Waking Up escrita por LiKaHua, Claray


Capítulo 7
Good Life


Notas iniciais do capítulo

Kath: Bom, demoramos porque a Claray viajou - férias gente, dêem um desconto. - maaaaaaas aqui está mais um capítulo de Waking Up. Será mesmo que o Noah vai deixar a Elize no passado? o.O
Queria mandar um beijo especial para o lindo do GMMendes que recomendou a fic! Obrigada anjo, fico feliz que esteja gostando!!!



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Piccadilly - Londres

            Noah não sabia como tinha chegado ali, na verdade os últimos meses da sua vida haviam sido uma loucura completa, uma decadência. A vida o empurrara até ali, desde a ausência de Elize, nada na sua vida parecia ter cor e sentido, era apenas a costumeira “boa vida” de uma celebridade sem mais nenhuma ambição pessoal. Ellie e Paul se recusavam a dizer onde Elize estava e todas as tentativas que ele fazia de telefonar falhavam, ela sempre desligava ao ver que era ele até o dia em que mudou de número. A mídia o assediava em todos os lugares ao ponto de ele não querer mais sair de casa, sua vida agora era beber, chorar e despejar toda sua melancolia no romance que estava escrevendo.

[...] Acabara-se qualquer menção de cor, a vida perdera completamente a cor para David, não entendia porque Elize era incapaz de perdoá-lo, afinal julgara-o tão perfeito e direito ao ponto de negar-lhe o direito de errar? A verdade é que ele sentia falta de tudo nela, falta do cheiro de seus cabelos dourados, do jeito tímido do seu sorriso, do som agudo e macio da sua voz, do andar elegante e do calor do seu corpo contra o dele. Sentia-se enlouquecer com o passar dos dias, afastara-se das pessoas, trancara-se no seu próprio mundo permitindo o luto do seu coração, luto pela vida que seus pecados deixaram morrer, ele seria incapaz de se perdoar por tê-la feito sofrer, agora ela estava em algum lugar perdido por ai, longe de seu abraço, longe de sua proteção, renegando o amor que ela acreditava ser uma mentira. E provavelmente ela tivera razão para sentir-se assim, David fizera parecer tal pensamento ser real. [...]

- Noah, é hora de ir. – O homem de terno apareceu na porta com uma expressão solidária ao se deparar com o desânimo do escritor.

- Preciso mesmo?

- Seus leitores estão esperando.

            Com um suspiro leve, ele levantou e passou a mão pelo terno de giz que usava, era uma conferencia com a impressa e os fãs, fazia dois meses que Noah não saía do quarto de hotel desde que chegara à Londres, quando soube das notícias que circulavam na mídia seu editor fora buscá-lo em Hampshire imediatamente. O paradeiro de Elize era desconhecido aos paparazzi e em parte isso confortava Noah, o fato de eles não terem informações o bastante a ponto de assediá-la daquela forma. Ele estava promovendo seu novo livro Culpa e Redenção que mesmo ainda em fase de produção já era o mais aguardado entre os fãs. Quando apareceu no salão de eventos, forçou-se a sorrir e foi recebido com uma salva de palmas e gritos dos fãs de seus livros, colocando-se em sua cadeira, Noah sentou-se na cadeira e encarou rapidamente a capa do seu livro, nela um homem tinha a cabeça baixa impedindo de ver seu rosto, ao fundo uma fazenda e uma mulher trajando um vestido branco e fitando o horizonte. Ele sorriu brevemente e voltou o olhar para o público que o observava. Á frente, estavam os repórteres e logo atrás vinha o montante de fãs com livros que seriam brevemente autografados pelo escritor:

- Noah, Simone Carl do Daily Mail. Um amanhecer para dois foi seu livro de maior impacto e marca para sua ascensão à fama, a história de Culpa e Redenção vai ser igualmente arrebatadora?

- Cada livro é diferente um do outro, as histórias são focadas em temas diferentes o que não significa que cada uma não tenha seu próprio brilho. Todas as histórias merecem ser lidas. – Noah falou calmamente.

- Senhor Tedder, Landon Farm, New York Times.  Sobre o que fala o seu novo trabalho e quando estará finalmente concluído para que nós tenhamos acesso?

- O lançamento estará previsto para o mês que vem. Pelo menos o meu editor está me pressionando para isso. – ele falou bem humorado e todos riram, inclusive o próprio editor. – Conta a história de David Tenant, que esconde sua origem para se refugiar no condado de Lancashire onde conhece... – ele se interrompeu. – uma garota, ele se apaixona por ela e tenta conquistá-la. Mas ao descobrir os segredos do seu passado as coisas começam a se complicar para ambos.

- E como termina? – Um fã gritou dos fundos.

- Ainda estou vendo esse detalhe.

- Senhor Tedder, CNN, Joan Ellison.  O livro faz alguma referência ao seu affair com a garçonete Elize?

- Não. – sua voz soou rígida.

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Elize tentava se concentrar no texto que estava revisando quando sua secretária entrou de sopetão na sala.

- Você precisa ver isso! – falou ligando, sem mais nem menos, a televisão.

