tingidos de rosa presos em um rabo de cavalo estava de costas para o escritor enquanto outra, de aparência mais jovem e curvas perigosas, estava apenas virada de lado. Ele pensou já ter visto a última, mas apagou logo os pensamentos da cabeça. Estavam inclinadas sobre uma mesa, pareciam ver um contrato.

– Oi? - Chamou, mexendo na alça da bolsa.

Se viraram, houve um momento de silencio enquanto os olhos dela se arregalavam e a boca dele formava um 'o' perfeito - a outra moça entendeu rápido a situação, saindo de fininho com um sorriso no rosto e cara de quem faria muitas perguntas mais tarde.

Ela não parece ter mudado muito, pensou ele, mas tenho certeza que cortou um pouco o cabelo. Céus, ela fica ainda mais linda de maquiagem!

O silencio se estendeu por mais alguns minutos, ninguém se atrevendo a mexer qualquer parte do corpo se não os olhos ou, vez ou outra, a cabeça, para avaliar como estava o outro. Por fim, Elize limpou a garganta e virou-se de costas, fingindo arrumar alguns papéis, enquanto ele começava a gaguejar o que viera fazer.

– Então seu livro ficou pronto? – falou um tanto fria, sem se virar.

– Sim. Você é a editora? - Perguntou, sentindo-se um idiota logo depois. Ora, claro!

– Sou. - Finalmente virou-se para encara-lo com dureza no olhar.

– É, acabo de lembrar. Você havia me dito que trabalhou nisso antes de ir para Hampshire - sua voz falhou.

Ela pareceu sorrir por um momento, mas logo estava com sua expressão dura novamente. Elize não acreditou quando sentiu seu coração disparar. Céus, será que mesmo depois de tudo que passaram, mesmo depois de tanto tempo, ela ainda continuaria nutrindo sentimentos tolamente?

– Faz... Bastante tempo, não? - Relaxou os músculos, sentindo a dor de sua derrota interior. Os olhos dele pareceram brilhar.

– Dois anos e meio contados. Nem sei como sobrevivi até aqui! - Sorriu de lado, aproximando um passo.

Droga! Não, não! Pensava desesperadamente a garota, Não me fique vermelha, Elize, pelo amor dos céus e de tudo que há de sagrado, não me fique vermelha! - Como tem passado?

– A-ah... - Afastou-se, indo até o filtro de água - Não acho que você veio até aqui para jogar o papo fora. Vamos lá, estou no trabalho. Respeite meus horários, por favor. - Encheu um copo, levando à boca.

– Desculpe. Mas gostaria que nos encontrássemos então, que tal?

– Eu... Ah... Posso pensar. Estou com muitos originais para avaliar. – Mentiu.

– Quanto ao livro... Quando acha que já vai estar pronto para o lançamento? - Abriu a bolsa, retirando a obra a qual foi entregue à mulher, que folheou-a.

– Quantas páginas são...? - Perguntou distraidamente.

– Se não estou enganado, umas 450, 500.

– Providenciarei para o mais rápido possível. Claro, há outros clientes, então será acho que daqui três semanas vai estar pronto. Não é certeza, pode ficar antes também. O que eu falei foi o prazo máximo, geralmente não passa disso. Sabe que precisa ser revisto por mim, passar por um corretor e todo o processo de diagramação, arte de capa, não vou ensinar o padre nosso ao vigário. – Ela concluiu em tom mais suave.

– Vou deixar em suas mãos. - Ergueu-se da cadeira.

– Não sente medo por deixar uma obra sua nas mãos de uma ex? - Ergueu uma sobrancelha, um tanto incerta se foi realmente uma ex.

– Confio até mesmo minha vida em ti, Elize. - Retrucou - Quanto ao nosso encontro, o que acha de hoje a noite?

Ela abaixou a cabeça para encarar os papéis.

– Não sei... Eu não sei se devemos mesmo nos encontrar.

– Já se passou tanto tempo! Não é possível que ainda tenha rancor de mim.

Ela o encarou, pensativa. Abriu a boca para responder, mas a garota de antes, a de cabelos rosa, abriu a porta.

– John Trevor está aí esperando. - E, sem mais, saiu.

– Bem... - Começou ele, mas foi cortado.

