DLP - Here We Go Again escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 5
Peão de uma veela




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– Você ficar olhando para o céu não vai fazer a coruja aparecer repentinamente. – Palpitou Lana que estava ao meu lado em sua cama. Bom, pra ela era fácil dizer isso, a cama dela era bem ao lado da janela, logo ela podia espionar o céu despercebidamente. E ela ainda tinha a pretensão de querer reclamar tendo em vista que eu gentilmente cedera a melhor cama pra ela. E não, não tinha nada a ver com o fato de que o vento batendo na janela durante a noite me assustava, deixar a cama da janela pra sonserina foi um ato nobre de minha parte.

–Já devia ter chego. – Comentei passando a mão em minhas costas para enrolar uma mecha de meus cabelos em meu dedo, para me lembrar logo em seguida que eles estavam presos em um coque por conta do calor daquela segunda-feira. E eu inda tinha coragem de analisar criticamente o habito de meu pai e de meus irmãos, quando eu mesma não conseguia manter as mãos longe dos fios por mais de cinco minutos.

Talvez isso explicasse o porquê de as vezes ser quase humanamente impossível passar as mãos pelos fios que uma vez eram de um vermelho vivaz, mas que com o tempo foram adquirindo uma coloração mais acastanhada. De tanto eu passar as mãos até mesmo o liso natural se tornara um enozado artificial. Ou talvez seja apenas os genes Potter fazendo efeito.

–Talvez ele não responda. – Palpitou Lana parecendo realmente desinteressada, até parece que eu cairia nessa de que ela não se importava com o irmão. Sua atuação de desinteressada seria bem melhor se a) ela não olhasse para a janela de cinco em cinco minutos e b) ela conseguisse parar de enrolar os dedos nos seus cachos loiros de boneca de porcelana.

A ideia de que talvez eu estivesse começando a pegar hábitos da Lana me fez ter uma repentina vontade de ir tomar banho, empurrar a cama dela mais para a parede (o que era impossível, eu já tinha verificado) ou então recorrer a medidas drásticas e colocar uma touca em suas madeixas loiras. Tive de suspirar para conter uma gargalhada, não quero nem pensar o que a Prescott acharia do meu senso fashion com relação aos seus cabelos.

–Ou talvez tenha acontecido algo, e isso explicaria o motivo dele não ter vindo sábado te ver. – Conclui ficando preocupada de repente, quer dizer, e se realmente algo de ruim tivesse acontecido?

–Não, nada aconteceu. É apenas meu irmão sendo meu irmão. – Disse a oxigenada , ela olhou rapidamente para a janela para logo voltar a me encarar. Nenhuma coruja no céu ainda, e o senso de atuação da sonserina ia de mal a pior. Ela nem estava mais tentando fingir direito que não a preocupava se David iria ou não, responder a minha carta.

–Ele não é assim Lana. – Falei finalmente parando de olhar para o céu noturno e me voltando para a garota que lia um livro de História Wicca, ou melhor, fingia ler, já que não devia ser humanamente possível ela discutir comigo e prestar atenção naqueles símbolos estranhos ao mesmo tempo.

Supondo que Lana seja realmente humana é claro. Olhando seus cachos perfeitos duvidei realmente que isso fosse possível. Chacoalhei minha cabeça, talvez eu devesse dar esse dia por encerrado e ir dormir com essa minha repentina obcessão com os cabelos da Prescott. Afinal, não havia nada de errado com os meus lisos embolados ruivos-acastanhados.

Fechando o livro de repente a garota que falou comigo a seguir não tinha nada de desinteressada, pelo contrário em sua voz e em seus olhos ficava claro o quanto estava ferida.

– Você não sabe como ele é. Não realmente Lílian. Não chegou a conviver com ele, tudo que faziam eram se encontrar para uns amassos, não fale como se realmente conhecesse David.

–Eu gosto dele Lana, isso é real. – Respondi encarando-a com firmeza. Não sabendo direito se precisava afirmar isso para ela ou para mim. A ausência de respostas de David estava até mesmo minando a minha boa fé, normalmente inabalável.

