Não, Eu Não Sou Essa Sua Bianca di Angelo. escrita por Little Owl


Capítulo 15
Capítulo 15 - Uma carona com Bill




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– deuses! onde está esse maldito homem? - Jimmy exclamou exausto.


Essa foi a décima volta que demos em volta do quarteirão e nada de achar o pai do garoto.


– Ele disse que nos encontraria se saíssemos vivos daquele castelo com o filho dele. - James disse,

– O que vamos fazer? - Perguntei, me sentando no banco da praça onde o homem estivera. As garrafas de cerveja ainda estavam amontoados no chão aos meus pés. Em minhas mãos estava minha adaga de ferro estígio.


– Vamos matar monstros! - Felipe disse entusiasmado, erguendo sua nova adaga.


Felipe, só com seus oito anos, já tinha um espírito de Herói. Talvez o pai dele seja um semideus. Felipe sem dúvida era descendente de Apolo, deixei ele brincando com meu arco e flecha enquanto procurava o pai dele e quando voltei ele estava com três pombas mortas aos pés, todas com a flecha no mesmo lugar, bem no meio do peito.


– Felipe... - Jimmy começou a dizer, quando algo chamou sua atenção.


Uma caminhonete vermelha muito barulhenta virou a esquina, ela trazia um trailer duas vezes maior que ela, o motorista estacionou a caminhonete no acostamento à nossa frente, desligou o motor e desceu com um rangido na porta. O homem tinha pelo menos 35 anos de idade, usava um macacão jeans, seu cabelo ruivo estava um pouco grande e sua barba vermelha estava por fazer.


– Acho que são vocês que estou procurando. - Disse ele com um sotaque britânico. - Vocês que salvaram Felipe?

– Eles me salvaram! - Felipe cantarolou alegremente.

– Quem é você? - Perguntou James cruzando os braços e fechando a cara.

– Ah. Me chamem de Bill. - O homem estendeu a mão em direção ao James, que ignorou o gesto. - Apolo me enviou. Ele precisava resolver um assunto sobre o carro de sol dele, mas precisava recompensar alguns semideuses que salvaram seu filho. Aqui estou. Sua recompensa. Vou levá-los a onde quiser com meu trailer.

– Qualquer lugar? - Jimmy perguntou.

– Qualquer lugar acessível por carro, claro. - Ele deu de ombros. - Agora, para onde vamos?

– Precisamos ir para Las Vegas. - Eu disse.

– Boa escolha, princesa. - Ele sorriu. - Las Vegas, a terra sem leis. Vamos, subam.

Ele pegou as chaves no bolço e foi destrancar o trailer.

– Ele é confiável? - Perguntei para Jimmy e James.

– Ele é Britânico, e ruivo. Eu não vou confiar nele. - Disse James.

– O quê? - Perguntei. - Você não vai confiar no cara só porque ele é um britânico ruivo. Já pensou que tem coisas maiores a desconfiar do que a aparência? Tipo, ele pode estar mentindo e querendo nos levar presos para aquele semideus malvado que quer dominar o mundo.


– Gente, não temos outra opção. - Jimmy disse. Claro, é arriscado confiar no primeiro cara que aparece na nossa frente, mas pode ser o único que nos levaria daqui até Las Vegas.


– Prontos? - Bill perguntou apoiado na porta do trailer.


– Vamos, antes que eu desista. - Jimmy disse.


Ele entrou primeiro, depois fui eu e em seguida, James. Depois de checar que não tinha nenhum perigo, Jimmy me deixou examinar a área. O trailer tinha dois cômodos divididos por uma porta. Dois beliches e tudo o que se precisa ter um um quarto, ficava no cômodo dos fundos e uma sala junto com uma pequena cozinha estava no cômodo da frente. Enquanto eu olhava, James abria cada gaveta ou armário para ver o que tinha dentro.


– Aproveitem esse pequeno luxo. A viajem vai ser longa. - Bill só disse isso. Fechou a porta do trailer e foi para sua picape. 1 minuto depois, o telefone fixo que estava ao lado da geladeira tocou, me assustando.


– Sim? - Jimmy atendeu. depois esperou um tempinho pela resposta - Ok.


– Como um telefone fixo funciona dentro de um trailer? - James perguntou quando Jimmy desligou.


– Era o Bill, ele disse que poderíamos pedir ou falar com ele usando esse telefone, e ele fala com o rádio dele.


Felipe deitou no sofá e ligou a tv. Estava passando Bob Esponja.


Me sentei na cadeira da mesa de jantar. James ainda olhava cada compartimento do trailer.


– James, o que você tem contra britânicos ruivos? - Jimmy perguntou.


– Meu padrasto é britânico. E ruivo. E ele é um idiota. E eu odeio ele. E ele sabe disso. E ele também me odeia. - James falava cada frase com uma pausa e na pausa, abria alguma gaveta. - E faz a minha vida virar um Hades. Sem ofensas, Anjo.


– Tudo bem.


– Eu to com fome! - Felipe reclamou, quando começou um comercial de comida mexicana.


– Jimmy, o que você tem nessa sua mochila mágica? - James perguntou. - Eu não vou comer nada que vier desse Bill.


