Depois de ter sacrificado o Pan, o meu único companheiro fiel desde os meus 8 anos, veio uma recaída que me manteve trancada no quarto por alguns dias. Umas semanas depois quando a carta de Jack chegou à Mansão Creepy, eu estava animadíssima, pois faltavam apenas alguns dias para que ele voltasse à mansão. Foi quando Anne chegou, com um ar de tristeza, com uma péssima notícia... Ela demorou a dizer, gaguejou e depois de alguns minutos começou a falar:

– A-Alice... Tenho uma péssima notícia!

– O que aconteceu Anne!??

– Eu sei que você e o Jack se amam e tals, mas como ele está longe por quase 3 meses... Eu queria dizer uma coisa que a minha irmã, que mora na outra Mansão me contou!

– Diz logo Anne!!!!!!! Pare de enrolar!!!!

– O Jack te traiu...

– MAS O QUE?????

– Alice, calma, respira!

– Guriaaaaaa, eu tô respirandooooooooo!!!!!!

– Só falta a sua calma ai no meio...

– QUEM É A VAGABUNDA, DESGRAÇADA, FILHA DUMA...

– Aliceeeeee!!!!!!!!!!!!!!!! CALMAAAAAAA.

Respiro e inspiro contando até 1010.

– Anne, como o Jack pode ter feito isso comigo? – começo a chorar.

Anne se ajoelha em minha frente e me abraça como uma mãe consola uma filha quando esta triste, e em seguida diz:

– Oh minha linda, não sei por que ele fez isso! Vai ver estava com saudades de ti e se deixou levar por uma atraçãozinha com uma outra qualquer!

– Uma outra qualquer que pode ser 10.000 vezes mais bonita do que eu... Sabia que isso não daria certo esse namoro. Anne fala logo quem é a VACA!

– É uma tal de Ariana...

– Ok não precisa falar mas nada! O Jack volta daqui quantas semanas mesmo?

– Daqui 1 semana...

– Ok, obrigada pode me deixar sozinha agora?!

– Caso precisar me chame.

Os dias passavam rapidamente e meu tempo foi se esgotando... Ia completar 3 meses que o Jack estava fora. Foi então que arranjei coragem pra ir falar com o Slenderman e pedir pra ele me deixar morar um tempo na mansão do Sr. Trenderman. Logo após o café da manhã, fui até o escritório do Slenderman, cheguei perto da porta e fui encostar minha mão para batê-la quando ele abriu a porta e disse:

– Alice, eu ia lhe chamar para conversarmos, por favor, entre e sente-se será uma longa conversa.

– Uma longa conversa? Comigo?! Eu fiz algo de errado?

– Não, querida. Eu quero lhe contar algo...

Sentei-me, encarando-o. Ele sentou-se e começou a contar minha verdadeira história. Não fiz reação alguma, quando ele terminou, perguntou se eu tinha alguma dúvida ou algo do tipo, respondi que não com a cabeça, e exclamei:

– Fiquei longe de você por quase 17 anos, sem saber quem eu era de verdade, qual era minha essência, minhas raízes, agora eu sei que matar sempre esteve no meu sangue, sempre estará. Ainda não sei como foi fácil pra você me deixar com aqueles dois desalmados, que achavam que estavam fazendo o bem escondendo a verdade de mim, como VOCÊ fez comigo por quase seis meses, desde que cheguei aqui!

– Alice, eu-

– O senhor não precisa se explicar! Eu já sei da verdade, agora me dê um tempo!

Levantei-me, abri a porta e saí para o meu quarto. Ao chegar bati a porta com tanto ódio que logo May apareceu:

– Alice... O que houve?

– Ele é meu Pai, May!

Silêncio

– May, não me diga que você...

– Sim, eu sabia, todos sabiam.

– PORQUE VOCÊS NÃO ME CONTARAM?

– Ali-

– Vai me dizer que foi pra me proteger?! Vocês esconderam a verdade de mim!

–Ele insistiu para que não contássemos isso a você...

– May me deixe sozinha, por favor.

May saiu e fechou a porta, logo que ela saiu eu tirei minha calça e fiquei apenas com a blusa e com a calcinha e encostei-me a um canto de meu quarto, abraçando minhas pernas, deu o horário do jantar, levantei e deitei em minha cama agarrando meu travesseiro. Bateram na porta dizendo para eu ir jantar, agradeci e disse que não jantaria essa noite. Estava sentindo fortes pontadas em minhas costas, levantei e fui ao banheiro, tirei meu piercings deixando somente o do lado esquerdo da boca e o do lado direto do nariz:

– Acho que esta bom, esses furos não vão cicatrizar tão rapidamente!

Voltei ao quarto e vi o Jeff sentado em minha cama:

– PORRA Jeff, não sabe bater na porta não?

– Me desculpe senhorita! Não irei me demorar, só passei por aqui para ver se não estava tramando ir matar alguém hoje! –sorriu maliciosamente.

– Jeff, se eu fosse não seria da sua conta! –encarei-o furiosamente.

– Porque você não coloca uma calça pra gente conversar melhor não consigo me concentrar olhando pra suas pernas. –olhou maliciosamente pra mim da cabeça aos pés.

– Jeff, VAI À MERDA! O quarto é meu eu fico como EU quiser, ok?! E vai lá atrás da Anne, ela deve tá louquinha atrás de você! –liguei o rádio colocando Things You See In A Graveyard.

– Acho que você nunca notou não? –levantou-se indo em direção à porta.

– Ahn?

– A Anne nunca ligou pra mim de verdade!

– Vai discutir isso com ela não comigo!

– Ok, quero conversar com você lá embaixo na sala, depois que todos subirem, só desce lá, até já.

Jeff saiu e eu fiquei encarando a porta igual uma retardada.

– Ok, agora tenho que esperar...