Quédate con el Cambio escrita por ReBeec


Capítulo 23
Cap. 22 - Sala de Artes




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– Tem se divertido nessas semanas? – Ambre perguntou logo depois de bater com força a porta do armário de Alice.

Alice a olhou, alarmada:

– Perdão?

– Que tal uma historinha para te alegrar ainda mais? - Ambre ironizou, e não a deu tempo para resposta: - Era uma vez uma menina que se mudou de cidade. Ela se apaixonou pelo garoto errado, e foi atrás dele achando que teria um final feliz, mas daí a irmã do garoto apareceu e arrancou as tripas dela. Fim.

Alice arregalou os olhos.

– Então, você vai querer que eu encena a história também? - Ambre perguntou. - Ou já deu pra entender a essa altura?

Nesse instante, o sinal tocou, indicando que os alunos deveriam entrar na sala para o quinto período.

– Eu tenho que ir – disse Alice, fazendo menção de partir, mas Ambre colocou o braço no armário e impediu sua passagem.

– O que está fazendo?

– O sinal tocou, Ambre – disse. - E eu vou para aula.

– Não. Você vem comigo.

Ambre prendeu sua mão no braço de Alice, com a firmeza que só uma atleta poderia ter, e puxou a garota até um corredor ao lado, ignorando as censuras recebidas até atravessarem uma porta e fechar atrás de si, resultando nas duas garotas sozinhas no lugar.

– Ai! - Alice exclamou, massageando o braço. - Meu Deus, o que está fazendo? - Olhou em volta - Aonde estamos?

A sala era ampla, com largas mesas de madeira aonde repousavam paletas e fracos de tintas, e o espaço livre era ocupado por telas com pinturas rabiscadas.

– Sala de Artes – informou Ambre.

Jonathan gostaria daqui..., o pensamento saiu sem querer, totalmente fora de hora.

– E por que você me trouxe para cá?

Escuta – Ambre ordenou, cruzando seus braços e olhando fixamente a Alice. - Eu já aguentei isso por tempo demais. Eu não sou idiota, Alice, por mais que muitos pensem isso. Você acha que eu nunca percebi o jeito que você encara meu irmão? - perguntou, sem esperar a resposta. - Mas, sabe, isso eu até deixo passar, porque senão eu teria que prender metade das garotas dessa escola na sala de Artes.

Você nos prendeu aqui?!

– Esse não é o foco - Ambre afirmou, e em seguida respirou fundo para se recompor. - Mas beijar o meu irmão... Meu bem, isso já é longe demais.

– Você viu, então...

– Como eu não teria visto?! - se exaltou. - Você estava praticamente no colo dele quando eu entrei na sala!

– O quê? - Alice se ofendeu. - Que tipo de garota você acha que eu sou? Escute, em primeiro lugar-

Calada!

E Alice se aquietou, mais pelo susto do que pela ordem. Ambre pôde continuar:

– Me escuta, Alice, vou tentar falar isso de um jeito mais fofinho, tá legal? - e jogou os cabelos para trás. - É o seguinte, eu não quero você envolvida com o Nathaniel, simples.

– O quê? Por-

Deixa eu falar! - Respirou fundo novamente, e continuou: - Okay, vamos deixar as coisas cristalinas entre nós: meu irmão parece... gostar de você, ou algo parecido. Mais do que ele já gostou de alguma outra garota... com quem ele não namorou. No começo, eu achei que você não seria nenhum problema. Umazinha qualquer, como a Melody.

– A... me desculpa, a Melody?

– É, ela é caidinha pelo Nath. Ah, por favor, a paixãozinha dela é ainda mais na cara do que a sua. Só falta ela colar cartazes pela escola. - Um momento se fez para que Alice pudesse digerir a informação. Bem, não posso mais negar agora, ela pensou. Tive a confirmação que faltava de que Melody é realmente apaixonada pelo Nathaniel. Isso... Seria antiético? Eu, continuar com o Nathaniel?, se perguntou. Droga, gostar de um menino não deveria ser tão difícil. – Mas você... - Ambre prosseguiu - sei lá, até parece que ele corresponde aos sentimentos. Não faça essa cara, não estou dizendo isso para te deixar feliz! Enfim, de qualquer jeito, eu só quero que você se afaste dele. Tipo, permanentemente. Acredite em mim, ele não é areia pro seu caminhão. Você com certeza não merece a atenção do Nathaniel, então fique longe. Só isso, e ninguém aqui ganha problemas. Nem eu, nem você, nem o meu irmão.

– Bem, e se eu me recusar?

Ambre a olhou de cima para baixo e ergueu o queixo.

O olho direito dela tremia quando falou:

– Então, minha doce e pequena Alice, você vai ficar tão longe do País das Maravilhas quanto possível – sorriu amargamente. - E eu mesma te dou essa garantia.

– Ah, Ambre... eu sei que você não machucaria uma mosca.

Ambre avançou dois passos e deu um tapa forte no rosto de Alice.

– Pelo menos as moscas – retrucou - tem a esperteza de morrer com um tapa bem dado - e virou seu corpo esbelto para a porta, movendo com força a maçaneta e se retirando. Ela não voltou a olhar para Alice, a garota que sentia a mesma bochecha que Nathaniel beijara mais cedo arder com uma força descomunal.


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Notas finais do capítulo

:O



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