Não, Eu Não Sou Essa Sua Bianca di Angelo. escrita por Little Owl


Capítulo 6
Capítulo 6 - Não. Não. Não.




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Mesmo depois de Percy e Annie forem embora, Nico não queria mais sair de perto de mim. Talvez estivesse com medo de que fosse um sonho. E que em um piscar de olhos ele estaria sozinho no meio da cama, acordado de repente no meio da noite. 

Minha cabeça ainda doía, mas eu a ignorava, parecia que estar com aquele menino me fazia bem, me acalmava, não sei dizer ao certo. 

Nico e eu conversamos o dia todo, entendo que ele sentisse falta de sua irmã, mas eu tinha medo de que eu não fosse essa Bianca. Espera, eu não sou essa Bianca! emfim, não ficaria feliz se o iludisse e no final eu não era sua querida irmã. Eu não sou, certo? Nem eu sei mais. 

As caveiras na parede do chalé dançavam e se mexiam quando Nico dizia algo, muito pouco, mais eu percebia. 

Passei tanto tempo com Nico hoje, que nem sei quem eu sou, não tenho certeza se sou a Angelica ou a Bianca. 

No final do dia Annabeth voltou ao meu chalé para me ver. 

- Anjo, está bem? - perguntou assim que entrou. - Sua cabeça ainda está doendo? 

- Mãe? não tenho tanta certeza se sou ou não essa Bianca. 

- Temos que esperar pra poder dizer algo. 

Logo anoiteceu, quando fui dormir Nico ainda não tinha voltado. Eles ainda conversavam sobre mim. 

Sonhei mais sonho estranho. 

Estava tudo novamente em preto e branco, eu estava no ginásio de um colégio, eu estava na arquibancada sendo bem discreta. Nico estava ao meu lado jogando seu jogo de cartas. 

- Legal como essa caveira parece se mexer quando eu toco nela, né Bia? - Nico e seus comentários sem sentido. Ele estava examinado uma caveirinha que achara no chão. 

Não dei muita importância ao que ele disse, estava quieta no meu canto ouvindo Beattles. Assistia a festa de cima da arquibancada, os alunos estavam curtindo o baile ao som de uma música qualquer, uns dançavam, outros aprontavam. É fácil imaginar o que se acontece em um baile em uma escola do ensino fundamental. 

O que me incomodava era um garoto do 8º ano, ele ficava toda hora olhando para mim e para o Nico, ele usava um boné vermelho, uma camiseta preta e jeans, tinha uma pequena barba, e o rosto cheio de acne. Ele estava agitado, olhava para o relógio, depois para a entrada, para nós, para o relógio novamente, para o vice-diretor, e para Nico e eu. Em um momento ele saiu do ginásio, alguns minutos depois ele chegou com mais três adolescentes que me pareceram extremamente familiares. Uma menina loira de uns 14 anos, um menino com a mesma idade com cabelos pretos,  e uma menina um pouco mais velha que os outros dois, com um estilo gótico cabelos e roupas pretas. Os três pararam e ficaram discutindo nervosamente, mas depois começaram a dançar. 

O vice-diretor parou ao nosso lado. 

- Sr. e Sra. di Angelo? - disse o Dr. Espinheiro. - Venham comigo.

Acordei assustada. 

- Não, não. Não. Não. Não. Não. - repetia para mim mesma. - Não pode ser. Eu não sou essa Bianca. Não. Não. Não. 

Eu estava agitada, ainda estava de noite. Me levantei e fui olhar pela janela. A vista era linda, dava para ver a floresta, escutei o uivo de um lobo, em seguida mais dois. Observando a floresta, pude ver a sombra de alguma coisa, um lobo, talvez um monstro. Não sei dizer. Em um momento senti saudades do orfanato, a janela do meu  quarto dava para a floresta, eu ficava de madrugada escutando seus ruídos. Isso me acalma.

 Minutos mais tarde voltei para a cama. Não queria dormir, mais um sonho e eu estaria acabada. Não tinha escolha, se eu não dormisse, meus pensamentos me matariam. Acabei adormecendo com lágrimas nos olhos.

- Está tudo bem, - O mesmo garoto que entrou no salão á pouco, chegara segurando uma espada. Ele tinha cabelos escuros, olhos verdes, e era mais alto que eu. Ele nos examinou, olhou em volta. - Meu nome é Percy. - disse ele em uma voz tremula. - Vou tirar vocês daqui, leva-los para um lugar seguro. 

Atrás de você! tentei dizer, com fracasso. Percy entendeu, tarde demais. Ele não viu o que o acertou, eu não entendi o que era isso. O monstro atacou Percy no ombro, o que o fez cair. Ele disse algo ao garoto, o que não prestei atenção, pois no segundo seguinte ele quase acertara minha cabeça com um espinho imenso. 

- Vocês três virão comigo. - o monstro disse com uma voz firme. - Quietos. Obedientes. Se fizerem um só ruído, se gritarem por socorro ou tentarem lutar, vou lhes mostrar o quanto minha mira pode ser precisa. 

- Bianca. - Nico apertou forte minha mão. 

Não. Não. Não. Não. Eu NÃO sou essa Bianca di Angelo. - repeti pela milionésima vez a mim mesma. 


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