Último Romance escrita por Marina R


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Ui pequenininho esse capítulo, mas espero que gostem! :*
Gente, eu sei que a fic tá meio monótona mas daqui a pouco as coisas vão mudar um pouquinho!
Boa leitura ♥



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Não consigo explicar a decepção que me tomou quando eu abri a porta e me deparei com o meu pai. Ele parecia meio emburrado, e segurava alguns envelopes em sua mão. Eu o olhei tentando não parecer nervosa, e perguntei, na minha voz mais adorável:

– Oi pai. Você quer alguma coisa?

– É, chegou uma carta pra você. Não tem remetente, nem selo, então eu acredito que a pessoa veio aqui e colocou na caixa de correio.

Ele estendeu o braço e entregou o envelope branco para mim. Eu agradeci com um sorriso e ele se afastou. Tranquei a porta do quarto e me sentei na cama. Abri o envelope com um único rasgo. Uma folha de caderno estava dobrada. Percebi que era uma carta de Rodrigo ao ver sua letra cursiva na primeira linha. Respirei fundo. Era uma carta de término. Só podia ser. Estalei meus dedos e comecei a ler as primeiras palavras.

"Juliana,

Eu não sei bem como começar. Sei que você deve estar se perguntando porque eu não estou aí, as cinco horas, como você pediu. Na verdade, você deve estar certa que eu não fui porque te traí, e porque estou 'apaixonado pela Sarah'. Antes de começar a escrever de verdade, posso lhe garantir que não é esse o caso.

Eu não estou aí porque, baseado na nossa conversa de ontem, eu não acredito que você quer me ver por uns bons dias. Sério. Eu nunca te vi tão magoada e com raiva. Você não tem ideia de como eu fiquei triste de te ver daquele jeito. Porque é a minha culpa. 100% minha culpa. Eu percebi que tenho muita coisa pra te dizer, e eu acho que se eu estivesse agora no seu quarto eu não me lembraria de nem metade dessas coisas. Aposto que metade do tempo seria ocupado por um silêncio constrangedor. Então para nos poupar disso, preferi escrever. Aviso já que será um texto um pouco longo.

Depois daquela conversa, eu entrei numa profunda reflexão, onde eu mergulhei nas nossas memórias e tentei ver quais foram meus erros. Minha conclusão foi: eu estou sendo um péssimo namorado. Acho que se existisse um Oscar para o pior namorado na face da Terra, eu venceria. Não tem MESMO como eu me desculpar pela falta de comunicação na viagem. Juro pra você que não lembro porque eu fiz aquilo. Mas não foi nada proposital, tipo "Ah, deveria ligar para Juliana mas não vou porque não estou nem aí". E não foi como se eu não tivesse pensado em você a viagem toda! Porque eu pensei. Bastante. Pensei tanto em alguns momentos que o pessoal da banda pediu para eu calar a boca. Estou te dizendo a verdade. Mas eu sempre estava fazendo alguma coisa, ou conversando com alguém, ou cansado demais para te ligar. Tudo passou tão rápido que eu achei que para você os dias estavam correndo também. Fui adiando. Sinto muito por isso. É uma lição que eu aprendi.

Vou agora tocar no ponto que acho que você esperando pra ouvir. Ler, tecnicamente. Enfim, vou falar da Sarah. Eu podia mentir aqui pra você dizendo que você não foi o motivo principal para o término com a Sarah, mas eu quero ser honesto. Você foi o motivo porque eu nunca amei a Sarah, e continua sendo. Só que você não é um obstáculo. Se você desaparecesse da minha vida agorinha, eu não ficaria com a Sarah, nem num milhão de anos. Porque você é a garota que eu sempre sonhei. Acho que você não entende isso, então vou aumentar minha letra pra você sacar: EU NÃO QUERO NENHUMA OUTRA GAROTA. TODAS AS SUAS QUALIDADES, TODOS OS SEUS DEFEITOS, TUDO EM VOCÊ EU AMO. JULIANA, VOCÊ É O MEU SONHO MAIS LINDO... O QUE SE TORNOU REALIDADE.

