Deveria ter passado um pouco do horário do almoço para May entrar em meu quarto, preocupadíssima comigo! Ela estava muito nervosa, por não ter levantado tarde e sim porque o Slenderman queria conversar seriamente comigo. Ela pulou em minha cama e começou a gritar:

- ALICEEE! LEVANTA, ANDA LEVANTA!! ACONTECEU UMA COISA MUITO LEGAL, UMA GAROTA MORREU NOITE PASSADA, TÁ PASSANDO NO NOTICIÁRIO! VAMOOOS, VAMOOOOS! O SLENDERMAN QUER TODOS REUNIDOS!

- May, vai com calma! – disse levantando vagarosamente.

- Desculpa, anda logo, vista-se e quero você lá fora em 5 minutos!

Vesti-me, e saí de meu quarto, com uma cara de sono e olheiras malditas! Por causa da noite passada. Desci as escadas junto da May em direção ao refeitório, ao entrar, todos, literalmente TODOS voltaram seus olhas para mim! Senti um calafrio horrendo, eles começaram a bater palmas para mim... Eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Foi quando o Slenderman apareceu e começou a dizer:

- Alice, Alice! Você me surpreende mais a cada dia que passa. Foi você que fez aquela coisa “horrenda”?

- Érh... Sim... Desculpe sair sem avisar... Érh prefiro falar sobre isso a sós com você Sr. Slenderman!

- Ok minha querida!

Peguei um suco de groselha e fui com o Slenderman até seu escritório. Ao sentarmos ele começou a dizer:

- Então Alice, me diga, por que você saiu da Mansão sem me avisa?!

- Érh, bem... Eu estava muito mal pelo fato do Jack ter ido para outra Mansão... E isso me faz pensar coisas horríveis, e que pode ser capaz de nos separar! É que quando eu vejo o sofrimento das pessoas, no caso, de gente que já me fez sofrer, eu percebo que eu sou capaz de muito, muito mais!! – digo levantando-me.

- Eu lhe entendo... Mas se for para você sair toda noite sem me avisar, pode ir tirando o cavalinho da chuva! Pelo menos me avise da próxima vez

- Sim, me desculpe. Ah caso não se importe, eu gostaria dar uma saída para procurar o Pantallemon... Faz uma semana que não o vejo estou preocupada!

- Ah claro, mas volte antes de anoitecer, por favor!

Retirei-me e fui até o meu quarto. Peguei meu arco e flecha, feito à mão. Tenho-o desde os meus 12 anos. Perguntei se algum dos garotos queria ir comigo, todos recusaram, as garotas também não gostaram muito da minha ideia.

A minha preocupação com o Pantallemon era que ele fosse pego por caçadores, aqueles idiotas, trogloditas sem alma! Matadores de animais. Eles mereciam ser amarrados nos troncos das árvores por toda essa floresta e morrer de fome, frio e sede! Eu fiquei por mais de uma hora procurando o Pantallemon, e nada de achar aquela raposa dorminhoca! Foi quando começo a ouvir os gritos do Ben:

- ALICEEEEE! – diz Ben correndo totalmente sem folego.

- Calma Ben, respira, inspira, pronto agora fala!

- A-Alice o Pan está na mansão, chegou faz alguns minutos! Ele está todo machucado!

- OQUE?! COMO ASSIM?! O M-MEU PAN?! IMPOSSÍVEL! – digo sentando na grama no meio da floresta.

- Sim é o SEU Pan!

Levanto-me rapidamente, e começo correr para a Mansão e Ben bravo começa a gritar:

- PORRA ALICE!! EU ACABEI DE CHEGAR E VOCÊ VAI SAIR CORRENDO!? AAAAAAAARGH!

- PARA DE GRITAR! DEIXA DE MOLEZA!

Correndo entre as altas árvores, desviando delas a cada segundo que passava. Parecia que não acabava mais, parecia que eu estava muito, mais muito longe de reencontrar o meu Pantallemon. Foi quando eu vi as quadras da Mansão Creepy. Lar doce lar! Muitos dos moradores ali fora formavam uma rodinha entorno de alguma coisa! Quando cheguei mais perto Anne pulou do meio da rodinha e disse:

- Alice é o Pan, ele não está nada bem! Ele está todo machucado, ficamos com medo de pegá-lo e por consequência machuca-lo! Então esperávamos a sua chegada.

Pedindo licença para passar no meio daquele povaréu todo. Quando chego ao centro da rodinha, lá está ele, Pantallemon. Todo machucado, arranhões, cortes, algumas partes de pelos faltando em torno de seu frágil corpo.

- Pan! O que fizeram com você? Está tudo bem? Por onde andou? Fiquei preocupada, há mais de uma semana que você não aparece!

Peguei-o cuidadosamente, e o levei para o escritório do Slenderman. Ao entrar no escritório, Slenderman percebeu que eu carregava algo em meus braços e ele simplesmente disse que Pan não aguentaria! Os ferimentos eram profundos demais para que ele aguentasse. Demorariam dias e talvez anos para que ele se recuperasse por completo!

Eu teria coragem de sacrificar o Pan, ele era a única coisa que fazia eu me sentir bem e confortável na Mansão! Pedi ao Slenderman que cuidasse do Pan até que ele melhorasse um pouco, disse também que daria uma volta pela floresta e voltaria lá pelas 3 horas da manhã. Ele fez que sim com a cabeça e fui em direção ao meu quarto.

Ao entrar peguei meu MP3, coloquei minha mochila nas costas, sai fechei a porta e fui em direção à porta da frente, com expectativa de não cruzar com ninguém! May era a única que conhecia de verdade, somente pelo olhar, por exemplo, ela sabia que eu não estava bem! Cruzei com ela na escadaria principal, ela olhou profundamente em meus olhos e disse:

- Alice, vai ficar tudo bem! – com aquele olhar compreensivo que ela tem.

- Assim espero May...

Coloquei o fone de ouvido, e sai caminhando pela floresta, com as músicas do Black Veil Brides, em ordem aleatória, a primeira era Lost It All do filme Legion Of The Black, com a participação especial da Juliet Simms namorada do Andy (vocalista da banda).