Durante o primeiro dia de volta, o grupo tomou um caminho diferente da ida, uma precaução pensada pelos dois adultos para garantir a segurança dos garotos e do mensageiro. Para que um mensageiro? Para que não tivessem que ir e vir toda hora, até porque os pergaminhos já não necessitavam de proteção, já que não continham informações relevantes, apenas a resposta para elas.

Enquanto caminhavam, os jovens estavam em silêncio. Alguns por não ter o que falar por conta da tensão de alguns momentos atras e outros dois por pura culpa ou tristeza de deixar um dos seus.

Naruto é quem mais estava tentando se animar, com pensamentos de que ele estaria lá para ajudar e proteger Sakura como protegeu a seu amigo, e também que iria ajudá-lo a sair dessa, sem ser pego pela Akatsuki.

"Sasuke-kun, eu queria tanto ter ficado com você, mas não posso deixar meus pais", pensava a jovem kunoichi e então seus olhos ameaçaram soltar lágrimas, que ela conteve.

"Eu vou conseguir, não vou decepcionar o Sasuke, nem a Sakura-chan", olhou para ela que andava a seu lado sem esboçar nem tristeza, como se a ficha não tivesse caído ainda. "Não gosto de vê-la assim." O rosto do jovem ninja se voltou a uma careta triste. Sakura demorou, mas percebeu que estava sendo observada e quebrou o silêncio.

- O que...?

- Não foi nada, Sakura-chan - visto que ela não dizia nada e continuava a olhar pra frente - é que eu tô preocupado com você.

- Não precisa - respondeu ela de forma seca sem tirar os olhos da estrada.

- Você tem certeza?

- Naruto, eu já disse.

Nesse momento ele se calou.

Enquanto isso, ao lado deles, estavam Asuma e Kakashi conversando com o mensageiro e os dois ninjas investigadores. O mensageiro se chamava Kito e tinha 20 anos de idade, era um bom ninja, segundo Chie. Estava com roupas simples para não ser reconhecido como mensageiro do império, mas em sua mochila tinha suas roupas completamente negras. Ele era solicitado para certos trabalhos secretos para a segurança do imperador e se fosse preciso, usaria de seus talentos para mais uma vez garantir a segurança do império e Tatsuo-sama.

Os ninjas investigadores eram gêmeos de 22 anos de idade, ambos tinham olhos verdes, mas um era loiro e o outro tinha cabelos negros. O loiro , e mais velho, chama-se Hayato, era um dos ninjas mais rápidos de sua região. Seu irmão se chamava Isao e era corajoso, incentivava o irmão a cumprir missões que o mesmo achava impossíveis de serem completadas. Trajavam roupas semelhantes às de kakashi e Asuma, porem nas bandanas traziam os caracteres do País do Fogo em kanji.

- Protegemos o império todo, não importa onde nos mandem...

- Por isso trazemos isso escrito nas bandanas - Isao terminou a frase por seu irmão, apontando para a própria bandana.

- Entendi. É muito legal que ambos tenham se tornado ninjas - disse Asuma-sensei sorrindo para os irmãos. Ascendeu um cigarro enquanto caminhava.

Os irmãos contaram seus feitos, desde os 10 anos estudando para serem ninjas que deixariam sua família orgulhosa e honrada. Não precisaram de muito tempo para isso. Chegar a tão alto nível já deixou todos orgulhosos, especialmente seu pai.

Naruto e Sakura começaram a prestar atenção à conversa deles para afastar a raiva que sentiam.

Vila da Folha

- Como você não sabe quem é e de onde veio? Se é assim, como os guardas do portão te deixaram passar livremente?! - Perguntou Jiraya já exaltado. Como podia alguém não saber de onde veio e estar fazendo missões, passando livremente por todos sem ser reconhecido como invasor?

- Já disse que fui enviado, fui salvo do meio do nada e não me lembro de nada antes disso!

- Como te chamam?

- Satoru - respondeu homem de cabeça baixa, ainda sentado no chão sem coragem de olhar para o sannin. Era jovem, tinha lá aparência de uns 20 anos de idade, mas nem sabia realmente quantos anos tinha.

Ele tinha os cabelos castanhos, lisos e rebeldes. Usava o colete e a bandana da Vila da Folha. Tinha seus olhos de um azul profundo, traços finos, era pouco mais baixo que Jiraya e tinha um porte físico que não parecia fraco.

- Quem te encontrou? - Jiraya perguntou por fim.

- Foi um ninja médico, ele cuidou de mim. O nome dele era Kabuto - respondeu ele fazendo o possível para não dar tantas informações ao estranho que o encarava - ele cuidou de mim e jurei lealdade. Devo minha vida a ele, que me encontrou numa floresta escura.

- Entendo - sentou-se à sua frente do jovem -, eu quero apenas que coopere porque vejo que você não tem culpa de nada. Apenas obedece a quem é leal.

- Diga o que você quer?

- Você não vai me dizer, mesmo que eu te responda.

Se encararam mal por alguns minutos, até que o sannin soltou um suspiro exasperado e se levantou.

- Venha.

- Não - Satoru virou-se de costas para o ninja.

- Ah, não vai fazer isso, vai? - Não houve resposta - tudo bem...

Satoru olhou de canto para o ninja e de repente se viu levado à toda velocidade da sala onde estavam.

-

Algum tempo depois, chegaram à Tsunade-sama e o jovem se recusava a falar. Mesmo perguntando, oferecendo proteção e qualquer coisa que ele poderia querer, ele não falava nada, até que...

- Mesmo que você diga que vai me proteger, não vai, porque eu consegui entrar, aquele quarteto conseguiu entrar e vocês sem saber de nada.

Os dois sannins ficaram calados por algum tempo com uma expressão de choque. O primeiro a se recuperar foi Jiraya.

- Mas talvez possamos ajudar você a saber quem é e de onde vem... é uma coisa a se considerar, mas deve dar a resposta agora - disse ele seriamente e recebeu um olhar duro de Tsunade - o que?!

- Você promete sem saber se poderemos fazer isso, temos que pensar também que talvez não vamos encontrar suas origens!

- Podemos tentar, alguma coisa vamos achar se procurarmos bem - sorriu para ela quebrando qualquer resposta atravessada que ela pudesse dar nesse momento.

O jovem ficou calado pensando. Essa foi a mesma coisa que Kabuto lhe prometeu há meses e durante todo esse tempo, ele esteve esperando notícias de seu chefe, mas nunca teve nada. Não se importava em receber elogios por sua incrível espionagem, que agora foi descoberta depois de tanto tempo, nem mesmo em ter o que comer e vestir, queria desesperadamente saber quem era. Há tanto tempo tinha essa dúvida que não foi tirada por aquele a quem era leal.

Seria mais uma falsa promessa de ajuda? Se não fosse, o que ele teria a perder? Não sabia se deveria ou não aceitar. Seus punhos se cerraram com a força que possuía no momento e fechou os olhos para pensar. Os dois adultos ficaram em silêncio o encarando e esperando que respondesse, já pensando em como tirar as verdades do jovem, caso se recusasse a cooperar.

Depois de alguns minutos esperando, finalmente Satoru abriu os belos olhos azuis e tomou fôlego. Dedicou a eles um olhar sério e cheio de raiva.

- Se não conseguirem nada sobre meu passado e minhas origens, eu espalharei as várias informações que possuo dessa vila para todas as outras e vocês nunca mais serão livres. É minha única condição para que os ajude e não estrague a vida de todos de Konoha.