America's Sweethearts escrita por Hissetty


Capítulo 5
Se você me ferrar, eu ferro você


Notas iniciais do capítulo

HEEEEY, Macarena!! *u*
Enfim, talvez o capítulo anterior não tivesse ficado bom... mas, bem, eu exagerei MESMO nesse aqui xP Espero que gostem!



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Eu tinha uma quantia considerável de bebidas na mão, quando Henri me puxou.

- Quê?

- Eu... eu perdi minha carteira.

Encarei ele. Eu devia estar com uma puta cara de tacho, porque Henri sacudiu a mão na frente dos meus olhos. Quase mordi.

- Eu sabia que não podia confiar em você! – olhei para as bebidas. Se eu fosse roubar, eu não poderia ter pego todas elas nas mãos e carregado. Ou seja: a confiança de Henri já me atrapalhou. O senhorzinho ruivo com uma revista surrada do Batman me encarava por cima dos óculos. – Porque você não conferiu antes?

- Cara, eu sou o bom, eu não precisava conferir antes! – Henri olhou para trás. – Mas acho que alguém roubou a minha carteira!

Revirei os olhos.

- Como tiraram a carteira do seu bolso de trás e você não sentiu nada?

- Seu cachorro – acusou Henri. – Foi ele, aquele vira-lata! Ele mordeu minha bunda enquanto eu estava te esperando!

Opa. Opa, opa, opa, opa. Olhei para ele. Meus olhos lacrimejaram instantaneamente e eu comecei a rir. Me curvei, largando as quatro garrafas de cerveja no chão.

- Você está prestes a se ferrar e está rindo de mim?! – exclamou ele, indignado. Cruzou os braços e se virou de costas. – Cara, ninguém merece. Você é muito filha da puta, Delilah.

Quando eu fui erguer os olhos para falar... eu vi. A parte de trás da calça jeans tinha sido rasgada – todo o bolso direito. E aparecia uma cueca de estampa rosa e branca.

- Henri! – me agachei no chão, esfregando as bochechas. – Você está usando uma cueca rosa?

E comecei a rir de novo.

- Eu... eu... o quê? Qual o problema, hein? – as bochechas dele estavam vermelhas. – Pera, como você...? – ele esticou a cabeça por cima do ombro para enxergar. Arregalou os olhos e apontou para mim. – Você, sua filha da mãe! Você e aquele demônio preto e branco que você chama de cão!

Eu ia responder. Ia mesmo. Mas aí...

- Henri... – o velho da revista do Batman vinha na nossa direção. – Henri, cala essa boca.

- Se você não tivesse feito a merda daquelas panquecas... sabe, eu não estaria passando por isso!

Me virei para ele, mal-humorada.

- Se você não tivesse me beijado, você não teria que vir na festa comigo, ô inteligente.

- Ia, sim! – insistiu ele. O senhor; Johnsismith – eu juro! Estava escrito no crachá! –, olhou com desprezo para nós dois, do jeito que Amélia e Jay olharam antes para Henri. – Eu viria porque seu pai iria mandar você me trazer.

Pisquei.

- Agora eu sou sua babá? Você que tem 21 anos, cacete!

- Minha mãe é a nova pseudo-namorada do seu pai, Duende – ele me encarou. – Você tem que tomar conta de mim.

- Mas você que é o mais velho! – insisti. A discussão sem pé nem cabeça estava me cansando.

- Caham – pigarreou – leia-se CUSPIU – Johnsismith. – Posso saber o que vocês, pirralhos, estão fazendo na minha loja?

- Nós estamos tendo uma discussão, cacete, dá pra dar licenssss... – Henri me interrompeu, cutucando rapidamente meu braço.

- Cala a boca, Delilah – ele olhou torto para as mãos do velho e eu demorei dois segundos para ver uma espingarda gigante. Recuei dois míseros passinhos para mais perto das prateleiras. – Er, senhor... veja bem...

- VOCÊS NÃO PODEM COMPRAR BEBIDAS! Será que vocês, jovens, não entendem porra nenhuma? – e mirou a arma em Henri.