– Eu posso fazer pão com geleia, querem chá? - Jimmy tirou sua mochila dos ombros e procurou alguma coisa.


– Eu quero Doritos! - Felipe disse.


– Eu não tenho Doritos. - Jimmy disse.


– Aqui tem! - Felipe pulou do sofá e foi correndo para o armário que inha em baixo do microondas, e de lá tirou um saco de 1 quilo de Doritos.


– Olha só! - James disse. - Talvez esse Bill não seja tão mal quanto meu padrasto.


James chegou perto do Felipe e pegou o Doritos e correu para o quarto, fechando a porta atrás de si.


– James! - Felipe gritou e correu atrás dele, mas ele já tinha fechado a porta.


– James, abre essa porta! - Jimmy gritou para ele.


– Me convença!


– Espera, vou pensar em como te convencer, tomando um copo de Coca-Cola geladinho, enquanto você fica cada vez com mais cede enquanto come esse salgadinho. - Jimmy abriu a geladeira e lá estava uma garrafa de dois litros e meio de Coca.


– Certo. Você me convenceu. - James abriu a porta.


Foi até um dos armários e pegou uma tigela e a encheu de Doritos, enquanto Jimmy enchia quatro copos com Coca.


– Jimmy, a Angelica não está muito quieta? - James perguntou.


– Eu estou só assistindo vocês. - Eu ri.


– James, acho que eu não gosto de participar de um reality show sem autorização. - Jimmy disse.


– Jimmy, acho sem graça um reality show sem uma garota. - James disse.


– Precisamos de uma garota. - Jimmy disse.


Oh não. James se virou para mim e me levantou da cadeira e me levou no colo enquanto eu ria e me debatia, ele tentou me levar até o sofá, mas o trailer passou por uma lombada e James acabou tropeçando, e o Jimmy estava no meio do caminho. E nós três caímos no chão.


Ficamos mais uns 10 minutos deitados no chão, rindo. Quando finalmente conseguimos controlar as risadas, minha barriga doía. Olhei para Felipe e ele estava rindo com um celular na mão.


– Ah não! - James tentou se levantar, mas eu estava em cima dele. - Moleque, me diga que você não está filmando!

– Haha eu estou filmando. - Felipe disse, virando a tela do celular para que James visse.

– Ah Não! AH NÃO! - James se esforçou para se levantar e quando conseguiu, gritou para o Felipe. - De hoje, você não passa! Venha aqui seu pequeno filho da mãe!

O trailer era pequeno para se correr dentro dele, mas Felipe conseguiu dar uns dribles no James, que acabava esbarrando em algumas coisas enquanto tentava pegar o Felipe. Enquanto isso eu e Jimmy rimos mais ainda, deitados no chão. Quando, finalmente, James conseguiu pegar o celular e o Felipe, James tropeçou na perna do Jimmy e caiu no chão entre Jimmy e eu, com o celular em uma mão e o outro braço, enrolado em Felipe. Isso nos fez rir mais ainda.

– Ok. Só vou ver esse vídeo e depois vou apagar. - James disse, dando play no vídeo.

Em um outro ângulo, mostrava tudo que aconteceu desde que James notou meu silêncio até James notar Felipe gravando tudo. Depois de rir mais com o vídeo, ficamos deitados no chão quietos, ouvindo os sons do trânsito.

Acho que acabei pegando no sono depois de um tempo, porque acordei em cima de uma cama macia. Um pouco desorientada, olhei em volta. Estava escuro, eu estava na cama de baixo de um dos beliches, Felipe estava no outro beliche, também na cama de baixo.

Me sentei e tentei espantar o sono. Fui até a pequena cozinha e peguei um copo de água. Uma janela coberta com uma cortina florido ficava na parede, em cima da pia. Puxei a cortina e vi a paisagem rural passar, a lua cheia brilhava no céu sem nuvens, uma floresta ao fundo se estendia verde e sombria a uns 100 metros de distância.

Olhando com mais atenção, pude ver algo se mexendo na extremidade da floresta. Era um lobo. Mais lobos apareceram. Uma alcateia de lobos saiu da floresta aos poucos, eles corriam. Corriam na nossa direção. Observei mais um tempo, alguma coisa tinha saído de onde os lobos vieram, agora estava distante, mas parecia um silhueta de uma pessoa, vestido de prata. Mais silhuetas se seguiram, saindo da floresta.

Me esforcei para poder enxergar, eram garotas, e algumas levavam arcos e flechas. Uma delas pegou seu arco e apontou uma flecha em nossa direção e pude ver a flecha brilhando quando alçou voo. Com um grito agudo, dei um pulo para trás quando a flecha acertou a parede do trailer, bem ao lado da janela onde eu olhava.

O trailer freou bruscamente e eu quase caí no chão. Ouvi o barulho de alguém caindo no quarto ao lado e com resmungos, James veio cambaleando para onde eu estava.

– O que aconteceu? - Perguntou ele, meio grogue de sono.

– As caçadoras. - Eu disse, quando o primeiro lobo uivou.




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Notas finais do capítulo

Desculpe a demora. Espero que tenham gostado.



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