Quédate con el Cambio escrita por ReBeec


Capítulo 20
Cap. 19 - "Foi um bom conselho?"


Notas iniciais do capítulo

Tá, antes que vocês me matem....
Eu tive um problema com o computador. A internet não acessava sites mais "pesados", e eu não conseguia de jeito nenhum entrar na minha conta do Nyah (mesmo que Nyah não seja um site pesado). Durou umas três semanas isso.
Não arrumei isso ainda, mas eu fui tentar entrar em outro site (que nunca entrava) e foi! E então tentei aqui e taraaan! Tive que aproveitar e postar pelo menos um capítulo.

Comenários, lógico, já vou responder. Peço 40 mil desculpas por todo o atraso e irresponsabilidade aqui, e agradeço o dobro pela paciência de vocês :) Sério, obrigada mesmo.

E aqui está o porquê a Íris tinha que ir para essa festa:



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A noite, no final de tudo, parecia ter tido um saldo positivo.

Depois do “Verdade e Desafio”, as meninas foram ver um filme do estilo comédia romântica, algo chamado “Casa Comigo?”, e Alice foi severamente vaiada com pipocas ao criticar a pobreza do enredo.

- Alice, eu vou fazer você comer a máscara de abacate da Rosalya se você não parar com isso! - Foi só depois dessa frase de Íris, e de algumas risadas, foi que ela se calou.

Depois, as meninas foram ver um filme qualquer sobre fantasmas, mas na primeira meia hora Beatriz já havia gritado de susto cinco vezes, e Rosalya tentou sufocá-la com uma almofada. Então, depois de afastarem Rosalya e Beatriz, todas acharam melhor parar o filme para fazer qualquer outra coisa.

Passaram maquiagem umas nas outras com os olhos vendados, competiram no braço-de-ferro – onde Rosalya mostrou-se vencedora, e Alice se preocupou por um instante qual seria o destino de Beatriz se não tivessem impedido Rosa com a almofada -, viram que conseguia beber meio litro de refrigerante no tempo mais curto – essa foi Íris quem ganhou -, e até cantaram músicas populares dos anos setenta. Alice achou apropriado que Violette tivesse ganho no concurso de voz, e ela até parecia mais feliz com isso, considerando que andava muito quieta nas horas anteriores.

Por fim, Beatriz e Violette já estavam dormindo em seus colchões. Rosalya e Íris dividiram outro e ficaram ouvindo música com os fones por algum tempo, mas Íris também se perdeu no sono em poucos minutos, seguido de Rosalya.

Alice ainda discutiu mais um pouco com Melody, onde falaram sobre ballet clássico e contemporâneo – sendo que Alice sabia muito pouco sobre o assunto -, e o tipo de música que era mais apropriada para dançar – esse sendo um assunto bem mais conhecido.

Discutiram também sobre lugares do mundo onde queriam visitar, e que comidas evitariam em suas viagens. Quando pararam na Indonésia, Melody bocejou demoradamente, e ambas concordaram que seria melhor irem dormir.

O relógio da parede marcava oito horas da manhã quando Alice abriu os olhos.

Ela olhou ao seu redor quando se espreguiçou.

Todas as meninas dormiam, com exceção de Violette, que nem estava presente, e um papel dobrado ocupava seu lugar no colchão junto ao lençol dobrado. Ao se aproximar, abriu o papel e encontrou o desenho de Dajan com Íris, e um bilhete dizendo que havia saído mais cedo e pedia desculpas por ter ido sem se despedir de ninguém.

Íris acordou com o barulho que Alice fizera. Alice prontamente se desculpou, mas Íris acalmou-a e disse que poderia se desculpar se a preparasse um café da manhã digno de um castelo. Alice retrucou que não seria muito educado “invadir” a geladeira da casa de outra pessoa, mas Íris não se satisfez com a desculpa.

No final das contas, as duas foram na ponta dos pés até a cozinha. Íris pegou o último pacote de ruffles, e Alice encontrou a maçã que havia sobrado das compras que haviam feito. Sentaram na mesa da cozinha, percebendo que a casa silenciosa indicava que os pais de Melody também deviam estar dormindo – ou talvez nem tivessem voltado para casa.

- O seu irmão – Alice tomou o assunto depois de uma mordida na maçã -, o Viktor, é quem te dá carona nas sextas-feiras?

- Ah, é – Íris respondeu. - Ele passa a manhã de sextas na escola, pra aprender sobre a administração de lá. Ele acha que é uma boa aprender sobre “empresas menores”, como ele diz, antes de assumir a empresa do meu pai. Já te contei isso, né? Então. Aliás, acho que o Nathaniel conhece o Viktor.