Henri me puxou na frente dele.

- Calma aí, tio, não precisa... – POW. Ele estourou uma lâmpada. – AI, CACETE!

- Me solta, filho da puta! – me sacudi, mas Henri continuava me segurando como escudo humano. Mordi seu braço, indignada. – Qual o teu problema, porra?!

- John... Johnny, não fode, cara – tentou Henri. – Eu sou maior, posso pagar pelas coisas... eu...

- CALA A BOCA, MOLEQUE! Você e a sua cueca cor-de-rosa ficam fora disso, minhas contas são com a mocinha! – ele olhou para Henri. – A não ser que você seja uma também.

Henri arregalou os olhos.

- Pode ficar com ela! – e me empurrou. Cretino.

- Você tem a cara de pau de aparecer na minha loja com um pirralho de 5 anos, sua almofada verde? – ouch. Então o moço simpático se lembra de mim. – QUERO VOCÊS FORA DAQUI AGORA OU VOU ATIRAR!

- HENRI! – gritei. – HENRI, CHAMA A POLÍCIA, PUTA QUE PARIU!

- Merda nenhuma! – respondeu ele. – ELES VÃO NOS PRENDER TAMBÉM!

- SAIAM! – gritou ele. Lhe dei um chute bem dado no meio das pernas. O velho se curvou, ainda segurando a arma. Peguei duas garrafas de cerveja e enfiei na jaqueta do Jay, depois corri pelas prateleiras e agarrei mais algumas, enfiando nas mangas. Por último, peguei a pamonha do Henri e voei porta afora.

Corri, caralho, como corri, mas só da porta até o estacionamento da loja. Quando estávamos chegando no meio fio...

Clahclah; POW!

- Ele tá atirando, cara! – gritou Henri.

- JURA? – gritei de volta. – JURA?! TEM CERTEZA?!

Clahclah.

- O carro, Duende! – Henri apontou para um Porshe estacionado seis ou sete metros na nossa frente.

- Não!

POW!

- Nós vamos morreeeer! Eu sei fazer ligação direta!

- NÃO, caralho! Vamos ser presos!

- ELE TÁ ATIRANDO NA GENTE, PORRA!

Clahclah.

- Eu não posso ter mais uma ocorrência, poxa!

- Então deveria ter vindo roubar aquelas porras!

POW!

- VOCÊ DISSE QUE IA PAGAR!

- FODA-SE! Te dou 200 pratas e mais a sua vida!

No mesmo instante do próximo clahclah, derrapei no chão e segui outro caminho. Uma garrafa de cachaça escorregou da manga e se espatifou no chão.

- TÁ, BOM, MERDA! – retruquei. – DUZENTAS PRATAS!

Henri pegou as chaves do bolso e jogou no vidro, que não quebrou. Ele começou a xingar enquanto uma série de clahclahs, pows e clahclahs novamente chovia em cima de mim. Ainda bem que o velho era meio cegueta e atirava no chão.

- Quebra, porra! – apressei. Henri se atrapalhou e, de repente, puxou uma garrafa da minha blusa e bateu na janela. As duas quebraram. Dei a volta correndo no carro. Ele entrou, abriu a porta para mim, se abaixou e começou a mexer nos fios. – Henri?!

- Calma aí, cara!

O alarme começou a tocar. Henri se assustou, levantou, e deu com a cabeça no painel. Xingando, ele voltou a mexer nos fios. O alarme continuava apitando como a sirene do inferno.

POWCRASH!

Isso foi o tiro quebrando os vidros traseiros do carro.

- Puta merda, puta merda, puta mer... daconsegui! – gritou Henri. O carro deu um solavanco para frente e ele pulou no assento. Entrei.

- Vambora!

Ele se virou para mim e sorriu, fechando a porta.

- Sou foda, não sou?

Clahclah.

Me inclinei para frente e puxei ele junto. Eu quase bati a cabeça no painel, mas parei antes. Só esqueci de segurar Henri também. Ele deu com a cara no volante.

