A Rosa Que Sangra escrita por Wondernautas


Capítulo 30
Pragas de jardim


Notas iniciais do capítulo

Narrado por Manigold...



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Sabe aqueles momentos em que você não sabe o que deve fazer? Estou vivendo isso agora, nesse exato instante. Não saberia descrever o que estou sentindo, senão uma plena sensação de desordem de pensamentos. Tenho de admitir que pensar ao respeito do que há ao meu redor nunca foi meu forte. Se mal compreendo o que está dentro de mim, como entenderei o que me cerca?

– Me conta o que aconteceu... – peço, agachado e olhando para esses olhos azuis, agora vazios, que me cativaram como nunca antes em toda a minha vida.

– Foi o Minos. – responde Albáfica, diante de mim, assentado no sofá.

Há algumas horas, ele chegou aqui, parecendo eu quando bebo todas. Meu coração ficou minúsculo quando vi o meu azulzinho daquele jeito, como se um trator tivesse passado por cima dele. Mas parece que agora faz sentido quando pensei daquela forma. Afinal, foi mesmo um trator que o deixou nesse estado: o trator maldito chamado Minos Bezzarius.

– O que aquele desgraçado fez com você? – questiono, furioso. – Me fala que vou agora mesmo quebrar a cara dele!

– Deixa isso pra lá, por favor... – pede ele, desviando seu rosto para o seu lado direito. Aparentemente, Albáfica está tendo dificuldade para se expressar.

O que será que aconteceu contigo, meu lindo? O que aquele maldito fez com você? Como eu queria ouvir a resposta dos seus lábios, mas infelizmente parece que não tem forças para isso ainda. Portanto, não devo força-lo a nada. Por outro lado, tudo isso apenas eleva a minha fúria contra Minos. Eu já não estava suportando-o, desde o começo. E agora ele te deixa assim? Inaceitável, seja lá o que o imbecil em questão tenha aprontado.

– Eu preferiria te falar sobre isso depois. Ainda estou com um pouco de dor de cabeça.

– Pensei que, depois da sua soneca, o efeito do remédio já teria te ajudado. – comento, enquanto observo o seu rosto perdido.

– Me ajudou sim, obrigado. Mas ainda não estou muito bem.

Respiro fundo. Talvez ele não queira mesmo esclarecer o que acontecera mais cedo para deixa-lo nessa situação. Contudo, há muito o que ser colocado em pratos limpos. E dos nossos assuntos particulares, Albáfica não pode escapar.

– Precisamos conversar. – afirmo, assim que me levanto e assento ao lado direito dele, no sofá, capturando dessa forma o seu belo olhar para mim.

– Estou mal, por favor, deixemos isso para depois.

– Precisamos conversar sobre outra coisa.

Noto que a expressão dele muda um pouco. Seu rosto fica levemente corado, o que talvez indique que, no mais profundo, já sabe do que se trata.

– Sobre o quê?

– Pela sua cara, acho que já deve imaginar.

Albáfica, apesar da minha leve alfinetada, não corresponde ao meu dizer. Nesse caso, com outro suspiro meu, decido prosseguir, momentos em seguida:

– O Dégel esteve aqui mais cedo.

– Eu já sabia que ele viria. – se antecipa, antes que eu continue a falar.

– Sim, mas aproveitei para conversar com o gelinho do Kardia sobre nós dois.

– Nós dois?

– Revelei pro Dégel o que acho sobre nosso relacionamento.

– Do que exatamente você está falando? – questiona, arqueando sua sobrancelha esquerda, com certa insegurança em sua expressão facial.

– Você não me ama mais: foi o que disse pra ele.

– De onde tirou essa ideia absurda? – se revolta, elevando muito o seu tom de voz, virando então todo o seu corpo para mim, fitando-me com esse olhar carregado de angústia.

Sim, angústia... Seria presunção minha afirmar isso? Não, sei que não. Eu conheço meu Alba muito bem, o suficiente para saber quando ele está bem ou não está. Posso não ter certeza se essa angústia é referente ao que acabei de dizer ou ao fato que acontecera com ele mais cedo, fato do qual ainda não tenho ciência... Quem sabe, até uma união dos dois? A verdade é que, incontestavelmente, o meu “companheiro de apartamento” não está nada bem. Saber disso parte o meu coração. E não poder fazer nada a respeito o dilacera em migalhas.

– Eu te amo! – exclama.

– Pois, ultimamente, ando inseguro quanto a esse seu amor. – admito, encarando-o com uma nova e séria força: o medo de perdê-lo. – Eu sei bem o que sinto, pela primeira vez na minha vida. É algo novo sim, para mim, viver um amor verdadeiro. Porém, eu não tenho dúvida alguma de que estou disposto a enfrentar o preconceito das pessoas e a indiferença da sociedade para ficar ao seu lado. Mas e você? Será que é capaz de encarar o mesmo por mim? Será que me ama mesmo?

