Último Romance escrita por Marina R


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Quarto capítulo postado :) Comentem, por favor!



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Não, não era o Alex. Era o Rodrigo. Com uma tulipa cor-de-rosa na mão. Cabelo bagunçado. E com uma feição muito tristonha.

– Desculpa por ter agido como um completo babaca - disse ele, aproximando-se de mim - Você sabe se cuidar sim. Não quero ficar mais brigado... Sinto muito sua falta.

Então ele estendeu a flor para mim. Segurei.

– Eu lembro de você comentar que tulipa rosa era a sua flor favorita... Acho que era essa.

Eu não costumava chorar com facilidade mas eu estava com os olhos marejados àquela altura. É porque eu também não costumava brigar com facilidade com o Rodrigo. Dezessete anos de amizade e eu contava as brigas que nós tivemos nos dedos. Então toda vez que a gente discutia, eu sofria bastante em silêncio, pois querendo ou não, ela era o meu melhor amigo de verdade. Até porque ele me entendia mais do que a Camila.

Então com os olhos lacrimejando eu dei um abraço forte dele. Ele me abraçou de volta, segurando minhas costas.

– Nem tem o que desculpar. Eu me jogo mesmo de cabeça nas coisas - falei, soltando-o.

– Mas você não é burra - puxando-me pelo quadril - Nem um pouco. E você sabe cuidar de si.

– Não vamos mais falar sobre isso tá? Que tal a gente ver um filme?

Ele sorriu e a gente foi na casa dele dessa vez. A Sra. Valéria me recebeu bem como sempre, fofa toda vida. Fez pipoca doce e tudo.

Fomos para a sala de TV e vimos Curtindo a vida adoidado, um dos meus filmes favoritos. Vários momentos do filme eu percebi o Rô olhando para mim e vendo se eu estava rindo nos momentos que ele ria também. Na televisão isso mostra que o cara está afim de você. "Mas, fala sério, É O RODRIGO", pensei, anulando a ideia.

Os três dias seguintes foram corridos: Rodrigo voltou a sentar do meu lado, o que fez Alex sentar atrás de mim, o que fez os dois mandarem olhares feios entre si; Amanda deu os convites a toda a população do terceiro ano; e os professores não tiveram nem um tantinho de dó e nos deram uma pilha de deveres para fazer.

Já tinha chegado sexta, dia da festa e eu não tinha vestido ainda. E, do jeito sociável que eu sou, imagine minha animação de ir para a festa! Por isso que quando a Amanda perguntou se eu ia ou não eu disse:

– Ah, Mandy - falei, já que ela insistia que todos a chamassem assim - Acho que eu não vou. Quero dizer, - dei uma tossida falsa - acho que estou adoecendo e, além disso, não tenho roupa.

Os olhos cor-de-mel dela brilharam quando ela começou a tagarelar:

– Eu posso te emprestar um vestido meu! Não faço isso com costume, Ju, até porque eu sou alta e magra então nem todo mundo cabe nos meus vestidos, mas eu acho que eu consigo encontrar um pra você. E eu não sei... Gosto de você, Juliana. Você pode vir depois da aula lá pra minha casa, a gente almoça e você fica lá até a hora da festa, que tal? Eu preciso de ajuda mesmo.

– Mas - tentei escapar. Mais uma tosse - Estou doente.

– Doente uma ova. Ninguém falta minha festa por DOENÇA. Só se você perder um membro do seu corpo ou algo assim, aí eu entendo sua falta.

Como eu não estava afim de aputar meu braço, falei que tudo bem.

Depois das aulas lá estava eu na casa da Amanda. Era gigantesca, como ela dissera. Tinha piscina, sauna, salão de jogos (com pebolim, pinball, etc), um campinho de futebol e um de golfe... Tinha dois andares a casa. Ela com o maior quarto. O menor banheiro da casa, o da entrada, era do tamanho do meu quarto, percebi com tristeza. E não era exagero.

Nós almoçamos sozinhas, já que os pais dela tinham mesmo viajado e Amanda não conseguiu parar de falar por um segundo sobre ela e o Rafael, ela e sua viagem a Paris, ela e como era difícil ser ela. Mas eu não achei ruim pois eu não tinha muito o que conversar com Amanda, visto que nós eramos opostos.

Depois do almoço, ela me levou para o seu closet, o qual tinha três partes: sapatos, roupas e joias. E quanta prateleira!

Vou te contar, eu experimentei pelo menos vinte vestidos e nenhum ficou nem perto de bom. Amanda já estava ficando suada de tanta procura ao vestido perfeito. Ela se sentou no sofazinho rosa bem localizado no centro do quarto e ficou lá quieta por cinco minutos, até que deu um gritinho:

– Ah! Já sei! Sou uma gênia, gênia, gênia! Nossa, Juliana, você vai ficar me devendo uma mas, meu Deus, você vai arrasar! - falou, e saiu correndo em direção a não sei onde.