- Bom, ele nunca mencionou.

- Hum. Mas acho que nem teria porquê ele mencionar mesmo. Você e o Nath também não se falam muito, não é?

Nos falamos mais do que eu deixo você e a Melody e o restante da escola saberem, Alice pensou, mas em resposta ela apenas afirmou balançando a cabeça.

Deu outra mordida na maçã, e cruzou as pernas, balançando o pé para frente e para trás.

- Foi engraçada a conversa de vocês ontem – ela comentou casualmente.

- Qual conversa? - Íris perguntou, colocando o pacote de batatas de lado.

- A sua com o Viktor, no carro. Em que você disse que queria ir no mercado ao lado de um playground, e seu irmão disse que não permitiria que você fosse no escorregador...

- Ah! - Íris lembrou-se. - É. Meu irmão acha que escorregador é coisa de criança, como se ele fosse muito adulto. Ele virou o estresse em pessoa desde que começou a fazer estágios na empresa do papai.

- Bem, vocês parecem ser amigos, apesar de tudo...

- Somos, né. Na medida do possível. - Íris deu de ombros. - Nós brigamos, depois fazemos as pazes, depois trocamos ameaças de morte. Normal – deu um sorriso de canto. - Você tem um irmão também, provavelmente é a mesma coisa.

- É, bem... - Alice suspirou, chateada.

- O que foi? - Íris mostrou preocupação. - Alguma coisa aconteceu com vocês?

- Bem... Sim. Na verdade, sim – Alice respondeu. - Tivemos uma discussão, digamos... bem pesada, noutro dia.

- O quão pesada?

Alice a olhou com hesitação, interrogando a si mesma se deveria ou não responder. Ela não era do tipo de pessoa que contava seus problemas para os outros com facilidade, mas estava cansada de segurar tudo aquilo para si. E Íris era uma pessoa já tão próxima...

- Relaxa – Íris disse, junto a um sorriso. - O que acontece na cozinha da Melody, fica na cozinha da Melody.

Alice sorriu, então convencida.

- Tudo bem – disse. - Eu joguei... uma caneca nele – Íris arregalou os olhos. - Eu errei – completou. - Porém tenho consciência de que podia tê-lo ferido gravemente, e nada justificaria meu comportamento. Eu já percebi isso.

- Okay... - Íris pegou a maçã que Alice ainda segurava, sem ter terminado, e deu uma mordida ela mesma. - Mas o que te levou a jogar a caneca nele?

- Nossa, eu... - Alice olhou para cima, lembrando-se daquela noite. - Eu... nem sei tão bem. Deve ter sido um motivo tão bobo que nem consigo me recordar com detalhes. - Mas tinha a ver com nosso pai, pensou. - Falamos algumas coisas bem feias um para o outro, isso não há dúvida. - O Jonathan disse as piores. Ele disse que preferia não morar comigo... - Bem, foi nossa maior discussão até hoje.

- E vocês não estão se falando, aposto – Íris deduziu.

- Não mesmo – Alice confirmou. - Há uma semana estamos nesse clima esquisito.

- Hum. Sei bem como é.

- Mesmo?

- Uhum – Íris afirmou. - Eu e o Viktor já estivemos na mesma. Teve uma vez que nós ficamos um mês sem trocar nenhuma palavra, então pode-se dizer que eu entendo disso. Mas, Alice, posso te falar uma coisa, com sinceridade?

Ela respondeu:

- É claro.

- Então, olha: beleza, vocês falaram coisas ruins um para o outro. Mas isso é normal quando brigamos com alguém, sabe? - contestou. - Tá, tá bom, nós normalmente tentamos jogar “verdades” na cara da pessoa, aquelas verdades que machucam. Mas o que é verdade pra gente pode não ser verdade verdadeira, sabe? Quero dizer... uma vez minha mãe disse que nós distorcemos as coisas ao nosso favor, e eu meio que concordo. E o pior é que isso fica tão impregnado na gente que, depois de um tempo, achamos que é a verdade concreta e absoluta, mas na maioria das vezes não é.

Alice ouvia cuidadosamente, e se surpreendia a cada palavra dita por Íris.

- Sei lá. - Íris colocou seu cabelo para o lado para fazer uma trança. - Acho que ás vezes também tentamos usar mágoas antigas, que nem sentimos mais, só pra machucar a outra pessoa. Mas... - ela prendeu a trança com o elástico em seu pulso, e se ajeitou na cadeira – acho que no seu caso, quando estamos nesse tipo de problema que você falou, a melhor coisa é parar um pouco para respirar direito, e tentar saber se o que achamos verdade é mesmo verdade, ou se é uma coisa que inventamos ou mudamos... Entende? Porque a gente faz muito isso. É horrível, mas fazemos.

