Anne, aquele nome não me era estranho! Ela era muito próxima de Deperman e Slenderman, eles são irmãos isso é evidente! Mas qual a relação entre Anne e Deperman!? Minha curiosidade ia além de qualquer coisa naquele dia, dúvidas teriam que ser esclarecidas!

  - Jack, desculpe lhe atrapalhar, mas a Anne tem algum grau de parentesco com o Deperman?

 - Ah, sim! Anne é filha do Deperman!

- FILHA????!!!! – digo arregalando os olhos.

- Sim, filha! Sobrinha do Slenderman, e herdeira da Mansão de seu pai! – diz terminando de arrumar um de seus armários, que parecia estar uma bagunça!

- Ela não se parece nada com o pai!

- Ela puxou muito mais a mãe do que o pai! A mulher de Deperman faleceu no dia que deu a luz a Anne, então ela viveu meio às ditas “atrocidades” por aquela sociedade na qual você vivia! Anne veio morar com o padrinho quando completou três anos, e a partir dos seis anos morou com seu pai até poucos meses atrás... Veio pra cá por causa da reforma na outra mansão! – disse deitando-se na cama.

- Nem havia reparado que tinha um toca disco aqui! Quais tipos de música você gosta?

- Bom, de tudo um pouco! Mas principalmente Rock e seus derivados! – abriu um armário cheio de CDs, haviam várias bandas como: AC DC, The Beatles, Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers, Oasis... Dentre muitas outras bandas e cantores legais!

- Gosta de Blue Foudation, Ross Copperman, All Time Low?

- Sim! Adoro todos!

Estava ficando meio quente ali! Eu e ele sozinhos, num quarto... É já se podia imaginar no que daria se fossem dois adolescentes normais! Mas era melhor descartar essa hipótese, de que eu e ele... Não, não, isso é fora de cogitação!

- Você está bem minha pequena?

- Sim meu amor! Por que não estaria?!

- Está meio inquieta... Sua voz esta trêmula!...

- Não... É que... Estamos aqui, sozinhos... E sei lá, deixa pra lá!...

- Ah, já entendi! Você achou que eu queria... Também não sou tão rápido assim minha pequena!

- (risos) Desculpa.

- Não tem porque se desculpar minha linda, o Jeff que passou essa má impressão sobre mim! Então vamos falar com o Slenderman? – disse pegando em minha mão e levando-me em direção à porta.

- Tem que ser agora? – parei de frente para ele, encostada na porta. – Está tão bom ficar só nós dois aqui!

- Ok, vamos ficar mais tempo aqui, quer falar com ele antes ou depois do almoço?

- Hmm... Não sei! Tenho certeza que a conversa com ele será meio longa, então... Que tal depois do almoço?!

- Iremos falar com ele depois do almoço então viu garotinha! Pensa que vai me enrolar pra ir falar com ele, está muito enganada!

Ele tirou o moletom negro dele e eu tirei o meu, deitamo-nos na cama, e lá ficamos por uma hora, que pareciam ter passado rápido demais! Já eram 11:45 da manhã. Jack e eu deitados na cama, jogando conversa fora, trocando carinho, beijos, abraços. Quando bateram na porta e disseram que o almoço estava pronto, era para irmos ao refeitório almoçar.

Ao chegarmos ao refeitório, só dava para ouvir os gritos da Anne e do Jeff! O almoço era bem variado, tinha vários tipos de comida! Não sabia o que pegar para comer, então Jack perguntou:

- Você não vai almoçar?

- Vou, é que eu não sei o que comer! Queria algo relacionado a órgãos de animais...

Estávamos chegando à mesa, quando me dei conta que Jack havia pego órgãos de cervo para o seu almoço. Anne e Jeff não paravam de gritar, eu estava ficando estressada! Eu já tinha pedido para eles se acalmarem, mas eles não me ouviram! Peguei uma faca, a bati na mesa e comecei a gritar:

- VOCÊS DOIS PODEM PARAR?! ESTÃO PARECENDO CRIANCINHAS MIMADAS GRITANDO UM COM O OUTRO, JÁ CHEGA NÉ! – o refeitório parou para ver o espetáculo, minha bronca chamou a atenção de Slenderman e Deperman que no momento entravam no refeitório.

- Alice, ele não para de...

- Hey eu não fiz nada foi ela que...

- FIQUEM QUIETOS! VOCÊS DOIS TEM QUE TOMAR VERGONHA E PARAR DE BRIGAR DESSE JEITO! VOCÊS PARECEM MAIS DUAS CRIANÇAS, DO QUE DOIS ADOLESCENTES CRESCIDOS! POR FAVOR, TOMEM VERGONHA E RESOLVAM ISSO EM UMA CONVERSA CIVILIZADA!