– Pare com isso, Mani! – exige, sendo direto. – Eu nunca tive dúvida do que sinto por você. Eu sempre te amei! Me lembro até hoje dos dias em nossa escola, quando eu perdia minutos e minutos de aula apenas para te observar de longe, tendo a certeza de que nunca o teria. Acha mesmo que tudo o que senti e o que ainda sinto é mentira?

– Só quem pode me esclarecer sobre isso é você. – afirmo.

– Por favor, acredite no nosso laço. Foi um sonho apenas estar do seu lado como amigo. Estava disposto a aceitar ser apenas isso para você, mas depois que descobri que, na verdade, seu amor por mim também existia... – ele pausa suas palavras por alguns segundos, para que possa navegar em meus olhos. E, logo, dá continuidade à sua argumentação: – Não, não posso mais viver sendo apenas seu amigo. Você não está querendo terminar, está?

– Não, claro que não, mas na verdade tenho bons motivos para isso.

– Por quê? – questiona ele, parecendo estar ainda mais angustiado.

Antes de respondê-lo, as opiniões dos meus amigos são revividas instantaneamente: “Albáfica vê Yuzuriha como amiga, nunca teria nada mais com ela do que apenas amizade”. “Albáfica te ama, nunca te trairia”. “Albáfica é uma pessoa que se dá ao respeito, não se relacionaria com duas pessoas ao mesmo tempo”. “Albáfica é uma pessoa fantástica e por isso lhe conquistou”. Pouco a pouco, infelizmente, essas ideias estão sendo desconstruídas...

– Você beijou a Yuzuriha. – defino simplesmente.

O espanto total toma posse do rosto dele. E, antes que diga algo, me adianto:

– Não se dê ao trabalho de tentar mentir. Recebi uma foto por e-mail provando o que estou dizendo. Uma imagem vale mais do que mil palavras, não é? – o confronto, erguendo minha sobrancelha direita. – Então poupe seus argumentos, não valem de mais nada.

– Não desmentirei. É a verdade sim, ela e eu nos beijamos.

– Então o que me falou agora mesmo... Tudo não passou de balela, correto?

– Claro que não! – exclama.

– Então seja mais claro, pois não estou entendendo o seu “ponto de vista”!

– Todo ponto de vista é a vista de um ponto. – afirma.

– Não desvie do assunto, Albáfica. – impero, com firmeza.

Já chega de ser frouxo. Mesmo amando-o, não vou deixar que ele saia me traindo com qualquer pessoa por aí. Pois, mesmo tendo eu esse “fogo incontrolável”, jamais seria capaz de ficar com alguém senão ele. Pensando bem... Pode ser que mesmo fora do nosso namoro, não conseguiria me envolver com outra pessoa como antes. Portanto, exijo equivalente lealdade. Caso contrário, não poderá existir uma relação amorosa entre nós. Por mais que seja doloroso, terminará aqui o nosso compromisso se Albáfica não for capaz de me corresponder com fidelidade.

– Acho que agora estou entendendo. Você me traiu com o Minos também, não foi?

– Não! – exclama ele, em um tom ainda mais alto do que o anterior. – Com a Yuzuriha, foi um deslize sim, admito. Estou confuso, é tudo muito novo para mim. Por mais que eu te ame, a minha carne está cheia de dúvidas quanto ao que deseja. O meu coração não, pois ele quer você e tem total certeza disso!!

– Precisava beijar ela para saber disso? Ou o nosso namoro é moderninho e não estou sabendo? Por que, se for, eu posso sair pegando umas mulheres por aí enquanto tenho o meu machinho passivo na minha cama toda noite.

– Não precisa falar assim. – diz, certamente ofendido.

No fundo, me arrependo do comentário que acabei de fazer. Mas não cederei, mesmo nessa situação. Seja como for, Albáfica precisa sofrer um pouco. Sentir o que sinto com essa terrível dúvida sobre a legitimidade do seu amor por mim. E, quem sabe, eu deva espezinhá-lo ainda mais?

– Tá vendo como você está evasivo hoje? – insisto. – Não responde as minhas perguntas diretamente, está apenas fugindo delas com “palavrinhas espertas”. Fale, Albáfica: nosso namoro é tão moderninho assim, é? Enquanto eu te possuo e te deixo louco aqui, você preenche as suas necessidades de ativo com umas vagabundinhas?

– Para...

– Por que, se for bem assim, vou procurar uma vadia qualquer para mim. Você sabe, para um garanhão que sempre fui, a fila está grande.

De repente, ele se lança contra mim, me empurrando de costas para o sofá e prendendo os meus pulsos com suas mãos. Sem deixar de fitar meus olhos, prova que não tem medo algum de mostrar as lágrimas que os envolvem agora. Nenhuma derrama, mas é a verdade: seus olhos estão umedecidos, prestes a romperem as barreiras que lhes detêm.