- O que? – Elize perguntou pouco interessada. – Estou trabalhando, Kallie.

- Estão falando sobre você na televisão!

Quando a imagem de Noah apareceu diante de seus olhos, Elize sentiu um frio na barriga e suas mãos ficaram trêmulas, seus olhos ardendo em lágrimas que ela reprimiu:

- É verdade que Brooklyn Hails foi o estopim do fim do seu relacionamento, senhor Tedder?

- Eu não desejo comentar sobre este assunto. Fiquem satisfeitos em saber que Elize foi a pessoas mais extraordinária que cheguei a conhecer em minha vida.

Elize desligou a televisão antes que Kallie protestasse. Se sentira particularmente incomodada com o pronunciamento de Noah e, como uma avalanche, as lembranças retornaram à sua mente.

Se ele realmente a estimasse como dizia teria respeitado a relação que ela acreditara que ambos compartilhassem, e não esperado até que ela se rompesse para se agarrar aos cacos.

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Noah jogou-se no sofá cor de vinho de qualquer jeito e levou a garrafa de cerveja à boca.

 - Mas e ai, cara, onde você esteve todo esse tempo? Você sumiu! - O rapaz de ar jovem perguntou animadamente, bebericando sua garrafa.

 - Oui. - Concordou uma garota de cabelos loiros e sotaque francês carregado que jogara-se no sofá também, deitando a cabeça no colo de Noah - Só soube de ti quando aquela moça apareceu. Dis-moi que ficou naquela cidadezinha até esses dias? - Comprimiu o riso de zombaria.

O escritor estralou a lingua, estendendo o braço no sofá.

 - Precisava de um tempo para me concentrar no novo livro. Sabem como é, aqui é muito stress com aquele bando de abutres que é a mídia.

A menina fez um muxoxo baixinho.

 - Podia ter nos avisado, mauvais, assim nós íamos te fazer uma visita. - piscou, os olhos esverdeados em pura provocação.

 - Caham. - Pigarreou o do outro sofá - Tem como deixar isso para outra hora, Leone? - Ela mostrou-lhe a lingua - Caara~, sorte que você não dá bola pra ela! Isso ia ser nojento, sério. Se rolar pelo menos não comecem a se pegar na minha frente. - Fez uma careta.

 - Uh... Não, relaxa, não vou dar bola para ela. - Tranquilizou, mesmo que em tom meio duvidoso.

 - Ah, como vocês são chatos! - ela sentou-se, pegando uma almofada e jogando em Arthur - Principalmente vous!

Ele riu, jogando a almofada nela de volta, a qual foi chutada habilidosamente para a cara do escritor.

Noah sorriu.

As coisas pareciam estar, lentamente, se acertando. Talvez se esquecesse de Brooklyn, de Elize, de Hampshire e de todo o resto com o tempo. Talvez pudesse ser feliz nessa sua nova e boa vida - que poderia ser melhor se sua garota estivesse nela.

Ah, sim... Elize fazia muita falta e, o que Noah mais lamentava, é que com o tempo os detalhes da garota iam sumindo. Seu rosto agora não possuía ricos detalhes, apesar de ainda lembrar-se muito bem de seu sorriso vivo e de seus olhos brilhantes. Mas pensar nela era errado. Todas as esperanças de retorno haviam se reduzido a pó e o melhor que tinha para fazer era esquecê-la, mesmo que isso doesse profundamente em seu coração e alma, afinal seria ainda pior lamentar durante anos por tê-la perdido por entre os dedos.

Tinha que aproveitar, ser feliz enquanto essa felicidade estivesse ao seu alcance.

 - Noah? - Chamou Arthur, encarando o amigo que sorria como um idiota.

- Sim... - Era melhor manter esse sorriso por quanto tempo pudesse. Assim, surpreendeu os companheiros de Los Angeles lançando a almofada contra a cara do garoto, que protestou:

 - Ei! Isso não vale, golpe baixo.

 - Você baixou a guarda por que quis! - Gargalhava o escritor.

A saudade ainda era grande dentro de si, mas ele desistiu de lutar contra ela. Era incombatível e ficaria em seu coração por um longo tempo - talvez nem sumisse -, mas ele tinha a certeza que logo iria aprender a conviver com este sentimento que insistia em trazer o fantasma de Elize a tona para sua mente.

 - This... is... Arthuuuur! - O jovem deu seu grito de guerra, indo como um touro para cima de Leone, que ria usando o escritor como ponto de fuga.

 - Caramba, uma mistura de Leonidas com Rei Arthur está na minha sala! - Gargalhava ela - Veja isso, Noah, quem sabe te inspira no próximo livro: O Rei Arteonidas foi, como um touro, para cima da pobre e inocente donzela, que...

 - Só escrevo algo disso quando você me falar onde está a tal inocente e pobre donzela. - Sorriu.

Ela também sorriu e, finalmente, a mente de Noah não martelou comparações entre o sorriso desta e o sorriso de Elize. Veio apenas um pensamento que foi ignorado com determinação, demonstrado apenas por um morder de lábios.

"O sorriso dela é o mais belo de todos - e não será encontrado em nenhum outro rosto"


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