Quédate con el Cambio escrita por ReBeec


Capítulo 22
Cap. 21 - "Não conto se você não contar"


Notas iniciais do capítulo

Oi :3 Mais alguém fez Enem?



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– Você perdeu a festa na sexta – disse Íris. - Foi bem legal.

– Quem que foi? - Kim perguntou, arrumando a boina em sua cabeça.

– A Melody, claro. Ah, não, Íris – Íris debochou de si mesma -, a gente invadiu a casa da menina pra tirar um cochilo. Enfim, também foi a Violette, a Rosa, a Beatriz e eu. E a Alice. Aliás, Alice – Íris a cutucou. - Esse celular te hipnotizou?

– O quê? - Alice a olhou atordoada. - Desculpe, você falou alguma coisa?

Kim olhou Alice desconfiada, depois arrancou o celular da mão dela.

– Ei!

– Você está esperando alguém te ligar? - Kim perguntou, olhando o visor do eletrônico. - Por que você pode ligar você mesma, não sei se já te falaram isso.

– Eu sei, eu sei. - Alice respondeu, pegando seu celular de volta. Mas geralmente é o Ken quem me liga, não o contrário, pensou. Íamos nos ver novamente nesse fim de semana, mas ele nem deu sinal de vida. O que será que aconteceu? Porém, ela tinha coisas mais urgentes a pensar. - Ah, vocês saberiam onde está a Melody? - perguntou as meninas.

Kim deu de ombros.

– Acho que ela foi resolver um negócio na sala os professores – arriscou. - Por quê?

– Ah, por nada. - Ótimo.– Bem, eu preciso ir. Falo com vocês depois, certo?

– Tá bom... - disse Íris, confusa, enquanto Alice se afastava.

Alice caminhou apressadamente por entre os armários até a Sala dos Representantes, quase saltitando pelo seu bom humor. Sabendo que Melody não estava lá, era a perfeita oportunidade para encontrar Nathaniel.

Alice ainda se sentia culpada por estar escondendo isso de todos, mas achava necessário. Melody, além de adquirir um comportamento estranho quando se tratava de Nathaniel, também estava sempre próxima dele. Alice, claro, já havia percebido isso. E realmente suspeitava dos sentimentos de Melody por Nathaniel.

Ao virar um corredor, deparou-se com uma garota escrevendo num caderno, quase esbarrando com ela. Era Peggy, que, ao ver Alice, abriu um sorriso:

– Alice! - exclamou animada.

– Estou sem tempo agora, Peggy – Alice avisou, continuando seu caminho, mas Peggy deu um passo ao lado, bloqueando parcialmente a passagem da garota loira.

– Calma, não vou demorar – ela falou prontamente. - Só queria confirmar se nosso acordo ainda está de pé. Não a vi durante dias, então não sabia como andava o processo.

– Ah, sim... Anh...

– A manchete sobre o Castiel – Peggy a lembrou. - Se não tiver conseguido, ou acha que não vai conseguir, pode dizer agora, e me dará tempo para preparar a notícia do Nathaniel. Sem ressentimentos, obviamente.

– Não! - Alice disse, alto demais. Conseguiu logo se recompor: - Não, não precisa. Eu vou conseguir, Peggy. - Euconsegui...

– Então preciso que me entregue quinta-feira, no máximo. De acordo?

– Sim. - Alice afirmou. - De acordo.

– Perfeito. Nos falamos depois. - Peggy deu um aceno com a mão, e seguiu em seu próprio caminho no sentido contrário.

Alice colocou a mão na testa, preocupada. O bom humor desapareceu em imediato.

Era verdade, pensou. Ela já tinha a manchete sobre o Castiel, mas as coisas eram muito mais complicadas do que pareciam!

Quando saíra com Nathaniel, ele a levou, por acaso, na escola onde ele e a irmã haviam estudado. E lá, Alice conseguiu uma foto de infância de Castiel com Ambre – o que também resultou na dedução incômoda de que Castiel, Ambre e Nathaniel estudaram na mesma escola durante a infância.

Mas Peggy provavelmente estava esperando algo que fosse denegrir (ainda mais) a imagem de Castiel, não uma foto dócil como Alice ainda tinha conseguido. Talvez Peggy não aceitasse a foto, e tudo fosse por água abaixo.

E havia mais: Ambre também estava naquela foto, e estaria incluída na notícia que Peggy montaria. E, por mais que ela e Alice não se dessem muito bem, Ambre nunca mais implicou com ela. As duas, em fato, nem se falavam mais. Castiel já havia dado motivos o suficiente para receber tal atitude de Alice, mas era justo fazer isso com Ambre?

– Ei! - uma pessoa reclamou atrás de si. - Vai ficar plantada no meio do corredor o intervalo inteiro?

Alice olhou para trás, deparando-se exatamente com sua vítima: Castiel.

Deu espaço para que ele passasse.

