DLP - Here We Go Again escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 4
Sentimento assim


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Sei que as capas não estão tão bem elaboradas mas pessoal estou correndo contra o tempo pra conseguir postar a fic!!
Boa leitura



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Batia meus pés impacientemente no chão de mármore olhando fixamente para a lareira até que esta finalmente ficou verde e por ela passou James, olhando em volta curioso até me localizar no elegante hall.

- Não posso acreditar que você está realmente aqui! – Exclamei feliz ao ver meu irmão mais velho surgir por entre as chamas.

-Bom, eu realmente estou aqui. – Disse James abrindo os braços e sorrindo pra mim, sem pensar duas vezes me joguei nos braços reconfortantes de meu irmãozão. Era quase como estar em casa novamente.

-Ainda assim, você veio pra Paris só pra me ver. – Comentei extasiada em tê-lo tão próximo de mim. Após tanto tempo em meio à perfeição de guardanapos dobrados, quinze tipos de talheres por refeição e garotas que pareciam ter saído do semanário das bruxas era ótimo ver James.

-Papai e mamãe mandaram avisar que vão vir vê-la antes do final do mês, e Alvo, bom ele não disse nada, mas suponho que esteja com saudade. – Me informou James me soltando.

-Típico dele, mas eu realmente estou surpresa em não ver a mamãe por aqui. – Falei me lembrando da cena digna de filmes dramáticos que fora nossa despedida. Parecia que eu estava indo para a guerra e não para um lugar a uma aparatação de distância.

 -O problema dela agora é o Alvo, você está escrevendo pra ela certo? – Fiz um aceno com a cabeça confirmando. – Bom nosso irmãozinho sonserino meio que se afastou do mundo e ele agora é o novo caso a ser resolvido da Sra. Gina Potter.

-Novo caso? – Perguntei sem entender o que ele queria dizer.

-Bom, ela insiste que ele está escondendo algo e que essa saída repentina de casa deve ter haver com alguma mulher. A questão é que no momento ele tem tomado o tempo da mamãe. – Me explicou ele sorrindo e me encarando daquele modo que queria dizer “você sabe como é a nossa mãe!”.

Sim eu entendia, enquanto minha mãe não descobrisse tudo que se passava com Alvo e não fizesse de tudo para tê-lo de volta em casa ela não descansaria, de qualquer forma ainda era um choque o fato dele ter largado o emprego no Saint Mungus.

- Olhando pelo lado bom enquanto ela se mantém ocupada com ele, nós estamos relativamente livres da sua...- ele fez uma cara pensativa como se estivesse buscando as melhores palavras – preocupação maternal?

Ele me olhou e compartilhamos um sorriso. A preocupação maternal de minha mãe era ás vezes, está certo, na maior parte do tempo, um tanto quanto excessiva. Ela e meu pai realmente formavam um par perfeito, enquanto ele era super tranquilo, fã da frase “Deixe as crianças brincarem em paz Gina!” ela era quem corria atrás do endiabrado do James quando ele era mais novo e fã da ideia de ser um seguidor dos marotos. Ou então do Alvo, tentando fazer com que ele se socializasse e largasse um pouco dos seus livros e fosse jogar quadribol, ou então me presenteando com bonecas e tentando evitar que eu me aproximasse do galpão de vassouras.

Com o passar do tempo as coisas pareciam apenas mudar vagamente. O discurso de papai mudou para “Deixe as crianças viverem em paz Gina!” enquanto a minha mãe se ocupava de observar cada movimento de Sara perto de James, continuava tentando que Alvo tivesse uma vida social e me lembrava constantemente de tomar as minhas poções nos horários certos.

-Então o que quer fazer? – Pedi olhando bem pra James e tentando ver além da alegria estampada em sua face. Quando ele queria sabia ser muito bom em esconder o que estava sentindo.

