Inversamente Opostos escrita por IsaDoraBMS


Capítulo 20
De Volta Aos Cupcakes


Notas iniciais do capítulo

Olá lindezas, estou de volta tentando, mas com uma quase certeza de que vou fracassar, de fazer que vocês passem a gostar do Jason u.u



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 Luna ouviu três batidas na porta, mas antes que respondesse qualquer coisa, seu pai entrou. Tinha um sorriso tímido no rosto, usava uma camisa polo e uma calça jeans.

 Chegou perto da filha e se sentou ao seu lado em silencio.

 - Como está se sentindo? – perguntou após alguns segundos de silencio.

 - Bem. – respondeu finalmente – A medida do possível.

 - Levei seu avião para uma garagem, não vão demorar muito. Mas acho que você deveria se afastar dele por um tempo.

 Luna arqueou uma sobrancelha.

 - Motivo?

 O pai ficou vermelho e se encolheu na cadeira.

 - Tenho medo que você tente fugir de novo.

 Ela riu.

 - Não se preocupe, estou de volta na realidade, não vou ‘’fugir’’ de novo. – completou fazendo aspas com os dedos.

 - Não exatamente. – sussurrou o pai.

  - O que quer dizer com isso?

 - Filha – continuou calmamente –, puseram câmeras escondidas no quarto, para analisar suas reações aos remédios que estão te dando.

 - E? – perguntou Luna, mas internamente sabia o que ele iria dizer.

 - Você estava conversando sozinha enquanto acordada, querida. E falando durando o sono.

 - O que vão fazer? Me colocar em um hospício?

 Não houve resposta.

 - NÃO! – gritou Luna em um momento de desespero – Não deixe que me levem pai. Vão me tratar como louca, eu não sou louca. – seus olhos eram suplicantes e sua voz estava rouca.

 - É o melhor para você, minha querida, você vai conviver com pessoas que tem o mesmo problema e…

 - Eu não tenho problemas! – gritou Luna, pegando o pai de surpresa – Desculpe, não queria gritar com você, mas, por favor, não me obrigue a ir para esse lugar.

 - A decisão foi do médico, filha, ele sabe o que é melhor.

 - Não, o médico recomenda, mas a família que decide. No caso, obriga a paciente, vulgo eu, a ir para essa por… para esse lugar.

 - E o que você quer que nós façamos Luna? Isso não é uma gripe, é uma doença séria, que precisa de tratamento. Não podemos simplesmente te levar para casa e fingir que você continua a mesma de antes, filha. Se te levássemos para casa, teríamos que no mínimo contratar uma enfermeira para cuidar de você ou largar nossos empregos e passar o resto da vida cuidando da nossa única filha. – falou o pai, calmo, mas mantendo um tom firme.

 - Não sou uma criança, pai, eu posso me cuidar, não preciso de uma babá, ou que vocês fiquem me vigiando 24 horas por dia.

 - Eu não Sei o quanto essa doença pode piorar Luna, agora a pouco, você quase se jogou da janela. Tenho medo de deixar você sozinha em casa e acontecer, de… sei lá, você lamber uma faca achando que é um pirulito. – continuou o pai, serio, e apesar de que queria negar, Luna sabia que ele estava certo.

 - Não tenho outra escolha, certo? – perguntou ela, abaixando a cabeça.

 - Desculpe filha, eu nunca quis isso para você, mas é necessário.

 - Se isso tudo não estivesse acontecendo, provavelmente, daqui alguns dias eu estaria voltando para casa, e para a loja. Sinto falta dos cupcakes. – ela riu sem humor.

 - Você pode ficar longe dos cupcakes, mas os cupcakes podem não conseguir ficar longe de você. – ele se levantou e piscou um olho para Luna – já volto. – e saiu do quarto.

 Mas alguém resolveu visita-la antes que o pai voltasse.

 - Fiquei sabendo que querem te mandar para um hospício. – disse a voz de Tomas, fazendo-a se virar e encara-lo, mas ela se lembrou do que o pai disse, câmeras, a estavam vigiando e iam saber se ela respondesse Tomas – Tudo bem, me ignore, mas quero que saiba, que eu ainda estou aqui, quer você acredite ou não e me dói muito ter que dizer ‘’eu avisei’’ – terminou fazendo gestos para indicar as aspas com as mãos – desde o começo eu sabia que eles iriam te tratar como uma louca qualquer e te internar o mais rápido possível.

 - Para! – gritou levando as mãos aos ouvidos – Se você não estivesse aqui primeiramente, nada disso estaria acontecendo.

 - Ah, então agora resolveu falar comigo? – perguntou ironicamente.

 - Foda-se essa merda, eu vou pra um hospício de qualquer jeito.

 - Enquanto isso não acontece você resolveu ficar aqui, conversando sozinha?

 - Por que está agindo assim agora? Onde está aquele Tomas que eu conhecia e amava? – perguntou Luna diminuindo o tom de voz, pois afinal sabia que estava mesmo sendo monitorada, e que estava falando sozinha.

 - Morreu, junto da antiga Melanie que você era. Olhe para Jason, aquele sou eu, não esse cara educadinho e fofo que você quer que eu seja.

 - Se eu quisesse outro Jason na minha vida, eu diria. Mas acho que sonhei com você por que sinto falta do Tomas. Será que você não pode voltar? Sei que ainda existe um fundo de gentileza e doçura aí. Eu seria a garota mais feliz do mundo se o antigo Jason voltasse. – falou Luna, calmamente, sem moderar suas palavras e sem perceber que agora havia alguém a mais no quarto.

 - É isso que pensa? – soou a voz forte de Jason atrás dela, ela se virou e suas bochechas coraram, pois percebera que havia falado de mais – Eu mudei, sei disso, mas agora repõe a falta que sente do antigo Jason com um cara imaginário? Por que não conversou comigo ao invés disso? – continuou Jason.

 - Antes do acidente, eu não havia pensado nisso, em como você era incrível na sua adolescência e em como havia mudado nesse meio tempo. – respondeu Luna – Mas eu tive um sonho enquanto estive em coma, agora que acordei, Tomas continua aqui, não tão gentil e carinhoso quando era antes. E foi aí que percebi o quanto sinto falta desse seu lado. Acho que não disse nada para você por que… sabe? Tomas estava aqui, então apenas aproveitei sua companhia sem ter que explicar tudo e parecer ainda mais louca a seus olhos.

 - É isso que pensa de mim, Luna? Não me ama mais por quem eu sou, mas por quem eu era? – perguntou aumentando o tom de voz.

 Não houve resposta.

 - Ótimo. – foi sua palavra final antes de se virar para sair do quarto, Luna não tentou impedi-lo, pois sabia que até certo ponto, quem estava errada era ela.

 A porta abriu antes de Jason chegar até ela.

 - Trouxe cupcakes. – falou o pai entrando com uma bandeja com quatro cupcakes e um sorriso de orelha a orelha, que diminuiu ao ver as expressões dos dois presentes – O que aconteceu aqui?


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? *u*