– Seu telefone está na ficha. Ligo quando minha agenda tiver espaço. – Elize soltou as palavras com uma frieza forçada, o nó em sua garganta apertava e por mais que quisesse ceder, não conseguiria, não assim tão facilmente. Noah a enganara.

– Claro! – Ele falou esperançoso – Eu entendo.

– Quanto ao seu livro, pega a nota com a moça ali do corredor e dá a entrada. - apontou - Quando estiver pronto iremos ligar.

Se encararam por mais um momento. Noah reprimiu o desejo de abraça-la e enche-la de beijos, acenando com a cabeça e recuando lentamente.

– Então... Até breve, Noah... - Desviou o olhar.

– Espero que não demore a me ligar. - Sorriu amarelo, fazendo-a rir sem humor.

Quando Noah saiu da sala, ela não foi chamar o outro cliente. Deixou-se cair de volta à cadeira, os olhos aquosos que deixaram extravasar a angústia que ela pensava ter superado, mas que na verdade apenas fora reprimida. Porque depois de tanto tempo o destino insistia em por Noah Tedder em seu caminho? Ela estava forte, estava bem, tinha superado tudo, porque ele tinha de aparecer justo agora?! Elize respirou fundo diversas vezes tentando recobrar o controle quando Kallie irrompeu a porta novamente com seus cabelos cor-de-rosa agitando-se de um lado para outro:

– Você está bem?

– Não sei...

– Quer um pouco de água antes de ver o Trevor? Ele garantiu que não está com pressa.

– Eu agradeço, Kallie... Pode mandá-lo entrar.

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– Muito bem então senhor Trevor, ligaremos para o senhor assim que seu contrato estiver pronto.

– Eu agradeço imensamente senhorita Liverston. Estarei aguardando seu contato.

Os dois se levantaram e Elize apertou a mão do homem à sua frente, era um excelente contrato com um escritor que seria, sem dúvida, um best-seller. Sorrindo, ele pegou a pasta no chão e saiu deixando Elize sozinha novamente, com seus pensamentos fixos em Noah, ela precisava assumir novamente o controle, mas como seria possível se cada parte do seu ser gritava por ele? Era inegável que ela ainda o amava, o tempo passara lentamente, mas o que ela sentia por mais que tenha tentado reprimir continuava vivo em seu coração. Dois anos... Sem ouvir a voz dele, sem ter nada perto dela além dos livros, livros que ela relia entre lágrimas especialmente seu favorito: Um amanhecer para dois. Ela olhou o original de Noah ao lado do computador e suspirou pegando-o entre suas mãos e alisando o envelope antes de abri-lo, será que conseguiria analisá-lo de maneira imparcial? Será que conseguiria deixar seus sentimentos de lado e ignorar completamente os fatos possivelmente verídicos dentro daquelas folhas? Eram perguntas que ela sabia não conseguir responder, que sabiam serem negativas. Tirou as páginas do envelope e colocou-as à sua frente observando o título: Laços do Destino por Noah Tedder.

– Título péssimo. – Falou para si mesma e anotou algo em um bloco ao lado da luminária sobre a mesa e colocou a folha emborcada de lado observando a primeira página da história:

David Conant olhou para o aeroporto de Hampshire sem expectativas. Refugiar-se no canto mais improvável da Inglaterra era sua última saída depois de tudo que acontecera. Por mais religioso que fosse, sabia em seu íntimo que nunca conseguiria perdoar Bianca pelo que lhe havia feito, ela pisoteara seus sentimentos sem se importar com as consequências, acreditando cegamente que ele nunca descobriria suas traições com seu melhor amigo, Christian. Seus olhos encheram de água quando ele lembrara-se da cena dos dois em sua própria casa, como pudera ser tão cego? Realmente o amor não havia sido feito para homens como ele, todas as mulheres sempre veriam nele apenas fama e dinheiro. Respirou fundo segurando a mala e acenou para o primeiro táxi que encontrou, as pessoas de Hampshire pareciam não notar sua presença e aquilo por si só já era um bom sinal.