 - O que há pra se fazer? – Retrucou meu irmão colocando as mãos no bolso e piscando para duas garotas que passaram aos risinhos perto da onde estávamos.

-Acorda Jimmy! Nós estamos em Paris, o que não há pra ser feito aqui?

-E você pode sair da mansão Lilindinha? – Questionou ele enquanto as garotas risadinha resolveram passar novamente perto dele.

- Desde que eu esteja de volta antes das seis não há problema algum. – Expliquei lançando um olhar mortal para as duas urubus que rondavam meu irmão com um olhar cobiçoso.

Eu passara por isso a minha vida toda, muitas garotas se fazendo de amiguinhas para poderem fisgar um de meus irmãos, a verdade é que quando descobri que Sara estava a fim de James nós tivemos uma briga daquelas. Primeiro, quando eu percebi que ela gostava dele eu disse que tudo bem, era melhor ela do que outra garota. Mas é lógico que ela negou tudo e então fiquei mais tranquila. Só que com o tempo não adiantava mais ela negar de pés juntos, estava completamente óbvio que ela gostava dele. E ele gostava dela, é claro.

Foi decepcionante, afinal a Hale tinha me prometido há muito tempo que jamais se envolveria com um de meus irmãos mais velhos, porém não é como se você pudesse controlar algo assim. Talvez tenha sido a completa implicância inicial de um com o outro, que logo levou James a jogar comentários a torto e direito na direção de Sara apenas para vê-la reagir. Ou talvez tudo tenha começado com o fato clássico de que ele era meu irmão mais velho e ela a minha melhor amiga. Ou talvez tenha sido a bendita queda da Sara, com malão e tudo no meio da plataforma nove três quartos. O que importa é que foi a primeira vez que vi James com um interesse estranho em seus olhos azuis.

Balancei a cabeça tentando me livrar dessas memórias, lancei mais um olhar mortal para as garotas que cochichavam aos risos e comecei a andar. Eu tentaria seguir o pedido de Sara, apesar de não achar completamente justo o que ela fez com o James. No final eu estava protegendo essas piranhas risadinhas, afinal se alguma delas chegasse a ter algo com o meu irmão eu realmente não iria querer presenciar o que aconteceria se a Sara colocasse as mãos na futura defunta. Se ela já era boa em duelos antes de ir para a academia russa, ela faria voar pedaços de piranha para todos os lados.  

Segurando James pelo braço guiei-o até o quarto que dividia com Lana, precisava pegar minha bolsa e calçar algo melhor que pantufas para sair da mansão, eu realmente não esperava que alguém aparecesse pra me ver naquele sábado. Fora este o combinado afinal, além disso eu estava acostumada a ficar em Hogwarts o ano todo sem receber visitas dos meus pais, parecia normal que isso fosse igual aqui na academia, mas pelo visto, não.

As outras garotas estavam em polvorosa, algumas desfilavam com seus namorados, outras pareciam crianças no meio do pai e da mãe. Ao mesmo tempo em que a escola parecia cheia de desconhecidos, algumas garotas já tinham saído desde o café da manhã, iriam aproveitar o dia livre lá fora até o último minuto antes do toque de recolher.

Ou pelo menos era isso que Hiroko tinha me explicado ontem durante o jantar. Sábados eram como um dia de folga, como já disse a folga era válida do café da manhã até as seis da tarde, depois disso voltávamos para nossas funções na academia.

-Esse lugar cheira a garotas. – Comentou James me seguindo pelo corredor até a porta do meu quarto.

-Não vou me dar o trabalho de comentar sua afirmação. – Falei olhando pra ele de canto e sorrindo.

-Sim eu sei que só tem mulher nessa casa, mas mesmo assim é incrível. – Constatou James analisando o local com aqueles malditos olhos redondos e angelicais herdados do vovô Weasley. Apenas que em James eles raramente pareciam angelicais. Muito pelo contrário, ele sempre parecia estar armando alguma coisa e suas íris retinham um que de quem sabia de uma piada não compartilhada.