–Não disse que não gostava dele, há louco pra tudo no mundo. O que disse foi que você não conviveu com ele por tempo suficiente. – Explicou ela voltando a se apoiar nas almofadas e abrindo o livro novamente.

Chateada com a conversa voltei a olhar para o céu cada vez mais escuro, algumas estrelas teimavam em brilhar mesmo com todas as luzes de Paris. São como certas pessoas, diria minha madrinha Luna, que mesmo ofuscadas elas brilham e mudam o mundo. Como meu pai que mesmo desenganado por várias vezes insistiu até o fim no que acreditava.

Como se subitamente Merlin estivesse ao meu lado, um pequeno ponto marrom apareceu no céu, esperei até ter plena certeza para chamar Lana que me zombaria até a morte se eu estivesse enganada. Já imaginou se não é uma coruja, mas e sim outra ave qualquer. Só nessa última semana apareceram três pássaros tropicais, um pelicano, um falcão e é claro, aquele adorável bichinho, o Mordaz da Sara, deu o ar de sua graça pela academia.

Me pergunto o que aconteceu com as boas e velhas corujas.

–Lana! A coruja! – Falei apontando pra fora, em um pulo Lana se levantou e ficou em pé ao meu lado. Era realmente muita sorte para acreditar que realmente na maré de azar em que eu me encontrava fosse realmente uma coruja e que ela estava se dirigindo ao nosso quarto de todos os lugares da academia e não, vamos supor, os “aposentos quase que reais da Viviane”.

–Potter sua maldita sortuda. – Comentou ela parecendo tão feliz quanto eu em ter uma explicação. Esperamos pacientemente até a pequena ave chegar, eu mesma me continha para não subir no parapeito da janela para assim encurtar o trajeto até minhas mãos.

–Lílian, aquela não é a coruja dele. – Disse Lana apertando os grandes olhos azuis ao encarar o céu.

–Como assim, claro que é ela! – Falei não acreditando em outra possibilidade. Ou melhor, não querendo acreditar que depois de tanta espera poderia ser a carta de outra pessoa. Será que meu azar estaria tão grande?

–Não é não, eu conheço aquela coruja marrom, e você também. - Falou ela se afastando de mim e voltando para a cama, ela parecia abalada com algo e logo percebi o que a deixara daquele modo. Não era só o fato da ave não pertencer a David e logo não termos uma explicação.

Era pior que isso, a pequena ave marrom que pousou exausta em minha janela pertencia a ninguém mais ninguém menos que meu primo arrasador de corações, Hugo Weasley.

Inclusive o meu coração, diga-se de passagem.

Olhei a Loira ao meu lado se estender sobre a sua cama com um suave suspiro. Realmente, arrasador de muitos corações. Se é que se pode afirmar que a Rainha de Gelo, princesinha da sonserina, Lana Prescott, tenha tal órgão em primeiro lugar.

Diferentemente de segundos antes eu não estava ansiosa por essa carta, pelo contrário assim que a pequena ave pousou dei uns bons três passos pra trás e fiquei encarando o envelope preso a ela.

–Qual é seu problema Potter, a carta não vai explodir, pega de uma vez. – Disse Lana irritada ao me ver parada.

–Droga pegue você. – Pedi sem saber o que fazer. Se ela estava tão ávida, que o fizesse e parasse de me empurrar para cima do inofensivo pedaço de pergaminho.

–Porra nenhuma que eu vou pegar a maldita carta. – Respondeu ela me causando uma careta imediata.

–Não diga a palavra com “p”! – Pedi com severidade.

–Potter? – Questionou ela apenas para implicar, revirei os olhos e voltei a encarar a carta o que na verdade era o problema do momento, eu ainda resolveria os problemas de linguagem de Lana.

–Pode ser pra você a carta. Moramos no mesmo quarto. – Comentei receosa olhando para a oxigenada.

–Nem pensar Potter, essa carta é sua então mova seu traseiro grifinório e pegue logo. – Ordenou ela. Respirando profundamente dei um passo na direção da coruja que parecia precisar de água e alguns petiscos. Travei novamente sem saber ao certo o motivo de não querer ler a carta, talvez apenas não quisesse ser cúmplice daquela loucura planejada de Hugo e Heloíse.

