Lorien Remains escrita por MH Lupi


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Tenho que agradecer ao leito maravilhindo Devon que me deu um toque pra esse cap, espero que esteja um pouco como você descreveu.
E a Mrs Pettyfer que postou o primeiro review o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/341800/chapter/4

Acordo graças ao meu celular.

Mensagem de uma operadora. Sério? Eu vou precisar derrubar outra das torres deles?

Me levanto durante um bocejo e vejo que já escureceu lá fora. Quase me surpreendo por tudo estar calmo. Nenhum grito. Nenhuma casa pegando fogo... Estranho...

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~//~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Já estou dirigindo a duas horas no outro carro que eu roubei, indo em direção ao litoral. As luzes rápidas da estrada me distraem de tudo o que aconteceu.

Isso me acalmava de algum jeito. Acho que me lembrava das viagens constantes com meus pais, mesmo que eu só tivesse oito anos na época.

Os olhos azuis claros do meu pai contrastavam com o seu cabelo negro. Os ombros dele sempre ficavam pra fora do banco por serem tão largos. Ele me via o encarando pelo retrovisor e sorria. Seu sorriso era a melhor coisa do mundo. Quando ele sorria parecia que ali, com ele, era o mais seguro que eu estaria na minha vida. Que nada poderia de ruim acontecer. Mas aconteceu.

Nem os legados do meu pai foram o suficiente pra encarar a fúria dos Mogs.

Eu não lembro muito da minha mãe. Apenas de seu cabelo vermelho brilhante, as vezes da sua voz - e que ela sabia muito bem como usar uma arma.

A imagem corta pro dia quando tudo aconteceu.

Carros explodindo, bestas sendo jogadas a metros de distância, minha mãe explodindo os Mogs com um fuzil, meu pai botando fogo em tudo, até eu estava atirando com a pistola dele.

“Aqui”, lembro ele dizer após me entregar a adaga e a pistola, ”essas são armas especiais Sky, use-as sabiamente”.

A imagem corta de novo pra quando um tipo de lobo demoníaco de três metros abocanha minha mãe.

Sinto o desespero que senti na hora. Posso praticamente escutar o grito do meu pai. Posso sentir a raiva em sua voz quando ele grita de novo e tudo ao nosso redor pega fogo.

“SE ESCONDA!”, ele ordenou e uma trilha apareceu entre as chamas. Corri por entre as paredes de fogo e me escondi atrás de uma casa. Me virei a tempo pra ver um Mog flamejante de dois metros atravessar a barriga do meu pai com uma espada brilhante.

Posso sentir outra vez a raiva e o desespero que eu senti naquele momento. Também posso sentir o alívio estranho de quando eu atirei no peito dele. Quando eu vi ele se desmanchar em cinzas. Foi quando eu senti o sabor da vingança. Quando eu soube que era aquilo que eu queria fazer. Destruir cada um deles com as minhas mãos.

Pensei que pelo menos uma lágrima escorreria dos meus olhos depois disso, mas não.

Os oito anos que passei sozinho me tornaram frio. Alguém que não sente remorso quando passa uma faca pelo pescoço de outra pessoa. Alguém que sorri quando vê que vai matar alguém. Alguém pra se temer.

As vezes eu me assusto comigo mesmo, com o que me tornei. E eu odeio o que me tornei.

A floresta não é um ambiente pra uma criança ingênua e fraca. Amadurecer é preciso pra viver naquele lugar, sozinho, com apenas um abrigo. Anos treinando sozinho com um tronco de árvore e brigas com Mogs me permitiram isso.

Entro numa estrada principal. Dezenas de carros estão indo ao mesmo destino. Um formigueiro gigante.

Não se esqueçam do jogo de amanhã dos New York Mets vs Detroit Tigers, as uma e dez da tarde! – O rádio, que eu tinha esquecido ligado, consegue o sinal de uma estação. – Entradas a partir de 50...

Mudo de estação.

–... When you walk in...

Mudo outra vez.

–... Acidente num hotel numa cidadezinha á 300 quilômetros de Nova York. – Achei – Testemunhas afirmam que viram um garoto aparentando dezoito – eu tenho dezesseis, ok? – pulou da janela de seu quarto e explodiu um carro. – Eu sou demais - A polícia confirmou que o garoto existia e usou uma identidade falsa com o nome de Raphael Smith. Um retrato falado será exibido no noticiário local á noite – droga – O FBI também está no caso, tornando discutível a possibilidade do garoto ser um terrorista...

Rio alto dentro do carro. Estão acusando todo mundo de terrorismo esses dias... Se bem que tecnicamente...

–... O garoto tem cabelo loiro – que agora vão ser negros, Há! – é alto, corpo musculoso e, segundo a balconista, olhos azuis claros. Uma das testemunhas diz que ele tem uma tatuagem preta e branca acima do peito direito, um colar com um tipo de pingente azul brilhante e uma cicatriz enorme nas costas...

Eu tinha esquecido dessa cicatriz. Faz muito tempo que a tenho.

–... Outra testemunha diz que ele segurava uma arma numa mão e que fugiu numa Kawasaki ZX-10R – 200 preta. Se alguém tiver alguma informação, ligar para a polícia.... Agora, loucura? Viajantes dizem ter visto um monstro gigante perseguir cinco – cinco? - carros numa estrada ao sul...

Um flash preto em forma de SUV aparece do nada na minha frente e eu volto ao mundo real, pra perceber o que acabou de acontecer. Estou cercado. De novo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

IXI! Eles num deixam o menino em paz mesmo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lorien Remains" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.