||Capítulo II – Meeting my “brother” and his annoying friends

Lily Evans

Aquilo não podia ser considerado uma casa. Eu imagino que casas devem ter, no máximo - máximo, máximo– o tamanho de duas quadras de futebol americano.

Aquilo, meus queridos, tem o tamanho de seis quadras de futebol americano, senão mais. Que tal – hm – sete e meio? Oito? Não dava para saber só de olhar para a parte da frente.

Quando minha mãe mencionou, em um passado distante, que os Potter eram cheios da grana ela não estava brincando. Nem exagerando. Eu devia ter prestado mais atenção no que ela falou. Assim, eu não teria ficado com essa cara de tacho.

– Minha nossa senhora. Como vocês não se perdem aí dentro, huh? – fiz graça.

Dorea deu um riso suave.

A mansão Potter parece mais um castelo. Daqueles da Bela Adormecida – que é minha princesa favorita, não falem para ninguém –, com jardim (s) bem cuidado, cheio de fontes e estátuas de deuses gregos.

– Qualquer coisa, perguntamos para um empregado. Eles conhecem nossa casa do chão ao teto, melhor do que eu conheço meu filho e meu marido. E isso quer dizer algo, sabe como é – respondeu-me.

Balancei a cabeça, como se eu entendesse. Charlus bufou.

– É terrivelmente impossível esconder algo dessa ruiva – contou.

– Nem se atreva a sequer pensar em esconder algo de mim, Potter – cruzou os braços.

Awn, eles formam um casal tão fofo. Quem dera eu ter um relacionamento desses.

Charlus caminhou até a porta de madeira – daquelas cheias de entalhos e coisas assim – e a abriu.

Acho impossível minha boca se abrir mais do que está.

Imagine a sala de estar mais fantástica. Agora multiplique isso por dez. É assim que a sala de estar dos Potter é. Primeiramente, ela brilha de tão limpa. Como se eles passassem óleo de diamante – será que isso existe? – no chão, na parede, no teto (!!!).

Segundo: eles têm as coleções de móveis mais estilosos e – tenho certeza – confortáveis da Grã-Bretanha. Pelo menos, é isso que eu estou achando. Sofás de couro preto e branco – que por incrível que pareça, são maravilhosos –; duas lareiras, uma em cada canto; quadros caros; luminárias luxuosas e um grande lustre de cristal no meio de tudo isso.

Oh, Deus. Eu vim parar no palácio da rainha da Inglaterra? Pois eu tinha certeza que aqui não é Buckingham.

– Aqui é apenas um local para visitas. A verdadeira festa está lá em cima – indicou as escadas – duas! – uma separada da outra – como em Princess Diaries – em formato de O.

– Vocês estão escondendo uma Tardis lá? – Doctor Who, uma das únicas coisas britânicas que eu faço questão de amar. Além do McFly.

O casal riu.

– Quem dera. James já nos pediu, mas acho que não tem lugar – comentou Dorea.

Mas aquilo era giganorme! Digo, a mansão. Eu acho que teria lugar de sobra, até daria para enfiar The Impossible Planet* lá.

– Oh. My. God. Isso aqui é mesmo uma festa.

Pufes e sofás espalhados. TVs LED em toda a extensão da parede, para que cada membro da família e alguns outros possam assistir a seus programas favoritos sem atrapalhar os outros. Usando – é claro – headphones bluetooth.

Eu poderia viver muito bem ali.

– E temos nossa coleção de filmes e séries de TV – avisou Charlus. – Passamos boa parte do nosso tempo livre assistindo essas coisas.

– For Time Lord’s sake, todas... Todas... Todas as temporadas de Doctor Who, desde a primeira série de 1963! É praticamente impossível encontrar isso nos Estados Unidos... – me segurando para não dar meus ataques fangirls, porque isso pode muito bem assustar as pessoas.

Tipo o cachorro do meu vizinho. Nunca mais fui bem vinda à casa dele. Uma pena. Engoli em seco.

– E – falei com a voz fininha. – Todos os CDs do McFly.

