Quédate con el Cambio escrita por ReBeec


Capítulo 12
Cap. 11 - "Isso é sensacionalismo"


Notas iniciais do capítulo

*Ouvindo as broncas pela demora*
Sabe qual é o problema de escrever uma história por capítulos? Você tem inspiração pro capítulo do Natal, e do Ano-Novo, e dos clímax da história, mas não tem pro que você deveria estar escrevendo.
É, foi isso que aconteceu.
Bom, aqui está o de hoje. Divirtam-se ^^



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O sinal do intervalo tocou, logo fazendo os alunos logo se levantaram de suas respectivas carteiras para irem almoçar, como de costume.

Violette, que teve a mesma aula que Alice, e se aproximou da loira enquanto os outros já saiam da sala:

– Oi.

– Olá, Violette. - Alice sorriu, e as duas caminharam para a porta.

– Você vai comer comigo e com a Melody? A Íris disse que vai almoçar com o Dajan...

– Ah, puxa, mas é claro. - Ela é bem fofinha mesmo, pensou.

– E tem outra coisa... É... - Violette a olhou receosa, mas conseguiu coragem para continuar: - É que... eu acho que eu deixei meu livro de biologia na casa da minha avó, e não tem como eu buscar até amanhã, que tem prova... então, você pode me emprestar o seu? Eu vou só tirar um xerox, e eu te devolvo na saída, prometo.

– Ah, tudo bem, Violette. Ele está bem aq... - Alice olhou os livros que segurava no braço, e percebeu que logo aquele não estava ali. Droga, pensou. Provavelmente havia deixado no laboratório de ciências, onde tivera a último período, e sua vontade de comprar um livro novo quase falou mais alto do que a de ir atrás do esquecido. - Hum, Violette, eu deixei meu livro no laboratório – avisou. - Eu vou buscá-lo. Vá na frente e eu encontro você e a Melody na cafeteria, certo?

– Ah... Tá bem. - Violette acenou com a cabeça em concordância, e depois se juntou ao fluxo de alunos seguindo para o refeitório.

Alice teve de seguir pelo caminho oposto, pensando como teria sido tão boba em deixar o livro em cima da bancada....

Oh, certo... O Nathaniel apareceu no final da aula para entregar algo ao professor. Não consegui me concentrar em muita coisa após esse momento...

Ela virou um corredor e parou em frente a porta.

Claro que Alice não gostava do laboratório de ciências. Além dos moldes de esqueletos e animais empalhados, sempre tinha alunos ali durante o intervalo, se beijando ou coisa do gênero, fazendo-a se perguntar porque o lugar não era trancado nos intervalos de almoço.

Mas ela tinha que ir. Engoliu em seco e girou a maçaneta, abrindo a porta e se deparando com uma dupla bastante excêntrica.

O quê?

– Oh, bom dia – Lysandre cumprimentou logo que a viu.

Uma cabeleireira ruiva virou-se para a porta ao perceber que tinham companhia.

– B-Bom dia. Oh, não se preocupem comigo – Alice aprontou-se em dizer, envergonhada. - Só vim pegar algo esquecido, podem continuar com suas... atividades.

Atividades? - Castiel, a cabeleireira ruiva, se pronunciou. - Garota, espero que você não esteja se referindo a “atividades” no sentido sexual da coisa.

– Castiel – Lysandre o censurou -, tenho certeza de que não foi a intenção dela. Além do que, qual seria o problema caso fosse cogitado um relacionamento amoroso entre nós? Ou seria meu apelo sexual não feroz o bastante para você?

– Eu não vou ter essa conversa de novo, Lysandre!

– Anh... - Alice murmurou.

– Peço perdão pelo constrangimento, Alice – Lysandre falou. - Essa não é uma cena costumeira, devo confirmar.

– Eu não...

– Calma, vocês se conhecem? - Castiel interrompeu, intercalando o olhar entre o amigo e a garota.

Não deveria ser eu a perguntar isso a vocês?, indagou-se Alice.

– Sim – o outro respondeu. - Nossos destinos se cruzaram noutro dia...

– Destinos...? - Castiel cruzou os braços.

– Alice me entregou uma folha de ausência por ordem do Nathaniel, certa vez.

– Sim, foi...

