Depois do que foram duas semanas, Hayato e Isao conseguiram as informações pedidas pela Godaime. Com a ajuda da ANBU, capturaram e prenderam ninjas traidores de Konoha.

Havia um grupo de dez deles que ajudaram nos planos dos anciões, esses, eram ninjas que ainda não suportavam a ideia de um Uchiha vivo e também os que temiam o clã quando existia.

Depois de uma reunião com os gêmeos do exército ninja imperial, Kakashi e Asuma, Tsunade saiu de seu escritório depois de examinar uma papelada, pedindo à Shizune que tomasse conta de tudo por ali e a chamasse em caso de problemas. Já contou tudo somente a eles. Andou por toda a casa até chegar à porta principal e saiu.

Enquanto andava pela rua podia notar como as pessoas já haviam se esquecido dos incidentes, ao menos aquelas que não sabiam tanto quanto ela e os outros envolvidos.

Andando em um lugar próximo a academia ninja e encontrou o banco vazio, sentou-se e deixou sair todo o ar de seus pulmões em um profundo suspiro.

“Tenho que ver uma forma de que os anciões não se intrometam mais. Eles foram capaz entregar uma criança que nem sabe de suas intenções”, pensava ela.

Depois de algum tempo, chegou a hora do almoço e Tsunade caminhou de volta à casa, quando viu um quarteto conhecido para ela. Eram Jiraya, Naruto, Sakura e... Satoru? Ele estava começando a se relacionar bem com os outros ninjas, mas tinha que ser com o ninja mais problemático da vila?

Pareciam estar se dando bem. Ela se aproximou deles, cumprimentou e pediu aos ninjas que andassem na frente. Estavam indo ao Ichiraku, Satoru adorava comer ali.

- Está fazendo as vontades dele, Jiraya?

- É – olhou com ternura para o garoto – acho que estou começando a ter carinho por ele. Como...

- Como se fosse um filho?

- Acho que sim. Nunca tive um pra saber, mas quero cuidar dele e como tento cuidar do Naruto. Só espero que ele não me dê tanto trabalho também ha ha – disse o ero-senin coçando a nuca.

Tsunade riu um pouco e voltou para olhar o grupo de genins.

- Ele vai morar com você?

- Se ele quiser... sim.

Cidade Imperial

Já passava do almoço e a vida seguia normalmente na região, exceto por uma sensação de tensão por parte dos guardas. Nas noites anteriores avistaram alguns vultos e poderiam jurar que eram invasores, mas nunca se aproximavam para atacar, talvez por saber o que os aguardava se o fizessem.

Os conselheiros, em especial Chie que fora o primeiro a saber, repassando a informação à Tatsuo-sama. O imperador, por sua vez, pediu como sempre a atenção dos guardas em suas rondas pelo palácio, cidade e arredores, que nunca andassem em grupos com menos de quatro ninjas para não correr o risco de serem enganados.

- Senhor – disse Chie em voz baixa, estava sozinho com o imperador na sala do trono, pouco antes de receber os comandantes de cada divisão de ninjas imperiais –, devemos levar em conta que a descrição feita por Tsunade-sama sobre os ninjas do som se encaixa com algumas das que os ninjas dos portões deram a seus superiores quando fizeram a ronda de dia e de noite com luzes.

- Será mesmo que se atreveriam a invadir? Podem ser apenas os ladrões

- Não há só ladrões querendo nos roubar e ao comércio daqui, mas pode ser que os ninjas que estão atrás do menino Uchiha se aproveitem das tentativas de roubo que os mercadores sofrem ao vir á Cidade Imperial. Não podemos deixá-los passar de modo algum.

- Sei disso, Chie. Por isso devo pedir aos comandantes que redobrem a guarda, ao menos nas entradas da cidade e em pontos estratégicos...

- Como quais?

- Alguns metros das entradas em direção ao centro, entre uma entrada e outra e também nos locais mais isolados, as áreas com poucas casas.

- Boa ideia, Tatsuo-sama. Eu também poderia sugerir que deixe alguns ninjas ocultos entre esses pontos que o senhor citou e assim por diante, então, formaríamos uma rede de vigilância e caso eles ou quaisquer outros invasores perigosos consigam passar pelos primeiros, vai ter que enfrentar outros até que estejam cansados demais para continuar e sejam presos.