Os dois de cabeça baixa, morrendo de vergonha por terem tomado uma bronca da novata! Slenderman começou a bater palmas, entrando no refeitório, com toda a atenção voltada a ele.

- Anne, Jeff, Alice e Jack os quatro depois do almoço no meu escritório!

- Mas tio...! – resmunga Anne.

- Nada de MAS sobrinha! Os quatro para o meu escritório!

- Mas nós nem almoçamos! – reclama Jeff.

- Vocês almoçam depois!

Acho que acabei transformando uma simples discussão, em um auê enorme... Mas fala sério, é um saco ouvir os dois discutindo vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana! Eu estava ali há apenas seis horas, e já tinha arrumado confusão.

Entramos no escritório e nos posicionamos em fila indiana, um do lado do outro, Slenderman começou o sermão:

- Anne e Jeff quem começou a discussão?

- Foi ele! – diz apontando para Jeff.

- Foi ela! – diz apontando para Anne.

- Alice, por que aquele escândalo todo?

- Sr. Slenderman, esses dois parecem duas crianças discutindo desse jeito! Não é a primeira vez que esse tipo de coisa acontece!

- Como conseguiu colocar ordem naquele auê todo?

- Também não sei... Como eu tenho pavio curto e nenhum pouco de paciência, quando me estresso da nisso!...

- Hm entendo! Bom estão dispensados!

- Érh Sr. Slenderman, Alice e eu queremos falar com o senhor se tiver um momento... – disse Jack.

Jack contou tudo ao Slenderman, detalhe por detalhe. Slenderman escutando sem dar nenhum palpite ou interrompê-lo. Até que Jack terminou, e pediu para eu continuar:

- Então Sr. Slenderman, já estou sabendo que Jack vai para a mansão de seu irmão no próximo fim de semana. Queria saber se posso ir junto?!

Slenderman manteve seu silêncio por alguns instantes e sua resposta foi não. Fiquei muito triste, mas também não adiantaria eu contrariá-lo, ele só quer o meu bem!

Jack e eu nos retiramos, eu havia pedido a fome depois daquela conversa, ele percebeu meu ar melancólico e disse:

- Não fique assim minha pequena! Veja pelo lado bom, temos até sábado para ficarmos juntos!

Nem respondi, de tão triste que estava. Decidi ir para meu quarto e deixar Jack arrumar suas coisas para ir pra outra mansão. Ele, incomodado a minha tristeza disse:

- Hoje, depois do jantar vai ter um jogo de Paintball, e depois iremos fazer uma fogueira para conversarmos! Você vai?

- Talvez... Acho que não vou jogar Paintball, prefiro ficar com a parte da fogueira!

Despedimo-nos, ele foi terminar o almoço interrompido e eu fui para meu quarto.

Fiquei lá por algumas horas, jogada na cama tentando aceitar minha nova vida, meus novos amigos, minha nova família! Passou-se cinco horas, já eram quase 18:00 da tarde , e eu não havia saído do quarto desde o almoço. Ninguém deveria saber onde eu estava! Quando batem à porta três vezes e jogam por baixo dela quatro barras de chocolate, junto delas havia um bilhete:

Sei que está triste, não sei o que fazer para lhe ver feliz! Tento de tudo, mas não consigo! Sou um inútil, que não serve para lhe fazer feliz. Queria tanto que você pudesse ir comigo! Você é tudo pra mim, sem você eu voltarei a ser aquele assassino vazio, sem sentimentos... Alice você roubou meu coração, você conseguiu fazer-me um cara muito feliz! E que sem você não seria nada, além de um misero e inútil assassino! – Eyeless Jack.

Logo que termino de ler o bilhete ouço sua voz:

- Minha pequena, me desculpe por não ser útil a você, por não conseguir lhe fazer feliz...

Abri a porta, o abraço e começo a lhe dizer com os olhos cheios de lágrimas:

- Amor não fala isso! Por favor não se menospreze! Você não é inútil, eu é que cheguei na hora errada nessa Mansão! Você merece alguém melhor do que eu como namorada! Eu só lhe trouxe sofrimento até agora! Eu amo você! Esse amor que estou sentindo por você, é o que eu nunca senti por ninguém em toda minha vida!

- Minha pequena não chore, por favor! – disse Jack retribuindo o abraço que havia dado.

- Você me faz feliz sim! Desde que cheguei aqui você foi o único que se importou dessa maneira tão carinhosa comigo!

Entramos no meu quarto e deitamo-nos na cama. Eu ainda estava chorando, e ele ainda me abraçando! O abraço dele era tão bom, era um abraço aconchegante, confortável. Senti que não havia mais nada no mundo além dele e de mim!