Inversamente Opostos escrita por IsaDoraBMS


Capítulo 6
A volta de Mel


Notas iniciais do capítulo

Demorei postar por que meu computador estragou, - como eu disse para algumas leitoras que comentam regularmente, desculpe se esqueci de você -, e não pude terminar nem postar o cap, mas aqui está ele *u*



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 Abri a porta e aquele homem maltrapilho que eu havia conhecido no avião não estava mais lá, Alec usava blusa e calça com cores vivas e babados, assim como a maioria dos homens daquele lugar.

 - Como? – perguntei segurando uma risada.

 - Consegui descobrir que à noite, eles apenas deixam o lugar vigiado por um guarda. – falou tentando tirar as plumas coloridas do seu chapéu do olho, depois disso, não aguentei e caí na risada, ele tirou o chapéu ficando vermelho – Se pedíssemos ajuda para aquele seu amiguinho metido, talvez conseguíssemos entrar lá à noite. – terminou.

 - Tomas? – perguntei – Vai ser difícil convence-lo, já que não quer que eu vá embora.

 - Quer tentar fazer isso, ou esperar a boa vontade de alguém para nos achar? – falou – O que provavelmente não vai acontecer, pelo que eles disseram do outro avião.

 - Tudo bem, eu falo com ele, mas eles já tiraram o avião da floresta?

 - Não, isso é impossível, mas provavelmente até a noite eles irão chegar lá.

 –

 Bati na porta duas vezes e ela se abriu com alguém sorridente.

 - Preciso que você dispense o guarda para que eu possa consertar o avião e ir embora. – falei.

 - Não quero que você vá embora. – respondeu.

 - Foda-se o que você quer, eu vou embora. – falei com firmeza.

 - Você não pode ir embora sem um avião, e não pode ter seu avião sem mim.

 - Colabora, Tomas.

 Ele riu.

 - Eu te entendo, você tem um noivo do outro lado. – falou seco – À noite damos um jeito de entrar lá.

 - Posso contar com você, então? – perguntei.

 - Claro que pode, agora se me dá licença. – falou e fechou a porta na minha cara.

 Voltei para o quarto, Alec me esperava na porta, dei as boas notícias para ele, e resolvi voltar para o jardim, ficar um pouco sozinha seria bom, os corredores do castelo estavam vazios, quando passei pela porta, os guardas me ignoraram totalmente, como sempre faziam, eu não sabia se iria conseguir empurrar a porta do jardim sozinha, mas com um pouco de tempo consegui, minhas mãos estavam arranhadas e eu tinha farpas nos dedos.

 Todos os instrumentos para jardinagem estavam lá, mas eu não tinha espírito para isso, então me sentei na cadeira de balanço de dois lugares e apreciei a vista que antes fora bonita, mas agora estava mais para triste e depressiva. Olhei para aquela única flor que se mantinha viva graças à água, provavelmente suja, que era jogada lá de cima. Então percebi algo perto dela, não era uma flor sem vida, nem um galho seco, parecia mais com um… pé?

 Um pé que reconheci bem por ter uma cicatriz no calcanhar, eu cheguei perto e vi uma garota com os cabelos na mesma tonalidade que os meus, mas sujos e com pequenos galhos emaranhados, usava um vestido cortado acima do joelho, parecia mais ter prendido em uma árvore e deixado um pedaço para trás, estava descalça, a cabeça afundada na terra.

A virei delicadamente e agora virada para mim eu me deparo comigo. Não alguém parecida comigo, como uma gêmea, pois até gêmeos tem diferenças, mas aquela garota tinha a mesma pinta no dedo do meio da minha mão direita, minha cicatriz feita na bicicleta quando tinha cinco anos no calcanhar, e aquela marquinha na bochecha esquerda de quando eu cocei uma catapora com três anos, a única diferença entre nós era que ela parecia um mendigo, e eu uma princesa.

 Eu estava em choque, me esqueci de ver se a garota estava viva, apenas notava as diferenças entre nós, então me dei conta de seu tórax subindo e descendo em um movimento lento de respiração, então piscou algumas vezes, olhou para os lados, mas não parecia ainda me ver, eu continuava muito perplexa para dizer alguma coisa.

 Então Mel esfregou os olhos e pareceu tão surpresa quanto eu.

 - Oh. – exclamou.

 - É, estranho, Não?

  Por um momento achei que ela fosse tentar fazer aquela coisa estranha do espelho que uma faz e a outra imita, mas ela simplesmente se sentou ao meu lado, me olhou e disse:

 - Estou incrível hoje.

 Eu ri, até lembrar que a garota havia sumido por muito tempo e então reaparece caída em um jardim.

 - Onde você estava? O que foi que aconteceu? Estavam todos te procurando, como foi que você voltou para cá?