Não havia contado a ninguém onde estava, deixara tudo para trás na esperança de encontrar paz longe de todo assédio e toda a tristeza. Seu sotaque britânico era horrível, logo lhe denunciando ser da capital americana, ele sabia que se não se precavesse não conseguiria ter paz ali por muito tempo. O homem parou em frente a um hotel simples no centro da pequena cidade de interior. David era um homem completamente urbano, ninguém pensaria em procura-lo ali e a ideia de anonimato lhe era confortável. Pagou o táxi e desceu entrando no hotel com sua mala, era provisório até ele conseguir um bom apartamento pelas redondezas e poder desfrutar tranquilamente de uma vida onde tudo que ele tinha de seu passado doloroso eram lembranças.

– Elize?

A voz de Kallie fez com que Elize tivesse um sobressalto de tão imersa que estava na leitura. Olhou a secretária que a fitava com certa preocupação e recompôs-se:

– Sim...

– Desculpe, não pretendi assustá-la. Karen quer vê-la.

– Aconteceu alguma coisa?

– Não sei... Só me pediu que mandasse você ir à sala dela.

– Tudo bem, Kallie. Já estou indo.

Passando as mãos na saia do terno que vestia, Elize respirou fundo algumas vezes antes de sair da sala, na tentativa de recuperar o que sobrara de sua altivez e autoconfiança, Karen era sua amiga, mas antes de qualquer coisa era sua chefe. Os olhares se direcionaram a ela enquanto passava pelo corredor, mas ela não se importou, o conflito maior acontecia dentro de sua mente, conflitos que giravam em torno de Noah Tedder e de seu coração. Chegando em frente à sala de Karen ela bateu algumas vezes:

– Entre. – A voz soou de dentro da sala e Elize abriu a porta entrando.

– Queria me ver?

– Sim, Elize. Estou muito feliz pelo que conseguir, Trevor e Tedder no mesmo dia! Se você já não estivesse no segundo posto mais alto da editora juro que lhe promoveria novamente!

– Obrigada Karen! – Um alívio dominou completamente o corpo rígido de Elize, que relaxou quase imediatamente.

– Faça o possível para que o livro do Tedder seja editado o mais depressa possível, isso significa que você vai avalia-lo na frente de todos os outros originais, ele é um tesouro que não podemos deixar escapar!

– Pode deixar comigo... – Falou tentando aparentar competência e controle.

– Sei que posso! Novamente, parabéns por mais essa conquista amiga! Estou orgulhosíssima de tê-la em nosso time.

– Obrigada Karen.

Elize fez um aceno com a cabeça e se preparava para deixar a sala quando Karen a parou novamente:

– Está ocupada hoje à noite?

– Não. Por quê?

– Precisamos comemorar! O que acha de um jantar no melhor restaurante da cidade? Tudo por minha conta!

– Eu...

– Ótimo! Vou fazer as reservas já! Temos muito que conversar!

Incapaz de recusar-se, Elize apenas saiu da sala encaminhando-se de volta para o livro de Noah, nunca pensaria que ele seria tão explícito com relação ao que lhe levou à Hampshire. Por mais que soubesse o rumo que a história levaria, ela sentia uma necessidade incontida de continuar a ler, de descobrir o que havia escondido na próxima página, na esperança de conseguir encontrar ali uma razão para perdoar Noah, para dar ao seu coração a segunda chance pela qual ele clamava cada vez que a imagem do escritor vinha à sua mente.

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David parecia extasiado, não conseguia controlar-se diante da visão de Elize, havia algo nela que o deixava incrivelmente pasmo. Algo que ia além da beleza dela, algo no seu jeito de falar, na forma como ela se dirigia a ele, no sorriso tão sincero que ela distribuía a todos os clientes daquela cafeteria. Os olhos verdes irradiam luz, há ali algo superior a tudo que já foi visto, contado ou escrito por alguém, um fascínio indomável e secreto que pede um descobridor, ele observava seus modos graciosos enquanto ela se movia como um leopardo por entre as árvores, imaginou por um segundo seus cabelos livres pelo vento de um campo voando livres como os pássaros no céu, o sorriso recheando os lábios carnudos que possivelmente com sorte deleitariam de um ósculo comum. Tudo que ele precisava era coragem o bastante para abandonar os temores que ainda assolavam sua alma e arriscar-se naquele fascinante universo inóspito que o chamava em gestos silenciosos de palavras não ditas, de saberes ainda desejosos por um conhecedor, e que mais encantos teria ela? Finalmente teria ele encontrado alguém feito para ele? Era loucura se apaixonar nesse momento. Ele passara o último mês trancafiado no quarto de uma casa de fazenda, como poderia encantar-se assim tão de repente, o que havia nessa garota para fazê-lo sentir-se de tal forma? Não importava, ela era perfeita, parecia que sua aura era de tal forma radiante que Noah podia ver a luz dourada resplandecendo em volta de seu corpo a olho nu.