 -O que exatamente é incrível? – Perguntei me virando pra ele com uma das mãos no trinco dourado da porta do quarto número 1.

-Arghs, você não entende mesmo, o que eu quero di... – James parou de falar imediatamente assim que abri a porta e fiz sinal para que ele entrasse no quarto, assim que cruzei a soleira entendi o motivo.

Bom, aposto que ver Lana Marrie Prescott sem blusa seja demais para qualquer garoto, mesmo um que se diz apaixonado pela minha melhor amiga Sara Hale.

-Lana! – Censurei brava enquanto ela vestia uma camisa roxa apressadamente por cima do sutiã preto.

-O que foi? Agora eu tenho que adivinhar quando você vai invadir o quarto com o irmão mais velho gato? – Me pediu ela analisando James de cima a baixo e sorrindo sugestivamente pra ele. Fiz uma careta pra oxigenada e olhei pra meu irmão que ainda parecia estar em um misto de vergonha e divertimento, ele sorria pra ela de um modo abobado. Percebi que era hora de entrar em ação. Sem pensar duas vezes dei um beliscão em James.

-Mas que droga Lílian, qual é o seu problema? – Pediu ele esfregando o braço.

-Você ficou olhando pra ela! Não pode olhar pra ela! – Falei com apontando de Lana pra James como uma louca.

-Ele não pode evitar querida. – Desdenhou Lana me fazendo lançar um olhar mortal pra ela que ainda sorria provocante. Arghs, quando a Prescott entrava nesse modo vadia conseguia ficar ainda mias intragável.

-Eu não estava olhando pra ela, ok? –Disse meu irmão mais velho, como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo e eu estivesse surtando por nada.

-Não? – Pedimos eu e Lana ao mesmo tempo, obviamente com entonações e propósitos diferentes, ela parecendo ofendida e eu em um tom incrédulo.

-Não, só estava pensando em como você é o ser mais azarado do planeta inteiro. Ela é a ex-namorada do Hugo, aquela que você e a Sara odeiam, certo? – Pediu ele de um modo divertido.

-Exato. – Falei ao mesmo tempo em que Lana bufava se atirando em sua cama, acho que o fato de James não ter se impressionado com ela tinha ferido seu ego. O que não era difícil considerando o ego dela. Eu ainda estava para descobrir como conseguíamos ficar num quarto só, eu, ela e seu ego. Era impressionante que ainda não tivesse morrido sufocada pelo mesmo. Pensando bem, sufocar Lana parecia uma alternativa atraente se chegássemos a esse ponto. E me livraria de seu ego, e principalmente dela de uma vez por todas! Certo, eu devia parar de deixar Hiroko me convencer a ver animes trouxas com ela. Eu estava parecendo um daqueles vilões fracassados de histórias infantis.

-Ótimo o irmão gato é tão insuportável quanto você! – Disse ela em meio aos seus travesseiros.

-Que nojo, para de falar do meu irmão. – Disse enquanto calçava minhas velhas sapatilhas caramelo que além de confortáveis combinavam com qualquer roupa. E eu não estava nem aí se minhas primas diziam que parecia sapato de gente velha.

-Mas olha se não é a suja falando da mal lavada. – Desdenhou ela girando a varinha por entre os dedos.

-O que ela quer dizer com isso Lily? – Pediu James parecendo genuinamente confuso.

-Não faço a menor ideia. – Respondi rapidamente, puxei minha varinha e convoquei minha bolsa que satisfatoriamente parou em minha mão. – James pode esperar lá fora só um minuto? – Perguntei inocentemente, sem me questionar ele saiu do quarto, assim que ouvi a porta bater me virei para Lana lançando o pior olhar que poderia, permanecia algum tempo apenas olhando pra ela, até que finalmente consegui sua atenção.

