Inversamente Opostos escrita por IsaDoraBMS


Capítulo 21
Palheta Vermelha


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, deu um branco na minha cabeça e não saia nada D':
Mas ta aqui, bitches do meu core ~eu não acredito que disse isso opkaspaks~
E acho que não preciso falar que partes entre aspas quer dizer lembranças ou sonhos, né? ;)
E para muitas a parte do Alec tão esperada u.u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/340214/chapter/21

Luna estava sentada na cama, escorada na cabeceira e de braços cruzados, o sol se punha do lado de fora, o céu estava tingido de laranja e a bandeja que o pai trouxera com os cupcakes minutos antes agora estava depositada na mesinha ao lado da cama, vazia, com migalhas do que antes eram quatro cupcakes.

Em sua cabeça ecoava a resposta que Jason dera para a pergunta que seu pai fizera e a breve discussão que se seguiu.

‘’ - Trouxe cupcakes. – falou o pai entrando com uma bandeja com quatro cupcakes e um sorriso de orelha a orelha, que diminuiu ao ver as expressões dos dois presentes – O que aconteceu aqui?

– Luna está apaixonada pelo amigo imaginário dela. – respondeu Jason, seco.

– Você é burro ou está fingindo? – gritou Luna de volta – Esse ‘’amigo imaginário’’ que você diz é você, imbecil.

– Se fosse eu a gente estaria se pegando agora ao invés de brigar. – falou Jason quando esqueceu momentaneamente que o sogro continuava no quarto.

Ele olhou para Jason com o cenho franzido.

– Quer que eu deixe os dois conversarem sozinhos? – perguntou olhando para Jason, que agora tinha as bochechas mais rosadas que o normal.

Nenhum dos dois respondeu, o pai deixou a bandeja em cima da mesinha ao lado da cama e saiu.

Quando Jason olhou para Luna novamente ela tinha um sorriso bobo e sincero no rosto.

– O que? – perguntou sorrindo de volta.

– Você corou de vergonha. – respondeu Luna – Fazia muito tempo que eu não o via fazer isso.

Ele ficou sério novamente.

– É disso que sente falta? Do seu namorado bobão? – e se virou para sair. ’’

– Ele é um bobão mesmo. – disse uma voz ao lado de Luna.

Ela se virou para olhá-lo, pensando que poderia ser Jason, mas por outro lado sabia que não era. Ele nunca falaria de si mesmo em terceira pessoa. E estava certa, não era Jason, era Alec, vestido como antes, mas agora com uma palheta preta pendurada em um cordão no pescoço. Tinha um sorriso sedutor no rosto. Piscou para Luna. Olhando por certo lado, ele era lindo.

Luna o ignorou, revirou os olhos e virou para o outro lado.

– Ei, o que eu te fiz? Por que está nervosa comigo? Eu sou apenas um amigo – ela olhou em seus olhos novamente – Ou se quiser, um pouco mais que isso. – outra piscada um pouco forçada de mais, que parecia mais com uma careta.

Isso o levou a o começo de uma gargalhada, e Luna o acompanhou.

– Você bateu a cabeça quando caiu com o avião – continuou Alec, sério –, realmente não se lembra de quem eu sou?

– Não, - a voz de Luna não passava de um sussurro – sinto muito.

– Muito bem, então durma. Talvez isso ajude a se recordar. – ele retirou o colar com a palheta e o entregou a ela.

Luna pegou a palheta e apertou os cantos do objeto na mão fechada. Queria ter certeza de que Alec não era real. E como previu, não sentiu dor alguma, mas podia ver a palheta brilhando a luz da lâmpada fluorescente do quarto.

Ela se alinhou novamente, deitando na cama, e sentiu dedos massageando sua cabeça. Cafuné. Sempre que alguém fazia cafuné em sua cabeça, ela dormia sem pestanejar. Mas não podia ser Alec. O único que conhecia essa sua ‘’falha’’ era Jason.

Olhou para o lado esquerdo. Lá estava Alec, brincando com as mãos como se estivesse com um violão.

E do lado direito, sentado, como se os dois não tivessem acabado de brigar, estava Jason, com uma mão em cima da perna esquerda e a outra massageando a cabeça de Luna. Seus olhos já cediam ao cafuné de Jason, mas ela lutava contra.

– Me desculpe. – sussurrou Jason – Eu estava errado. Durma. – deu um selinho terno nos lábios de Luna e saiu.

Com um sorriso no rosto, ela dormiu.

‘’Luna queria parecer uma pessoa durona, depois que se afastara do namorado, mas era como todas as garotas.