Pensando bem deixe-me colocar melhor, loucura totalmente não planejada.

–Potter eu já disse que ela não vai explodir. – Me censurou a Prescott porém sem mexer um fio de cabelo na direção do envelope. Claramente fazendo as honras a sua antiga casa. Humpf, sonserinos.

–Então pegue você. – Sugeri colocando as mãos em minha cintura.

–Tá bom. – Me respondeu ela pra minha surpresa se levantando da cama lentamente e indo até a janela. Logo, porém meu senso de competividade aflorou e sem pensar muito me atirei na direção da janela gritando:

–EU PEGO!TIRE AS GARRAS QUE A CARTA É MINHA PRESCOTT!

–MAS VOCÊ ME MANDOU PEGAR! – Gritou ela de volta dando praticamente um mergulho até o parapeito.

Logo estávamos as duas puxando o envelope com força, a pobre coruja ao se ver livre de nossas mãos voou para cima do armário deixando algumas penas conosco. Pobre ave, eu quase podia ouvir as batidas do coraçãozinho acelerado após o nosso ataque. Mas isso não queria dizer que iria desistir de minha disputa com a Lana.

–Você vai ou não soltar a minha carta? – Perguntei brava.

–Ok, Potter. – Já ia puxando a carta quando o lado sonserino se fez presente. – Mas SÓ se você ler em voz alta! – Disse sorrindo de um modo assustador. Apenas fiz um aceno com a cabeça puxando o envelope rapidamente, corri para minha cama e logo me deparei com a caligrafia floreada de Heloíse intercalada pela letra infantil de Hugo.

Querida Lilyzinha,

–Lilyzinha? – Pediu Lana fazendo careta.

–Apenas Lise, sendo ela mesma! - Falei utilizando o mesmo argumento que ela usara antes para justificar a falta de resposta de David.

–Como você a suporta, é a questão. - Comentou Lana revirando os olhos. Não sei do que ela estava reclamando, eu estava tendo que suportá-la e conseguia viver com isso, mesmo tendo que sufocar meu desejo de estrangulá-la umas sete vezes ao dia. Naquele momento tenho certeza que uma parte isolada do meu cérebro repetia o mantra, “você não vai mata-la, você não vai mata-la...”.

– Vai me deixar ler, sim ou não? – Questionei a encarando com seriedade. Como resposta ela apenas cruzou os braços e permaneceu em silêncio.

Querida Lilyzinha,

Faz ideia do quanto Portugal pode ser quente? Eu mesma não acreditaria se não estivesse aqui, pelo menos temos o mar para amenizar as coisas!

A viagem está sendo incrível, como um sonho. Fazemos o que queremos, quando queremos e do jeito que queremos, não dá pra ficar melhor! Gostaria que você e Sara pudesse estar aqui comigo, o litoral é perfeito, e Lisboa a capital é tão pitoresca.

Tem uma parte da cidade que parece ter parado no tempo, fiquei imaginando você aqui com sua imaginação fértil com todas aquelas suas histórias de princesas, iria pirar Lily! Sério, como se tivéssemos dentro daquele seu livro... como é mesmo o nome? Seriguela? Cinderbella? Ah você sabe!

Arghs, Hugo não para de me cutucar dizendo pra lhe passar a pena! Fico por aqui, vou mandar uma foto pra você! Ah eu pintei meu cabelo em homenagem a bandeira deste país! Me responda dizendo o que achou!

Beijinhos da Lise

Hugo falando. Ou escrevendo....Isso é confuso.

Enfim, sim tem sido incrível, mas de certo modo cansativo, sempre estamos em um lugar diferente correndo de um canto para o outro. Mas estou tão bem aqui Lily, como se nunca antes tivesse me sentindo tão dono de mim mesmo.

Se não fosse por você talvez nunca tivesse vindo, aquela noite no baile você me deu coragem e sempre vou ter que te agradecer por isso Lily. Estou com saudades queria que estivesse aqui!

