Não, Eu Não Sou Essa Sua Bianca di Angelo. escrita por Little Owl


Capítulo 14
Capítulo 14 - No Castelo.


Notas iniciais do capítulo

Parte desse capítulo foi inspirado em um dos capítulos da Daenerys Targaryen, em As Crônicas de Gelo e Fogo, porque a Dany é a minha personagem preferida de lá.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/342707/chapter/14

Várias famílias andavam para lá e para cá, de um brinquedo ao outro. Filas que davam a volta no parque, montanhas russas emolduravam o parque, homens fantasiados de monstros assustavam criancinhas, pessoas gritando nos brinquedos, vários personagens clássicos do terror se espelhavam pelo parque. Uma música animada tocava nos autos falantes.


E lá no fundo se estendia o castelo, parecia meio medieval, com gárgulas empoleiradas nos altos das torres, ouvia-se gritos de lá de dentro também.


Nos aproximamos do castelo, havia três portas. A maior parecia ter três metros e meio, onde os mortais faziam uma fila para entrar, essa ficava do lado esquerdo. A porta do meio se abria de vez em quando, e quem saia dela eram os mortais assustados que corriam para escapar do que quer que tenha dentro do castelo. A ultima porta quase passava despercebida, um homem vestido de minotauro guardava a porta, quando chagamos mais perto percebi que era realmente um minotauro.


– Quanto será que pagam os monstros? - James perguntou.


– Saiam daqui e vão viver suas vidas patéticas. - o monstro disse quando nos aproximamos. Sua voz era grossa e áspera.


– Queremos entrar. - Jimmy disse. Tirou do bolço os ingressos dourados.

– Preciso avisar que podem nunca mais sair?

– Vamos, abra logo essa porta antes que eu ganhe meu juízo. - James disse.

O minotauro pegou a chave em seu cinto e destrancou a porta.

– Espero que se percam e aí eu posso devorá-los.

James entrou primeiro, depois Jimmy e eu.

James pegou seu martelo de batalha das costas e eu tirei minha adaga da bainha e Jimmy sua espada.


Quando entramos a porta atrás de nós se fechou com uma batida forte. A primeira sala que entramos era escura, não consegui enxergar nada. Segurei a mão de Jimmy e James segurou meu braço. Três archotes se acenderam ao mesmo tempo e a sala se iluminou brevemente, 5 portas apareceram a nossa frente, duas na parede da esquerda, uma na da frente e duas na direita.


– Segunda porta da direita - sussurrei.


Dei um passo para frente, mas uma voz assustadora me fez paralisar.

Atenção na escolha. Uma porta errada e podem nunca mais sair. - avisou uma voz vinda dos altos falantes.


– Segunda porta da direita. - Jimmy sussurrou.


Entramos na segunda porta da direita e assim que nós três passamos, a porta se fechou atrás de nós.

Um longo corredor se estendeu escuro e estreito.

Andamos poucos metros e a primeira porta na parede esquerda apareceu. Ela estava fechada, era de madeira com desenhos em alto relevo. Uns 5 metros mais a frente estava a próxima porta na esquerda que também estava fechada, essa era vermelha e lisa.

A próxima porta estava aberta. Não pude deixar de olhar para dentro, a sala era pequena, as paredes eram mosaicos coloridos com várias cenas históricas se espalhavam, o chão era de mármore branco e bem no meio do cômodo estava um trono de mármore negro, onde estava sentada uma mulher de pele roxa e cabelo branco, ela estava cantando em um idioma que eu não reconheci, mas parecia antigo.


Seguimos o corredor. A próxima porta estava fechada, era verde e tinha vários desenhos de folhas.


A próxima porta também estava aberta, o interior parecia um belo quintal, com a grama verde e do tamanho ideal, flores se espalhavam em canteiros perfeitos, uma bela mulher cuidava das flores, um cheiro aconchegante de chá parecia nos puxar para dentro, a mulher olhou para nós, ela era quase tão bela quanto Afrodite, quando nos viu ela sorriu e estendeu a mão nos chamando. Jimmy deu um passo em direção a porta. Algo se mexeu em um dos arbustos e pude ver olhos vermelhos nos vigiando.


– Vamos. - Eu disse e puxei os dois para continuar. Tinha a impressão de que se entrássemos em alguma porta errada poderíamos nunca mais sair. - Temos que continuar.


– Socorro. - Ouvimos alguém gritando da próxima porta. Um homem acorrentado estava na próxima sala. Era uma cela de cadeia, a porta estava fechada, mas era de grades e consegui ver o interior. - Crianças, precisam me tirar daqui. A chave. A chave está em cima da mesa. As correntes não me deixam alcança-la. Entrem aqui e me destranquem.

