A Rosa Que Sangra escrita por Wondernautas


Capítulo 25
Floresta artificial


Notas iniciais do capítulo

Yo!! Perdão se o cap está mais ou menos. Não queria atingir um mês sem postar de novo T-T, além de que eu estou com um bucadinho de preguiça de revisar demais rsrsrs...



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– O que eu faço, Shion?

– Converse com ele! É o melhor conselho que posso te dar!

– Eu tenho medo de como ele reagirá.

– Esse é o menor dos fatos. Agora, por respeito e pelo amor que sente por ele, precisa contar a verdade.

– Você deve estar certo, aliás, está certo. Mesmo assim, me sinto tão sujo só de pensar nessa situação.

– Não se martirize. Está confuso e isso é normal. Mas vai por mim: o que sente agora é passageiro, apenas o verdadeiro amor irá permanecer.

Somos Shion e eu, conversando abertamente em uma agradável praça da cidade. Assuntos: minha relação com Manigold e meu beijo trocado com Yuzuriha.

– Eu trai ele. Sou um idiota, um imbecil! – exclamo, com meus olhos úmidos.

– Tudo o que você já passou, meu amigo, foram experiências dolorosas. Você acabou se tornando empático demais, o que está lhe prejudicando... – alega ele, fitando-me – Precisa parar de pensar tanto nas pessoas e se preocupar um pouco mais com suas fraquezas e necessidades.

Nada falo, apenas observo o par de olhos claros do ariano. Ele está com toda a razão ou não?

– Sabe o que seus olhos me dizem quando os analiso? – questiona o companheiro de Dohko, sorrindo.

– Sou um idiota, imbecil, burro, anta quadrada e cúbica? – suponho, arqueando minha sobrancelha esquerda.

– “Darei minha vida se for preciso”. – simplifica, me deixando pasmo devido a sua impactante afirmação.

Ouvindo essa frase, reflito automaticamente sobre todos os mais importantes tópicos da minha vida. É quando percebo que Shion está corretíssimo. Pois, apesar das dores e do sofrimento serem parte do passado, as feridas continuam e jamais desaparecerão. São cicatrizes eternas.

– Mas Shion... – tento argumentar, sem ter ideia do que dizer, de fato.

Mas o que eu poderia falar contra um dizer como esse? A pessoa que hoje sou foi moldada pelos acontecimentos de angústia e tristeza, que integraram a grande maioria dos ocorridos em minha vida. Creio que cada pessoa na Terra aprende bem mais com os erros e com as lágrimas, do que com os acertos e os sorrisos. Ainda assim, eu não aprendi tudo o que deveria aprender. Ou, talvez, tudo o que eu posso aprender. Já não sei mais qual opção é a mais adequada para meu caso...

– Você é uma pessoa maravilhosa e nunca pensa apenas em si mesmo. Veja, por exemplo, que mesmo um beijo não intencionado com outra pessoa está lhe fazendo se sentir o pior ser do universo! – completa, elevando o tom na última palavra proferida – Não tente ajudar os outros, nem proteger os outros, quando é você quem precisa de ajuda e quem precisa ser protegido.

– Não preciso ser protegido. Sempre soube cuidar bem de mim mesmo.

– E não penso o contrário. – alega ele, certo de si – Porém, há momentos em que ficamos fracos e incapazes de lutar. E são nesses momentos que precisamos confiar naqueles que são importantes para nós. Esses entes queridos lhe darão força, ou até mesmo lutarão por você caso seja necessário.

Mais uma vez, me mantenho em silêncio. Cada palavra do ariano se repete diversas e diversas vezes em minha mente, como se eu tentasse, com dificuldade, interpretar a ligeira verdade: ainda sou atormentado pelos fantasmas do meu passado.

– Não tente fazer tudo sozinho, Albáfica... – aconselha – Por mais que se importe com todos, precisa ter sua própria vida e tentar alcançar sua própria felicidade.

– Acha que é por isso que estou tão confuso?

– Mas é claro! – exclama – Esteve tão preocupado em esconder o seu sentimento do Manigold, e por tanto tempo, que quando pode finalmente se entregar aos desejos do seu coração, se esqueceu de que as suas feridas não estavam curadas. Em outras palavras: você não concedeu a si mesmo o direito de pensar em sua única e exclusiva felicidade.

– Está dizendo que eu deveria ser mais egoísta?

– Estou dizendo que você deveria pensar em você mesmo antes das outras pessoas. Como ajuda-las sem estar nas condições para tal?

Um sorriso invade o meu rosto. Nada do que meu amigo dissera está equivocado e é essa a verdade. Preciso encontrar a mim mesmo, meu curar de todas as minhas feridas para, dessa forma, encarar todos os obstáculos impostos pela vida. Entretanto, minha ligeira alegria desfalece como folhas secas no rigor do ríspido inverno.