Tem alguma notícia de Sara? Está na França? Me diga como estão as coisas com você e com nossa família. Sabe que te amo.

Beijos

Hugo Weasley

Finalizei a leitura e voltei a percorrer a carta achando-a tão vaga que chegava a doer, ficar longe de Hugo era algo novo, já que desde que nascemos ele estivera ao meu lado. Por outro lado era como se pela primeira vez eu estivesse respirando em paz, nunca antes tinha percebido o quanto a presença de Hugo podia ser sufocante. Se eu não estava preocupada em mantê-lo na linha fazendo tudo certo, eu estava louca de ciúmes por alguma outra garota, a verdade é que Hugo aos poucos se tornara um fardo. Por mais que me doesse admitir isso, mesmo que fosse só para mim mesma.

–Então você deu força pra ele ir com aquela louca? – Perguntou Lana. Sua voz tinha um que de ressentimento que tenho certeza que ela não queria deixar transparecer.

–Não exatamente, apenas falei que ele podia fazer o que quisesse. – Respondi pegando a foto que ficara no envelope. Nela, Hugo a abraçava e ambos sorriam felizes, meu primo parecia mais bronzeado, já Lise tinha a face vermelha por causa do sol. Atrás deles um belo mar azul se estendia me fazendo ter um pouco de inveja daquilo. Porém o que mais me chamava atenção eram os cabelos de Lise; estavam verdes com algumas mechas vermelhas.

–Ela é louca ou o que? – Pediu Lana tão próxima que quase senti sua respiração, o que fez com que eu pulasse de susto.

–Você fez um treinamento auror ou o que? – Pedi ainda assustada em como ela aparecera repentinamente atrás de mim.

–Não diga baboseiras, você que estava toda entretida olhando pra foto e nem me ouviu vindo até aqui. – Justificou ela tomando a foto de minhas mãos.

–Acho que ela é um pouquinho louca. – Falei sorrindo ao me lembrar de nossos momentos em Hogwarts. Imediatamente olhei para Berlioz que dormia em seu cesto e senti uma falta danada de vê-lo com as garrinhas pintadas de púrpura.

–Um pouquinho? Esses dois estão fazendo a maior loucura do século, não podem ser normais e irem trabalhar? – Questionou a oxigenada, aparentemente para ninguém em particular, me entregou novamente a foto que fiz questão de prender na parede sobre minha cama, onde estavam várias outras.

–Vai responder a carta?

–Talvez mais tarde. – Falei sem ter a menor vontade de pensar em uma boa resposta naquele momento. Intimamente eu concordava com Lana, será que não dava para serem um pouquinho mais normais?

A verdade é que todos a minha volta pareciam estar vivendo uma momentânea loucura.

Alvo largando o Saint Mungus repentinamente, fazendo Dona Gina Potter subir pelas paredes preocupada com a vida de um e seus “bebês” e meu pai redobrar os esforços tentando convencê-la de que o Alvo deve saber o que esta fazendo.

James, normalmente a pessoa mais “flores e amores” do mundo em um estado depressivo. Ele pode estar aqui, mas seus pensamentos e principalmente seu coração estão localizados na fria e inóspita Rússia.

Sara, do outro lado do mundo. Se submetendo a um regime super-rígido, sem comer chocolates há mais tempo do que é seguro pra ela e buscando algo que nem eu mesma, sua suposta melhor amiga sabia direito o que era.

Lise, viajando buscando, não sei ao certo ainda, se achar ou se perder pelo mundo.

Hugo, como sempre acompanhando a liderança de outra pessoa. Mas ele estava feliz por simplesmente não ter ficado e ter que tomar uma decisão sobre o que fazer da vida, quando estava claro que ele ainda não estava pronto para isso.

E eu, Lily, num lugar onde nunca imaginei estar. Numa condição em que nunca sonhei em me encontrar. E com companhias que sempre preferi evitar.

Olhei para a sonserina do outro lado do quarto. Lana Prescott. Ela se deitou virada para a parede, provavelmente querendo um momento para si.

Pela primeira vez em muito tempo eu acho que consegui realmente entendê-la.