-Que foi Potter? Apaixonou? – Alfinetou ela rindo e a apontando a varinha para os próprios cabelos que se cacheavam lentamente.

AHÁ! Eu sabia! Ninguém tinha cabelos tão perfeitos! Ignorando meu subconsciente que praticamente fazia uma dancinha da vitória continuei olhando de cara feia para Lana.

-Você não pode falar essas coisas na frente do James. – Acusei.

-Isso vai acabar mal Potter, quanto mais você tentar esconder pior será. – Disse ela sem parar o que fazia pra me encarar.

-Essa decisão não cabe a você Lana. – Falei com frieza.

-Pode ser que não, mas David não pode perder essa chance. Entende isso? Ele já fugiu por muito tempo. – Comentou a loira finalmente me encarando.

-Isso não tem nada a ver. – Falei sem ter muita certeza.

-Ele era seu professor e é seis anos mais velho. Além disso seu pai é Harry Potter e você é a garotinha de ouro do mundo bruxo. Se algo der errado Potter, não será você quem sofrerá as consequências. – Avisou Lana.

-Desde quando se importa tanto com seu irmão?- Se ela podia me alfinetar, ninguém disse que não teria volta.

-Nunca disse que não me importava. – Respondeu ela rapidamente.

-Eu não consigo te entender Lana, o que você quer afinal? – Perguntei já me sentindo irritada.

-Já está acontecendo Potter, finalmente David voltou e está em casa, minha família está completa de novo. Se essa sua relação com meu irmão arruinar tudo de novo eu nem faço ideia do que sou capaz de fazer.

-Tente me derrubar da vassoura, deu certo uma vez. – Sugeri acidamente, sem uma resposta ela baixou os olhos. – É por isso que eu não posso confiar em você. – Finalizei me dirigindo até porta onde o pobre do James já devia estar criando raízes.

-David está vindo aqui, pra me ver. – Solto ela no momento em que abri a porta.

Como assim David estava vindo aqui? Isso não era possível, ou era? Ele me avisaria se viesse, tenho certeza que sim.

Por outro lado ele não me mandou nenhuma carta desde aquele dia na frente do ministério, não que eu tenha tido coragem pra escrever uma pra ele também. Tinha rascunhado várias e todas tiveram o mesmo destino, o lixo. Bati a porta do quarto me perguntando como ela fazia pra conseguir sempre encerrar as nossas discussões, como essa garota podia sempre ter a última palavra?

-Está tudo certo? – Pediu meu irmão. Fiz um aceno com a cabeça permanecendo em silêncio durante todo o trajeto pelo corredor.

-Lílian eu tenho certeza que podemos dar um jeito de te mudar de quarto. Papai conhece a diretora, ela é irmã da tia Fleur você sabe.

-Não adiantaria Jimmy, o jeito é eu me acostumar. – Respondi com a cabeça a milhas de distância.

(...)

 -Não acredito que você nunca veio aqui! – Exclamou meu irmão. Nós estávamos em um pequeno café há algumas quadras de distancia da academia, a tarde chegava ao fim e eu estava exausta de tanto perambular com James pelos arredores. Graças ao seu treinamento de auror ele estava completamente em forma, me arrastando sem misericórdia de meus pés doloridos pelas ruas.

Não tinha sido exatamente um passeio turístico, mas fora prazeroso percorrer pelas ruelas do bairro parisiense com meu irmão. Ignorando o bom senso comemos peixe e batata fritos no almoço, uma comida tipicamente inglesa, sem nos importarmos se era ou não desrespeitoso com os restaurantes franceses.

-Não James, só estou há uma semana aqui e nunca saí da academia! – Respondi percorrendo os olhos pelo cardápio de plástico.

-Já querem pedir? – Perguntou o garçom em um francês fluido e perfeito, ergui os olhos para poder encarar o dono da voz tão bonita e não me decepcionei. Realmente eu deveria vir mais vezes aqui nem que fosse só pela visão que era aquele homem.