– Eu não preciso de mais ninguém, mas se o seu caso for esse, tudo bem. Vá se divertir com qualquer uma, quando quiser e da forma que quiser. Uma, duas, três, quatro... Pegue todas, de uma só vez se preferir. A única coisa que te peço, que lhe imploro é que, em todas as noites, eu possa sentir o calor do seu abraço.

Fato. O sentimento que meu azulzinho tem por mim é real. Minha insegurança, que durara tanto tempo, acabou de desaparecer por completo. Sei que é verdade o que agora me fala. E ter essa certeza me acalma, me devolve a paz e a felicidade que haviam se perdido. Como é maravilhoso saber que Albáfica é meu, apenas meu... E que ninguém será capaz de tirá-lo de mim. Não por que o seguro com unhas e dentes, mas simplesmente por que seu desejo é permanecer comigo, ao meu lado, e nada mais.

– Não me deixa sozinho. Eu apenas quero estar com você, não importa como. Eu o amo de verdade. – conta, assim que suas lágrimas começam a escorrer dos seus olhos e pingar em meu rosto. – Eu não posso viver mais sem o meu caranguejo...

– Chega. – peço, me libertando das suas mãos. Desta vez, uso um timbre mais calmo, mais suave, mais sereno.

Sinto que ele está destruído por dentro, o que também me destrói. Não dá, por mais que eu desejo fazê-lo sofrer um pouco, não sou capaz de causar lágrimas no meu Alba, nem mesmo assim, enquanto estou cheio de tanta raiva. O amo demais para isso.

– Me perdoe pelo que falei. – digo, assim que ele se afasta de mim, saindo de cima do meu corpo, e volta a se assentar normalmente. – Eu fui longe demais.

– Acho que mereci. Fui um verdadeiro idiota. – opina, sobre si mesmo.

– Chega, eu pedi chega. – afirmo, levando minha mão direita em sua direção, passando então a acariciar seu queixo claro. – Não se critique mais por minha causa.

– Não é da sua responsabilidade as minhas idiotices. Sou um idiota, talvez você mereça coisa melhor...

– A melhor pessoa que posso ter é a que mais amo neste mundo: você, meu peixinho lindo.

Um sorriso invade a face do meu amado Albáfica. Isso, por consequência, me preenche de alegria e satisfação. Finalmente, depois de tanto tempo de espera nesse dia – apesar da noite já ter tomado posse do céu – que parece não acabar mais, posso desfrutar dessa maravilhosa beleza. Não há nada na Terra mais belo do que o sorrir do meu Alba. Aliás, é essa uma opinião equivocada. Nem mesmo o sorriso que ele possui faz frente para o pacote completo...

– Eu que tenho que te pedir perdão. Eu errei e me sinto como o pior dos pecadores por isso.

– Se você se deixar levar pelos ideais dessa sociedade, o simples fato de estar comigo seria um erro, meu gostoso. – declaro, passando então a mostrar um sorriso lascivo, eliminando por completo os meus pensamentos “puros”. – Você precisa decidir e escolher qual caminho seguir: a “razão”, entre aspas é claro, ou a emoção.

O sorriso do meu querido namorado se eleva. Porém, continua com a mesma base inocente e casta de antes. Ele, mesmo agora, se mantem como um mero garoto apaixonado. E nós sabemos que, na realidade, Albáfica já ultrapassou esse estágio faz tempo. Afinal, quando quer, meu azulzinho se torna um amante feroz. Seja na cama ou em lugares mais exóticos. Inocência, nesses momentos, nem nos sonhos...

– Eu já decidi. Vou seguir o que me diz a emoção, aliás, o que me diz o nosso amor. – articula, parecendo ter certeza do que fala.

– Saiba que fico feliz por isso. – conto, sinceramente. – Desde que descobri o quanto gosto de você, não tenho mais o interesse em me envolver com nenhum outro alguém. Seu amor é tudo o que eu preciso, Albáfica. Posso jogar todo o resto no lixo que não fará nenhuma falta.

– Eu também, mas... E o beijo entre Yuzuriha e eu?

– O beijo? Bem... Você sente algo por ela?

– Ainda não sei, mas com certeza, nunca será algo que se compare ao que sinto por você.

– Fico mais seguro ouvindo isso, seu romancista fascinado por rosas! – exclamo, expondo toda a verdade em minhas palavras. – Mas seja como for, eu terei o maior prazer em te ajudar a entender tudo o que está acontecendo com você. Apesar de minha personalidade ser um tanto quanto possesiva, e sabe bem disso, foi apenas um beijo, nem considero isso como traição. Até por que, se o problema estiver no sexo...