Segundos depois voltou com uma caixa vermelha bem grande que tinha escrito em letras cursivas Com amor, para o meu xodó.

– Minha avó sempre teve um gosto fenomenal - falou ela, abrindo o nó imenso que amarrava a caixa - Mas sempre foi ruim em memória. Ela comprou esse vestido para mim uma semana antes de morrer em um acidente... Enfim, ela comprou na Itália, em uma lojinha cara e famosa de lá. O único problema foi que ela tinha impressão que eu tinha as mesmas medidas da minha prima Larissa, a qual sempre foi baixinha e gordinha. Então eu sempre fui impossibilitada de usar... Mas eu acho que ficará perfeito em você, Julia.

Então ela tirou o vestido mais lindo que eu já tinha visto daquela caixa velha e empoeirada. Era vermelho. Mas não era um vermelho forte. Era como se fosse veludo. A cintura era marcada. Tinha manga curta. Era cheio de detalhes bordados. E ia até os joelhos. Era perfeito. E eu não podia aceitar.

– Amanda, esse vestido é seu, sua avó que te deu... Acredite, eu sei como essas coisas tem valor sentimental para a gente. Eu posso ir com outro vestido, não é necessário, mesmo.

Ela só empurrou o vestido para cima de mim e me jogou dentro do provador. Quando eu vesti, ficou simplesmente perfeito. E eu acho que ela também pensou isso quando falou:

– Ai, você vai com isso, total. Os garotos vão babar. Mas longe do meu ursinho, ok?

Sorri e disse:

– Ok.

E a abracei.


As arrumações para a festa começaram as seis. Era até meio assustador, um bando de pessoas uniformizadas correndo de um lado para o outro. Levando desde diversos salgadinhos, até umas bolas gigantes que foram colocadas na piscina. Eu achava que ia fazer alguma coisa para ajudar, como Amanda disse, mas ela só ficou dizendo que não era preciso e voltava a ordernar coisas para seus escravos particulares - sem brincadeira, era exatamente o que parecia. Mas no final das contas, tudo ficou digno de uma festa incrível.

O DJ já tinha chegado e estava tocando uma música do David Guetta quando os primeiros convidados chegaram, as dez e pouco. E depois deles, veio uma avalanche de pessoas, sem exagero. Não parava de chegar. E Amanda comprimentou a todos, com muito charme.

E apesar dos pais de dela proibirem qualquer alcool na festa, todo mundo que entrava, chegava com vodka ou cerveja escondido. Acho que Mandy já esperava com isso.

Mas as onze da noite que a coisa começou a bombar mesmo. O alcool já tinha dado efeito nas pessoas, então já tinha gente pulando na piscina apenas com suas roupas intimas, gente vomitando, dançando que nem uns loucos... Fazendo coisas de bêbados.

E foi por volta das onze que Camila chegou com o Rodrigo. Ela deu um assobio zombado e falou:

– Oi gata, você vem sempre por aqui? Amei o vestido. Amei o sapato! Meu Deus, aquele é o Bruno com uma garota? BRUNO! - falou ela bem rápido, saindo em disparado logo depois.

Abracei o Rodrigo, que estava uma graça no seu smoking preto. Ele suspirou e falou:

– Você está muito, muito bonita.

Dei um sorriso e falei:

– E você não está nada mal com essa fantasia de pinguim.

Ele deu uma risada sarcastica e começou a falar alguma coisa, mas eu não ouvi porque eu estava ocupada demais babando pela pessoa que estava vindo à minha direção.

O Alex estava ainda mais gato com um terno preto, all star branco, e uma gravata borboleta. E eu não sabia que era possível ele ficar mais bonito. Ele veio andando até ao meu encontro, com aquele seu andar cafajeste e aquele sorriso torto que deixava a mostra suas covinhas irresistiveis.

– Olá, linda - ele disse, depositando um beijo na minha bochecha. Depois ele se virou para o Rodrigo e com um sorriso falou - E ai, cara.

Rodrigo deu um sorriso falso e com o cenho franzido, foi embora para dentro da casa.

– Ele não gosta de mim - falou Alex, olhando para o lado e dando um sorriso disfarçado.

– Claro que gosta - menti - Como não gostar?

– A maioria não gosta de mim.

– Eu não sou a maioria então, eu acho.

Ele me pegou pela cintura. Nós estavamos nos aproximando, eu sentia o calor dele no meu corpo. Botei minha mão em seus ombros e fui levando-as até a sua nuca. Ele estava olhando com aqueles olhos verdes para os meus lábios, fixamente. Meu coração batia acelerado, minha mente gritava "É agora, é agora, acalme-se!". Mordi minha boca e aí...



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Notas finais do capítulo

Não percam o próximo capítulo, vai estar muito legal! :D Obrigada por lerem ♥
Favoritem e comentem por favor, beijos.