-Um chá completo? – Pediu James me encarando.

-Na verdade hoje eu acho que quero um café. – Respondi sorrindo quase obscenamente para o jovem de cabelos cor de areia a minha frente.

-Pare de encará-lo! – Criticou James após o jovem sair de perto.

-É impossível! – Respondi rindo da careta que meu irmão mais velho fez, James balançou a cabeça em desaprovação e passou a mãos despenteando ainda mais os cabelos que estavam mais compridos que o normal. Era sempre Alvo quem deixava o cabelo crescer, Jay sempre preferira cortá-lo em um estilo quase militar.

-Tem notícias dela? – Pediu me encarando com os olhos azuis nublados de curiosidade e uma leve preocupação. Ele não precisava especificar quem era ela.

Bom até que demorou, eu realmente achei que a primeira coisa que ele faria ao me ver seria pergunta pela Sara. James realmente merecia um desconto, após anos esperando por ela, após tanto tempo apenas sendo paciente ele não deveria estar passando por mais essa. Sara Hale era minha melhor amiga sem dúvida alguma, porém eu me permitia ter um pouco de raiva dela pelo que fazia com meu irmão.

-Me mandou uma carta Jimmy. – Respondi desviando o olhar, não queria encará-lo.

-Então ela pode escrever. –Murmurou ele parecendo decepcionado. Não era preciso nem perguntar que ele estava esperando que ela escrevesse para ele. Repentinamente desejei não ter recebido notícias dela. Não me parecia certo que ela escrevesse a mim e não ao James.

-Você sabe como ela é James. Ela não vai se permitir perder o foco, você sempre soube no que estava se metendo. – Comentei parando de falar ao ver o jovem garçom se aproximar com uma bandeja. Me perguntei o quanto do que James passava no momento era minha culpa. Afinal, fora eu quem encorajara a Sara a começar algo com ele. Mesmo que eu achasse que ela iria falar sobre sua partida logo para ele talvez eu não devesse ter arriscado magoar James.

-Um dia você vai me entender Lily, um dia você vai encontrar alguém que te deixa assim. Irracional e te faz ignorar as evidencias de que tudo pode desmoronar. Que talvez tudo esteja desmoronando, mas você se negue a perceber. – Alertou James mexendo seu chá. – Mesmo que eu prefira que esse dia demore muito pra chegar irmãzinha. – Acrescentou ele com um sorriso que não chegava aos seus olhos.

Minha mente logo estava em David novamente, claro que eu era capaz de entender meu irmão. O que mais era o que acontecia comigo ao estar próximo do Prescott mais velho se não ignorar todos os contras de nossa relação? Nós tínhamos tudo, absolutamente tudo para dar errado, como gentilmente me lembrara Lana mais cedo, porém eu preferia acreditar no contrário, preferia crer que o que sentíamos era o suficiente pra fazer dar certo. E no fim, sempre parecia valer a pena arriscar.

 -Sinto muito James. – Falei antes de tomar meu café, bebida que me remetia imediatamente a garota de cabelos cheios e olhos de águia. Sara poderia tomar uma garrafa de café diária se alguém não a impedisse, função que geralmente era minha. Ela sempre ocupou um grande espaço em minha vida, mesmo que na maioria das vezes eu não percebesse isso.

Talvez fosse pelo fato de que tinha tomado por garantida a ideia de que ela sempre estaria ao meu lado, como minha melhor amiga. Certinha e mandona, mas ao mesmo tempo divertida e atrapalhada. Só então olhando para James percebi o quanto a falta dela ele não deveria estar sentindo.

-Eu só queria saber como ela está. Saber se encontrou o que queria sobre os pais biológicos. – Falou meu irmão mais uma vez passando a mãos nos cabelos. Aquele gesto era quase uma marca registrada dos homens da minha casa, um vício que meu pai herdara e transmitira para os Potter. Ele significava preocupação, inquietação e até mesmo uma certa dose de raiva. Sentimentos que sem dúvida deveriam estar assaltando James frequentemente nas últimas semanas.

