Save Me escrita por Effy


Capítulo 2
I’m trying ok?! / POV Dexter


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a Escritora Misteriosa por favoritar a história, obg msm. Boa leitura galere, não esquece de comentar, xx



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Flashback on

Primeiro dia de aula sempre me dá nos nervos, muita gente querendo minha atenção, um bando de meninas se oferecendo pra mim, mal posso da uma olhada no povo novo que já vem nego ficar me bajulando. Cheguei na escola e nem tive coragem de entrar, fiquei com os caras jogando basquete no estacionamento, é o único jeito de eu conseguir ver pelo menos alguns novatos.

Tava quase na hora de bater o sinal, e chegou no estacionamento um carro azul, pelo jeito que tava dirigindo, dava pra perceber que é mulher no volante. E quando a guria desceu do carro meus olhos não podiam processar tanta beleza. Uma mina linda, ruiva, bem branquinha, olhos de uma mistura azul com verde, e tinha um estilo único. Porque tipo, as meninas daqui da escola, se vestem todas do mesmo jeito, saia ou short curto, blusa decotada, salto gigantesco, e a cara cheia de maquiagem, mas essa novata ruiva é completamente diferente. Ela já começou bem, tava com um short jeans claro meio rasgado, uma blusa tomara que caia preta, com um casaquinho azul, e a melhor parte, ela tava usando vans, menina de short e tênis é tipo, a coisa mais linda do mundo, pelo menos pra mim. Porque mostra que ela não é vulgar, mas também prefere conforto, eu nunca usei salto, mas so de olhar minhas costas me agradecem por ter nascido homem.

Apertei o passo e entrei na escola antes dela, fiquei encostado no meu armário a observando entrar. Estava morrendo de vontade de conhecê-la, mas claro que eu não estava me sentindo confiante suficiente pra falar com ela, não depois do que me aconteceu no verão, mas deixe isso para lá. A ruiva entrou na escola e todo mundo se virou e ficou encarando-a , como num solavanco de agonia ela fala

- Ninguém nunca viu uma ruiva na vida?! – ela disse encarando, falou brava mesmo.

“Essa vai ser difícil” eu pensei comigo.

Flashback off

No dia seguinte, eu já não tava mais me agüentando, queria ficar perto de Megan. Algo nela me faz querer ficar perto dela, acho que é pelo fato de que ela nunca quer ninguém perto dela, mas eu não vou desistir, ela dará uma ótima amiga. Acho que ela não é do tipo que vá querer ter algo alem de amizade comigo, só pelo jeito que ela fala, aposto que ela acha que atletas são idiotas sem cérebros. Vou tentar provar que ela ta errada, mas seria muito interessante em tê-la como amiga.

Cheguei na escola e fui direto pro meu armário, que ainda bem que fica perto do dela, fiquei enrolando lá só pra esperar ela chegar. Ela chegou e pareceu desligada. Estava chocante como sempre, short jeans, blusa preta e vans preto. O cabelo não estava solto como sempre, estava numa trança meio frouxa, tava legal. E dava pra ver sua tatuagem na nuca, gostei mais ainda. Não estranhem, eu reparo no modo que as meninas se vestem, porque mostra quem você é.

- Bom dia, estranha – tentei começar um diálogo

- Hm. – ela disse indiferente, sem ao menos olhar pra mim. Tudo bem, ela está em fase de aceitar a nossa amizade, não a forçarei

- Tua primeira aula é do que? – perguntei me escorando no armário, tentando fazê-la olhar pra mim. Tentativa fracassada, ela nem prestou atenção em mim. Virou as costas e continuou a andar.

Mas como minha mãe sempre me ensinou a ser persistente, eu fui correndo atrás dela

- Ei, to falando contigo! Cê tem essa mania de virar as costas pros outros

- Ta. – ela disse sem olhar pra mim. Algo ta errado

- Tá tudo bem Megs? – perguntei meio preocupado

- Megan – ela disse me corrigindo e, novamente, não me olhou e entrou na sala. O sinal tocou, e eu fui correndo pra minha sala.

Estava determinado a conseguir mais palavras dela, monossílabos não satisfazem meu dia. Mas o difícil da Megan é que ela não se comunica, como se nem tentasse. Não sei como é a história dela, então, mandei o Dylan pesquisar. Quero entender a Megan.

 Demorou uma eternidade pra chegar a hora do intervalo, e hoje eu não tenho nenhuma aula com a Megan, só pra aumentar minha tortura. O sinal tocou e eu nem copiei o que tava no quadro, sai correndo pra ver aonde a Megan tava, credo, já to obcecado. Mas antes, fui no Dylan pra ver se ele já tinha descoberto

- Dylan, fiote, já conseguiu alguma coisa? – perguntei enquanto andávamos na direção das mesas

- Sim, não é muito, mas já da pra entender. A mãe dela é dona do bar novo que vai inaugurar semana que vem, o The Peach, é por isso que elas viajam tanto, a mãe vai instalando o bar nas cidades, e Megan vai junto. Ela tem um irmão mais novo, e eu acho que ela não faz amizades é porque vive mudando. So consegui isso. – ele falou

- Ta bom já, obrigado Dylan. – continuei andando

- Vai onde?! – Dylan perguntou como se não soubesse da resposta

- Procurar a Megan, vou tentar arrancar mais do que uma palavra dela. – disse sorridente.

Obviamente, Megan estaria na mesma mesa que ela tava ontem. Dito e feito, lá estava ela lendo, como sempre, algo me dizia que hoje seria um bom dia pra conversar com ela.

