Inversamente Opostos escrita por IsaDoraBMS


Capítulo 5
O jardim


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, tive um bloqueio criativo, mas pretendo começar a escrever o próximo hoje mesmo e não vou demorar postar ;)
O capítulo ficou pequeno porque estava com pressa para postar.



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Então reparei que meu avião havia sido amarrado em cordas, alguns homens puxavam-nas, outro à frente gritava para que puxassem mais rápido, e mais alguns metros adiante, havia um caminho entre as arvores estranhamente perfeito para o tamanho de um avião.

Eles não podiam tirá-lo de lá, eu precisava conserta-lo e ir embora, e sabe-se lá onde eles iriam leva-lo.

Olhei para o lado, imaginava encontrar olhares assustados e bocas abertas de surpresa, mas eles estavam normais.

– Então esse é o nome… - sussurrou Tomas.

– Como assim? Você já havia visto um desses? – perguntei.

– Há alguns anos, um deles caiu aqui, havia duas pessoas dentro, nenhuma delas viva. Eles levaram o objeto para o castelo por aquele caminho. – apontava para o lugar com o tamanho de uma pista.

– Então minha história sobre vir voando não é tão estranha assim.

– Na verdade, não sabíamos com ele havia chegado, algumas pessoas, principalmente crianças do reino, diziam que o viam cair do céu, aqui, mas ninguém acreditou nelas.

– Não sou uma criança… – cantarolei.

– Acredito em você. – ele estava sério.

– Onde eles vão leva-lo? – perguntei.

– Ao castelo, como o outro.

– Oh não. – sussurrei.

– O que foi? – Tomas me olhava com o cenho franzido.

– Como eu vou embora? Preciso dele para sair daqui… Ou um navio, vocês teriam um? – perguntei.

– O rei não libera seus homens para o mar, Luna. Acho que você terá de ficar um pouco mais de tempo. – falou com um sorriso.

– Não pode dar uma ordem para eles deixa-lo onde está, ou algo assim? – perguntei me direcionando a rainha.

– Desculpe, mas se disser algo assim, terei de dar uma explicação razoável, qualquer coisa perto da verdade, te acusariam como uma feiticeira. – respondeu sensata.

– Poderíamos invadir o lugar onde iram deixa-lo. – falei – Mas preciso de ajuda para arruma-lo, você pode? Hm… ainda não sei seu nome. – falei me virando para traz e olhando para o homem que se mantivera calado todo o tempo, escorado em uma árvore.

– Alec, Alec Cielo. – respondeu – E seria uma honra te ajudar.

– Como – interferiu a rainha – pretende invadir o galpão, senhorita? Como alguém de alta nobreza, não posso deixar que faça isso.

– Desculpe senhora – falei – mas se estivesse preza em um lugar desconhecido, acredito que como eu, usaria todas suas armas para voltar para casa, estou errada?

– Não, não está. – falou relutante – Mas a rainha Clarisse ficaria tão feliz em reencontrar sua filha…

– Sinto muito pela rainha Clarisse, mas também sinto falta da minha mãe, do meu pai e eu tenho um… noivo, eu vou me casar. – falei me lembrando de que não queria ver Jason por um bom tempo, mas realmente sentia falta da minha família.

– Você tem um noivo? – perguntou Tomas.

– Não sei mais. – disse, ele percebeu que eu não queria tocar no assunto – Já que não posso fazer nada, será que podemos voltar ao castelo? Isso é, se eu e Alec formos bem vindos para ficar lá até conseguirmos sair daqui.

– Claro que são bem vindos. – falou Tomas – Mas você tem que tomar cuidado com as pessoas que conversa. Se você, por exemplo, topar com o rei, ele com certeza irá achar que você é Mel e tudo estará perdido. A não ser que você finja ser ela enquanto está aqui.

– Que ideia maluca, eu não posso fazer isso. – respondi.

– Venham logo, já podemos sair. – a rainha falou já ao lado da carruagem.

A viagem de volta foi silenciosa, pelo menos para mim, os três conversavam ao meu lado, mas eu não estava prestando atenção. Escorei minha cabeça na borda janela e fiquei pensando. Disfarçar-me de Mel… não parecia uma ideia ruim, a não ser pelo fato de que eu teria que inventar uma desculpa pelo sumiço em todos esses anos, ela poderia aparecer e estragar tudo e alguém poderia muito bem descobrir a verdade. Além de que eu teria de ir embora alguma hora, então Mel sumiria outra vez e despedaçaria o coração de muitos de novo.

A carruagem parou com um baque e eu bati minha cabeça na borda da janela que estava escorada.

Saímos do veículo e vi à minha frente novamente o castelo.