-Bom, segundo sua carta ela está bem, se adaptando a vida lá na Rússia. Não comentou nada sobre sua busca, mas me parece meio cedo pra ela ter encontrado algo. Afinal o super auror avô dela não passou anos procurando por informações sem conseguir nada? – Questionei tentando forçar a mente para me lembrar de sua carta.

-Tem razão pequena.  – Falou James em meio a um suspiro.

- Deram um corvo para ela de presente. Ele é completamente rabugento e tem um olhar de quem sempre sabe das coisas. Ela o batizou de Mordaz.

- Acharam um bichinho de estimação perfeito para ela?- Ele riu de repente, uma risada do verdadeiro James, acendendo todo o se rosto. Era como se por mais doido que fosse ele não pudesse evitar, e a simples ideia do que Sara diria ao ouvir seu comentário o fizesse rir. Ela ainda tinha uma grane influência sobre ele, mesmo a distância. Será que ela sequer sabia disto?

Se Sara Hale destruísse meu irmão ela iria se ver comigo.

O pensamento veio tão rápido que me atingiu de surpresa e logo me arrependi por tê-lo. Merlin ela era minha melhor amiga!

As palavras de Lana voltaram com força e eu quase simpatizei com ela. Lana queria proteger o irmão assim como eu queria fazer com o meu, e se eu direcionava pensamentos assassinos pra minha melhor amiga não era de se admirar que a cobra fosse capaz de me ameaçar.

James me acompanhou até os portões da Academia Real Francesa, quase não conversamos durante o trajeto, ele sorria triste olhando a sua volta, deveria estar pensando em Sara já eu apenar ignorava a pontada chata em minha cocha. Talvez precisasse conversar com Alvo sobre isso.

 Isso é, se eu conseguisse localiza-lo. Com todo esse amor fraternal, eu ainda não tinha o seu novo endereço. Talvez ele estivesse evitando passa-lo a mim numa vã tentativa de ganhar tempo fugindo da mamãe, e por consequência, de suas perguntas?

-Lílian! – Chamou meu irmão.

-Fala.

-Você voltou a correr pela manhã? – Perguntou James me observando com curiosidade.

-Não. – Respondi esperando que ele desviasse do assunto.

-Já está na hora, não acha? – Questionou novamente.

-Com que finalidade eu faria isso? – Pedi ceticamente.

-Por prazer, você não me disse que ama a sensação da corrida? Acho que te faria bem. – Falou meu irmão parecendo não perceber meu desconforto. Ou, conhecendo James, resolvendo ignorá-lo completamente.

-Não sei. – Disse me esquivando do assunto. Sem aviso prévio James me segurou pelos ombros e me fez encará-lo, seus olhos me esquadrinhavam e sem aguentar mais abaixei a cabeça.

-Não posso acreditar Lílian. Você está com medo. – Constatou ele para meu desespero.

-É óbvio que eu tenho medo. Quase fiquei sem andar James, não quero me arriscar. – Respondi com a voz tremendo.

-Você não pode voar Lílian. Mas se me lembro bem Alvo recomendou que você voltasse a se exercitar para fortalecer seus músculos, tendões e o que mais fosse preciso.

-Vou pensar. – Respondi me libertando do aperto de James e voltando a caminhar.

-Se não voltar a correr vou querer minhas camisetas de volta. – Brincou James correndo pra me alcançar. Ignorei o que ele disse sabendo que essa questão ainda me torturaria por algum tempo, sim eu amava correr. Mas, sim James tinha razão eu estava apavorada em voltar a me exercitar.

Ao chegarmos finalmente no portão nos despedimos com um abraço carinhoso e antes que eu pudesse perceber estava mais uma vez sozinha naquele bosque. Caminhei por entre as árvores ignorando os gnomos que saltavam pela trilha. Ao chegar no jardim uma Lana Prescott sentada sozinha em um banco de pedra roubou minha atenção.