– Temos que soltá-lo. - James disse.

Olhei para Jimmy. Ele estava sem expressão.

– Precisamos continuar. - Ele disse por fim. - Esse castelo vai querer nos enganar.


A próxima porta me fez congelar assim que vi o interior, reconheci na hora. Era um quarto de hotel, duas camas estavam no canto, um sofá estava em frente a uma televisão e um tapete se espalhava pelo chão no meio da sala. Em cima do tapete, estava sentado um menino pequeno, ele estava de costas para nós, ele estava mexendo em um baralho e várias pequenas estátuas estavam espalhadas na sua frente. Na cama mais próxima de nós, uma menina estava sentada observando o garotinho jogar. Ela parecia ter uns 11 anos, estava usando uma calça preta e uma jaqueta verde, seu cabelo era maior que o meu e ela usava a franja para se esconder. Bianca di Angelo se levantou da cama e se sentou ao lado de seu irmão.

– Bia, está faltando uma estátua, a do Hades. - Nico di Angelo disse a ela.

Ela suspirou e disse.

– Eu vou achar essa estátua e te entregar. - Bianca prometeu.


– Vamos. - Jimmy me puxou pela mão. Sem perceber eu estava quase dentro do quarto.

Olhei para o caminho a frente e pude ver o fim do corredor . Não havia nenhuma porta na parede direita, como entraríamos na segunda da direita sem porta? Ainda faltavam mais três portas fechadas na esquerda. Fui até o fim do corredor e tateei na parede direita procurando alguma abertura.

– Não pode ser. - Eu disse. - Tem de haver alguma porta.


Jimmy e James me ajudaram a procurar, mas sem grande resultado.

– Segunda porta da direita. - Jimmy disse de costas para o fim do corredor. - Pode ser a penultima da esquerda.

– Ou podemos passar pela ultima porta da nossa vida. - James disse.






– Não temos outra opção. - Eu disse colocando a mão na maçaneta.






Abri a porta e entramos. A sala era enorme com o chão de terra e paredes de tijolos antigos. Várias estátuas se espalhavam pela sala, algumas estavam quebradas.






– Arg. Me deixe ir embora! - Uma voz monstruosa gritou do outro lado do salão.






– Se escondam - Sussurrei para Jimmy e James, enquanto me jogava na sombra de uma estatua enorme.






O barulho de estátuas se quebrando atravessou o salão, estava chegando perto de nós.






– Jimmy. Meu arco. - Pedi a ele. Meu arco e aljava estavam na mochila dele.






Uns segundos depois Jimmy me entregou minhas armas.






Cuidadosa, espiei para ver se achava o dono da voz.






– Me deixe sair! - O monstro gritou novamente para o nada. Pude ver que ele estava a uns 20 metros de distância de nós, ele estava de costas para nós e era enorme. - Eu quero sair. - Ele girou e arrebentou mais umas 5 estátuas, agora pude ver seu rosto, ele era um ciclope e pendurado em seu pescoço estava um colar com um pingente de coração.






Arregalei meus olhos.






– Jimmy. - Sussurrei. - Ele está com o amuleto.






– Eu vi.






– Vamos pegá-lo? - James perguntou.






– Todos prontos? - Perguntei.






– Vamos. - Jimmy e James disseram juntos.






– Deem a volta silenciosamente pelo salão, vou distraí-lo. - Eu disse, depois me levantei e subi em uma estátua. Nesse momento o ciclope estava de costas. Armei uma flecha e mirei. - Hey, grandalhão. Você quer ir embora?






Soltei a flecha, ele se virou quando ouviu minha voz e rugiu quando a flecha acertou seu peito. Infelizmente ela não o matou.






– Você me prendeu aqui? - Ele agarrou uma estátua de um sátiro. - Vou matá-la.






– Se me matar nunca vai sair daqui. - Eu disse, atirando outra flecha nele, que acertou o ombro.






Quando a estátua do sátiro voou pelo salão em minha direção, eu pulei da estátua de onde estava e caí rolando no chão. Fiquei de pé rápido e armei outra flecha, infelizmente eu era mais baixa do que várias estátuas, então subi em uma outra e atirei outra flecha que acertou sua barriga.






– Porque você está com esse amuleto no pescoço? - Perguntei. Podia descobrir algumas coisas sobre essa história toda - Quem mandou você roubá-lo?






