Laura E Edgar - Uma Outra História escrita por Cíntia


Capítulo 32
Melissa e Antônio


Notas iniciais do capítulo

Meninas, valeu pelos comentários. Esse capítulo é dedicado a todas que comentaram kkkk.



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Por Edgar

A minha relação com Laura se tornou como posso dizer ... no mínimo, estranha nos últimos tempos. A verdade era que se me pedissem para definir o que nós tínhamos, o que nós éramos, até mesmo se estávamos juntos. Eu não saberia dar uma reposta simples.

De dia agíamos como amigos, como pais de Antônio. Conversávamos de forma cordial. Mas não nos declarávamos, não fazíamos planos para um futuro juntos, não compartilhávamos os nossos sonhos e nossos problemas que não se referiam ao nosso filho.

Mas nas noites em que ela dormia na nossa antiga casa, tínhamos momentos ardentes e carinhosos. A verdade é que a amava e a desejava. Não conseguia dormir sozinho quando ela estava aqui, ela tinha que estar comigo. Aliás, nas noites em que ela não estava, também tinha dificuldades de adormecer, parecia que faltava alguma coisa, algo muito importante ... faltava ela.

Às vezes, pensava como era errado aquela relação. Como dormir tantas noites juntos sem compromisso, sem planejar um futuro, ainda mais com Laura a mulher que eu amava tanto, que respeitava, uma moça de família, a mãe do meu filho ... a minha mulher. Mas ela parecia estar levando isso bem. E eu continha esse meu moralismo.

Pois ainda tinha muitos sentimentos negativos guardados e ela também. Não estava preparado para prosseguir, para perdoar. Não sabia se ela também estava. Tinha muito medo que se transformássemos isso em palavras, destruísse o que tínhamos, que ela se afastasse de mim, e que eu perdesse o contato com nosso filho, ou que ele nos visse numa situação de briga. Pensava muito nele, não queria que ele crescesse num ambiente com pais em guerra.

Então eu continuava passando noites de amor com Laura, mas sem comentar nada com ela, sem planejar o futuro, sem dizer o quanto a amava. Talvez colocar em palavras o que sentia, mesmo em nossos momentos de amor, complicasse as coisas e me fizessem perdê-la, pois não podia planejar o meu futuro com ela sem antes perdoá-la.

E eu precisava daquelas noites, me faziam tão bem, depois de muito tempo de tristeza... eu conseguia ser realmente feliz nesses momentos, me sentia realizado enquanto estava com ela. Dormia tão melhor quando a abraçava. Me sentia completo.

Falava discretamente com Guerra sobre o que acontecia comigo e Laura. Ele achava que estávamos complicando as coisas demais e que deveríamos conversar e nos entender.

Por outro lado, depois do que Laura passara, eu decidi escrever uma reportagem sobre a violência contra as mulheres. Não pude ajudá-la a prender aquele homem, mas podia denunciá-lo indiretamente, podia falar dela e de outras mulheres que passaram por essa situação injusta, e eram assediadas todos os dias. Guerra a publicaria e depois de lê-la completa, disse que o talento do Antônio Ferreira voltara definitivamente.

Já com Antônio ... Vieira, as coisas estavam tão boas que Laura e eu decidimos que já era na hora de trazer Melissa para brincar com ele. Os dois podiam até dormir em casa para se conhecer melhor.

Eu trouxe Melissa e Laura já esperava com o nosso filho. Estava tão ansioso e feliz com esse encontro. Melissa e ele já se conheciam, haviam brincado antes. Então esperava uma boa aproximação entre eles.

Eles pareciam bem amigos enquanto me divertia com eles. Melissa não conseguia ter brincadeiras muito agitadas, então brincamos de cabaninha. Eles pareciam se divertir e foi emocionante vê-los juntos.

Depois os deixei sozinhos, queria que eles se conhecessem mais, criassem uma conexão de irmãos. Fiquei esperando com Laura ansioso. Ela percebia a minha comoção e disse:

– Não precisa ficar nervoso. Quando você voltar, eles estarão lá.

– Eu sei, é que são meus filhos brincando juntos pela primeira vez – falei e ela me olhou satisfeita

– Eles já brincaram juntos antes – ela riu

– Mas eu não vi.

– Sim... é verdade – ela colocou a mão em meu ombro mostrando seu apoio, me senti tão bem com isso, até parecia momentos de 6 anos atrás – Eles vão ser ótimos amigos, Edgar

Ficamos nos olhando sorrindo, eu peguei em sua mão, e a massageava quando ouvimos vozes mais altas, e fomos até Melissa e Antônio, eles pareciam discutir, mas pararam quando chegamos:

– O que aconteceu? – perguntei preocupado, Melissa veio até a mim tristonha e falou.

– Ele é um menino mau, gritou comigo, papai – ela me abraçou.

– Filha, mas eu pensei que você gostava dele, que já tinham brincado juntos.

– Não gosto mais. – eu a peguei no colo e ela apontou para Antônio, que nos olhava assustado– ele é uma menino mau! Quero ir embora daqui!

– Você não queria dormir aqui hoje?

– Não quero mais, ele vai dormir aqui. Só se ele for embora. –ela ameaçava chorar

Laura se aproximou de mim, pediu que eu colocasse Melissa no chão e falou em meu ouvido para as crianças não escutarem:

– Edgar ... leva ela, ela não quer ficar, é melhor não obrigar, depois tentaremos de novo.

– Mas o que será que aconteceu?

– Não sei, mas acho que ela está com ciúmes. É normal. Ela não sabe que Toninho é nosso filho, mas deve pensar que de alguma forma ele tomará o lugar dela. Leve, tente explicar que isso não acontecerá.

Eu sai com Melissa enquanto Laura subia com Antônio. A verdade é que aquilo me entristecera de uma maneira. Não era assim que eu achava que terminaria o encontro deles. Eu queria tanto que meus filhos fossem amigos.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? O pensam dessa reação de Melissa? Alguma sugestão? Só um detalhe, a minha Melissa é diferente da de Lado a Lado.
Não sei se é por causa da véspera de feriado, ou se estou colocando os capíulos muito rápido, ou se os capítulos não estão agradando tanto... mas gostaria que houvesse mais comentários, eles estão diminuindo, e isso me deixa um pouco triste. Então quem estiver lendo, comentem sempre, me deixem feliz para escrever mais e melhor.