O imperador sorriu, seu melhor conselheiro era bom estrategista.

- Obrigado pela correção em meus planos, Chie.

- É meu dever, senhor – se curvou, mas voltou a ficar direito quando ouviu a porta se abrir.

Por ela entraram os ninjas responsáveis pelas divisões e também subdivisões do exército real, espionagem, rastreadores e proteção civil.

Enquanto os shinobis tratavam dos assuntos sobre a segurança da Cidade Imperial, o protegido de Konoha estava fora do palácio, na academia ninja, era instruído por um bom sensei que o guiava em seus movimentos e o fazia desenvolver ainda mais sua grande velocidade. Testou seu chidori, o uso de seu sharingan para conhecer as habilidades de seu aluno temporário. Aquelas duas últimas semanas não foram tão ruins quanto Sasuke imaginou que seriam, embora ainda quisesse voltar para casa.

Pretendia fugir assim que tivesse o menor indício de que Orochimaru e seus dicípulos estivessem por perto, mesmo sabendo que o imperador tramava aumentar a guarda para impedi-los de entrar e certamente para impedir sua fuga.

O tempo todo, Kento ficou atrás de si e mesmo tentando despistar o garoto, acabava sendo levado a algum lugar onde haviam mais guardas e por mais que tentasse, sempre acabava emboscado por eles. Não estava conseguindo fugir e agora seria pior, mas treinando e com a confusão que sabia que se aproximava com invasores por perto, independente de quem, poderia ter tempo suficiente para ir embora, já que os ninjas se ocupariam em impedir intrusos ali.

Voltando ao palácio, já era fim de tarde, Sasuke foi tomar um banho rápido. Seguiu o caminho a seu quarto e notou que era seguido e por quem, mas não demonstrou. Sabia que Kento iria tentar dar-lhe mais conselhos se dirigisse a palavra a ele e não estava de humor.

Entrou no quarto trancando a porta atrás de si, pegou uma toalha no guarda-roupas e foi ao banheiro.

Algum tempo depois, saiu já trocado e com fome, abriu a porta para ir rumo à cozinha. Logo que a abriu, encontrou Kento parado.

- Sai.

- Que educação, ein...

- Dá licença que eu tô indo jantar – disse o Uchiha e Kento liberou a passagem, então o genin sussurrou - baka.

- Hm – Kento sorriu – de nada – e o seguiu.

- O que você quer? – Perguntou Sasuke indo à frente de Kento, sem sequer voltear a cabeça para olhá-lo.

Embora estivesse de saco cheio desse garoto que agia como babá, estava com sua expressão de sempre. Na verdade, estava cansado de brigar e só queria ficar em paz até quando pudesse fugir.

- Eu quero que você saiba que eu vou te ajudar.

- O quê?! – Sasuke parou imediatamente ao ouvir o que o garoto disse e se virou para o mesmo com a surpresa estampada em seu rosto.

- Por que essa reação, moleque?

- Não me chame de moleque – bufou o Uchiha -, por que quer me ajudar? Aliás, ajudar em quê?

- Eu quero te ajudar a fugir, te levar a algum lugar longe daqui.

- E tem motivos pra fazer isso? – Olhou desconfiado.

- Ah, você não é de confiar muito nos outros, não é mesmo? – Suspirou – eu quero ajudar porque sei que você não quer ficar aqui e também, o imperador e Chie-san acham que eles já estão aqui. É uma questão de tempo pra que eles entrem e te encontrem. Devem imaginar que está no palácio – continuou pelo corredor rumo ao salão de jantar, passando por Sasuke.

O shinobi da folha o encarava estupefato. Tinha consciência do que Kento falou e então o seguiu. Pensou em jantar na cozinha, mas devido a essa conversa, queria mais detalhes do que Kento planejava.

- Alguma ideia de como vou sair daqui? – Perguntou ele quando alcançou Kento.

Ambos garotos olhavam para frente enquanto conversavam. Kento queria esperar que o grupo tentasse invadir a cidade, assim como Sasuke já havia planejado e então, iria com o Uchiha até algum lugar onde pudessem se esconder. Konoha seria o primeiro lugar no qual iriam procurá-lo depois de sair dali, mas se fossem rápido, teriam tempo suficiente de avisar a Hokage e pedir que ela indicasse algum lugar no qual estariam seguros pelo máximo de tempo possível. Se necessário, mudariam de esconderijo várias vezes até que pudessem voltar à Konoha, ou seja, depois que a poeira baixasse.