- Ei, estranha. – sentei tentando fazer com que ela conversasse comigo

- Ah. – ela balbuciou e voltou pro livro

- Não vai doer se você me der um pouco de moral – eu disse entre risos

- Ah, eu... – ela nem tirou os olhos do livro, nem se concentrou no que falava

- Megan?! – perguntei pra me certificar se ela estava no mesmo planeta que eu

- Hm – é, hoje ta difícil pra conversar com ela. Tentei levar na esportiva, pensei se eu continuasse falando, eventualmente ela me responderia

- Então, você já conheceu a escola?! – foi meio estúpido, mas era o que eu tinha no momento – Provavelmente sim né, que besta eu sou. Enfim, vai ter uma festa pra galera do ultimo ano, não sei se já falaram pra você, mas as festas do ultimo ano são as melhores, temos que aproveitar, ultimo ano da escola é algo pra se comemorar, definitivamente, né?! – eu tava tagarelando e ela nem tirou os olhos do livro. “Mas que diabos!” eu pensei – Ta... Então, quarta vai ter o primeiro jogo da temporada de basquete, não sei se você gosta de esportes, mas se você quiser ir, cê pode ir comigo e com o Dylan... –nem terminei de falar a frase toda e ela simplesmente se levantou e foi embora, me deixando falar sozinho de novo.

Já tava me cansando ficar correndo atrás da Megan e ela nem me dar um pingo de atenção. Vou continuar tentar levando na esportiva, vou ver aonde vai dar. As ultimas três aulas eu não consegui me focar, só pensava qual é o problema da ruiva. O sinal final tocou, ficar procurando conversar com a Megan realmente acabou com meu dia, tava estressado demais. Nem me preocupei em passar na sala dela, pra ver como que ela tava, fui direto no meu armário pra pegar a chave do meu carro e ir pra casa. Por incrível que pareça, Megan tava no armário dela, ignorei minha vontade de falar com ela e permaneci com o plano de pegar as chaves e ir embora, mas como Megan é sempre imprevisível

- Oi, estranho. – ela disse virando pra mim. COMOASSIM?! A estranha é ela porque eu passei a manhã inteira tentando um dialogo.

- Oi. – falei indiferente

- Depois a fria sou eu – ela disse fechando seu armário

- Sinceramente, Megan. Sinceramente – olhei com uma cara de incrédulo pra ela

- O que foi?! – ela se fez de desentendida

- Pelamor, guria. Passei a manhã toda tentando falar comigo, agora você me chama de estranho?! Isso é uma espécie de jogo?! – falei meio bravo

- Tá, mas não precisa ficar estressado e bravo comigo – ela falou meio séria. Há essa altura, todo mundo do corredor já tava acompanhando nossa discussão

- Inacreditável. – eu disse me voltando pro armário, agora ela zangou. Fechou a porta do meu próprio armário, me fazendo olhar pra ela, ela ficou me encarando com seus olhos azuis esverdeados. – E não fica me encarando como se a culpa fosse minha – eu disse – tentei falar contigo a manhã inteira, e o máximo que consegui extrair de você foram monossílabos, sinceramente Megan, você não esta em posição de exigir nada de mim agora. E desde o inicio foi você que nunca quis ter amigos, mas não vem jogando a culpa pra mim porque eu tentei, ok?! Eu tentei te alcançar, tentei de verdade. – falei mostrando que já cansei dos mimimi dela. Peguei minha chave e dei as costas pra ela, assim como ela fez pra mim.

Entrei no carro e nem me incomodar em olhar pra trás, liguei o carro e dirigi. Muito palhaçada da Megan ficar reclamando agora, passou a manhã toda me ignorando, me dando no máximo monossílabos. Tentei levar na esportiva até onde deu, já não dava mais. Deveria ter ouvido o que ela disse a princípio “sem amigos”, é, essa frase combina com ela mesmo.

Chega de Megan, se ela quiser minha amizade, vai ter que se esforçar também. Tentei agir como se isso não me afetaria, coitado de mim. Não imaginei que Megan iria me afetar tanto assim, afinal, nunca conversamos muito, mas pensei que poderíamos ser amigos, agora, sem falar com ela, eu não conseguia pensar em outra coisa e por diversas vezes me pegava reclamando sozinho sobre quanto eu estou certo. Passei o dia sem fazer nada direito, até no treino, eu corria e reclamava sobre ela. E no dia seguinte, permanecemos na nossa crise de silencio, mesmo nas aulas de química que temos juntos, nenhuma palavra foi dita.

Megan parecia meio absorta durante as aulas de química, como se estivesse há milhas de distancia da sala de aula, tentei não me importar. E nos dias seguintes o silêncio ainda reinava, a única coisa que me animava essa semana era o jogo de quarta, mas meu azar estava em seu auge, e cancelaram o jogo.

Uma semana, ficamos uma semana sem olhar pra cara do outro. Na sexta reparei que ela tinha uma tatuagem nova, no pulso direito, o mapa do mundo. E a cada dia, Megan parecia mais estranha, como se não fosse ela mesma.

Sábado à noite, Dylan teve a idéia de irmos no cinema, pra tentar me fazer parar de pensar um pouco em Megan. Estava quase saindo de casa, quando Dylan me liga

- Cara, sabe a rua atrás do shopping? – ele perguntou meio afoito

- Sei, o que foi Dylan?! Sua voz ta meio nervosa – perguntei meio desconfiado

- Cara, vem rápido pra cá. É a Megan. – a voz de Dylan parecia trêmula

- Chego aí em dois minutos. – disse e desliguei o celular e fui correndo pro carro.


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