Se você não acredita nisso, entramos agora no ponto mais sensível disso tudo, o real problema da questão: sua confiança.

No segundo que você saiu do meu quarto e me deu esse tempo todo para "me decidir" eu sabia que EU não tinha o que pensar. Não tinha te traido, não pensava em fazer tal coisa, e não me sentia atraído por nenhuma outra menina. Quase fui atrás de você para te fazer ouvir que eu não tinha dúvidas: queria continuar a ser seu namorado. Mas então eu percebi que aquele tempo não era pra mim. Era pra você. Você sim precisava dessas horas todas para decidir se valia a pena continuar a ME namorar. Acho que você fez isso sem notar, mas aposto que durante esse tempo você pensou mesmo se eu sou um cara bom o suficiente pra você (algo que eu não sou, mas chegaremos lá daqui a pouco). Analisou tudo, não foi? E agora eu te pergunto: VOCÊ ainda quer ser minha namorada?

Eu sei que eu tenho mil e um defeitos. Não te trato tão bem quanto você merece. Te magoei algumas vezes pelo caminho, e, sendo honesto, acho que ainda chegarão outras vezes. Mas eu posso te garantir uma coisa: eu vou fazer de tudo nesse mundo pra isso não acontecer. Você me faz querer ser um cara melhor, e eu serei, prometo.

Acho que eu já me declarei bastante, mas estou fazendo isso porque eu amo ouvir confissões. Você já disse algumas vezes que me ama, mas toda vez soa diferente, toda vez tem um ar novo, revigorante e mais verdadeiro. Pelo menos é assim que eu me sinto. Não sei se quando eu digo essas coisas pra você, você se sente um pouco entediada, tipo "Você já disse isso antes". Espero que não. Porém tem algo que eu acho que eu nunca falei: você me completa. Nunca quis dizer isso porque não queria soar tão dependente de você. Mas eu sou. Juliana, eu não imagino viver sem você. OK, isso tem a ver com o fato que eu te conheço desde criancinha então eu, literalmente, não sem como é viver longe de você por muito tempo. Mas sério, eu fico um pouco desesperado ao pensar na possibilidade de um dia a gente brigar feio mesmo e nunca mais se falar. Eu não sei o que eu faria.

Você ainda está aí? Não dormiu até agora? Nossa, eu sou um porre, realmente. Desculpa. Vou só terminar dizendo: Juliana, eu nunca vou te trair. Sério. Se um dia eu te trair, saiba que algo está terrivelmente errado comigo. Se você me pedisse agora mesmo para eu sair da banda e nunca mais falar com a Sarah, eu faria. OK, ficaria chateado porque você sabe como eu amo essa banda, mas não é isso que importa. Eu te amo mais.

Me dá outra chance?

Eu."

Fiquei uns bons segundos com a carta na minha mão, apenas tentando processá-la. Reli duas vezes mais, e toda vez eu descobria uma frase que não tinha percebido antes. Deixei uma lágrima cair por cima do papel, agora com parte da caneta borrada. Fiquei meio em dúvida do que fazer em seguida. Queria falar com ele, mas não tinha certeza do que dizer. Peguei meu celular na cabeceira e disquei. Não demorou cinco segundos para ele atender. Ouvi a respiração pesada dele no outro lado da linha. Ficamos por um tempo calados, até que eu disse:

– Onde você está?

Eu sabia que ele estava abrindo um sorriso.

– No porão.

– Ah. Seu esconderijo favorito. Deveria ter imaginado.

– Bom, eu não queria estar no meu quarto quando você recebesse a carta. Sei lá como você ia reagir. E não queria que você me visse te observando, o que eu com certeza ia fazer, o que com certeza te deixaria desconfortável.

– Entendi. Posso dar uma passada aí? Só para conversar.

– Não precisa nem perguntar.

O porão da casa de Rodrigo era o lugar mais bagunçado e, de alguma forma, mais maneiro que eu já tinha visto. Era pequeno, mas lá cabia cada tipo de tralha interessante que não podia ser mais usada. Rodrigo gostava de ir para lá quando o estresse batia. Normalmente ele ficava lá ouvindo música ou tocando violão.