 - Não sei. Não lembro. Não faço a menor ideia. – falou – A última coisa que lembro foi sair com as garotas para caçar, eu estava de frente para elas e então todas apontaram o arco para alguém atrás de mim, que pôs um lenço com alguma coisa no meu nariz, e antes de desmaiar vi dois homens colocando lenços nos narizes das garotas também.

 - Tem que voltar ao castelo. Ainda esperam por você. –falei.

 - Tommy? – perguntou – Ele ainda me espera?

 - C-claro. – respondi estranhamente abalada por escutar essas palavras em outra boca, e então me lembrei de Jay, ele ainda me espera?

 - Levante, temos que ir ao castelo, tenho que ver meu Tommy, Temos que nos casar. – falou animadamente, se levantou e correu até o ‘’X’’ vermelho, eu a ajudei a abrir e fechar, fomos em direção ao castelo, mas dessa vez os guardas se pronunciaram ao nos ver.

 - Não podem entrar. – disse um deles.

 - Sabe que eu sou? – perguntou Mel.

 - Não. – respondeu simplesmente o homem.

 - Não iríamos conseguir passar tão facilmente, o guarda voltou à sua posição inicial e fingiu que não estávamos lá, tentamos passar novamente e ele estendeu o braço bloqueando a passagem, então Mel fez algo que eu nunca imaginei que pudesse acontecer pela forma que Tomas falou dela. Ela começou a gritar, fez um escândalo tão grande e usou como arma a sua voz aguda, que era exatamente igual a minha.

 Os guardas continuaram a ignorando, mas Tomas passava na frente da porta, e viu. Eu estava um pouco escondida na frente do guarda e ele não deve ter notado que havia duas de nós.

 - Luna? – perguntou se aproximando – O que você está fazendo?

 - Me chamou de que? – perguntou a garota, ficando vermelha.

 - Eu – falei ficando de frente para ele – sou Luna.

 Então ele percebeu o que estava acontecendo, e correu em nossa direção, dessa vez a cena de filme foi completa. Ele a pegou pela cintura e girou no ar graciosamente.

 - Como você voltou? Por que sumiu esse tempo todo? – perguntou.

 Ela explicou para ele tudo aquilo que já havia me dito.

 - Você está horrível, vou te levar de volta ao seu quarto. – falou Tomas e pela primeira vez se dirigiu a mim – Luna vou te por em outro.

 - Você me colocou no quarto da Mel? – perguntei.

 - Sim, por quê? – perguntou inocentemente – Agora que ela está de volta, acho que devia ter seu quarto de novo.

 Revirei os olhos e apertei o passo à frente deles, que continuaram abraçados, minha bolsa estava no quarto, eu a peguei e voltei para a porta, mas Luna apareceu.

 - Se quiser pode ficar aqui, eu não me importo. – falou.

 - Tudo bem – falei e dei a volta nela, saindo do quarto – Eu também não me importo.

 O novo quarto que Tomas me levou ficava no andar superior, bem longe dele, estranhamente a chegada dessa garota havia mexido com meus nervos, pulei na cama e afundei minha cabeça nos travesseiros.

 - Toc toc? – perguntou alguém atrás de mim, levantei minha cabeça para olhar, era Alec escorado à porta – Posso entrar? – balancei a cabeça afirmativamente e ele se sentou ao meu lado. – O que aconteceu? Onde está aquela garota mandona e determinada que eu conheci?

 - Morreu ao cair no avião. – respondi.

 - Não, ela ainda estava lá ao me salvar daqueles guardas, e ao fazer piada com a rainha. Você vai se casar Luna, não se deixe abalar por um carinha charmoso.

 - Nesse caso você não está falando de você, não é?

 Ele riu.

 - Não desconverse. – seu tom de voz era calmo, mas firme.

 - Eu não entendo Alec. – falei me sentando – Aquele jeito fofo e cortes, é tão familiar para mim, faz me lembrar alguém, mas não sei quem. E sobre eu me casar, eu não sei se vou mais me casar, você não sabe o que eu senti quando eu vi… aquela garota ao lado de Jay.

 - Se você o amava de verdade, você pode perdoar, não é?

 - Mas se eu confiei uma vez e ele traiu minha confiança, como vou acreditar que ele não fará de novo depois de casados?

 - Vim aqui como um amigo, faça o que quiser, tente perdoar alguém por quem confiou por tanto tempo, ou se entregue a algo que sabe que não dará certo. – falou e saiu do quarto, me deixando com um dilema para resolver.


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Notas finais do capítulo

Comentem, pessoas lindas do meu coração, deixem suas opiniões, me façam feliz u.u Vou fazer o possível para não atrasar dessa vez *u*