Inversamente Opostos escrita por IsaDoraBMS


Capítulo 11
Uma Fuga e Gosto de Graxa


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos ~de novo~ pra Bia, essa Andie divosa que recomendou minha fic :3 e Pra Yeza, eu sei que estou atrasada, mas eu já tinha falado pessoalmente então, né?
Eu sei que estou atrasada, mas, meu pc pifou e eu não tive como escrever ~de novo~
Achei meio pequeno, mas até que gostei do resultado >.



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 - Quando vou poder sair?

 - Provavelmente amanhã pela manhã.

 - Mas eu já estou bem.

 - Não, não está.

 - Meu ombro não está doendo.

 - Siga, por favor, as ordens do médico?

 Eu discutia com a enfermeira, alta, jovem e loira que tinha seu cabelo preso em um coque alto, mas ela não parecia estar me levando a sério, apenas continuava escrevendo em sua prancheta e respondendo minhas perguntas sem dar muita importância.

 Ela saiu do quarto, abraçada com sua prancheta, mas dessa vez não aplicou o remédio que me fazia dormir, eu me lembrava de que havia, no dia anterior, combinado de encontrar Tomas no jardim e Alec na garagem, como eu havia realmente encontrado com Tomas, me sentia na obrigação de ver Alec.

 Levantei-me da cama apoiando o peso do corpo no braço esquerdo, apesar de tudo a enfermeira estava certa, eu não devia estar me levantando, meu braço ainda estava doendo, alem de que provavelmente eles iriam aumentar minha dose de remédio e atrasar minha alta se eu demorasse muito. Mas continuei andando.

 Eu não sabia onde era o quarto de Alec, então fui direto para a garagem, a porta estava entreaberta e não havia nenhum guarda à frente, eu olhei pela fresta e vi Alec sujo de graxa. Parecia tirar a hélice do outro avião.

 - Oi. – falei ao entrar, ele imediatamente olhou para trás.

 - O que está fazendo aqui? – perguntou limpando as mãos em um pano já sujo de graxa.

 - Eu havia prometido que viria, não é? – perguntei me sentando, apoiei o peso do corpo novamente no braço esquerdo e brincava com os pés como uma criança, já que eles não encontravam o chão.

 - Mas você se machucou, deveria estar no hospital, deitada, dormindo. Não aqui balançando os pés irritantemente.

 - Desculpe. – falei chegando um pouco mais para frente e encostando os pés no chão – Eu posso não ajudar, nem atrapalhar, mas você vai recusar minha companhia?

 - Tudo bem, você fica, mas depois que eu terminar isso, vou te levar direto para o hospital.

 - Ok.

 Ele voltou para a turbina, mas não consegui ficar muito tempo sentada, e logo já estava de pé ao seu lado.

 - Precisa de ajuda, Alec? – perguntei.

 - Tudo bem, você pode pegar aquela caixa para mim? – falou apontando para uma estante de madeira.

 - Eu peguei a caixa com minha mão esquerda, mas estava realmente pesada, estava a menos de dois metros dele e passei boa parte do peso para a outra mão, o que fez com que meu ombro doesse e eu gritasse. Antes que eu pudesse perceber, Alec já havia retirado a caixa de minhas mãos e eu estava em seus braços.

 - Vou te levar de volta para a enfermaria. – falou.

 - Eu estou bem, me coloque no chão.

 Ele parou, mas ainda me olhava impassivo, o meu tom de voz estava firme quando o pedi para me por no chão, mas ele sabia que não era o certo.

 - Qualquer coisa que acontecer vou te levar direto para a enfermaria, não importa o que diga ok?

 - Não vai acontecer nada. – falei e me sentei novamente onde estava antes, ele se sentou ao meu lado.

 - Posso te perguntar uma coisa?

 - Claro. – respondi, mas não era realmente o que eu queria dizer, tinha medo do que ele poderia perguntar.

 - O que viu no garoto?

 Eu ri.

 - Tomas? – perguntei ainda rindo – Ele vai se casar Alec, não sinto nada por ele.

 - Mesmo? Fale a verdade comigo, eu vi como olha para ele.

 - Talvez esteja se referindo à quando o sequei. Admita, ele tem uma bunda gostosa. – falei começando a rir, ele tentou ficar sério, mas não aguentou e também caiu na gargalhada. – Eu tenho um noivo também, Alec. – completei acabando com a graça.

 - Isso não te impede de… quer saber? Esquece, não importa.

 - Pode falar, termine a frase, eu te respondo com sinceridade.

 - Amar alguém fora do seu relacionamento. É isso. – cuspiu as palavras como um desabafo.

 - Fique tranquilo, se esse alguém existisse, não seria Tomas, ma sentiria culpada por Mel, se isso acontecesse e eu vou embora, não é? Então tudo não passaria de um conto de fadas e iria acabar da mesma forma que começou rápido e indolor. – falei.

 - Eu poderia ir embora com você. – sussurrou.

 - Não, não poderia. – falei – Não sei se se lembra, mas você é um fugitivo, seria preso se voltasse.

 - Você meche com as pessoas, sabia? – falou com um sorriso de canto.

 Demorei um pouco até responder.

 - Não sei o que dizer. – eu estava séria, abaixei a cabeça por um momento.

 Em um movimento rápido, ele já segurava firmemente minha cintura com as duas mãos e na distração de levantar os olhos ele me beijou. Não durou nem mesmo três segundos. Não deixei passar de um selinho demorado. Simplesmente me afastei e o olhei repreensiva, antes que por impulso eu o mordesse. Sentiria-me mal se o fizesse.

 Levantei-me e virei em direção à porta em tempo de ver uma capa azul passar rápido. Tomas. O quanto ele viu e ouviu? O que ele iria pensar agora? Eu estava confusa, minha cabeça doía, meu ombro doía, e eu sentia um resquício de gosto de graxa, que devia estar na boca de Alec. Olhei meu vestido, havia duas marcas de mãos que pareciam ter sido feitas propositalmente de cada lado da roupa.

 Corri pelo corredor a tempo de ter certeza que era Tomas, ele se afastou rápido e eu não fui atrás.

 - Desculpe Luna. – ouvi a voz de Alec atas de mim.

 - Você havia visto que ele estava lá, não é? – perguntei.

 Ele não respondeu, eu me virei e voltei para o corredor, andando calmamente. Ele devia ter voltado para a garagem, uma qualidade de Alec é que ele parecia notar quando alguém queria ficar sozinho.

 Voltei para a enfermaria, alguém já me esperava de braços cruzados.

 - Onde pensa que foi senhorita? Procurei-te por tudo o castelo, e não encontrei. Não tinhas permissão para se levantar, tens em mente que isso poderá adiar sua alta? – falou a enfermeira muito rápido, ela parecia um gatinho nervoso.

 Eu a ignorei e me deitei na mesma cama de antes.

 - Adoraria ter minha alta adiada, senhorita, agora se me dá licença, eu gostaria de dormir, já é tarde, e eu estou cansada de ser tratada como criança, pode, por favor, me deixar dormir? Obrigada.

 Eu me enrolei no cobertor que a enfermeira havia acabado de jogar por cima de mim, e tentei não pensar muito, eu estava com vontade de voltar para aquela garagem e socar a cara de alguém, ou simplesmente explicar algo inexplicável à Tomas, mas simplesmente me deixei levar pelo sono que chegou aos poucos, vindo com a ajuda do ressonar dos outros pacientes, logo dormia profundamente.


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Notas finais do capítulo

Bem, lindezas, espero que considerem um pouco e deixem review, Beijos.