– Você chama isso de “destino”? - Castiel a cortou novamente. - Eu chamo aquela folha de ausência de burocracia escolar; não que eu me importe. Olha, Lysandre, terminamos o assunto e eu tenho que ir, beleza? O Dragon anda vomitando e eu preciso mesmo levar ele pro veterinário. E você – apontou para Alice – não pense que tenha algo entre mim e o Lysandre porque esse corpinho excepcional aqui pertence a população feminina, entendeu? Não que você não desse um bom namorado, Lysandre.

– Você apreciaria cada minuto se fosse de meu agrado, querido – Lysandre brincou.

Castiel revirou os olhos e caminhou para a porta do laboratório, sem mais nenhuma palavra dita.

Alice olhou para Lysandre, e em seguida para os lados, indecisa sobre o que fazer, e quase perdida pela cena que havia presenciado.

– Eu... - disse, num tom quase de desculpa – vim só buscar meu livro... - E como que acabei virando plateia dessa discussão toda?

– Hum. - Lysandre foi até a maior bancada da sala, onde se tinha um microscópio e a lousa na parede de atrás, e pegou um livro com uma figura de coelho na capa. - Seria este? Eu o encontrei abandonado o chão, logo pensei ser melhor resgatá-lo.

– Oh, sim... É esse. Obrigada. - Alice alcançou o livro e colocou na pequena pilha que segurava nos braços.

O laboratório tinha metade de suas janelas fechadas, dando um aspecto meio sombrio ao lugar; o que se tornou mais um motivo para ela querer cruzar a porta de saída o mais rápido possível.

– Bem, se não se importa, eu já vou me retirando – disse ela, de forma diplomática. - Foi um prazer revê-lo, Lysandre.

– Ora, Alice, não espera que eu fique nesse laboratório divagando sobre Darwin, espera? - ele retrucou, com um sorriso tímido no rosto. - Aceite minha companhia até... perdão, aonde vai?

– Para a cafeteria.

– Gostaria que eu te acompanhasse até lá? Você pode negar, logicamente. Sem ressentimentos, anjo meu.

Alice ergueu uma sobrancelha em espanto.

Que bom humor, ela reconheceu.

Por que não doou um pouco desse humor para Castiel?

Mas ela, por fim, aceitou a oferta, e eles seguiram o caminho até o corredor, que já se encontrava vazio.

– Então... você e o Castiel são amigos? - perguntou enquanto andavam.

– Sim, somos.

– De longa data?

– Oh, não. Cerca de quatro meses, penso eu. Claro que, com a natureza de Castiel, tenho a sensação de sermos amigos desde a infância.

– Anh... Isso é uma brincadeira, não?

– Decerto que é – e sorriu. - Castiel não é realmente o sujeito mais acolhedor que conhecemos.

– Sim, não tem como negar isso – Alice teve de sorrir também. - E o que vocês faziam dentro do laboratório? Claro, se não houver problema em perguntar, apenas que... se apresentou como algo... suspeito, digamos...

– Ah, tenho noção do quanto lhe pareceu esquisito. Todavia, não fora nada muito excepcional, somente o fato de que, quando eu mandei a Castiel uma mensagem de texto, comunicando que eu gostaria de discursar pessoalmente sobre alguém, ele avisou já estava para deixar o colégio neste último período, e resolvemos nos encontrar no laboratório, onde era o meio entre caminhos.

– Perdão, você disse... conversar sobre alguém?

– Oh. - Lysandre imediatamente desacelerou o andar e adquiriu uma coloração avermelhada nas maçãs do rosto, como se percebesse um deslize em sua fala.

Ele estava acompanhado no teatro, pensou, naquele dia em que tive de entregá-lo a folha de ausência. Deve ser a mesma pessoa, se estou certa, e seria bem oportuno matar a minha curiosidade em saber quem era...

– Deixe-me adivinhar, – ela arriscou – sobre uma menina? - Isso explicaria o humor alegre.

– Alice... - ele respondeu trêmulo. - Tenho consciência de que esse assunto não vale a pena ser discutido, digo... Oh, Nathaniel, bom dia!

Alice virou a cabeça para frente de forma brusca, e se deparou com a figura de Nathaniel, segurando um papel envelhecido e amassado na mão direita, observando com olhos atentos e a sobrancelhas franzidas o casal na sua frente.