– Eu nunca pensei que, um dia, seria capaz de machucar logo a pessoa mais importante para mim.

– Não vai machuca-lo. Não se contar logo a verdade para ele. Mas não se apresse. Pense e reflita, esteja bem consigo mesmo, para enfim ter a conversa que esse casal está precisando ter.

– Não Shion, sei que eu vou esmigalhar o coração do Mani. Eu não quero isso... – admito, me entregando, enfim, para as minhas rebeldes lágrimas.

– Seja forte! Você precisar ser forte!

– Eu não estou mais tão forte quanto antes... – esclareço, tentando reter o choro silencioso, em vão.

– Então volte a ser como era. Você tem tudo o que sempre sonhou, não deixe que a sua felicidade escape pelas frestas dos seus dedos...

Não, não permitirei que isso aconteça. Não mesmo! Apesar de tudo, essa é a mais feliz fase de toda a minha vida. Como eu poderia deixar tudo terminar apenas por um ato infantil e um comportamento infame como o meu? Terei de agir, e o mais depressa possível, para que meus erros não se transformem em algo maior e irreversível em um futuro nem tão distante.

– Preciso pensar na Yuzuriha também... – falo, quando as minhas represas azuis interrompem o fluxo de lágrimas, enquanto meu rosto permanece molhado pelas já derramadas. – Me sinto a pior pessoa do mundo quando me vejo em todo esse dilema.

– Mas você não é. Se bobear, é até o contrário. – brinca ele, entre risos.

Desde o beijo entre minha melhor amiga e eu, passamos nosso tempo cada vez mais juntos. Nenhum outro beijo rolou, nem nada demais. Por outro lado, a dúvida permaneceu: será que estou começando a me interessar de uma maneira mais profunda por ela? Se sim, como serão as coisas de agora em diante?

– Eu deveria ter resolvido essa situação há muito tempo! Sou sim um canalha! E da pior espécie!

– Pare com isso, chega de se humilhar tanto. Se criticar não o levará a lugar algum. – impera, sério, mas ainda assim calmo como sempre está.

De repente, sinto uma forte pontada em minha cabeça. Não demonstro nada, para não preocupa-lo sem necessidade alguma.

– Shion, eu já vou indo. Pedi o Dégel que me emprestasse alguns livros e ele já deve até ter levado eles para o apartamento. – uso tal desculpa para voltar para casa antes que a dor possa piorar.

Ele sorri, assim como eu. Ambos nos levantamos do banco da praça e, nos posicionando um diante do outro, nos abraçamos como legítimos amigos.

– Fique bem, meu amigo. Relaxe, pense, reflita e faça o que tem de fazer. – recomenda Shion, assim que nós dois desfazemos o abraço, segundos após o início do mesmo.

– Obrigado, de coração. Não sei o que eu faria sem amigos como você.

– Posso dizer o mesmo! – exclama, ainda mais sorridente.

– Nos vemos depois, Shion. Até!

– Até!

Nos viramos para lados opostos, dando início aos nossos passos. Já não faço ideia do destino de meu amigo, sendo quem sabe o lar dele. Afinal, o meu, é o apartamento que divido com Manigold. É, Manigold... Sempre que me lembro de você, dos seus sorrisos, dos seus toques, dos seus beijos... Sinto uma angústia crescer dentro de mim. Me sinto um lixo desprezível, com uma incomensurável vontade de chorar e chorar. Preciso estar preparado a pedir perdão.

Mais uma vez, uma inquietante dor lateja na minha cabeça. Cerro as pálpebras por alguns instantes. É quando, de repente, sinto que tudo está girando e vou ao chão. Ou, pelo menos, eu iria para ele, se não fossem dois braços pelo caminho.

– Você está bem? – pergunta uma voz.

Ao reabrir meus olhos, dou de cara com a visão de um azulado céu. Retomando o equilíbrio do meu corpo, me afasto do sujeito e me viro em sua direção. É desse modo que meu rosto fica pálido, perdendo por completo a sua pigmentação.

– Minos?

– É Albáfica, sou eu. – brinca ele, rindo.

– O que faz aqui?

– Eu moro por aqui, lembra? – indaga, sem interromper as leves risadas.

– É verdade. Cheguei a me esquecer desse detalhe. – afirmo, recuperando a minha serenidade, para evitar qualquer cantada indesejada.

– Está se sentindo bem? Se eu não estivesse aqui para te segurar, algo me diz que estaria estirado no chão agora... – articula, mais sério.

– Estou com uma leve dor de cabeça, só isso. São muitos dilemas para resolver, ultimamente.

– Ouvi dizer que uma tal de Asuka vem causando problemas, não é? O Asmita comentou alguma coisa sobre isso.

