No dia seguinte após o fim da aula Cassie decidiu procurar por Albus, Rose havia contado para ela da briga que tivera com o Malfoy, e que dessa vez era definitivo. Ela não queria nunca mais olhar na cara do loiro, o que Cassie estranhou, por que afinal, por mais que Rose negasse, a loira na posição de melhor amiga sabia muito bem que a ruiva sentia alguma coisa pelo Scorpius, mesmo que fosse apenas desejo. Cassie foi atrás de Albus por que queria repreende-lo pelo que havia feito com James na manhã do dia anterior, o Potter mais velho havia ficado completamente irado, e o resto do dia foi um desespero para a grifa acalma-lo, mas no fim do dia estavam se divertindo em volta da lareira do Salão Comunal.

Ela chegou até a porta da biblioteca, sabia que era um ótimo lugar para começar a procurar por Albus, colocou apenas a cabeça para dentro e o avistou sentado de costas e com um livro de Historia da Magia nas mãos, entrou nas pontas dos pés, não queria atrapalhar os outros alunos que estavam estudando. Cassie cutucou o ombro do moreno, que assustado olhou para a loira, e quando percebeu quem era sorriu, ela apontou para a saída e ele concordou com a cabeça, arrumou seu material e a seguiu para fora da biblioteca.

– Oi – ele a cumprimentou quando eles já estavam no corredor, um pouco afastados da biblioteca.

– Oi – ela disse um pouco séria e de braços cruzados – A gente precisa conversar, sobre o que você fez com o Jay ontem.

Albus desviou os olhos por um instante, por mais que a ideia de fazer o super cuecão com James tivesse sido de Scorpius, ele havia se divertido muito, e fora ele também que descobrira o feitiço que o loiro usara contra o irmão, sem contar no quanto havia rido, mas isso todo mundo tinha feito. Mas então Albus sentiu uma pontada de ciúmes, Cassie nunca o tinha defendido do que James fazia contra ele, por mais que ela o tivesse ajudado alguns dias atrás com o cabelo rosa, o Potter mais novo tinha certeza que a loira não tinha brigado com James por causa daquilo.

– Isso não é nada, comparado ao que ele tem feito comigo desde que eu nasci.

– É verdade, mas também não é motivo para fazer aquilo com seu irmão.

– Agora ele é meu irmão? Ele costuma esquecer isso quando me xinga aos quatro ventos, ou me humilha na frente de todo mundo, quando ele é vitima, coitadinho do James... E você principalmente recompensa as burradas dele.

– Eu recompenso as burradas dele? – ela perguntou indignada – Você deve estar louco se pensa alguma assim.

– Recompensa sim, se eu ganhasse um sorriso seu, ou um beijo na bochecha, um abraço, qualquer coisa vinda de você, cada vez que eu empurrasse um primeiranista na privada, eu também seria como o James – Albus despejou de uma vez.

– Em primeiro, eu abraço e beijo seu irmão por que ele é meu melhor amigo, e não venha com essa, pois eu te abraço e te beijo também, em segundo, aquilo aconteceu uma vez e o Jay não empurrou o menino de propósito.

– Viu?! Você o defende, mesmo quando ele não esta aqui Cassie, o “Jay” – ele ironizou o apelido do irmão – não é nenhum anjo.

– É verdade... – ela disse de braços cruzados e se aproximou de Albus – mas pelo menos ele não se faz de um, ele é o que é, não precisa fingir que é um bom garoto, por que ele é um bom garoto ao jeito dele.

Ela virou as costas, e Albus segurou o braço dela fazendo com que ela girasse e ficasse de frente para ele, com os corpos praticamente colados, e então ele disse.

– Talvez eu esteja cansado de fingir – e aproximou o rosto cada vez mais ao da loira, que respirou fundo ela não tinha para onde correr, e quando seus lábios se tocaram não teve opção se não conceder passagem à língua do sonserino, que por sinal tinha um beijo bem inexperiente, o moreno estava tentando ser galanteador como o irmão, mas isso não funcionava com ele, tinha o próprio jeito, e talvez, se a tivesse beijado como Albus e não como uma imitação de James, Cassie não o teria empurrado.

