Último Romance escrita por Marina R
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora... Espero que gostem. Comentem no final, por favor!
Nos encarávamos e, confesso, estava gostando disso. Ele abriu a boca e, como se estivesse juntando coragem, falou:
– Juliana, tem uma coisa que eu quero te contar a muito tempo...
Ele parecia envergonhado e desconfortável então eu disse, para impulsiona-lo:
– Pode falar.
– É porque... Desde pequeno eu tenho... - ele dizia, até ser interrompido pelo toque do meu celular.
– Desculpa - falei - Rapidinho, tá?
Atendi o celular.
– Alô.
– Oi gata - disse a voz masculina e grave - Tenho uma surpresa pra você.
– Ah, oi Alex - falei.
Olhei para o Rodrigo. Ele parecia impaciente, então apressei-me.
– Que surpresa? - perguntei.
– Vem aqui em baixo.
– Aqui em baixo onde?
Depois de perguntar ouvi alguém berrando "AQUI". Encurvei-me na janela e era o Alex no jardim da frente. Sorri e balancei a cabeça, surpresa.
Desci as escadas e Rodrigo veio logo atrás de mim. Ao abrir a porta, Alex estava com um buque de rosas vermelhas na mão e um uma expressão engraçada. Deu-me um beijo e entrou lá dentro.
– Rodrigo - comprimentou.
– Alex.
– Isso é para você, gata - disse ele, dando-me as flores.
Agradeci a as coloquei em um vaso.
– Mas e aí, o que que vocês estão fazendo? - perguntou Alex.
– Só vendo fotos de nós dois pequenos - falei.
– Posso dar uma olhada? - perguntou ele, dirigindo-se para o meu quarto.
– Hm, claro.
Ao ver minhas fotos de pequena, Alex deu uma risada forte e exclamou:
– Como você era gordinha! E, não me leve a mal, mas um pouco feinha...
Quando ele viu minha expressão, arrependeu-se:
– Não, amor, é porque como eu estou acostumado com essa Juliana gata, me assustei um pouco - olhou novamente para a foto - Você era fofa.
E começou a observar o album. Rodrigo aproximou-se de mim e falou no meu ouvido:
– Eu sei que ele é o seu namorado, Juliana, mas ele é um babaca. Você sempre foi linda. Lembre-se disso.
Ele se virou e saiu do meu quarto.
– Esse Rodrigo é tão enfezadinho - falou Alex, em tom de desprezo - Não sei por quê você é amiga dele. Ele é maior babaca.
Não sei o que aconteceu comigo no momento seguinte. Foi como se eu não suportasse mais nada que saísse da boca do Alex e só estava louca para fazê-lo se calar. Fechei com força e barulho o álbum que ele estava tão concentrado lendo e comecei a falar, em tom bastante alto:
– Olha aqui Alex, não sei se você sabe, mas o Rodrigo é o meu melhor amigo desde sempre. Você não o conhece nem um pouco, então não venha me falar que ele é enfezado ou babaca, ok?
– Não era para você se ofender - ele falou, arregalando seus olhos verdes - Juju, eu só...
– Ah, mas pode ter certeza que eu me ofendi! - interrompi ele - E sabe de uma coisa, eu não sei porque eu ainda namoro com você. Quero dizer, isso é mesmo um namoro? Por que eu sempre achei que o namorado era para ser um companheiro, como um melhor amigo. O que você não é mesmo para mim. Mas o pior disso tudo é que você não sabe absolutamente nada de mim.
– Que absurdo! Claro que eu sei.
– Ah, é? Qual é o meu filme favorito? Tá, eu não tenho um só filme favorito mas, sim, vários. Diga um.
– Er. Hm. Atividade Paranormal?
– Não. Esse é o seu. Viu como você não sabe nada sobre mim?
– Qual é, Juliana?! Pergunta qualquer outra coisa, tenho certeza que eu vou saber responder.
– Cor favorita? Serie favorita? Banda favorita? Livro? Momento do dia? Comida?
Como ele ficou com cara de interrogação, desisti e só falei:
– Esquece. Alex, acho melhor você ir embora.
Ele nem lutou contra. Nem falou "Não, vamos resolver isso. Me diga tudo sobre você". Só foi embora com a maior cara de "tanto faz".
As semanas seguintes foram um saco. Alex, vendo minha raiva, começou a sentar-se o mais afastado possível na sala de aula. E Rodrigo, a cada dia, passava mais tempo com a Sarah e menos tempo comigo. Não como se eu me importasse.
A Camila começou a passar muito tempo com o Rafael. Com a desculpa de estar querendo apenas ajudar um amigo, ela puxava muito assunto com o garoto e insistia em fazer carinhos, mas eu conhecia ela. Aquele brilho no olhar que aparecia sempre quando ela o via não era apenas amizade.
Amanda começou a matar aula com frequência. Em uma quinta-feira, rumores dizem que ela foi vista fumando maconha no banheiro feminino. Era deprimente vê-la. E quase impossível reconhece-la. Agora, desleixada, Amanda não se importava com aparência. Não parecia ela.
E nada da Senhorita X.
Em uma tarde de sexta-feira, fui até a casa de Rodrigo com o objetivo de chama-lo para ver um filme. Estava sentindo muito a falta dele, desde que ele começou a andar com a Sarah. Até comentara isso com a Camile mais cedo.
– Juliana, você está com ciúmes do Rodrigo com ela? - ela disse. Ao ver minha cara espantada, falou - Porque se estiver, tem todo o sentido do mundo! Vocês são melhores amigos... Você deve estar sentindo que a Sarah está tomando o seu lugar.
– Que ciúmes o que? Eu não sinto ciúmes - menti.
– Juliana.
– Tá, mas não com o Rodrigo! Eu sei que ele nunca vai me substituir ou algo parecido.
– Então tá.
Pensando nessa conversa, dei uma batida na pota da casa dele. Nada. Bati novamente. Nem um barulhinho. "Ah, hoje é o dia que a mãe dele faz compras com ele", lembrei. Estava indo embora quando ouvi um som vindo do andar de cima. Tinha certeza que era o Rodrigo então fui entrando. Além do que, a porta estava destrancada, o que era muito esquisito.
Subi as escadas silenciosamente pois adorava dar sustos nele. Na ponta do pé, fui até a porta de seu quarto, a qual estava com uma fresta em que eu pude colocar meus olhos e observar.
Esperava ver o Rodrigo no computador jogando seus jogos usando headphone, como sempre. Ou então vendo uma serie de comédia na TV. Esperava até vê-lo fazendo dever de física. Tudo menos o que eu realmente vi.
Rodrigo não estava sozinho. Ele estava meio deitado e Sarah estava por cima dele dando beijos desesperados e passando a mão pelo seu corpo. Ele puxava ela pelo quadril.
– Vamos fazer isso - ela disse.
– Você tem certeza? - perguntou ele.
Ela tirou a camisa vermelha justa e exibiu seu sutiã branco rendado. Recomeçou a beija-lo.
Nesse momento eu lembrei da minha conversa com a Camila. E constatei, com tristeza, que... Sim, eu estava com ciúme. Eu estava fervendo de ciúmes! E foi por isso que eu sem querer soltei:
- Porra.
Tampei minha boca forte em seguida mas não adiantou. Eles já tinham ouvido e se levantavam com curiosidade e medo para a porta.
Só sabia que precisava fugir.
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