– Claro que não. Você me satisfaz totalmente. Eu é que não devo te satisfazer. – diz, entre risos. – Seu pique é alto demais para que eu consiga acompanhar.

– Mais que óbvio que me satisfaz! A questão do meu pique não é que ele é tão alto assim... É que a minha vontade volta rápido demais. – deixo claro, arrancando dele uma risada ainda mais forte. – Bem, voltando ao que eu estava falando... Se o problema estiver no sexo, podemos aumentar o nosso ritmo.

– Vou te dar um soco.

– Vai nada, vai nada... – brinco, aproveitando da situação. – Vai me dar é um beijo. Ou coisas mais interessantes, quem sabe...

– Não, por enquanto, no meu estoque, só tem reservados bons socos pra você.

– Vou usar leite condensado, quero ver qual será sua reação. Esses seus socos se transformarão em coisas mais divertidas rapidinho! – o ameaço, sentindo-o estremecer. – Duvido que vá resistir. Da última vez, não conseguiu...

– É golpe sujo apelar assim. – se defende, fazendo-se de vítima, coisa que adoro e que sempre me enlouquece. – Se ficar me ameaçando, vou te mostrar a cueca vermelha que estou usando agora!

– Me mostra então. – impero, cruzando os braços e fazendo bico. – Vamos ver quem sai ganhando...

Sim, o clima entre nós já está bem mais leve. Já é drasticamente diferente do que se instalara nesta sala durante o início da nossa conversa. Porém, mesmo assim, minha curiosidade para saber o que acontecera com meu Alba em relação a Minos está me definhando. Preciso saber já o que houve!

– Sua dor de cabeça está melhorando? – pergunto, fazendo dessa uma introdução para a minha “verdadeira pergunta”.

– Sim, está. – responde, mantendo o seu sorriso imponente. – O efeito do remédio é retardado, mas está funcionando.

– Poderíamos conversar sobre o outro assunto então?

– Sobre o que aconteceu comigo? – indaga, assim que seu sorrir morre, tal como uma bela e singular flor sem seus idolatrados raios de Sol.

– Sim.

– Podemos, eu acho. Não posso te deixar sem saber do que aconteceu.

Alba parece estar mesmo disposto a me falar tudo o que houve com ele. Contudo, antes de fazê-lo, recebo um abraço apertado do meu amado. Não há nenhuma segunda intenção por trás desse gesto, pelo que parece. A verdade é que a intenção dele se mostra mais sentimental e menos carnal. Afinal, amor nada tem a ver com sexo. O contato de corpo com corpo é apenas fruto do desejo e dos anseios da carne. Um sentimento como o amor vai bem além, pois é mais completo, mais múltiplo, mais transcendental... – como o próprio Albáfica definiria nesses momentos – Enfim, pura e simplesmente um sentimento que une as pessoas como nenhum outro. Sim, não existe nada mais forte que essa capacidade de amar nutrido por nós, meros humanos.

– O Minos me dopou e fez o que bem entendia comigo. Estava eu incapaz de reagir.

– Como é que é? – questiono, furioso, usando minhas mãos para afastá-lo de mim e encará-lo nos olhos. – Aquele desgraçado fez o quê?

– Foi isso o que aconteceu... – define, com suas palavras, mostrando para mim o quanto o tema lhe machuca. Talvez se lembrar da experiência seja algo que ele não queira, não mais.

É. Amor é sim muito poderoso, até demais. Porém, quando se ama alguém tanto quanto eu amo meu peixinho, mais do que a mim mesmo, o desejo de proteger essa pessoa ultrapassa todos os obstáculos. E, diante disso e das palavras que acabei de ouvir do meu azulzinho, a minha ira toma proporções animalescas. Quem aquele maldito Minos pensa que é? Isso passou dos limites do aceitável!

– Como aquele desgraçado pôde fazer isso contigo, meu Alba? Ele está enlouquecendo?

– Acho que foi coisa do Kazuya. Mesmo que o Minos estivesse obcecado comigo daquele jeito, não creio que faria algo assim por contra própria.

– O que aquele moleque ganharia fazendo isso?

– Eu não sei... – diz, desviando seu rosto para a sua esquerda.

– Bem, quer saber, isso também não importa! – exclamo, me levantando de uma só vez do sofá.

Os olhos de Albáfica se voltam para mim, mais uma vez. E, nessas circunstâncias, me pergunta:

– O que você vai fazer?

Suspiro, e fundo. Tomando para minhas mãos o meu par de tênis, – um dos quatro pares que tenho, logo o que estava jogado na sala desde que cheguei da academia e assim os deixei – me assento de novo no sofá. Após alguns segundos, enquanto vou calçando-os, redireciono o meu rosto para ele, que continua do mesmo jeito no sofá. E, dessa maneira, lhe respondo:

– Estou indo fazer Minos Bezzarius se arrepender de um dia ter nascido!


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