Foi uma péssima ideia perguntar sobre o colar, porque de repente o ciclope se lembrou de como usá-lo.






– Largue esse arco e me mostre a saída. Depois me deixe matá-la - disse ele com o poder do amuleto.


Droga.


Não pude resistir. Sem conseguir controlar meus braços, coloquei meu arco e a aljava no chão.







– Ah, não. Eu não vou deixar você controlar meu anjo. - Jimmy gritou do outro lado do salão enquanto decepava o braço direito do monstro.





James saiu da sombra de uma estátua por perto e martelou a barriga do monstro.

Com a atenção perdida, consegui me controlar. Peguei meu arco, mas era uma péssima ideia usá-lo com Jimmy e James tão próximos, então saquei minha adaga e corri em direção ao monstro. Era patético ficar ao lado do monstro de uns quase 3 metros, eu era da altura da cintura dele. Desviando de uma estátua voadora, deslizei pelos 3 metros restantes e cortei seu joelho. James martelou suas costas e ele caiu. Com um ultimo golpe, Jimmy acertou o coração do ciclope com a espada, que resultou em uma explosão de pó de monstro, deixando o amuleto de Afrodite como prêmio.


– Esse foi duro pra morrer. - James disse se apoiando no martelo de batalha.


Jimmy se abaixou em meio ao pó e pegou o amuleto de Afrodite. Pegou a mochila e o guardou em segurança.

– Onde será que fica a saída? - Perguntei.

Como se eu tivesse dito as palavras mágicas, a sala começou a tremer. As estátuas tremeram e algumas caíram no chão, se despedaçando. Logo se tornou um terremoto e fez com que todas as estátuas caíssem e se quebrassem fazendo uma nuvem de pó se levantar. Quando a ultima estátua caiu, o terremoto parou. Quando a fumaça abaixou, a sala estava mudada. Os restos das estátuas e todo o pó desapareceram e me vi olhando para uma sala redonda com o chão de mármore e 20 portas nos rodeando. Mais nada havia na sala, além de Jimmy, James e eu.

– Está aí sua resposta. - James disse.


A sala não era completamente redonda, a parte onde o corredor ficava era reta, e só tinha uma porta nessa parede, entramos logo na segunda porta da direita que nos levou a uma sala semelhante, novamente na segunda da direita, essa nos levou a uma biblioteca.

Estava quase silenciosa, a não ser o som de alguém chorando. Coloquei um dedo sobre os lábios pedindo para que os meninos não dissessem nada e segui na ponta dos pés em direção ao som. Atravessei várias estantes de livros até achar em um canto da biblioteca um garotinho encolhido.

Ele parecia tão pequeno que acho que ele caberia na mochila do Jimmy.

– Psiu. Garotinho? - Chamei baixinho para não assustá-lo.

Ele levantou a cabeça devagar, seu rosto estava inchado de tanto chorar, seus olhos azuis estavam rodeados de vermelho, seu cabelo loiro estava um pouco grande. Ele parecia ter 8 anos.

– Quem... quem é você? - Ele perguntou com a voz fraca.

– Eu vim te tirar daqui. Qual é o seu nome?

Ele demorou para responder, parecia que ele tinha esquecido o nome.

– É Felipe.

– É um bonito nome, Felipe. O meu nome é Angelica. Você quer ir embora daqui?

Ele concordou com a cabeça.

– Eu tenho dois amigos que vão nos ajudar e nos proteger, quer conhecê-los?

Quando ele confirmou novamente com a cabeça, o ajudei a levantar e o levei até Jimmy e James.

– Felipe, esse aqui é o Jimmy, e esse é o James.

– Como vai Felipe? - James perguntou.

– Você sabe usar uma dessas? - Jimmy perguntou estendendo uma adaga de bronze celestial para ele. - Acho que você preferiria um arco e flecha, mas isso também serve, certo?

– Eu sei usar, sou muito bom.

– Vamos, então?

Entramos na segunda porta á direita, e na outra, e a outra, e na outra, e na próxima depois dessa. Até entrarmos em um pequeno quarto com uma unica porta, que era enorme. Assim que entramos, o minotauro que guardava a porta se levantou da sua cadeira.

– Estão vivos? - Ele pareceu espantado.

– Isso aí.

Ele pegou a chave e destrancou a porta.

Saímos e o ar gelado do fim da tarde foi bem vindo.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
Foi o capítulo que eu mais escrevi, é bom vcs comentarem alguma coisa u.u



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Não, Eu Não Sou Essa Sua Bianca di Angelo." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.