– Teoricamente, ela ainda não fez nada de mais. E torço para que não faça. Mas, para ser sincero, se fizer algo, não deve ser pior do que seu irmão fez.

– Já lhe pedi desculpas por tudo aquilo no meu aniversário. Mesmo sabendo que não vai mudar o que houve... – lamenta, em um tom um pouco mais triste do que o anterior.

– Sim, eu sei, eu que peço desculpas. Isso já é passado, tenho que esquecer. – falo, exibindo um educado, mas quase falso sorriso – Agora preciso mesmo ir...

Dou meia volta e retomo minha caminhada tendo, como antes, meu apartamento como destino.

– Espere... – pede Minos, acelerando o passo e se colocando ao meu lado direito, andando enquanto me ladeia – Seu apê fica a uns seis quarteirões daqui. Já a minha casa não fica muito longe. Vamos para lá, eu te dou um remédio para sua dor de cabeça e te levo de volta no meu carro.

– Não precisa, mesmo... – digo, educadamente, como antes.

– Claro que precisa! Você não parece estar tão bem quanto está tentando demonstrar...

Cesso meus passos e suspiro fundo, dando tempo para que minha cabeça sinta mais outras leves pontadas. Talvez não seja tão ruim aceitar a gentileza dele. O que poderia acontecer? Ser atacado por sua luxúria incontrolável? Me dá até certo desejo de rir ao pensar dessa maneira.

– Tudo bem, não faz mal. – cedo, observando a alegria brotar em sua face, enquanto lhe ofereço um sorriso, dessa vez, de modo mais sincero.

– Então vamos lá! – pede ele, virando seu corpo para à nossa direita.

Junto a ele, caminho. Durante o percurso, que leva poucos minutos, conversamos sobre coisas aleatórias, como a faculdade, o meu livro e o “adorável” Kazuya, irmão mais novo de Minos. Seria o rebelde sem causa a última pessoa na face da Terra que gostaria de encontrar nesse momento. Tudo de que menos preciso é ter que suportar desaforos dele.

Assim que chegamos, o dono da casa abre a porta e entra, se posicionando à espera da minha entrada. Assim que o faço, ele a fecha.

– Não se preocupe, meu irmão está na casa de um amigo. Ele não vai te incomodar... – afirma, enquanto eu tomo a direção do sofá da sala.

– Para ser sincero, eu diria “Ainda bem”... – brinco, assentando-me.

– Vou buscar o comprimido e um copo d’água. Espero só um pouquinho.

Minos se afasta e eu permaneço assentado, observando cada canto da extensa sala de estar. Quem diria que, um dia, estaria eu sozinho na casa de quem tanto me incomoda com suas cantadas e sua “cara-de-pau”. Se o Manigold estivesse aqui, talvez já tivesse esgoelado ele, e com todas as forças.

Pensando nisso, mais uma vez, sinto um aperto em meu peito. Afinal, o que ele fará quando eu lhe contar sobre o beijo entre Yuzuriha e eu? Como reagirá? Será que tentaria esgoelá-la também? Não, ela não merece. A culpa de tudo foi toda minha, que eu e apenas eu arque com as consequências...

– Albáfica, aqui está... – diz Minos, retornando com um copo de porcelana na mão direita e um comprimido na esquerda.

Dirijo meu olhar para o dono da casa, que se aproxima. Em instantes, ele se assenta ao meu lado esquerdo. Recolho, para mim, o copo, com água até sua metade, e o comprimido.

– Você ficará melhor logo logo... – comenta.

Por um momento, noto algo de diferente no seu tom de voz e na sua expressão. Algo que a conversa saudável e prazerosa que, há pouco tivemos, levantara indícios de um possível desaparecer: desejo. Espero que seja apenas uma impressão qualquer, pois quando ele quer, Minos pode ser um ótimo amigo. E ele já deve estar farto de saber que, no máximo, seremos apenas isto: amigos, e nada além.

– Obrigado. – agradeço, após tomar a água e engolir o comprimido, devolvendo-lhe o copo.

– De nada, Albáfica... – corresponde, tomando o objeto e colocando-o, em seguida, em uma pequena mesa do lado do sofá.

O tempo todo, nossos olhares permaneceram fieis entre si. Não saberia explicar a razão, mas o momento chega a incomodar. Incomodar de uma forma inquietante.

– Agora preciso ir. Pode me dar uma carona mesmo? – pergunto, me levantando do sofá.

Assim que o faço, sinto que estou prestes a perder o equilíbrio, como pouco antes na rua. Entretanto, meus olhos continuam abertos. E firmemente abertos! Assim como os braços dele me impedem de cair, outra vez. Por outro lado, diferente da primeira ocasião, ele me toma de frente e com muito mais força.

– Minos, obrigado, mesmo... Mas eu preciso dormir, não estou nada bem...