– Desculpe – ela ainda falou. Idiota.

Castiel não disse mais nada, e a ultrapassou, de cara fechada.

Sim, ele merecia tal atitude, Alice concluiu. Mas o que Ambre havia feito de tão mal para ser igualada ao Castiel?

[…]

– Parece que alguém tentou roubar o gabarito das provas... - Nathaniel comentou, passando a mão na testa suada e se sentando-se na cadeira em frente a Alice. - Mas o assunto já está quase resolvido, depois de muita dor de cabeça.

– Ainda bem...

– Agora o problema é que a coordenação está reorganizando o orçamento para que possamos investir num sistema de vigilância. Estão pensando em colocar câmeras nas salas e nos corredores da escola.

– Isso não seria falta de privacidade, de alguma forma? - Alice contestou.

– Estranhamente, não, já que essa escola não é uma instituição privada, mas pública... É uma questão um tanto complicada.

– Imagino... - Alice suspirou, apoiando a mão em seu queixo. - E você pode me falar esse tipo de coisa?

Nathaniel abriu um sorriso culpado:

– Não.

Alice teve de rir.

– Por favor, não me denuncie – ele completou.

– Não se preocupe – Alice respondeu. - Não conto se você não contar.

– Posso confiar em suas palavras? - ele brincou.

– Bem... quando nós saímos para ver aqueles gatinhos adoráveis, nós entramos no corredor da sua antiga escola sem ter autorização. Você não me viu contar isso para alguém, viu?

– Tem razão, tem razão. - Nathaniel aproximou-se dela, e deu-lhe um beijo na bochecha. Alice adorava tanto quando ele fazia isso. - Você deveria ganhar um agradecimento especial por isso.

– O que tem em mente? – ela perguntou, numa nova mistura de timidez com empolgação.

Nathaniel mordeu os lábios.

Alice entendeu.

Não era isso que eu estava pensando...

E, numa ousadia silenciosa, acrescentou: Mas isso é bem melhor.

Os momentos do almoço que tiveram noutro dia se repetiram na Sala dos Representantes.

Alice sentiu sua cintura ser novamente envolvida pelo braço de Nathaniel; só que, dessa vez, ele a puxou para mais perto; muito mais perto.

Ela soube que estava ficando corada, mas não desviou os olhos de seu rosto. Ao invés disso, depositou delicadamente sua mão no ombro do rapaz, como se quisesse mostrar o quanto também desejava aquilo. Ela não o rejeitaria novamente. Ela queria realmente progredir naquele relacionamento.

Nathaniel abriu um leve sorriso, e a beijou rapidamente no nariz, fazendo o coração de Alice dar um salto. E, depois, ele desceu lentamente até os lábios.

Ela ainda não acreditava no que estava para acontecer. Era como se soubesse que eles seriam interrompidos mais uma vez por um garçom inconveniente, ou como se estivesse prestas a acordar de um sonho que durara a noite inteira.

Mas aconteceu.

Os lábios de Nathaniel encostaram-se no de Alice, suavemente, como se estivessem selando um segredo entre os dois. E no segundo seguinte ela o pressionou contra si em resposta, tanto controlando sua súbita urgência, como também aproveitando o momento que tanto aguardara.

Nathaniel levou sua outra mão até a nuca de Alice, eliminando qualquer espaço entre eles, absorvendo-os ainda mais um contro o outro.

A descrição mais próxima do que sentia era tão clichê: como se realmente estivesse flutuando. Como se Nathaniel conseguisse eliminar o mundo ao redor deles num pequeno gesto como a beijar nos lábios.

Mas Alice ouviu a porta da sala se abrir num estrondo.

Os dois se separaram de imediato. Alice amaldiçoou quem quer que tivesse acabado de entrar e, por um segundo, preocupou-se em a pessoa ser Melody. Mas ao virar-se para saber quem era, foi uma Ambre irritada que encontrou.

Ambre estava com os cabelos soltos para trás e um delineador forte nas pálpebras. Fitou, sem reação, Nathaniel e Alice. Em seguida, limpou a garganta e perguntou:

– Mandou me chamarem, maninho?

Nathaniel assentiu, e virou o rosto para Alice:

– Nos vemos depois, tudo bem?

Alice concordou com a cabeça e levantou-se. Partiu com cautela pela soleira da porta – onde Ambre não fez questão de se mover -, e se retirou.

A porta da Sala dos Representantes foi fechada logo em seguida, mas Alice ainda pôde ouvir Nathaniel murmurar:

– Ambre, você sabe porque eu te chamei aqui. Agora, me responda, como aluna e como irmã: por que você roubou o gabarito das provas?

Alice não ouviu mais nada. E, sem mais o que fazer durante o intervalo de almoço, já seguiu em direção a sua próxima aula.


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Notas finais do capítulo

sjkfhsjfhsjfhsjfhskjfhsdkfjsfhsfNathaniel ♥ ♥ ♥



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