Eu também preferia não ter recebido a carta de Hugo. Era ótimo saber dele, mas ao mesmo tempo era muito vago para o meu gosto.

E David. Ele claramente não respondeu a mim nem a ela.

Com um suspiro também eu virei para a parede. Vou seguir tentando acreditar que por algum motivo ele não pode respondê-las, e não que isso foi uma escolha dele.

(...)

–A diretora já pode recebê-la. – Me informou a estátua de uma bela mulher que guardava a sala da direção. Assim que esta se moveu para o lado a grande porta branca ficou livre para que eu pudesse passar, ao por os pés na sala da direção me vi encantada pela beleza do local.

Era uma sala alta e ampla, atrás de uma escrivaninha a enorme janela mostrava um belíssimo jardim, até mesmo um pequeno lago ficava visível, o que confirmava minha suspeita que havia água corrente em algum ponto do bosque. Eu tinha a estranha impressão que a cada dia o bosque crescia aos meus olhos, o que me levava a questionar o real tamanho daquele terreno em solo parisiense.

As paredes quase não eram visíveis pela quantidade de estantes com livros, retratos e objetos mágicos, alguns eu podia reconhecer, como uma pequena penseira, vira-tempos e até mesmo esferas que me lembravam muito das profecias guardadas no ministério. Outros porém, tinha certeza que nunca tinha visto em minha vida, nem mesmo na sala de McGonagall em Hogwarts.

–Então Lílian no que lhe posso ser útil? – Perguntou ela com a mesma voz suave e contida que utilizara em nosso discurso de boas vindas.

Gabrielle Delacour, era uma das mais belas mulheres que eu já tinha visto, muito parecida com minha tia Fleur parecia ter ainda mais sangue veela que a irmã mais velha, ou apenas sabia utilizá-lo melhor. Os cabelos loiros quase prateados estavam presos em uma longa trança de lado o que me fazia pensar nela como uma daquelas rainhas das fadas dos contos trouxas, os olhos azuis eram tão claros quanto o céu em um dia ensolarado.

–Obrigada por me receber diretora. O que eu gostaria de falar é...

–Primeiro sente-se garota e me encare como uma igual.– Disse ela apontando para cadeira estofada ao meu lado. Atendi seu pedido e fiz o esforço de encará-la, o que era bem complicado.

Já tentou olhar para o sol durante muito tempo?

Se sim, sabe exatamente qual a sensação de tentar encarar uma mulher parte veela. E eu que imaginei já estar acostumada após tanta convivências com minhas primas. A verdade é que ao passo que Dominique e Victoire não se esforçavam para demonstrar seu sangue mágico essa mulher fazia exatamente ao contrário. Cada poro de sua pele transpirava magia, ela fazia questão de deixar claro quem eram seus ancestrais e o fazia com orgulho e maestria.

– Aceita um café? Sei que está mais acostumada com chá se quiser posso pedir um pra você. – Me sugeriu ela sorrindo e cortando minha linha de pensamento.

–Não, estou bem. – Falei me sentindo nervosa por sua presença intrigante.

–Certo, então me diga Lílian Luna Potter. Por que precisa de mim?

–Bom, gostaria de pedir permissão para sair todas as manhãs antes da aula. – Falei sem ter certeza de como explicar aquilo.

–Sair todas as manhãs? Isso não é algo que escuto muito. Geralmente as alunas preferem sair a noite e aproveitar cada segundo de sono pela manhã. – Respondeu a professora sorrindo levemente.

Suspirei ao ver que ela esperava que e me explicasse melhor, tentei começar a falar algumas vezes porém nada saía, a verdade é que nem eu mesma entedia porque resolvera dar ouvidos ao que James me dissera. Que diferença faria eu treinar agora?

–Bom, diretora é só que... em Hogwarts eu gostava de me exercitar pelas manhãs e como não há uma boa área para eu fazer isso dentro da academia. – Falei olhando para os meus próprios pés.

