Inversamente Opostos escrita por IsaDoraBMS


Capítulo 4
Eu não disse?


Notas iniciais do capítulo

Acho que estou atrasada... de novo. Me desculpem, dessa vez o capítulo já estava pronto, mas eu não tinha internet e não consegui postar. Esse é um capítulo que esclarecerá a dúvida de muitas pessoas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/340214/chapter/4

A carruagem seguia para o castelo, eu não disse uma palavra depois do discurso de Tomas, pela sua expressão, ele esperava por alguma coisa, mas eu precisava organizar meus pensamentos.

 - Tomas… - falei por fim – você não espera que eu fique não é? Eu tenho uma família nos Estados Unidos, não posso deixar tudo de lado.

 - Claro que te entendo – ele respondeu – só achei que fosse bom passar um tempo com a garota que eu amo.

 Por um momento o silencio plainou e eu me senti culpada por simplesmente ir embora, mas eu tinha uma vida lá fora e precisava voltar.

 - Então, como pretende ir embora? Talvez possamos te dar uma carona até seu reino de carruagem. – disse a mulher.

 - Na verdade isso não é possível, pois eu vim voando. – respondi.

 Ela riu, então Tomas também começou a rir, eu observava, então pararam e eu tinha a mesma expressão de antes.

 - Isso é sério? – perguntou Tomas.

 - Tudo bem, não me chamem de louca – falei – é uma longa história, de onde eu venho, há muito tempo criaram máquinas capazes de voar assim como aparelhos para se comunicar com pessoas a quilômetros de distancia, ou internet.

 - Está tudo bem com você? – perguntou a mulher.

 - O avião caiu em uma plantação aqui perto, posso mostrar para vocês. E isso é um celular. – falei tirando o celular da bolsa.

 - Se acalme querida – disse a rainha – acho melhor entrarmos no castelo, você pode comer alguma coisa, tomar um banho, colocar a cabeça no lugar, vai ficar tudo bem.

 - Eu não preciso que fique tudo bem, já estou ótima. – falei segurando lágrimas – Só quero voltar para casa.

 - Você vai voltar, nem que tenhamos que inventar uma máquina que voa. – Tomas falou e deu uma piscada, o que me fez rir. – Mas acho que agora você devia seguir o conselho de minha mãe e nos acompanhar até o castelo.

 - Tudo bem, ainda estou com fome. – respondi – Mas vocês vão comigo até o avião, certo?

 - Claro querida, agora vamos. – disse a rainha envolvendo a mão na minha cintura e abrindo a porta.

 - Mantenha a cabeça baixa, não queremos que achem que você é outra pessoa, não é? – Tomas disse.

 - Claro, pode ser. – eu me sentia uma criança, era visível que não me estavam levando a sério, apenas fiz o que foi dito, abaixei a cabeça e continuei andando guiada pelas duas figuras ao meu lado.

 Entramos no castelo, era visível pela tapeçaria, ao redor armaduras completas enfeitavam as paredes e quadros pelo caminho, além de muitas, muitas portas.

 - Vou ficar aqui, filho leve a senhorita para seus aposentos, por gentileza?

 - Claro mãe. Vamos Luna, te levo a um quarto de hospedes.

 Subimos escadas em espiral e entramos e um corredor estreito, virando à esquerda havia um corredor maior e cheio de portas. Seguimos por esse corredor, ele me indicou o quarto e fechei a porta.

 O quarto tinha uma cama maior e mais espaçosa que as camas de casal comum, a parede tinha quadros de cavalos e cavaleiros, além de alguns com paisagens de rios e montanhas. A cama tinha lençóis de seda e muitos travesseiros alinhados arrumadamente. Um armário de madeira com vestidos como aquele que eu usava dentro também estava no quarto.

 Eu me joguei na cama, abracei alguns travesseiros, não estava com sono, mas ela era macia, os travesseiros tinham cheiro de rosas e uma coisa leva à outra então acabei dormindo.

 Acordei com alguém batendo à porta.

 - Pode entrar. – falei sonolenta.

 Tomas abriu a porta e fez uma cara feia, eu devia estar realmente horrível.

 - Tome um banho e troque de roupa, o jantar já vai ser servido. – falou.

 - Não posso jantar em público, podem achar que sou essa tal de Mel.

 - Tem razão, quer que eu traga comida aqui para você?

 - Não estou com fome, mas agradeceria se você me acompanhasse ao meu avião.

 - Vamos fazer o seguinte, você come e eu te levo até lá, feito? – perguntou estendendo a mão.

 - Tudo bem. – respondi e apertei a mão estendida.

 - Ali do lado está um banheiro. Pode tomar um banho enquanto busco comida, vou chamar alguém para preparar a banheira para você.

 A mulher usando um vestido preto e um tipo de toca na cabeça saiu do banheiro que agora cheirava a rosas e fez sinal com a cabeça para que eu entrasse.

 Uma banheira proporcionalmente grande estava à minha frente, realmente tinha cheiro de rosas e pétalas boiavam na superfície.  Tirei o roupão de seda rosa que usava o deixando cair no chão, coloquei a perna na água e senti a temperatura quente artificial.

 Fiquei na banheira até sentir que a água estava esfriando, me enrolei em uma toalha e voltei ao quarto.

 Abri o armário, vestidos, vestidos e mais vestidos. Mas bem no fundo, jogada de canto, uma saia, que batia nos meus pés, preta serviu perfeitamente. Com uma blusa de manga comprida de seda. Não era tão confortável como minha calça jeans, mas era melhor que espartilho.