Era o nosso lugar favorito quando crianças. Adorávamos ficar vasculhando os objetos antigos do avô dele. Eu sempre tive um certo fascínio com vários destes, mas os meus preferidos eram: o gigante relógio cuco de madeira com um pássaro de bronze no topo, a vitrola preta e prata, e a pintura perfeita de uma paisagem bucólica (feito pelo seu talentoso avô). Avistei estes objetos no segundo que entrei no porão.

Rodrigo estava sentado em um colchão. Isso me lembrou das diversas vezes que eu já havia dormido lá, naquele mesmo colchão. Quando menores, fazíamos isso com frequência. Adorávamos dividi-lo, já que cabia três pessoas (pequenas) tranquilamente.

Quando me viu, Rodrigo se levantou rápido e ficou parado apenas vendo o que eu ia fazer. Eu também fiquei quieta porque não sabia por onde começar. Fiquei do lado da estátua de leão do avô (queria ter conhecido ele, deveria ser um cara interessante), só olhando a minha volta. Estava mais arrumado, agora tinha luzes enfeitando delicadamente as paredes. De alguma forma, aquele lugar era romântico. Ele deu um passo quase imperceptível para frente, e falou, um pouco acanhado:

– E então?

Eu caminhei lentamente na direção dele, hipnotizada pelos seus olhos azuis. Quando estávamos a apenas alguns centímetros de distância, eu o beijei. Foi a melhor resposta que eu encontrei - e ele pareceu gostar.

– Sim, eu quero continuar a ser sua namorada. Pra sempre, Rô.

Ele abriu um sorriso enorme e me deu um abraço forte. O nosso abraço. Ficamos assim até que ele me puxou para mais perto e segurou meu rosto com cuidado. Mordeu os lábios e os tocou nos meus de modo que eu suspirei. Rodrigo sorriu. Beijou-me silenciosamente, no começo, e ficou o tempo todo com as mãos na minha nuca, e eu segurando o pulso dele. Daí que eu percebi que queria mais. Comecei a beijá-lo com mais pressa e força. Quando percebeu minha necessidade, prensou-me na parede e entrelaçou nossas pernas.

Rodrigo percorreu suas mãos pelo meu corpo, desde meu pescoço até minhas coxas. Meu coração estava disparado. Eu mordi seu lábio inferior quando ele apertou meu quadril contra o corpo dele. Percebi que ele estava se divertindo tanto quanto eu.

Fomos andando às cegas até o colchão e, com um movimento rápido, eu me coloquei em cima dele. Rodrigo sorriu e beijou com urgência minha boca. Eu estava sem fôlego. Eu abri a braguilha dele sem pensar duas vezes e ele me olhou com perversão. Depois de tirar sua calça, ele tirou minha blusa com rapidez. Eu ajudei tirando o meu short jeans. Ele levantou os braços para eu retirar sua camisa cinza.

Não conseguíamos parar de nos beijar. Ele segurou meu cabelo com seus dedos e eu arranhei suas costas, fazendo-o gemer. Eu ri baixinho. Rodrigo começou a dar chupões em meu pescoço. Foi a minha vez de gemer de dor. Eu sabia que iria deixar marcas.

Rodrigo olhou para mim de cima para baixo e deu um sorriso safado, mordendo os lábios. Deslizou seus dedos até o fecho do meu sutiã rendado, sem tirar os olhos de mim.

– Vamos torcer para que a sua mãe não chegue agora - falei, lembrando da última vez. Ele gargalhou.

Rodrigo abriu o meu sutiã com um único movimento. Tirei as alças vagarosamente e joguei a peça no chão, em cima das nossas outras roupas. Rodrigo me observou com a respiração ofegante. Mudou a posição: agora ele estava em cima de mim. Sorrimos e nos beijamos. Ele foi descendo lentamente minha calcinha preta até que ela foi completamente retirada. Foi questão de segundos para que as boxers dele estarem no chão. Ele esticou o braço e alcançou o interruptor. As luzes abaixaram e eu fechei os olhos.


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Notas finais do capítulo