– N-Nathaniel! - Alice exclamou, surpresa.

Eu e o Lysandre nos encontramos por acaso e eu não tenho qualquer tipo de interesse por ele”, teve vontade de dizer. “Por favor não desconsidere qualquer sentimento em relação a mim”.

– Eu e o Lysandre... Nós...

– Esbarramo-nos no corredor – Lysandre completou, de forma mais simplificada. - Bom vê-lo, Nathaniel. Como vai?

– Ocupado. Mantendo as coisas em ordem, o que é o meu dever. - O tom de Nathaniel se apresentou mais grosso, chegando a irritação; mas quando ele voltou seu olhar para Alice, tanto a postura quanto a voz pareceu se suavizar: - E você, Alice, como está?

Alice olhou para Nathaniel e depois para Lysandre, absolutamente indecisa sobre como reagir ou responder.

O que diabos eu faço agora?!

Ah, Meu Deus!

– Você está bem, minha cara? - questionou Lysandre.

Alice olhou para os olhos desiguais do rapaz, e responderia facilmente a pergunta, senão fosse pela postura que Nathaniel apresentava; algo entre o cansaço e o estresse, que de alguma maneira a desconsertou.

– Eu... - ela disse. - Eu tenho assuntos a resolver... na cafeteria! Isso, claro! - Afirmou com a cabeça. - Tenho que ir. Foi bom vê-lo novamente, Lysandre. V-Você ta-também, Nathaniel. Continue com o bom trabalho de... de... manter as coisas em ordem. T-Tchau. - E obrigou seus próprios pés a cruzar o corredor o mais rápido possível para chegar ao refeitório, evitando ouvir qualquer coisa que os meninos atrás dissessem sobre sua saída brusca.

Mas seus próprios pensamentos anularem qualquer chance disso acontecer:

Como eu sou estúpida! Estúpida, estúpida, estúpida!

Se alguém me perguntar como eu estou, basta eu dizer “bem”! Não é algo tão difícil.

“Assuntos a resolver na cafeteria”! Como eu não pensei na droga de uma desculpa melhor? Algo que não evidenciasse de forma tão clara meu desespero em sair dali?

E por que eu estava tão desesperada? Só por que eu não tenho ideia de como reagir quando o menino mais lindo dessa escola, do qual eu recusei um convite para ir alimentar gatinhos – e quem em sã consciência recusaria isso?, ele deve ter se perguntado - me viu acompanhada de outro garoto num corredor vazio; que é uma situação propícia para estarmos tendo um caso amoroso, o que impossibilitaria um relacionamento entre mim e ele?

Pelos deuses, eu devo estar enlouquecendo.

O som das diversas conversas entre alunos no refeitório, assim que ela entrou no lugar, pareceu causar-lhe um efeito calmante. Mesmo com a aglomeração incomum de alunos em volta de uma única mesa.

– Alice! - ela ouviu uma voz chamá-la; a de Melody, acenando para ela de outra mesa a alguns metros de distância. Alice apressou-se até lá.

– Pensei que não viria - disse Violette.

– Desculpe a demora. - Alice se sentou ao lado da garota de cabelos roxos. - Aqui está o livro, Violette.

– Ah, obrigada. - Violette respondeu, recebendo o objeto. - Está tudo bem?

– Claro, claro. Por que não estaria? - Ela arrumou os cabelos, com os olhos fixos na aglomeração. - O que está acontecendo ali? – apontou com o queixo.

Melody olhou para o local:

– O jornal da escola foi publicado – ela disse.

Alice achou a resposta esquisita:

– E esse jornal é interessante a ponto de causar aquilo?

– O dessa quinzena parece ser. Na verdade, todos que tem alguma notícia chamativa são...

– É qual é a notícia chamativa dessa vez?

– É uma que menciona o Nathaniel. - A voz era nova, e a pessoa que se sentou ao lado também. - Oi, gente – Íris cumprimentou, colocando um papel comprido e cinza na mesa. - Consegui uma cópia no meio da muvuca.

Alice olhou para o papel. Era o que parecia ser o jornal da escola, com uma manchete destacada:

“Será que nossos representantes tem ainda mais favoritismo do que pensávamos?”