 Alguém bateu na porta novamente e eu gritei um ‘’pode entrar’’ automático. Tomas entrou com uma bandeja na mão. Ele olhou pra mim dos pés à cabeça por um tempo e finalmente resolveu falar:

 - Essa era a saia predileta dela, vocês estão tão parecidas.

 - Desculpa, se quiser que eu troque...

 - Não. É como uma foto, que se meche e fala. Gosto disso fique com a saia. – falou – Eu trouxe… ahn… seu almoço, aqui.

 - Obrigada – peguei a bandeja em suas mãos e me sentei na cama.

 Um prato com uma receita que não pude identificar a vista, mas muito pequena. Além de uma taça com vinho tinto, do melhor. Coloquei uma garfada da coisa na boca e notei ser algum tipo de carne com um toque de abacaxi. Era um prato realmente refinado e eu tive vontade de pedir mais, mas não tive coragem.

 - Quer mais? – ele perguntou, depois de passar todo o tempo me observando.

 Apenas sorri e balancei minha cabeça afirmativamente. Pouco depois ele apareceu novamente à porta com mais um prato.

 - Você quer ir lá agora? – perguntou.

 - Se não for incômodo, sim eu gostaria.

 Ele ainda estava relutante, mas concordou, eu tinha a sensação que ele achava que eu fosse louca, ou algo assim, mas não me importei, poderia jogar na cara e falar ‘’Eu não disse?’’ quando chegássemos lá.

 Andávamos por um dos corredores do castelo quando nos deparamos com alguém.

 - Onde vocês estão indo? – perguntou a rainha.

 - Vou acompanhar Luna até o… objeto que voa. – respondeu Tomas.

 - Se importam se eu for junto?

 - A companhia de vossa realeza nunca importuna. – falei tentando fazer soar solene – Falei bonito.

 Se eu fosse uma cidadã do próprio reino, provavelmente seria presa por usar uma forma tão informal ao conversar com a rainha, mas eles sabiam que eu não era de lá, ou achavam que eu tinha problemas mentais.

 Uma carruagem foi arrumada para nós, estávamos do lado de fora do castelo esperando que terminassem de arrumar os cavalos à carruagem quando vi alguém familiar sendo levado em direção ao castelo, com correntes nas mãos, observei por uns instantes e uma lembrança de alguns dias atrás voltou.

 - Parem aqueles guardas. – gritei – Eu conheço aquele homem.

 Tomas se apressou em correr até lá e fazer rapidamente que os guardas soltassem o homem e o acompanhou até onde estávamos.

 - Estamos quites, agora. – falou quando se aproximou.

 - Como assim? – perguntei.

 - Vocês podem conversar tudo dentro da carruagem. – interrompeu Tomas, e eu pude sentir uma pontada de ciúmes na voz.

 A carruagem era como a outra que tínhamos andado, mas parecia ser mais resistente, feita de um tipo diferente de material, talvez pelo fato de que teríamos de entrar na floresta.

 - O que quis dizer com ‘’estamos quites’’? – perguntei quando já estávamos acomodados dentro do veiculo luxuoso.

 - Eu estava sentado do seu lado, no banco do copiloto, brincava com a arma nas mãos, então resolvi levantar para ir ao banheiro, tropecei em alguma coisa, acho que um tapete que estava atrás da minha cadeira e a arma voou de minhas mãos. Poucos segundos depois o avião estava descendo, eu tinha acertado sua cabeça, mas não foi minha intenção, de verdade. Depois eu consegui abrir o trem de pouso e parar o avião nessa ilha que já estava próxima. Então basicamente eu salvei sua vida.

 - E agora eu salvei a sua… mas essa foi a história mais idiota que eu já escutei, quer dizer que eu quase morri por causa de um tapete? É sério isso?

 - Me desculpa. – ele falou.

 - A culpa não foi sua. Foi da pessoa imbecil que deixou um tapete atrás do banco. – respondi – Bem… o avião é meu, então provavelmente essa pessoa imbecil fui eu.

 - Já disse, não sei se foi um tapete, eu tropecei em alguma coisa.

 - Tudo bem, pelo menos nós dois estamos bem. Mas o que aconteceu, por que você sumiu do avião depois que ele caiu? Quando eu acordei não tinha ninguém lá. E o que você fez para que fosse preso?

 - Provavelmente o avião estava vazio quando você acordou por que eu saí para procurar água. Depois disso voltei e você não estava lá, já era noite, então achei melhor te procurar de manhã. Mas logo cedo no outro dia, homens vestidos de armaduras invadiram o avião e me prenderam, percorremos o dia todo, eu e outros prisioneiros pela floresta até aquele lugar estranho e então você me viu e salvou minha vida. Obrigada.

 - Não foi nada. – respondi.

 - Vocês devem ter batido a cabeça. – comentou Tomas.

 Mas a carruagem pulou mais uma vez na terra íngreme da floresta e parou. Saímos e abrindo passagem por algumas folhas foi possível ver um campo com uma plantação arruinada e um ‘’objeto que voa’’, estava apenas com a turbina direita um pouco estragada e um dos trens de pouso parecia quebrado, fora isso, ele tinha feito um bom pouso.

 Não pude contei um sorriso, olhei para os dois rostos surpresos ao meu lado e meu sorriso se abriu mais ainda.

 - Eu não disse? – perguntei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero muito saber o que acharam, deixe um ''gostei continua'' ou talvez um ''que horrível, exclui isso''. Brincadeira, tá? HaHa Mas não ficaria triste em saber se vocês encontraram erros, ou acharem que algo precisa ser melhorado. Feliz páscoa para vocês, pessoas lindas >.