– Você endoidou?! – ela gritou, passando a mão sobre os lábios num gesto de limpeza.

– Eu... Eu... – Albus estava vermelho, ele não tinha ideia do por que tinha feito aquilo, ele só tinha deixado o momento acontecer – Desculpa! – ele gritou, mas Cassie já estava no fim do corredor batendo os pés e estralando o salto.

Albus bufou e despencou no chão, e então tocou os lábios delicadamente com a ponta dos dedos, ele tinha beijado a garota dos seus sonhos, não tinha sido exatamente como planejara esses anos todos, mas tinha sido perfeito, para ele.

–Essa menina me tira dos eixos... – ele sussurrou para si mesmo, mas com um sorriso bobo no rosto.

Cassie virou o corredor e parou e encostou-se à parede, tocou os lábios com as pontas dos dedos, não tinha sentido nada, mas aquilo significava alguma coisa, significava que Albus gostava dela, talvez muito, talvez tanto quanto ela gostava do James, o que significava realmente MUITO, e a loira não sabia se estaria pronta para lidar com os sentimentos de outra pessoa, especialmente se fosse como ela pensava, sentimentos tão fortes. Mordeu o próprio lábio, como ela contaria isso para a Rose? Ou pior ainda, como ela contaria isso para o James?

Cassie chegou ao salão comunal e não tinha muita gente por lá, a maioria das pessoas deviam estar no lago, ou por ai conversando, ou se pegando, o que deveria ser o caso de James, mas ela não queria pensar naquilo, acabou encontrou alguém, sentada em uma poltrona com o seu gato no colo, Lily estava escrevendo em um caderno, provavelmente lição de casa.

– Ei Lily! – Cassie sentou de frente para a ruiva, que a encarou com um olhar astuto.

– Quem você estava beijando Cassade? – Aquela menina devia ter algum tipo de poder, não era possível, ela sabia de tudo.

– Eu? Beijando? Por favor, né?! Você ta louca Lily...

– Ou você tava beijando alguém, ou REALMENTE desaprendeu a passar batom, ta tudo borrado meu amor.

Cassie praguejou e a ruiva sorriu, ela adorava essa sua capacidade de perceber os detalhes que o resto das pessoas deixa passar.

– Ok! Eu te falo, mas você tem que jurar que não vai contar para ninguém! Você jura? – Lily deu de ombros, o que não foi muito satisfatória para a loira que a encarou com as sobrancelhas erguidas.

– Ok, eu juro. Nossa que exigência... – Lily revirou os olhos e afagou o pescoço do gato em seu colo.

– O seu irmão...

– AH MEU MERLIM! TA MENTINDO? VOCÊ BEIJOU O JAMES?! – Lily pulou da poltrona e o gato voou longe, ele caiu de pé.

– Calma garota! – Cassie gritou – eu falei seu irmão, não falei nada sobre o Jay.

– OH-MY-GOD! Você beijou o Al?! – Lily pegou Cassie pelos ombros e a chacoalhou – Mas, como? Que? Quando? Por quê? WHAAAAAAAT????

– CALMA! A gente tava conversando de boa... Quer dizer, a gente tava meio brigando, e ai do nada ele me beijou.

– Tipo assim, do nada, NA-DA?

– É! Do nada... – a loira olhava pra ruiva, como se ela fosse de outro mundo.

– Meu Merlin! O James vai ter um piti.

Cassie mordeu os lábios, se essa tinha sido a reação da Lily ela não queria nem imaginar qual ia ser a do James, ou ele ia matar ela ou ia matar o Al, ou pior... Ele ia matar os dois.

