Fraternidade escrita por Esther K Hawkeye


Capítulo 7
Parte VI


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente tenho muito tempo kkkk (só que não)
Me desculpem se não conseguiram entender o que eu escrevi no capítulo anterior. Eu tenho essas coisas filosóficas mesmo. xD
Desculpas adiantadas para os odiadores da filosofia, mas nesta fanfic, terá muitas delas.
Boa leitura :)



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A história de Wagner: De um roubador para um homem respeitavel.

Wagner Brauer nasceu em Frankfurt am Main, cidade alemã. De uma família pobre, perdeu o seu pai quando tinha apenas oito anos de idade. Vivendo com a mãe e com os dois imãos mais novos até a sua adolescencia. 

Wagner era um garoto franzino, sempre teve uma aparência muito magra. Aqueles olhos azuis turquesa, com um ar tão refinado e de impressionante beleza. Cabelos caídos na face, loiros e lisos. Sempre parecia ser mais novo do que realmente era, até a fase adulta, sempre fora assim e parece que sempre será. Era acima de tudo, a visão de um garoto perfeito. 

Durante sua infância, uma das atividades prediletas de Wagner era roubar comida para dar à sua família. Roubava água e batatas; mas poucas vezes escapava das broncas dos funcionários. Mas algumas vezes, sua missão tinha êxito. Principalmente quando sua mãe ficara doente, ele fazia um esforcinho a mais para roubar as coisas. E segundo ele, com razão. 

Quando Wagner completou dezessete anos, sua mãe morreu de tuberculose. Deixando-o sozinho com os seus dois irmãos. Logo, eles foram deixados por responsábilidade da área militar. 

Uma verdadezinha estranha sobre Wagner Brauer: Ele só aprendeu a ler e a escrever quando entrou no exército, aos dezoito anos de idade.

1914, a guerra começou. A primeira grande guerra. Vamos, Wagner, vamos lutar pela Alemanha. Deutschland über alles! Alemanha acima de tudo!

Um pouco de ódio sutilmente britânico. 

Cinco da tarde, hora do chá. Na Inglaterra, tudo parece ser de uma forma refinada. Não só isso; uma forma cínicamente refinada. 

Os inglêses, sempre cínicos. Sempre com algo a dizer, sempre com algum motivo para expor as suas opiniões na lata. Eles amavam sublinamente, mas odiavam da mesma forma. Não, você nunca sentiria o prazer de ser artomentado por um inglês, de forma alguma. 

Mas o que os britânicos mais odiavam anos antes da Primeira Guerra Mundial? Ou melhor... Quem?

Uma palavra:

Germans... 

Alemães... Alemães... Não, não poderiam deixá-los desbancar a indústria inglêsa. 

Não, não podiam.... Guerra, precisamos de guerra. 

Seria muito ironico, muito mesmo... Se um de nós, britânicos, começar a amar aquela raça... alemã. 

Uma pequena cena de Natal em plena época de guerra

Um jovem de vinte e dois anos, alemão, magro, cheio de fome e frio; esperava uma outra jovem de vinte anos encontrar alguma coisa que possa curar o seu ferimento na perna. A jovem era uma enfermeira, mas não só uma enfermeira... Ela era britânica. 

Ele apenas a observava tirar algumas ferramentas medicinais de dentro de sua bolsa. Mas por que uma enfermeira de guerra da Inglaterra estava ajudando um jovem da Alemanha em plena guerra? Eles não eram inimigos? E o que aconteceu para o jovem se machucar? 

Wagner era o jovem. Tinha recebido um tiro de um soldado alemão - sim, do mesmo lado que ele. - acidentalmente. A pessoa que tinha feito isso nem se deu conta de ir lá e ver se ele estava bem. Afinal, aquela pessoa tinha percebido que Wagner era do mesmo barco que ele. Mas mesmo assim, não havia feito nada. 

Ela começava a fazer uma cirurgia de improviso. E até agora, não tinha dito absolutamente nada à ele. Wagner estava completamente desesperado, por isso, aceitou a ajuda. Mas mesmo assim, estava com medo. E se ela o envenenasse?

E com a voz trêmula, pelo frio, ele perguntou à ela:

- Was machst du? - Seus lábios estavam tremendo. Perguntava o que ela estava fazendo. 