– E quem foi que disse que para você dormir, precisa voltar para a sua casa? – indaga, levantando a sobrancelha direita, demonstrando um lascivo sorriso.

– Como é que é? – me indigno, sentindo meu equilíbrio se esvair ainda mais.

O apoio dele se transforma em um, nada casto, abraço. Minos pressiona o seu corpo contra o meu, enquanto minha consciência parece sofrer de um lapso constante.

– Calma, você não está nada bem.

– Eu sei disso! – exclamo, com já poucas forças, encarando-o – Só preciso voltar para casa e ver o Manigold.

– Quem precisa daquele idiota? – debocha.

– Eu preciso! – grito, começando a me irritar de verdade, tentando fugir dos seus braços, sem sucesso.

O que está acontecendo? Sinto que tudo está girando e girando. Minha cabeça lateja com força, como se fosse explodir a qualquer instante. Minha pele parece arder e meus olhos lutam para permanecerem abertos, na missão de explicitar forças, estando elas quase nulas.

– Vem, vou te ajudar... – diz ele, ignorando minha irritabilidade.

Minos se descola de mim, mas não abandona meu corpo. Se o fizesse, com certeza absoluta, eu iria direto e reto para o chão. Me guiando, ele começa a andar, com o intuito de me levar para além da sala.

– Eu acho que estou com febre também... – acrescento – Por favor, preciso voltar para casa.

O braço esquerdo dele enlaça a minha cintura. O dono do local continua ignorando as minhas reclamações, enquanto me guia para outro cômodo: o seu quarto. Em poucos segundos, já me encontro de costas à cama.

– O que você está fazendo? – indago, notando que ele de fato não me quer fora dessa casa.

Assim que me deposita na cama, Minos retoma o caminho para a porta, a fecha e a tranca, deixando a chave na fechadura. Ao voltar seu rosto para mim, sua expressão de ardente desejo é quase que inegável, apesar do meu atual e lastimável estado.

– Estou fazendo o que eu sempre quis fazer, Albáfica. – declara ele, se aproximando, desabotoando a calça jeans com ambas as mãos.

Tudo o que consigo fazer é erguer parte do meu corpo e apoiar todo o meu peso com meus cotovelos sobre os lençóis. Fitando-o, grito:

– Pare de graça e me leva embora!

Repentinamente, Minos deita sobre mim. Tento empurrá-lo para longe, distanciá-lo de mim com tudo o que tenho. Mas não consigo. Estou inofensivo, como uma frágil presa diante de um ávido predador. Estou do jeito que ele sempre quis.

– Você vai ser meu! – sussurra, com a boca colada à minha, a calça entreaberta e o seu baixo ventre próximo ao meu. – Vou te ter como sempre sonhei.

Sua mão, com calma, é levada até a parte de trás da minha calça. Ela toca o tecido, mas logo é acompanhada pela outra. Juntas, apertam meus glúteos com tudo, contracenando com o crescente volume do irmão de Kazuya, como também com a respiração descompassada do mesmo. Faço de tudo o que posso, mas não consigo nem ao menos relutar. Pela milésima vez no dia, me lembro do Manigold... Alguém que, apesar de tudo, sempre me respeitou, que sempre demonstrou um sentimento capaz de aguardar o tempo que fosse necessário para àquela hora H. Alguém que nunca deixou de me proteger, precisando ou não de proteção. Uma pessoa que me aceita não pelo que aparento, mas pelo que, por dentro, sou.

– Manigold... – sussurro, em um tom quase imperceptível, enquanto sou atacado sem nenhum pudor.

O que fazer? Nunca imaginei que Minos chegaria a uma atitude como essa! Nada disso estaria acontecendo se eu tivesse capacidades de enfrenta-lo agora. Com toda a certeza, se eu pudesse, estaria lhe dando uma bela de uma surra. E uma surra com porcentagem nula de apelo sexual. Porém, não consigo. Tudo o que está ao meu alcance é ser vítima da sede dele. O turbilhão de sensações que me toma é avassalador. Impotência, angústia, desespero... Me sinto pequeno, minúsculo diante dessa situação.

Posso ouvir os gemidos firmes dele no meu pescoço, repudiar os movimentos de sua língua por ele, sentir a pressão de suas mãos na minha carne e a de seu volume sobre meu baixo ventre. É assolador. Algo que, mais do que nunca, me desperta o desejo de me refugiar na única pessoa que se interessou por mim sem jamais ter ultrapassado qualquer limite. A única pessoa que me ofereceu conforto ao mesmo tempo em que prazer. Aquele único ser que se entregou de verdade para mim e que me fez fazer o mesmo por ele. Aquele que me ama de verdade, por quem derramo agora essas lágrimas de apelo e socorro. Tudo o que eu gostaria de dizer... “Preciso de você, Manigold”...


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Notas finais do capítulo

Abraços^^