O tempo voou e chegou outubro, pouco mais de um mês de aula se passou, e os alunos nem ao menos tinham vistos os dias, especialmente os do último ano que não sabiam se ficavam felizes ou tristes com cada vez menos tempo para ficar em Hogwarts.

Cassie e James estavam sentados em um corredor qualquer conversando, na hora em que deveriam supostamente estar na aula de história da magia, a loira estava deitada no colo do moreno que acariciava com uma das mãos os longos cabelos da menina, enquanto comentavam besteiras e riam à toa.

Albus estava em um de seus intervalos, vinha caminhando com um livro na mão, imerso em sua leitura, e entrou no corredor onde estava James e Cassie, ele estava tão concentrado no livro que nem tinha visto os dois lá.

– Oi Al! – Cassie cumprimentou o moreno de olhos verdes, que olhou para ela e sorriu, enquanto James olhava com cara de “What?”.

– Desde quando você fala com meu irmão?- o Potter mais velho estava abismado com a ideia da loira conhecer Albus.

– Ah.. Um .tempo ai. – Ela deu de ombros, e James fechou a cara, enquanto o irmão mais novo já se afastava, e então ele apontou a varinha para o menino e conjurou um feitiço fazendo com o que os cabelos de Albus se tingissem de cor de rosa.

– James! – Cassie repreendeu o amigo que se acabava de rir.

– Ah foi engraçado! – Ele disse entre risos.

Cassie se levantou e correu até o Potter mais novo para ajuda-lo, que nem havia reparado no que o irmão havia feito, e James ficou rindo sozinho enquanto a loira se afastava com o moreno de belos olhos verdes.

Scorpius estava andando despercebido pelos corredores do colégio, cruzava com algumas pessoas conhecidas que o cumprimentavam, e ele as cumprimentava de volta, quando sentiu um cutucar nas suas costas, virou-se e deu de cara com uma garotinha de onze anos, olhos castanhos e cabelos escuros presos em um apertado rabo de cavalo, pelas vestes deveria pertencer a Lufa-Lufa, ela estava muita vermelha e quase chegava a tremer.

– Oi...

– Oi – Scorpius ergueu as sobrancelhas, meio confuso.

– Senhor Malfoy, a minha amiga Jenny queria saber se, se... – a menina gaguejou um pouco em quanto terminava a frase – se tem alguma chance de você ficar com ela.

Scorpius não conseguiu se segurar, ele caiu na gargalhada, deixando a menina que já estava nervosa, ainda mais, ela olhou para os lados sem saber se ficava ali esperando a resposta ou saia correndo, a garota já tinha decidido que mataria a Jenny, ainda não acreditava que a deixara colocar naquela situação.

– Diz para a sua amiga – Scorpius conseguiu falar entre o riso – que se ela ficar bonita, para ela me procurar em alguns anos.

A garota concordou meio envergonhada ainda, e se afastou o mais rápido que pôde, enquanto Scorpius continuou rindo.

– Iludindo garotinhas Malfoy?

Scorpius se virou e deu de cara com Melhany Martin, uma garota da Sonserina que assim como ele estava no sexto ano, Mel, como todos a conheciam, era muito bonita, cabelos loiros e bem cuidados meio ondulados iam até a metade das costas, olhos azuis e rosto com feições angelicais, mas de anjo tinha apenas o rosto, todos sabiam que a garota era puro veneno, que era uma das características que o loiro adorava nela, eles já tinham ficado inúmeras vezes, mas naquele ano ainda não tinham se falado muito bem, já que Scorpius estava muito concentrado em conquistar Rose.

– Não é iludir, quem sabe a menina fica super gostosa daqui a alguns anos... Eu não vou dispensar. – Ele deu um sorrisinho torto.

– E quem garante que daqui a alguns anos você vai estar com essa bola toda, hein? – Ela se aproximou dele e colocou ambas as mãos sobre o peito do loiro delicadamente.

– Eu me garanto loirinha... – As mãos de Scorpius involuntariamente deslizaram para a cintura de Mel.

– É mesmo?! Por que eu acho que ultimamente você ta parecendo homem de uma mulher só. – Ela sussurrou a ultima parte no ouvido do garoto.

– Hum, desde quando? – Ele disse com as sobrancelhas erguidas.

– Desde que você passa dia e noite abanando o rabinho, para aquela ruivinha... – ela disse ruivinha carregando a voz com desprezo.

– Você me conhece loira gostosa. – ele beijou o pescoço dela – Acha mesmo que eu sou o cara do tipo que se apaixona? – ele roçou os lábios nos dela.

– Não sei... – ela afastou um pouco o rosto e olhou nos olhos dele, e então começou a rir – Então o que é essa devoção toda?

– Não sei- ele deu de ombros – Acho que é... O desafio sabe, ela continua falando não, e isso me deixa louco! Mas... Eu nunca vou deixar de ser eu mesmo...

– Um cachorro, você quer dizer.

– Pode se dizer assim... – Ele deu um sorriso torto e finalmente puxou a loira para um beijo.

Já era noite quando Albus chegou ao salão comunal da Sonserina, tinha os cabelos molhados, ele e Cassade haviam ficado um bom tempo juntos conversando enquanto o moreno preparava uma poção para que os cabelos voltassem à cor natural, e depois usara a poção como shampoo, James já fizera isso inúmeras vezes, já sabia muito bem o que fazer quando aquilo acontecia, mas a companhia de Cassie fez com que nem se importasse de estar com os cabelos cor de rosa. Ele se sentou em uma poltrona ao lado de Scorpius.

– Que houve com o cabelo? – O loiro perguntou.

– James – Albus disse apenas.