-Ele já foi? – Perguntei me aproximando dela, porém ao analisar seu rosto me arrependi imediatamente de ter ido falar com ela.

Lana sofria, e me atrevo dizer sofria de um modo que eu jamais tinha visto.

-Ele não veio. Eu o esperei o dia inteiro. – Me respondeu ela.

-Como assim? David mandou alguma carta explicando? – Perguntei com preocupação.

-Não Luna, ele simplesmente não apareceu. Eu já devia ter esperado por isso. – Comentou ela secando uma lágrima fina que descia por seu rosto de boneca.

E lá ia David novamente.

Ele tinha feito de novo e eu não podia acreditar. Por que ele desapontava as pessoas assim? Por que não podai ter pelo menos dado uma passada pra ver a irmã?

-E eu achando que as coisas voltariam ao normal. – Disse Lana com a voz tremula e fraca. – Talvez esse seja o normal, David prometendo coisas e não cumprindo. – Desabafou ela me atingindo em cheio.

-Vamos Lana. – Chamei com a voz firme que refletia a decisão já tomada em minha cabeça.

-Vamos a onde Potter? – Me questionou ela parecendo genuinamente confusa.

-Vamos escrever uma pequena carta para o seu irmão. – Respondi começando a andar sem espera-la.

Eu passara a semana toda com medo de mandar uma carta para David, eu esperei a semana toda por uma carta dele e de certo modo a situação com Lana me dera coragem para entrar em contato.

Talvez fosse cisma minha, mas tinha um lado meu que não confiava naquele homem, devido ao seu histórico com a irmã, era quase como seu eu esperasse que ele me desapontasse. Por outro lado eu queria muito acreditar que ele responderia a carta dando uma boa explicação por não ter aparecido.

Era como tinha dito James mais cedo no café, quando se trata de um sentimento assim, você ignora todos os contras e se joga de cabeça na menor das probabilidades.


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Notas finais do capítulo

NB/ GRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR! Que raiva do David! Coitada da Lana, um irmão que nem ele ninguém merece! Hunf!
É por isso que eu digo que o James é quase perfeito! Até como irmão ele é d+ (Calma Lore, agora vc não precisa ir correndo bolar algo para me fazer ficar irritada com ele Tb!)
TADINHO DO JAY! Ele ta sofrendo tanto! Mas acho que a Sara Tb não deve estar as mil maravilhas lá na Rússia, afinal, ninguém deixa um cara como James Potter para trás e fica de boa!
KKKKKKKKKKK, alguém acreditou que o James não estava admirado a Lana nem um pouquinho???
É, o poder de influência da Sara é grande mesmo a distância! Pelo menos por enquanto ... (e eu vou acabar com uma úlcera depois, mas não vamos por os testrálios em frente a carruagem!)
Que os planos mirabolantes da autora continuem a se desenvolver. Dessa beta que gostaria de mais tempo para comentar mais TEM que ir estudar.
Física me espera!
Bjs da beta, aquela que deve ir estudar (nerd com direito a óculos e tudo)
Milady Black
NA/ Bom aqui estou eu! Tenho prova de anatomia amanhã mas eu posso revisar o conteúdo de madrugada certo??
Melhor não então serei breve e então terei meu encontro com os ossos e ligamentos!
Garotas espero que tenham gostado desse capítulo! Então o que acharam do David deixando a Lana esperando lá? Acreditam que ele tem algum explicação, ou não? E quanto ao James ignorando a Lana, fico com pena dela ou dou uma medalha pra ele??
Enfim, comentem muito quando acharem que estou merecendo recomendem!! Quem ainda não recomendou na primeira temporada, lembrem-se que nunca é tarde de mais pra me deixar feliz!!
Beijocas
Loreline Potter



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