Albus entrou correndo no Salão Comunal da Sonserina, ele não esperava encontrar Scorpius lá, mas tinha que começar a procurar por algum lugar, por sorte quando ele entrou no dormitório encontrou o loiro, só que não na melhor cena que ele esperava, Scorp estava enrolado nos lençóis de sua cama e dormia, e uma garota estava deitada ao seu lado, uma garota de cabelos castanhos, Albus já tinha visto ela algumas vezes, achava que se chamava Tifanny, e era do quinto ano, ela estava acordada e fazia carinho nos cabelos do loiro, e lençol lhe cobria até a cintura, deixando os seios amostra. Albus virou a cara rapidamente.

– Me desculpe... Eu... Não queria – Ele disse já ficando vermelho.

– Não tem problema. – ela se levantou e abotoou os botões da camisa de Scorpius que ela vestira – Quando o bonitão acordar, avisa que eu estou pronta para um segundo round a hora que ele quiser... – ela disse já fechando a porta do quarto.

– SCORP! – Albus pulou na cama do loiro fazendo ele dispertar.

–CARALHO! – ele gritou assustado – Albus? Cada aquela menina?

– Ah... Ela saiu, disse para você procurar ela depois...

–Ela disse isso? –Albus revirou os olhos

– Em resumo ela quer dar para você de novo... Mas cala a boca e me deixa falar.

Albus contou detalhadamente tudo o que tinha acontecido com ele e Cassie, e Scorpius ouviu tudo atentamente.

– Isso é demais cara! Eu não disse que o próximo passo era se pegar pelos corredores?

– É, mas ela me empurrou depois...

– Isso não é nada, sua prima também me empurra o tempo todo, isso não quer dizer que ela não me ame.

– Quer sim.

Scorpius mostrou a língua para o amigo que riu, estava com um sorriso de orelha a orelha, que não ia sair de seu rosto tão cedo, ele tinha beijado a Cassie!

James entrou no salão comunal, tinha procurado pelo seu primo Fred para conseguir algumas bombas de bosta, e tinha conseguido, estava com uma sacola lotada, e com um sorriso triunfante no rosto quando atravessou a passagem da mulher gorda.

– Oi meu anjo – ele disse dando um beijo na bochecha de Cassie que estava sentada em uma das poltronas, Lily estava na da frente, e Rose ao lado da prima, ele cumprimentou as outras meninas também e sentou ao lado da loira.

– O que tem na sacola? – A loira perguntou interessada.

– Bombas de bosta, consegui com o Fred... Faz parte da minha, vingancinha... – um sorriso com um quê de psicótico surgiu no rosto do moreno.

– Você diz, contra o Al e o Scorp? – Lily perguntou olhando para Cassie em vez de para o irmão, que desviou os olhos da ruiva mais nova.

– É... Minha bunda ainda esta doendo, aqueles dois tem que pagar. E, além disso, vai ser muito engraçado...

– James... Eu... – Cassie começou – Eu não acho que seja uma boa ideia, você não precisa descer ao nível deles.

– Descer? Amor, eu já estou muito abaixo, á muito tempo. – ele riu, e Cassie não conseguiu evitar não rir também – Eu sei que meu irmão agora é seu amiguinho, não que eu esteja feliz com isso, mas não ligo muito, a gente se provoca, mas ele é legal, e é meu irmão... Diferente do Malfoy. – ele serrou os olhos em direção a Rose que o ignorou – Então, eu prometo que não serão danos irreversíveis...

Ele se levantou e deu outro beijo na bochecha da loira.

– Viu como eu sou um doce de pessoa? – ela riu e colocou os braços em volta do pescoço do moreno e o puxou para perto dando uma mordida no pescoço dele.

– Não, não é doce não... Mas eu amo mesmo assim! – eles riram juntos.

No dia seguinte, ninguém sabe como James fez com que as bombas de bosta fossem parar no dormitório dos sonserinos, algumas espelhadas pelo quarto, outras nas especificas camas dos dois, e outras dentro dos malões, assim eles não teriam nem roupas limpas para vestir depois. Nunca se tinha visto Albus e Scorpius tão furiosos quanto naquela manhã, e nem tão fedidos.