– Ah... Cor de rosa de novo? – Albus afirmou com a cabeça – Cara, você devia revidar sabia? Você deixa seu irmão te tratar como um cachorro que ele faz o que quiser e nunca abre a boca para dizer um “a”.

– É que eu não tenho uma mente maligna como a dele...

– Ah, mas você tem um amigo com a mente muito mais maligna – Scorpius deu um sorriso que tinha um quê de psicopata, e esse sorriso para Albus geralmente significava detenção, mas dessa vez achava que talvez fosse gostar.

Scorpius falou sobre o que estava pensando em fazer com James, quando Albus percebeu uma marca de batom no colarinho da blusa do amigo.

– Scorp... O que é isso? – Ele apontou para a marca.

– Ah... - ele deu um sorriso travesso – Mel – ele disse simplesmente.

– Você não tem jeito não é?! Achei que tava gostando da minha prima.

– Por que todo mundo acha isso?! Não é só por que eu estou querendo ficar com ela que eu estou apaixonado.

– Eu não falei nada sobre estar apaixonado... – Scorpius corou um pouco com o comentário, e virou a cara para que o amigo não percebesse.

– Eu só quero provar para a metidinha da sua prima que ela também me quer, como todas as outras, mas nada.

– Sei... – Albus disse revirando os olhos.

Na manhã seguinte Scorpius e Albus levantaram cedo, mas não muito mais do que o normal, já que geralmente eles chegavam ao salão principal mais ou menos no mesmo horário que James, arrumaram-se e foram até o hall, encostaram-se a uma parede um pouco afastada, onde podia se ver as portas do salão principal abertas e as mesas já cheias de alunos que tomavam o café da manhã apresados para irem para as aulas, eles conversaram por um tempo e então viram ao longe James, Cassie e Rose vindo.

James estava rindo e conversando com as meninas, Cassie já até havia se esquecido do que havia acontecido com Albus, estava com um braço no ombro do Potter grifo que segurava a cintura da loira, e Rose estava ao lado da amiga, também conversava e ria com eles. Quando o trio chegou em frente ao salão principal, bem na entrada, em um local estratégico onde podiam ser visto por todos, Scorpius fez um movimento rápido com a varinha de onde ele e Albus estavam, fazendo um “cuecão” no Potter mais velho que prendeu a cueca do garoto na cabeça. James não estava nem um pouco preparado para isso, e levou um grande susto que o fez gritar.

– CARALHO! – a cueca lhe tampou os olhos, não via nada.

Albus e Scorpius caíram na gargalhada, junto com todos os alunos que estavam no salão comunal, Cassie e Rose ajudaram James a sair daquela situação, ele olhou furioso para todos no salão que no mesmo segundo pararam de rir, e então olhou em volta e viu os dois sonserinos tão conhecidos, ainda rindo como duas hienas, bufou, estava vermelho, quase se podia ver fumaça saindo dos ouvidos dele, Cassie e Rose o seguraram para que não fosse até lá.

– Calma Jay, não vale a pena, você é melhor do que isso. – Rose tentou acalmar o primo sem sucesso.

– VOCÊS QUEREM GUERRA? ENTÃO VOCÊS VÃO TER GUERRA! – James gritou, e Scorpius estufou o peito e bateu no mesmo em um gesto de “vem para cima” enquanto Albus se encolheu um pouco, mas mesmo assim nenhum dos dois parou de rir.

James cerrou os dentes, mas ele sabia que Rose estava certa, não valia a pena fazer algo naquele momento, ele precisaria parar e pensar no que fazer, mas aquele par de cobras que se cuidasse por que eles tinham mexido com o leão errado, por que James Sirius Potter nunca deixa nada para lá, e as vinganças dele são sempre muito pesadas.

Rose estava sentada sob uma árvore lendo um livro ao fim do dia, estava no jardim do colégio, lá era bem mais calmo, já que quase todos costumavam se encontrar no lago depois da aula, era silencioso, e perfeito para se concentrar em uma leitura. Ela estava imersa em uma cena emocionante, quando sentiu sua visão ser tapada por um par de mãos fortes, mas de uma forma delicada.

– Adivinha quem é?

– Preciso mesmo, Malfoy.

– Como você acertou? – ele disse fazendo biquinho e indo parar a frente da ruiva.

– Eu não to com paciência para você agora. – Ela voltou-se para o seu livro.

– Nossa ta brava é? – ele deitou a cabeça no colo dela, bem sobre o livro, fazendo com que a ruiva bufasse.

– Não, imagina! – ela falou irônica – Você acha que eu não estaria depois do que você fez hoje de manhã?

– Você diz sobre o James? Aquilo não foi nada, foi só uma brincadeira, e além do mais até você tem que admitir, o cara é um idiota.

– O James pode ser um idiota, mas ele é meu primo, e eu vou defendê-lo ele estando certo ou errado. – ela empurrou a cabeça de Scorpius do seu colo, fazendo-o bater um pouco forte no chão – E além do mais, no quesito idiotice você ganha de longe do Jay.

– Ai! – ele falou esfregando a cabeça onde batera no chão, enquanto Rose se levantava para se afastar do loiro – Mas o Al também é seu primo, e eu nunca vi você defender ele do que o James faz.

– Você não sabe nada sobre mim Malfoy. – ela enfatizou o nada – Se eu defendo ou não o Albus, não é da sua conta, mas se quer tanto saber, se eu não estivesse por perto às brincadeiras do James podiam ser bem mais pesadas, mas já que vocês dois – ela enfatizou o dois – decidiram entrar na brincadeira, eu não vou abrir a boca nenhuma vez mais para dizer ao James o que ele deve ou não fazer... Vocês estão por conta própria agora.

Ela começou a se afastar deixando um Scorpius abobalhado, esfregando um pequeno galo na cabeça.