– Vou pedir alguém para te levar até seus aposentos, senhor. – falou a rainha se referindo a Alec.

– Queria te mostrar um lugar. – disse Tomas – Um jardim. Acompanha-me?

– Tudo bem, vai ser legal. Eu espero. – respondi.

Os dois seguiram direto pela porta do castelo, eu e Tomas entramos por uma portinha escondida, de pedra que se encontrava seguindo pela lateral das paredes também de pedras, por isso não era tão fácil localizar, mas com um pouco de esforço e um tempo tateando a parede Tomas achou um lugar com um tipo de rachadura entre as pedras que se estendia em linha reta dês do chão até o topo. Ele empurrou com os ombros o lugar, que começara a se mover, eu ajudei, e em pouco tempo a porta se abriu.

Estávamos dentro de um jardim, provavelmente antes ele havia sido um belo e majestoso jardim com todos os tipos de rosas e plantas e árvores frutíferas ou não. Mas agora tinha uma grama seca, as árvores que estavam lá não tinham mais frutas ou folhas, apenas galhos secos. Não havia mais rosas. Nem cor, nem vida, apenas um terreno baldio.

– Eu e Mel cuidávamos dele. – Tomas falou – Quando ela se foi, parei de vir aqui. Ajuda-me a reconstruí-lo?

– Hm, claro, mas pode dar um pouco de trabalho, pelo estado que está isso aqui, podemos demorar meses para reconstruir. – falei.

– Talvez, se não conseguir arrumar o avião, pode ser que você fique meses aqui. – ele me olhava com um sorriso brincalhão.

– Por onde começamos? – perguntei e seu sorriso aumentou.

– Acho que antes de tudo tínhamos que tirar a grama e as folhas secas, tirar os ramos de flores secas e plantar novas. Eu posso ficar com a parte da grama, você fica com as flores. – falou pegando um rastelo, como os dos desenhos que parecem um garfo gigante.

Com uma tesoura de jardinagem, eu tirei algumas rosas secas e coloquei-as empilhadas em um canto.

Então eu vi do outro lado do jardim, ao lado de uma cadeira de balanço de dois lugares com a tinta desbotada, uma rosa vermelha, com galhos verdes e dois novos botões surgindo aos lados, eu me aproximei e coloquei a mão para corta-la, mas meu dedo indicador atingiu em cheio um espinho afiado e começou imediatamente a sangrar.

– Você tem curativo aqui, Tommy? – perguntei manhosa tentando conter o sangramento com a outra mão.

– Acho que tem um quite de primeiros socorros aqui, por quê? – perguntou inocentemente – Você me chamou de… Tommy?

– Machuquei meu dedo. – choraminguei.

– Haha, eu faço um curativo. – falou rindo.

– Era brincadeira, pode deixar comigo, onde está o quite? – perguntei voltando ao normal.

– Você falou manhosa, nunca tinha feito isso antes, soou estranho. – me entregou uma maleta enorme.

Eu olhei dentro e haviam objetos não identificados, mas nenhum bandaid. Fiz uma careta.

Ele riu e começou enrolar meu dedo em um tipo de gaze e deu um nó.

– Obrigada. – falei e voltei às flores – Tomas, olhe essa flor, por que é a única verde?

– Acho que eles jogam água por essa janela. - falou indicando a janela em cima de nossas cabeças, na parede do castelo ao lado.

Ela era a única planta afastada das outras, provavelmente por isso foi à única que recebera água e continuara viva.

– Vamos pegar isso que já retiramos e voltar ao castelo, podemos voltar aqui amanhã, já estou ficando com fome. – ele disse pegando um saco preto.

Colocamos o monte de folhas secas que ele havia juntado e os galhos espinhosos que eu havia juntado e colocamos no saco.

Abrir a porta foi um pouco mais fácil, Tomas, provavelmente, havia pintado um ‘’X’’ vermelho e foi só empurrar, e depois de volta quando tínhamos saído.

Subimos para o castelo, os corredores estavam desertos, o quarto dele era quase ao lado do meu. Então ele me acompanhou até lá, e depois até o dele.

Pouco depois uma empregada chegou com uma bandeja com vários tipos de frutas, pão, suco e um molho que eu não identifiquei.

Peguei uma maça, mas antes de dar uma mordida ouvi alguém bater na porta.

– Luna, abra a porta, descobri como ir embora daqui. – disse a voz de Alec, quase em um sussurro.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de saber o que acharam, até um ''gostei continua'' me deixa feliz, então me deixem feliz? XD
Obs: acabei derevisar o capítulo, mas pode acontecer que tenha passado algum erro, se tiver acontecido me avisem.