Inversamente Opostos escrita por IsaDoraBMS


Capítulo 7
Cicatrizes e a Chegada de Clarisse


Notas iniciais do capítulo

Postei antes da hora êêêê u.u Surgiu inspiração e aproveitei *u* A quantidade de reviews me decepciona, mas como a fic não é movida a review, eu vou continuar postando os capítulos junto com com minhas lágrimas u.u #ModeDramaticaOff Além de que sei que existem algumas pessoas lindas na minha vida que eu sei que vão continuar me acompanhando >.< Aproveitem >.



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Meu estômago roncou, levantei da cama e procurei pela cozinha, pensei em passar pelo corredor de baixo para pedir informação, mas eu era muito cabeça dura, então comecei andar sozinha pelos corredores do castelo.

 Subi escadas, segui por corredores estreitos e largos e depois de cinco minutos me dei conta que estava perdida, gritar não era uma boa opção no lugar que estava então continuei andando, até virar um corredor bem iluminado e dar de cara com alguém, literalmente.

 - Ai. – exclamei passando a mão na testa, onde havia se chocado com a da garota a minha frente.

 - Procurando alguma coisa, Luna? – perguntou Mel com a mão na testa.

 - Cozinha. – respondi.

 - Lado errado. – ela apontou para a porta as minhas costas.

  Ela me acompanhou até lá, o fogão era de lenha, uma mulher cortava um frango, outra picava verduras, haviam muitas vestidas igualmente, cada uma com uma função, uma mulher chegou até nós com ar superior, pelo visto ela não era empregada como as outras.

 - Posso ajudar? – perguntou – Deseja comer alguma coisa?

 - Sim. – respondi por educação, mas no fundo o que eu realmente queria dizer era algo como ‘’Não eu vim aqui usar o banheiro’’ – Se incomoda se eu pegar alguma coisa?

 - Não, fique à vontade.

 Eu fui até uma fruteira e peguei uma maçã, Mel já estava de pé ao lado do balcão, e preparava um sanduiche.

 - Só vai comer isso? – me perguntou dando uma mordida no sanduiche – Se quiser preparo um para você.

 - Não obrigada – falei e voltei para a fruteira, peguei um abacate maduro e o parti no meio, coloquei açúcar nas duas partes, peguei duas colheres pequenas e ofereci uma parte a ela – Se não quiser eu como as duas.

Ela pegou uma na minha mão rindo e nos sentamos em um banco de madeira cumprido que havia escorado à parede, terminei de comer a maçã e já devorava o abacate.

 - Reparei que você tem uma cicatriz no calcanhar. – comentei quebrando o silencio – Como foi que a conseguiu?

 - Sim, eu prendi meu pé em um arame farpado quando era pequena, por quê?

 Levantei um pouco a saia que ainda usava e mostrei a cicatriz idêntica que eu também tinha.

 - A ganhei quando prendi o pé na roda da bicicleta, quando criança. – falei – E essa mancha na bochecha, eu ganhei coçando uma espinha.

 - E eu ganhei essa coçando uma ferida de catapora quando pequena. – falou mostrando a dela, que era no mesmo lugar que a minha.

 - Reparei que você também tem uma pinta no dedo do meio, seria muita coincidência se também tivesse aquela cicatriz na cintura. – mostrei a marca de quando fiz uma cirurgia.

 - Não, isso eu não tenho. – falou rindo, e olhou na fenda do vestido, que tinha dois buracos laterais, e pode ver, como o esperado, uma cicatriz, no mesmo lugar e do mesmo tamanho que a minha – Pelo menos não me lembrava de ter, ela só pode ter aparecido quando eu sumi.

 Aquilo era realmente estranho, por um tempo agimos como se não houvesse nada de mais, mas no fundo, eu sabia que isso a assustava tanto quanto me assustava.

- Minha mãe está a caminho. – falou tentando quebrar o silêncio e se levantou. Eu a acompanhei e começamos caminhar pelos corredores do castelo – Ela deve estar aqui daqui a pouco, não sinto tanta saudade dela, por que pelas minhas lembranças, a última vez que a vi foi há três dias, antes de sair para a floresta, mas ela deve estar aflita, ter passado tanto tempo sem me ver.

 - Eu também sumi de casa – falei –, não avisei a ninguém aonde ia, apenas sumi. Agora me sinto muito mal por isso, o que minha mãe deve estar passando… e imagine como todos devem estar preocupados comigo.

 Não era estranho conversar assim com ela, por que era quase como falar com o espelho, ela demorava a responder, pelo menos sua personalidade era diferente, se fosse eu, já teria dito palavras consoladoras há muito tempo.

 - Não foi sua culpa – disse por fim –, afinal não deve ter sido bom o que seu namorado fez para que você fugisse assim, você provavelmente estava com raiva, fez sem pensar, vai ser até bom passar um tempo aqui, para pensar um pouco, resolver sua vida e saber o que você realmente quer.

 O que eu realmente quero? Essa frase ecoava na minha cabeça, eu não sei, eu não deixei Jason se explicar, talvez ele tivesse uma explicação razoável, apesar de uma cena daquela não ser muito fácil de explicar. ‘’Ela é minha prima’’ seria a frase mais barata que poderia usar.

 - Vou ficar aqui. – falou Mel parando em frente à porta do ‘’meu’’ antigo quarto – Preciso de um banho e uma boa soneca da tarde.

 - Tudo bem, acho que vou dar um passeio lá fora. – falei.