Infelizmente..., Alice concordou em silêncio.

- E, olha... - Íris continuou - eu não sei exatamente o que você e seu irmão disseram um para o outro, e isso também não é da minha conta, mas pensa nisso, tá? E, também, ficar brigado com uma pessoa por muito tempo quase nunca vale a pena. Só fazemos isso pra manter o orgulho, mas nunca lembramos do próprio orgulho quando perdemos alguém, não é? - Respirou fundo, e abriu um sorriso esperançoso. - Ufa. Foi um bom conselho? - perguntou.

Alice sorriu, e balançou a cabeça.

- Foi, sim, Íris. - Surpreendentemente, foi ótimo.

Íris sorriu:

- Que bom, então. Mas agora... - Íris se levantou, com o resto da maçã em uma mão, e o pacote de ruffles vazio na outra. - Vamos acordar o povo lá no quarto? Tipo... eu estou com fome de verdade, e eu suspeito de que a Rosalya seja uma boa cozinheira.

- Por que você suspeita disso? - Alice perguntou, também se levantando.

- Porque ela faz uma máscara facial diferente toda semana. - Íris jogou a maçã e a embalagem num lixo na bancada. - E, estranhamente, todas elas tem um cheiro bom. Até aquela de peixe.

- De peixe?

Íris riu:

- É, tem razão. Aquela foi meio nojenta mesmo. Mas então, vamos lá?

- Espere, Íris! - Alice pegou no braço dela antes que Íris caminhasse até o quarto. A garota ruiva a olhou, preocupada:

- Fala.

- Só mais uma coisa... - Alice pediu, receosa. - Em relação ao Jonathan...

- Hum?

- É, bem... - Alice respirou fundo. - Você acha que... no final de tudo, pedir desculpas seria a melhor solução? - Mesmo que ele também esteja errado... - Porquê... eu não acho que seria a melhor coisa a fazer agora. Apesar de que eu nem tenho ideia sobre qual seria a melhor coisa a fazer nesse caso.

Íris fez um biquinho ao pensar na resposta. Depois, disse:

- Eu não sei – admitiu. - Se isso exigir muito esforço de você, é melhor não, porquê poderia soar falso. Mas... você pode pedir desculpas de um jeito não-verbal, sabe? Tipo... ah, deixa a coisa rolar. Fique tranquila com ele. Mostre que você não está mais brava... Você não está mais brava, está?

Alice meneou com a cabeça.

- Na verdade, estou... – disse, vendo a bobeira que era ainda sentir aquilo àquela altura da discussão. - Mas não tanto quanto estava antes.

- Então, - Íris continuou - finja que a raiva passou, até que ela passe de verdade. Mas não tenta apressar nada. Olha, vai dar tudo certo no final, você vai ver.

Alice sorriu, e concordou com a cabeça, verdadeiramente encorajada pela amiga.

- E, qualquer coisa – Íris prosseguiu - você pode contar comi-

- Cacete, vocês viram que horas são? - A voz de Rosalya interrompeu, e ela entrou na cozinha com os cabelos descabelados e a camisola amassada. - Era tão difícil me acordar?

- Era – Íris respondeu. - Você dorme que nem uma pedra, Rosa.

- Claro que não. Eu tenho sono leve.

- Tem, nada. Você ronca!

- É verdade! - a voz de Beatriz foi ouvida, e a figura também atravessou a porta da cozinha esfregando os olhos. Melody chegou logo atrás:

- O que está acontecendo? - perguntou.

- Mel, – Íris pediu - fala pra que Rosalya que ela ronca.

- Rosa, você ronca – Bia quem disse.

- Beatriz, fica na sua – Rosalya retrucou.

E, minutos depois, viu-se uma discussão na cozinha, que fora loga interrompida por uma mulher alta de cabelos curtos que entrou por outra porta.

Era a mãe de Melody que, numa pose forçada e um sorriso falso no rosto – julgamentos feitos por Alice -, perguntou o porquê da barulheira naquela hora da manhã. As meninas, então, se fingiram de comportadas, até a mãe de Melody voltar para o quarto, que foi quando elas começaram a preparar o café da manhã com panquecas, resultando numa guerra de geleia em mel com as meninas os jogando umas nas outras – e no rosto de Rosalya, alegando que seria sua nova máscara facial “antiporos”.

Claro que Rosalya deu o troco em cada uma das meninas e, no final de tudo, todas tiveram que lavar seus rostos, e proibiram definitivamente o uso geleia e mel numa próxima festa do pijama.


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