– O que é isso? - Melody perguntou. - Você já leu, Íris?

– Só um pedaço – Íris respondeu. - Ah, você quer que eu faça a gentileza? Ah, claro! - Ela pegou de volta o jornal e limpou a garganta, para logo começar a leitura em voz alta: - “Ter a permissão de perder aulas e remarcar provas já é um dos vários 'lucros' que os nossos representantes de sala ganham ao ocupar seus cargos, mas no que será que eles também são beneficiados que é escondido de nós? De acordo com fontes confiáveis do sistema de notas, boletins escolares, como o de nosso estimado representante do último ano, Nathaniel, apresentam números elevados aos que deveriam ter sido impressos. Setes e seis foram substituídos por noves e dez, além dos trabalhos diários alunados por, de acordo com palavras da diretora Macys, 'ocuparem o tempo que os representantes de classe usam auxiliando o meio estudantil'. Vamos esperar que alguma justiça seja feita, agora que o assunto foi à tona”. - Ela percorreu o olhar pelo resto do texto, e completou: - O resto é praticamente abobrinha, nem vale a pena ler.

Um silêncio se fez na mesa depois que Íris terminou.

No resto do refeitório, os alunos pareciam terem se acalmado um pouco, mesmo que conversando fervorosamente entre si com seus respectivos jornais na mesa.

– Então a notícia basicamente nos acusa de adulterar nossas nota – disse Melody.

– Isso é sensacionalismo – opinou Íris.

– Isso é mentira. Como alguém pode falar isso de nós? Nós nos esforçamos para termos um bom boletim como todo mundo, e eu não passo meu tempo como representante regando plantas, sabe...

– Eu sei, Mel. Eu sei...

– Deixe-me ver isso – pediu Alice, e pegou o papel, lendo a notícia. Então deve ser por isso que Nathaniel estava tão esquisito hoje, deduziu, ele com certeza já deve saber disso.– Quem publica o jornal?

– O clube dos jornalistas da escola - Melody respondeu.

– “Margareth Jones” - era o nome citado no final da notícia. - Quem é Margareth?

– É a diretora do clube - Íris foi quem se pronunciou. - A gente costuma chamar ela de Peggy, é mais fácil.

– Peggy...? Hum. E quantas notícias não-verídicas ela já publicou no jornal?

Íris se mostrou surpresa com a pergunta, e olhou para Melody, procurando uma resposta.

– Vinte por cento das vezes? - Íris arriscou.

– Vinte e cinco – apostou Melody.

– Vinte e cinco? Isso é um quarto das vezes, o que é muito. - Além de que essa notícia está muito pobre, Alice acrescentou para si. Se fosse eu, ao menos colocaria mais evidências. Ela depositou o jornal na mesa. - Essa notícia é apenas mais uma entre outras falsas. Os outros alunos devem saber disso.

– Ah, Alice, nem importa porque, sinceramente, todos vão esquecer disso em uma semana e pronto. Não vou encher minha cabeça com isso.

– Ei, relaxa, Mel. - Íris pegou o jornal e o amassou no formato de uma bolinha. virou para trás e a acertou numa lata de lixo perto da mesa, e depois se voltou para a garota. - Viu? A difamação foi embora para a reciclagem.

Melody deu um sorriso consolado.

O sinal do término do intervalo tocou logo em seguida.

Os jovens se levantaram preguiçosamente de suas mesas, ainda conversando e olhando para alguns alunos em especial, que Alice julgara ser representantes de outros anos; e ficou até preocupada em relação a Melody, que também recebia maus olhares.

Mas o pior, Alice divagou, era com Nathaniel, que fora o único claramente citado na notícia. E ela ainda havia o encontrado mais cedo, e nem oferecendo algum suporte ou auxílio! Por mais que não soubesse o que estava para acontecer, era bem perceptível pelo rosto dele que havia algo errado; algo mais importante do que ela conversando sozinha com outro garoto num corredor vazio.

Então, Alice decidiu, ela falaria com Nathaniel assim que possível. Afinal, a última pessoa daquela escola que merecia ser acusado injustamente era ele.


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Notas finais do capítulo

Mais alguém aqui fica viajando na maionese que nem a Alice? :)



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