–Pensei que nunca me pediria Lílian. - Respondeu ela sorrindo com leveza. Acho que eu não deveria ter ficado tão espantada com sua resposta, mas não pude evitar de me perguntar como ela sabia que eu faria a tal pergunta pra ela.

–Então é um sim? - Arrisquei querendo sair dali o mais rápido possível. Meu questionamento causou risos na diretora, uma risada cristalina que sinceramente me dava arrepios.

–Não Lílian, isso significa que vamos conversar, já estava querendo chamá-la há algum tempo. - Me respondeu ela para meu total desapontamento.

–Aconteceu algo? Fiz alguma coisa errada? - Pedi levemente preocupada, em Hogwarts sempre que a diretora queria conversar comigo eu sabia que me significava problema.

–Não que eu saiba garota. - Me respondeu ela parecendo achar graça em minha preocupação. - Somos poucas aqui na academia, mais que justo que eu conheça todas as alunas, certo?

Não falei nada, diante de sua indagação apenas me mantive em silêncio fazendo o possível para não começar a olhar novamente para os meus pés.

–Pois bem, apenas se eu puder conhecer cada uma poderei cumprir minha função que é assegurar que todas estejam em uma posição no alto escalão assim que saírem da escola. - Explicou Gabrielle, fez um floreio com a sua varinha e um enorme livro de capa de couro pousou na mesa a sua frente.

–Pegue-o e me diga se reconhece algumas dessas mulheres Lílian. - Sugeriu ela. Ao começar a folhear o livro me deparei com fotos e nomes que obviamente eu conhecia, eram bruxas famosas em suas áreas. As melhores no que faziam, ministras, secretárias, chefes de departamento, jogadoras de quadribol e curandeiras de diferentes épocas e nacionalidades.

–Não vou te enganar e dizer que todas as nossas alunas merecem um lugar nesse livro Lílian Luna, porém tenho certeza que há um lugar aí pra você. - Disse a professora no momento em que fechei o livro e o empurrei de volta.

–Hum, obrigada. - Respondi tendo certeza que ela devia ter tido a mesma conversa com todas as suas alunas, era um modo de nos motivar e fazia total sentido que ela quisesse ser responsável por criar grandes personalidades.

–Há uma vaga pra você aqui garota, desde a primeira vez em que a vi, quando ainda não ocupava o posto de diretora, mas desde a primeira vez eu soube que seu lugar era na academia. - Eu não sabia ao certo o que falar ou fazer, sem poder aguentar mais baixei a cabeça tentando parar de me sentir tão envergonhada.

–A mais nova da família, a princesinha como todos a chamavam e também a mais determinada. Seguia as primas mais velhas e fazia tudo que elas faziam, se errava tentava de novo até que desse certo. Esse tipo de personalidade não pode ser ignorado Lílian. – Continuou a diretora sorrindo ao me encarar. – E então veio a carta de Kath, minha pupila e sua professora de feitiços. Você tinha apenas 14 anos quando chegou a primeira carta sobre você Lílian Potter. Nela Katherine falava de sua personalidade e vivacidade e me contou em como treinava incansavelmente para se tornar uma atleta profissional.

–Eu nunca soube. – Comentei engolindo em seco e me arrependendo de todas as vezes que amaldiçoei minha professora de feitiços durante meus anos de Hogwarts.

–Imagino que não, Kath é discreta em tudo que faz. O ponto onde quero chegar Lily, é que para ter seu pedido atendido preciso ter algo em troca. – Me propôs Gabrielle Delacour com um sorriso que quase me induzia a concordar com ela.

–Algo em troca? – Perguntei sem entender o que ela queria dizer e com medo do que quer ela me propusesse.

–Sim, algo em troca, existem muitas atividades extracurriculares aqui na academia. Se inscreva em uma delas e poderá sair todas as manhãs durante uma hora. – Me explicou ela, em seguida me estendeu um pergaminho com uma longa lista, que imaginei serem as atividades oferecidas pela instituição.

–Obrigada. – Falei me levantando com o pergaminho em mãos.

–Eu é que agradeço Lílian, no instante em que se inscrever em algo, eu saberei e sua saída será liberada. – Informou a loira me olhando como se eu fosse algum tipo de objeto precioso.

