Lorien Remains escrita por MH Lupi


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Tá ai, um cap fresquinho pra quem-quer-que-leia-essa-coisa.



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Um Piken pula de trás das árvores direto em minha direção. Ele era pequeno, não tinha mais de dois metros, deveria ser filhote, mas... O que eles estão fazendo com um filhote?

Pego minha mochila e pulo pra direita, desviando por pouco de seus dentes e chifres, deixando minha moto como brinquedo para morder. Eu vejo suas garras fazerem sulcos na terra, e o barro sujar sua pele.

Ele rapidamente se vira e avança em mim outra vez. Desvio para a esquerda e, num gesto muito inteligente, bato com a mochila numa parte que poderia ser descrita como seu rosto. Sua cabeça se curva, e ele se recupera duas vezes mais furioso.

Ele investe contra mim mais e mais vezes, com seus dentes sempre mais perto, que eram interceptados pela minha mochila - até ele a abocanhar, e destruí-la, a balançando ferozmente pros lados.

A arma escapa da mochila e cai no chão, meio metro diante de mim. As roupas são levadas pelo vento forte e, antes que percebesse, já afetavam minha visão. O Píken põe a pata sobre minha arma e ruge outra vez, enquanto os Mogs riam debochadamente.

Maneira a vida, não?

Um deles tenta atirar com seu canhão em mim, mas eu consigo escutar o barulho e me abaixo. O raio de luz acerta o Piken, que fica desnorteado apenas por tempo suficiente.

Perfeito.

O Piken cambaleia um pouco pra trás e deixa a arma livre. Me impulsiono pra frente e a pego. Atiro na boca aberta do monstro, que cambaleia outro passo pra trás e cai de lado, o que eu espero ser sinal de sua morte. Os Mogs recomeçam seus tiros. Corro pra pequena floresta, mas é inútil. A mata não era fechada, e as árvores eram um tanto quanto distantes uma das outras. Eles me seguem, atirando como loucos, despedaçando árvores, fazendo explodir lascas de madeira no meu rosto, e levantando poeira do chão.

Paro de correr ao lembrar de uma coisa.

A adaga do papai.

Subo numa das árvores - melhor que qualquer macaco por ai, me atrevo a dizer - e, quando chego ao galho mais alto, pulo pra outra. Os oito anos que eu vivi entocado numa floresta serviram pra alguma afinal. Pulo pra outra mais baixa. Eu não devia ter feito isso.

O galho não aguenta meu peso e se parte quando seguro nele. Caio de costas no chão e sinto o impacto em minhas costelas. A arma na parte de trás da minha calça não ajudou muito, aposto que amanhã vou ter uma marca roxa em forma de pistola na minha cintura.

Levanto tentando ignorar a dor e recomeço minha corrida. Escuto o barulho de uma árvore se partindo á minha direita, seguida por uma dor excruciante na minha perna e rolo no chão por extinto. Sinto o sangue quente escorrer por ela. Um pedaço de madeira se alojou na minha coxa. Uma explosão acontece na clareira, mas não tenho tempo suficiente pra prestar atenção nela.

Atiro no meio da poeira levantada.

Isso! Vai lá! Gasta sua energia á toa! Até parece que tem muita...

Cala boca!

Sim, eu estava discutindo comigo mesmo. Acho que estou louco. Não. Tenha certeza que estou totalmente maluco. Como se não bastasse os sonhos com aqueles sete, eu tinha que aturar eu mesmo.

Ok.

Eu tenho que parar com isso. Tem um bando de alienígenas malucos me perseguindo e eu estou discutindo comigo mesmo.

Louco.

Escuto o estalo inconfundível do canhão Mog e rolo pra direita. A dor em minha perna triplica quando fico por cima do ferimento. O tiro acerta o chão á minha esquerda, e simplesmente explode. O som deixa um apito residual no meu ouvido esquerdo entorpecido.

A poeira do primeiro tiro desaparece, me permitindo ver o Mog, que tenta desesperadamente destravar sua arma. Eu sou mais rápido. Pego a minha pistola e atiro em sua cabeça, um tiro certeiro que o explode em cinzas.

Me levanto e corro outra vez. O ferimento na minha perna, por pura sorte – parece que eu tenho isso - não tinha chegado ao osso, e ainda não tinha acertado nenhuma veia. Nenhuma importante, pelo menos.

Volto finalmente a margem. Minhas roupas estão espalhadas num raio de oito metros. Pego uma blusa e rasgo-a pra fazer um torniquete improvisado. Reviro todas as minhas roupas em busca da bendita adaga, e lá estava ela, de baixo de um casaco, enrolada por um fone de ouvido com meu celular. Visto o casaco sem camisa nenhuma por baixo e o guardo a adaga e o celular em seus bolsos.

A minha moto estava destruída a alguns metros de mim. Pedaços de ferro retorcidos inúteis espalhados na margem da lagoa.

Corro de volta pra floresta, pela direção contrária dos Mogs.

Quarenta minutos, centenas de mosquitos mortos, um sapo, que simplesmente pulara no meu rosto, e três sanguessugas depois eu chego à estrada deserta. São trinta quilômetros até a próxima cidade...

Bem, os Mogs estavam me seguindo, então eles tinham que ter algum carro certo? Não. Se eles realmente tinham carros eles deixaram bem longe.

Filhos da mãe.

Tiro o torniquete da minha perna e o jogo fora quando vejo o ferimento livre de sangue. Adrenalina corre pelo meu corpo quando escuto uma coisa a minha esquerda.

Uma boa notícia? Meu ouvido voltou a funcionar.

Má noticia? O que ele escutou foi outro rugido.


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Notas finais do capítulo

VENIMIN REVIEWS



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