Ela revirou o olhar para ele. 

- Do you speak in english? - Ela perguntou. Mas a sua resposta foi uma entortada na cabeça e um olhar alemão sem entender. - Já vi que não... Mas tudo bem, eu falo a sua língua. 

Wagner impressionou-se. 

- C-Como...? - Ele não coseguia se afastar.

Ela parou o que estava fazendo e olhou para ele novamente; delicadamente sorriu. Os olhos britânicos que o olhavam eram cor de chocolate; os cabelos, negros e ondulados. Ela era uma moça impressionantemente linda. 

Mas era britânica. 

- Meu nome é Emilie Towers. Prazer em conhecê-lo... 

Ele continuava olhando-a sem entender. 

- Por que está fazendo isto? - Wagner se referia à ajuda em que ela estava lhe dando. 

Ela agora parecia entender o porque de tanto não-entendimento. 

- Nós estamos numa pequena trégua, não estamos? Bem... Só por este Natal. 

Estavam no Natal? Wagner não tinha notado isso. Apesar de ser batizado cristão, não tinha um entendimento muito bom com a religião. Wagner sempre acreditava mais na ciência. 

Suspirou. Pelo menos alguém estava disposto a ajuda-lo. Emilie continuou:

- E qual seria o seu nome? - Ela parecia bem calma, enquanto fazia aquela pequena cirurgia. 

Apesar da dor, Wagner tentou responder sem demonstrá-la. 

- Meu nome é... Ah! - Eu disse "tentou". - W-Wagner Brauer. 

Ela tirou o sorriso do rosto. 

- Wagner... Desculpe-me, eu não tenho anestesia... 

Ele balançou negativamente a cabeça, bem rápido. 

- Nein, nein... - E corou. - E-Eu não me importo. Eu realmente... - E olhou para o fundo daqueles olhos cor de chocolate. - Eu realmente... não... me importo. - Parecia hipnotizado pelos olhos da moça. 

E realmente, não sentia. Não sabia se o frio que era grande, ou o prazer de ser atendido tão dócilmente por uma moça tão bela. 

Mas ela era uma inimiga. Inimiga, Wagner... Inimiga

Demorou algum tempo; até que ela terminou. Ajudou-o a se levantar. 

- Desculpe-me qualquer coisa... - Ela falou com um rosto um pouco vermelho. 

- Não fale isso... Você foi muito importante pra mim agora. - E realmente, tinha salvo a vida dele. - Você fez um bom trabalho. Danke... - Um agradecimento tímido no final. 

Ela sorriu novamente para ele. 

- You're welcome. - E deu uma risadinha. - Foi um prazer te conhecer, Wagner.

Ele sorriu de volta. 

- Também foi um prazer te conhecer, Emilie. - Tímido. 

Ele era tão bonitinho... Parecia ser um garoto de dezessete anos. Mas mal sabia ela que ele era até mais velho do que ela. 

- Tem certeza de que consegue andar bem? - Perguntou. 

Ele fez que sim. 

- Sim, eu estou ótimo! - E tentou demonstrar sua própria glória. 

De novo, aquela risadinha. 

- Espero que fique bem. Afinal, essa guerra não está servindo para nada. Não entendo como meu país é capaz de sempre se meter nelas. 

Ele fez que sim novamente. Até que a viu se aproximando dele e dando um beijo em sua testa. 

- Se cuida, tá? Ainda quero te conhecer melhor. - Ela se virou. - Oh yes, Merry Christmas!

Ela começara a andar; ele apenas deu um aceno de mão, simbolizando um "tchau". Wagner agora sentia uma tremenda vontade de viver. Agora tinha percebido que não era o fim do mundo. Ele tinha mais uma jornada: manter-se vivo até o final da guerra. 

Ele sorriu e repetiu as palavras em inglês: Merry... Christmas. Uma primeira palavra em outra língua. 

E logo, finalizou:

- Frohe Weihnachten... - Feliz Natal. 

O amor supera barreiras; e não existe rivalidade que o atrapalhe. 


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Notas finais do capítulo

Não, isso não foi enrolação. Mesmo eu saindo um pouco do tema da fanfic, eu decidi por estas lembranças de Wagner e Emilie.
Espero que tenham gostado do capítulo. E até o próximo :)



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