Orochimaru e os outros talvez deixassem de vigiar a Vila da Folha depois de algum tempo para procurar em outros lugares, então, Sasuke teria passe livre para voltar para casa.

Chegaram à sala de jantar e silenciaram. Ninguém os ouviu por estarem ocupados demais com as mudanças na segurança. Ninguém poderia suspeitar de seus planos.

Mas lá fora dos muros da cidade, estavam, além de ladrões espalhados pelo espesso bosque, Orochimaru com o que sobrara de seus discípulos. Kimimaro seguiu rastros de bandidos, demoraram muito para encontrar a cidade, mas por fim, chegaram. Agora, esperavam que um dos vários grupos de bandidos burros o suficiente resolvesse atacar algum mercador ou fossem mais idiotas à ponto de tentar invadir a cidade. Só que, ao contrário do que Sasuke e Kento previam que poderia acontecer, Orochimaru não tinha a menor intenção de deixar a saída descoberta. Alguém ficaria ali para o caso de Sasuke tentar fugir, e o senin sabia que ele tentaria.

Vila da Folha

Sakura estava atenta a seus movimentos. Naruto a observava lutando contra Satoru. Ela parava de treinar apenas para comer e comia pouco, estava mais esfoçarda do que antes. Não era só boa memória e inteligência que contavam para ser uma boa kunoichi se não fossem habilidades bem utilizadas.

De manhã Kakashi os treinou e logo se foi para a reunião. Depois do almoço retomou o treinamento e agora que estavam dispensados, ela continuava. Isso acontecia desde que voltaram de viagem.

Estavam nos fundos da casa de Sakura, era um grande quintal, e seus pais estavam lá dentro preparando o jantar para ela e seus amigos.

- Sakura-chan, não quer descansar? – Perguntou Naruto sentado na escada que dava para a varanda.

- Não... – respondeu ela antes de direcionar um golpe direto à Satoru, que conseguiu desviar – não vou... parar agora, preciso... melhorar, ficar... ah! Mais forte – dizia ela entre socos e chutes.

- Eu sei que precisa e que quer, mas já está tarde.

- Não! – ela parou e olhou para Naruto – eu não consigo proteger você nem Sasuke-kun, muitas vezes vocês é que me salvam e eu tô ficando cansada disso, de ser um peso – olhou para baixo.

Mais uma vez, as lágrimas ameaçavam escorrer por seu belo rosto. Não permitiria, não desta vez.

Satoru ficou encarando como a kunoichi respirava fundo para se acalmar e voltar a dar golpes a ele com intuito de melhorar.

- Eu posso te ensinar algumas coisas...

- Sakura, o jantar está pronto – chamou a Mebuki, interrompendo Satoru.

- Já vamos, mãe.

Todos foram até a cozinha para se deliciar com o jantar e depois, Naruto e Satoru foram embora.

O Uzumaki ia caminhando e chegou em casa, ainda com o pensamento que que a garota que mais gostava queria ser mais forte para proteger quem ela amava. Não sabia como a ajudaria, se às vezes ele poderia ser pior, mas não por ter habilidades inferiores, mas sim por falta de atenção.

Talvez se Kakashi se ocupasse das habilidades dela, mas... ele era o tutor de Sasuke, embora o moreno não estivesse mais ali. Jiraya tomava conta dele e o estava ensinando. Além disso, ela tinha ótima concentração em vários aspectos, ainda mais quando isso se fazia necessário.

Bem, ele iria sugerir a ela que procurasse um sensei que ensinasse algo no qual se encaixasse. Quem sabe, logo poderia agir como queria e proteger a todos.

Depois de um banho, Naruto colocou seu pijama deitou-se pedindo que conseguisse ajudar Sakura-chan de alguma maneira.

Enquanto isso, a própria estava deitada se rendendo ao sono que o cansaço lhe proporcionava todos os dias. Pensava em pedir ajuda a alguém que pudesse desenvolver o que tinha de melhor, só esperava conseguir o mais rápido possível.