POW!

- Puta que pariu, já não basta meu dente, filha da mãe? – rosnou.

- Pé na tábua, muchacho!

E não é que ele meteu o pé no acelerador mesmo?

(...)

- Vocês podem me explicar, pelo amor de Deus, o que aconteceu?

Estava na cara que Amélia estava se esforçando para ser simpática. Ah, é. Deixe-me contar uma (outra) sequência de fatos, para vocês saberem o que estava acontecendo:

Fato 1: Henri dirige como um louco.

Fato 2: o Johnsismith também!

Fato 3: o velho nos seguiu no seu Fiat preto quase sete quarteirões, da loja até a praia.

Fato 4: no caminho, a polícia nos achou e seguiu também.

Fato 5: Amélia e cia nos capturaram na peixaria do Zé.

Fato 6: estávamos, agora, plantados na delegacia, com Johnsismith, uma garota vestida de pato, um garoto de samba-canção e outro velho com bigode italiano.

- Ele começou a atirar em nós! – exclamou Henri, apontando para o velho rabugento.

- Vocês estavam roubando minhas bebidas! – retrucou o velho, como um adolescente.

- Eu sou maior de idade, seu velho chato – devolveu Henri, como uma criança. Tsc.

Amélia, então, olhou para mim. Ela não duvidava.

- Mas vocês roubaram um carro.

- E derrubaram um poste – contribuiu Kevin. Acenei animadamente para ele; talvez ele me tirasse dali, afinal, era o irmão de Jay, o meu melhor amigo... – Pelo menos dois meses no xadrez.

Meu queixo caiu.

- Você só pode estar brincando! A culpa foi do mané aqui!

- Ela que roubou!

- Você que roubou o carro!

- CALEM A BOCA – gritou Amélia. Tsc, se meu pai soubesse... ah... opa. Porque ela estava sorrindo daquele jeito? – Você, loirinho – apontou para Henri. – Isso é seu?

Ela estendeu a carteira mordida dele. E não é que ele tinha 21 mesmo? Olhei, emburrada, para o velho.

- Pede desculpas.

- Diabos, não.

- Pede.

- Olha só, guria, nem que me caiam os butiá dos bolso, EU N-Ã-O PEÇO DESCULPAS PRA VOCÊS!

Henri me cutucou.

- Não tem problema, Delilah. Ele só fez o trabalho dele...

- CACETE VOCÊ TAMBÉM, GURI DE MERDA!

- CARALHO, VOVÔ, SEJA MAIS EDUCADO!

- Titica de pombo – murmurou Johnsismith.

Amélia bateu palmas para chamar nossa atenção. Eu não podia me sentir melhor, sentada no banco frio da delegacia, com Henri na minha direita, vovô na minha esquerda, a garota vestida de pato e o garoto seminu na minha frente e o outro vovô rabugento – o do bigode, vale apena citar, usava calças jeans pretas rasgadas, que podiam ser usadas pelo garoto seminu, luvas de couro à lá motoqueiro e pulseiras de tachinhas. Tsc.

- Delilah, querida, você não vai precisar ficar na prisão, porque serei solidária com você – oh, merda. Não, não. Não quero solidarismo dela... ela vai patifar... – Nem você, loirinho. Como você é maior de idade, e Delilah é só uma adolescente burra e irresponsável...

... eu quase pulei no pescoço da puta. Mas Henri e Johnsismith seguraram meus pulsos. Droga. Caí sentada no banco.

-... vocês vão passar um mês em prisão domiciliar na casa de Henri McClay, por ele ser o mais velho responsável no ocorrido.

Arregalamos os olhos e, quase como combinado, dissemos juntos:

- Você só pode estar de sacanagem.


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Notas finais do capítulo

E então...?
Bem, vocês sabem, né? Deixem suas críticas/comentários/palmito/opiniões/ideias aí pra mim! Vocês, leitores, fazem nós, escritores, muito felizes quando se manifestam!
Até o próximo capítulo.
õ/



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