Do nada começara a ter uma vontade estranha de assistir filme romântico, e de acertar o sorvete de flocos que tomava na TV todas as vezes que os mocinhos ficavam felizes para sempre e manda-los tomar no cú.

Toda a noite escutava pedrinhas na janela, olhava de relance e via Jason, todas às vezes o ignorava e voltava para a cama.

Escondia o choro em público, mas quando sozinha, desabava. Com apenas uma exceção. Alguém que ela confiava o bastante para enterrar a cabeça em seu peito e chorar até seus olhos incharem.

Ele não reclamava das camisetas encharcadas por lágrimas. Também não tentava consola-la dizendo palavras vagas. Apenas concedia seu ombro literalmente e a deixava chorar.

Mesmo que ele não gostasse de vê-la assim, chorando por outro. Mesmo que ele quisesse se declarar e dizer que com ele seria diferente, que ele nunca a faria sofrer. Ele sabia que se o ex a deixava assim, era por que ainda dominava seus sentimentos. Ele não queria levar um toco, então apenas esperava o momento certo, o momento em que a raiva de Luna cessasse. O momento em que ela estivesse pronta para outro relacionamento.

Afinal, ele sabia que não era maravilhoso, encantador e parecido com um príncipe encantado como era Jason Tomas, mas se fosse pelo menos o suficiente para viver ao lado de Luna, e agrada-la, já estava de bom tamanho em sua opinião.

Era nisso que pensava nos últimos dias, apenas nisso. Em Luna. Ele achava que estava ficando um pouco obcecado por ela, mas não tinha culpa se a garota ocupava seus pensamentos quando acordado e seus sonhos, quando dormia.

Ele se aproximou de Luna e ela aceitou sua companhia, mas ele percebia que ela o via apenas de uma forma, uma amizade fofa e sincera e nada mais. Mas ele não queria apenas isso.

Então Jason a traiu. E em sua mente, isso veio bem a calhar, e na hora certa. Mas ele precisava esperar quando Luna estivesse forte novamente. Quando ela voltasse a ser aquela menina decidida e mandona, de certo ponto. Aquela garota que defendia o nerd da escola, sem querer nada em troca. Simplesmente por que achava justo.

Luna levantou a cabeça. Seus olhos estavam inchados e vermelhos de chorar. Ela tinha um beicinho involuntário no rosto, que aparecia todas as vezes que chorava. Ele achava isso muito fofo, mas não disse nada.

Ele tirou um colar com a palheta vermelha do pescoço, pôs na mão de Luna e a fechou.

– Quero que quando olhe para isso, se lembre de que sempre vou estar aqui. – falou com um sorriso.

Ela pôs o colar no pescoço e o guardou dentro da blusa, ele não sabia, mas aquilo significava muito mais do que ele achava para ela, apesar de ela ainda o considerar apenas um amigo.

Ela abriu aboca para dizer alguma coisa, mas outra lágrima caiu.

Ele a abraçou forte, quase a sufocando por alguns instantes, quando se afastou, limpou as ultimas lágrimas em seu rosto.

– Onde está meu sorvete? – perguntou ela, sua voz saiu como um soluço.

– Tem certeza que quer sorvete? Só vou trazer se você me prometer que não vai ligar a televisão em um filme romântico e jogar o pote nela. Da ultima vez fui eu quem limpou. – respondeu ele, arqueando as sobrancelhas.

– Mas eu preciso de sorvete, e sorvete não é sorvete sem filme romântico. – ela fez cara de pidona.

– Você não precisa de filme romântico, já tem um cara romântico e bonitão bem aqui do seu lado. – ele se arrependeu logo que as palavras saíram de sua boca, isso estava totalmente fora dos planos.

Ele tentou disfarçar com uma risada forçada, mas ela não o acompanhou. Aninhou sua cabeça no peito dele novamente e fechou os olhos.

– Luna? – ele chamou e ela instantaneamente levantou a cabeça e o olhou.

Ele hesitou por um momento, mas viu aqueles olhos lindos brilhando, com as lagrimas voltando, prestes a cair, não pensou duas vezes, puxou sua cintura para mais perto e começou um beijo molhado pelas lágrimas que ainda caiam de Luna e calmo.

Ele tomava forças para se afastar e ir embora, mas sentiu as mãos de Luna envolverem seu pescoço, e ela corresponder ao beijo.

Ele a olhou interrogativo quando se separaram suas mãos continuavam em sua cintura, mas ela tirou as mãos de seu pescoço.

– Luna? – perguntou novamente.

– Desculpe. Eu não devia… desculpe Alec – ela respondeu se levantou e foi para o quarto. ’’

O sonho girou e ela se viu novamente no quarto branco de hospital, com a luz do sol entrando pela janela, tingindo o céu de laranja novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?