Naquele momento tomei a decisão mais importante da minha vida, não que eu soubesse aos 18 anos que aquela seria uma decisão tão relevante. Mas naquele exato milésimo de segundo em que Gabrielle Delacour me encarou eu decidi que não seria mais um peão em suas mãos, não seria usada para fazer o nome dela e o da academia.

Eu Lílian Luna Potter era obstinada o suficiente para decidir o que faria de minha vida, quer isso agradasse ou não a imponente mulher de sangue veela. E eu tinha a leve impressão que poucas das coisas que eu escolhesse agradariam a diretora.

Suspirei olhando para o pergaminho em minhas mãos e andando novamente sozinha pelos corredores da academia. Quais seriam as possibilidades de ter algo sem frufrus e que fosse possível que eu realmente gostasse se fazer nessa lista?

É, acho que realmente é mais fácil eu convencer a Lana a pintar seus cabelos de preto antes disso acontecer.

Sorri momentaneamente, tinha deixado a sonserina no quarto tentando convencer a coruja do Hugo a sair de cima do armário. Dizer que era cômico ver a fria sonserina tentando se fazer agradável e até mesmo fazendo vozinhas infantis era um bom entretenimento. Talvez eu dê a lista para ela, peça quais atividades ela faria e então passe a considerar toas as que ela não escolheria. E essa é uma boa estratégia.

Eu não percebia, mas a cada minuto que passava Lana Prescott se estabelecia de modo permanente em minha vida, sim eu ficava tentada a sufoca-la com o travesseiro em boa parte do tempo. Porém logo me daria conta do quanto aquela cobra, oxigenada, vaca e sonserina era essencial nesse tão louco e inesperado futuro que aos poucos se formava a minha frente.


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Notas finais do capítulo

NB/ Oi povo, podem mandar cancelar a equipe de busca e resgate, beta e autora estão vivas e se encontram relativamente bem! KKKKKKKKKKKKKKK
Depois de conseguir tirar toda a vasilina do meu cabelo (nem queiram saber...) finalmente consegui betar o cap!!!
E então, finalmente recebemos notícias do Hugo e da Lise, confusos e louquinhos como só eles dois sabem ser! Quem aí já esteve em Lisboa? Ou seria tão louco a ponto de pintar os cabelos em homenagem ao local em que se encontra como a Lise? KKKK, gente, não é a toa que ela era uma grifinória!
E o David, como beta Tb apelo para a autora. Gêmea, onde está o nosso professor gatão? E o que aconteceu para ele não responder nem a Lana nem a Lily????
(é quase uma campanha, se vc viu um moreno de olhos azuis perdido procure a beta, se for o David ela gostaria de saber, se não for o David, me procure mesmo assim porque moreno de olhos azuis estão difíceis de encontrar!)
E é isso aí Lily, mostre para essas francesas quem é que manda! Não se deixe manipular! Hunf!
Beijos da beta
Milady Black
P.S: Gêmea agora eu já posso te passar sms com a palavra proibida que começa com f? (para as mentes pervertidas a palavra é fanfic. Quando a Lore me falou do tabu da palavra que começa com f eu Tb fiquei, mas de que raios q ela esta falando? KKKKKK)
NA/ Certo, vcs mereciam mais, eu admito mas esse capítulo é o que temos pra hoje galera, poderia passar horas tentando explicar o motivo da demora, porém vou resumir em três palavras. FACULDADE DE MEDICINA!!
VOCÊS JAH PARARAM PRA PENSAR DE QUE SÓ NO BRAÇO E ANTEBRAÇO TEMOS QUASE UNS 30 MÚSCULOS!!!! Pois é até minha última prova eu tbm não tinha pensado nisso.
Então é isso cancelem os serviços de buscas, o esquadrão auror pode recuar!! EU E A MILADY ESTAMOS VIVAS E DE VOLTA A ATIVA!!
COMENTEM MUITO OK?? PROMETO RESPONDER TODOS!!
Beijos
Loreline Potter
Ps. Gêmea vc jah pode dizer a palavra com f agora!!!



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