 Saí do castelo e me imaginei em um daqueles filmes de princesa musicais que a garota dança pela rua cantando e magicamente as pessoas aprendem a coreografia, mas isso não ia acontecer aqui, então eu apenas caminhava ao som de crianças chorando, cascos de cavalo ao chão, gritos de vendedores e conversas aleatórias e imaginava a coreografia que poderia fazer até trombar em  alguém. Tomas.

 Ele me olhou confuso por um tempo.

 - Luna. – declarei – Não te culpo, somos realmente muito parecidas.

 - Queria mesmo falar com você, Luna. – falou animado.

 - Mesmo? – perguntei – Achei que só importasse seu casamento, agora.

 - Não seja boba, não é por que Mel voltou que vou deixar de dar atenção a você, ainda podemos ser amigos, não?

 - Tudo bem, mas aposto que agora não se importaria se eu fosse embora.

 - Será que você pode parar de ser dramática? É claro que me importaria, vou sentir muita falta do seu jeitinho mandão quando você for.

 - Também vou sentir falta do seu jeito bobo e cortes. – declarei.

 - Bem… – falou ficando vermelho de novo – Direto ao ponto, ainda vai me ajudar com o jardim, certo?

 - Claro. – falei, apenas porque achei que se demonstrasse ‘’ciúmes’’ mais uma vez, ele poderia ficar chateado – Quando?

 - A mãe de Mel chega hoje, podemos voltar amanhã, que tal?  

 - Claro, Tomas.

 - Pode me chamar de Tommy. – falou sorridente – Tenho que ir ao castelo, me arrumar para quando a rainha chegar, você devia fazer o mesmo.

 - Estou bem, obrigada. Até mais tarde, então, Tommy. – ele continuou andando em direção ao castelo, eu olhei para os portões de entrada e gritei de volta – Melhor se apressar, ela parece já estar chegando.

 A multidão de abria dos dois lados para dar passagem ao que parecia ser o único transporte dali, uma carruagem, puxada por dois cavalos brancos e tão luxuosa como as da mãe de Tomas.

 Ela estava na porta esperando, usava um vestido com a saia volumosa lilás e com renda branca, Tomas parecia ter desistido de trocar de roupa, estava como antes e esperava ao lado da mãe, os dois com sorrisos enormes. Só os dois. Onde estava Mel? Afinal a mãe da garota devia ter vindo para vê-la, no mínimo tinha se esquecido da vida e caído em sono profundo.

 Clarisse, pelo que eu me lembrava, saiu do veiculo e correu em um abraço com a mulher à porta, depois cumprimentou formalmente Tomas e disse algo que não pude entender, por estar tão longe.

Então ouvi meu nome e me aproximei, Tomas me chamava. Clarisse, que até aquele momento estava de costas para mim se virou me olhou surpresa por um momento e então despencou em meus ombros me apertando em um abraço de urso. Achei que seria frieza da parte de sua filha se não retribuísse o abraço, então eu o fiz, mesmo não sendo eu que devia estar lá.

 - Megan, como pode não me contar nada? – disse Clarisse finalmente me soltando – Minha filha está de volta.

 - Na verdade… - comecei, mas fui sufocada em outro abraço de urso.

 - Clarisse… - falou Megan, que finalmente descobri ser o nome da rainha – Ela não é Mel, houve um engano.

 - Como não? Ela é exatamente igual minha filha. – respondeu a mulher.

 - Meu nome é Luna. – falei.

 Então ela fez algo que eu não esperava, levantou brevemente a barra da minha saia, provavelmente procurava pela cicatriz.

 - Ela tem a marca de quando machucou o pé no arame farpado. – disse decidida.

 - Na verdade, isso foi feito em uma roda de bicicleta. – falei, mas ela parecia não me escutar e estava certa que eu era sua filha.

 - Mas essa era a saia preferida dela… e que outra noticia poderia me convocar aqui às pressas como foi feito? Não creio que possa existir outra pessoa tão parecida com minha Melanie assim, a não ser que fosse uma irmã gêmea, o que não é…

 - Será que você pode me escutar? – extravazei, quase gritando com a mulher – Desculpe o tom de voz, mas você não parava de falar. Sua filha está aqui, mas não sou eu, eu sou apenas outra garota que veio por algum motivo do destino parar aqui.

 - Luna, eu te chamei aqui para perguntar onde está Mel. – falou Tomas calmamente.

 - Dormindo, lá em cima.

 - Posso vê-la? – perguntou Clarisse.

 - Claro. – respondeu Megan – É só subir as escadas…

 - Luna pode me acompanhar até lá. – interrompeu Clarisse – Não pode Luna?

 - Tudo bem.

 Subimos as escadas que eu sabia que levava até o corredor do meu antigo quarto, Clarisse abriu delicadamente a porta, pelo visto não tinha a intenção de acordar a garota que dormia a sono profundo esparramada no colchão, eu fiz menção de sair, mas ela me chamou para dentro, percebi que comparava nossos rostos, e tinha uma sobrancelha levantada. Deu um beijo na testa da filha que apenas resmungou e voltou a dormir. Antes de sair levantou a coberta que cobria somente os pés de Mel e analisou seu calcanhar, ele havia uma cicatriz idêntica a minha, como eu já sabia, mas apenas depois disso ela pareceu convencida que agora ela teria duas Mels.


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Notas finais do capítulo

Como ninguem gosta de capítulo molhado pelas lágrimas da escritora aqui,espero que comentem u.u
Detalhe estranho: Eu só percebi que o nome do capítulo ficou três ''C's'' seguidos depois de pronto e não quis mudar. Eu sei que é uma coisa muito nadaver,mas eu quis colocar u.u