– O que deseja senhor? – Ela perguntou com sotaque irlandês aparentemente indiferente.

– Um expresso, uma porção de croissant e uma fatia da torta tradicional da casa.

– Oh meu Deus! - Ela exclamou enquanto anotava o pedido e o olhava mais atentamente. - Você é David Conant!

– Infelizmente... - David sussurrou mais para si mesmo que em resposta esperando já que ela começasse a enchê-lo de perguntas sobre o ocorrido no passado.

– Eu sou sua grande fã!

– É? - Ele perguntou surpreso que ela não tocasse no escândalo que o envolvia.

– Ta brincando? Seu livro é o mais incrível que eu já li! Devo confessar que no começo pensei que você era uma mulher!

Noah riu.

– Obrigado.

– Ha quanto tempo está em Hampshire? Pensei que você não deixasse Nova Iorque nem em questão de morte.

– Estou aqui há duas ou três semanas. – Mentiu.

– Está preparando algo novo? Nunca mais tive notícias suas na sua página oficial...

– Não soube das últimas notícias? - David parecia incrédulo.

– Sobre o que?

– Por acaso você não assiste televisão?

– Prefiro ler, televisão é um meio de alienação direto. Espero que possa autografar os meus livros.

Elize parou sentindo as lágrimas arderem em seus olhos, quase podia visualizar a cena em sua mente e entendia finalmente o que tanto Noah escrevia todos os dias enquanto ficava sentado no café observando cada movimento seu. Aquele era mais que um livro qualquer, era a sua história com ele contada de uma maneira tão sublime que era impossível a ela conter os sentimentos que bombardeavam seu peito sem pausas. Olhou no relógio e viu que estava tarde, ficara tão submersa nas páginas que não lembrou do encontro com Karen logo mais a noite. Olhou o telefone e abriu a bolsa em busca do telefone de Noah, o cartão que Kallie lhe entregara ainda estava lá, ela olhou-o por alguns minutos deixando-o sobre o criado mudo ao lado do telefone sem fio e caminhando para o banheiro.


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Mesmo depois de tanto tempo, ela continuava com a mesma beleza estonteante, era mais que algo físico era alguma coisa dentro dela que a fazia brilhar de tal maneira que seu coração acelerava todas as vezes que ela se aproximava. Mas ao mesmo tempo seu olhar perdera aquele viço de alegria, expressava uma tristeza que causava em David uma sensação ainda pior de culpa, ele era o causador de toda a dor que ela sentira, ele destruíra mais uma vez a fé que Elize nutrira no amor, uma fé já abalada anteriormente. Era algo do qual nunca conseguiria perdoar-se. Ali, diante dele, estava uma mulher forte, confiante e magoada, mas ele conseguia ver no tom trêmulo de sua voz, no olhar que ela constantemente desviava e no tremor de suas mãos pálidas que ela ainda sentia algo por ele, que embaixo de toda a dor ainda havia amor. Um amor adormecido durante o tempo em que eles estiveram longe. Eles estiveram se procurando o tempo todo, agora que se encontraram depois desses dois anos, seus corações gritavam um para o outro o que suas bocas se recusavam a dizer.

Noah mantinha os olhos tão fixos na tela que o mundo à sua volta parecia ter desaparecido completamente, cada segundo que ele passara com Elize naquele dia era retratado milimetricamente em parágrafos de um capítulo adicional ao seu novo trabalho cujo desfecho estava nas agora nas mãos dela. Vez ou outra tentava reprimir a tentação de ligar para ela, agora que se reencontraram e que ela estava cuidando pessoalmente de seu trabalho o contato seria inevitável e ele usaria isso a seu favor, sem nenhuma dúvida.


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Notas finais do capítulo

Oks, oks, aqui estão as balas de menta e chocolate.
Espero que tenham gostado e não se esqueçam de deixar os comentários :D



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