– Dorea os acha atraentes – reclamou o marido.

– Com toda a razão – retrucamos eu e Dorea ao mesmo tempo.

Sorrimos.

– Acho que vamos nos dar muito bem, Lily Evans.

– De fato, Dorea Potter.

James Potter

Estou atrasado. Minha mãe vai me matar. Eu tinha que encontrar a tal de Lorien Evanna às duas horas.

São quatro horas. E ainda vai me matar duplamente porque estou levando Sirius e Remus comigo. Ela disse que nós três juntos poderíamos assustar a garota.

Com a nossa beleza, óbvio.

– Como ela é? – perguntou Sirius.

– Hm, vejamos, eu não sei. Talvez porque eu nunca a tenha visto na vida – respondi, enquanto dirijo.

Ouvi-o bufar.

– Nem uma foto sequer? Tenho certeza que mandaram alguma.

Rolei os olhos.

– Ele estava ocupado demais com a Jennifer para ligar – alfinetou Remus, do banco de trás.

– Não era a Britanny? – ri. Remus balançou a cabeça em discordância. – Oh, mas elas são iguais! Loira, bronzeada e de pernas bonitas.

Bati a mão com Sirius, num hi-5.

– Vocês não diferenciam as garotas? – suspirou Remus. – Como chegaram a esse ponto?

– Diga você – retruquei. – Como é o nome da sua última? Rachel ou Patricia?

Ele ponderou.

– É. Tem razão. Corrigindo: como nós chegamos nesse ponto?

– Boa pergunta – falei junto a Sirius.

Estacionei na minha vaga de sempre. Nós três, em um ato conjunto, olhamos nos espelhos do carro ao mesmo tempo. E para sua informação, nós não somos metrossexuais. Somos bonitos por natureza.

– Vamos conhecer minha maninha – abri a porta e subimos as escadas.

Sem chegar ao andar onde meus pais e ela possivelmente estavam, já ouvi suas vozes e risadas.

– Pai, mãe! Cheguei! – gritei. – Trouxe Padfoot e Moony, se não se importam...

Parei de falar abruptamente. Em minha frente, estava o mais belo par de pernas que eu já tinha visto em toda a minha vida.

– Querido! Essa é a Lily, como eu havia dito, ela chegou hoje – oh, mãe. Por que eu não tinha prestado atenção antes?

Remus pigarreou ao meu lado.

– Prazer. Sou James Potter.

– WASSUP? Sou Lily Evans.

Há coisa melhor? Ela é ruiva com sotaque estrangeiro.

Sirius já preparava seu melhor sorriso. Remus nos olhava em desaprovação, mas também se aprumava.

Que coisa mais ridícula. Ficamos mesmo desse jeito só por que tem uma garota bonita na nossa frente? Pff.

– Carne nova no pedaço. E internacional. O prazer é todo meu – o cachorro se ajoelhou e a beijou na mão.

Ela estava tentando não fazer cara de nojo.

– Esse é Sirius Black, e eu sou Remus Lupin – cumprimentou.

Lily Evans o avaliou. Ainda meio desconfiada, estendeu a mão.

– Prazer.

Aposto que ela não está acostumada a ver tantos caras bonitos ao mesmo tempo. Oh, coitada.

– Agora que o James chegou, vamos mostrar o resto da casa – disse mamãe, empurrando gentilmente pelas costas.

Seguimos.

– Esse é seu quarto, e ao lado, o quarto do Jamie.

– Mãe! – reclamei. Sirius soltou uma risada e Remus tentou esconder a dele.

Ela me olhou, divertida.

– Ele não gosta que o chamemos de Jamie ou Jay. Ou pior: Jamesie-poo.

Bufei. Mães. Não se pode confiar nelas enquanto estamos na presença de uma garota gos- hm – bonita.

Ela passou grande parte do tempo decorando o quarto da americana, e perguntando sobre o que ela gostava para a mãe dela. Chegou a ser terrivelmente irritante, já que ela me fizera ir até o fim do mundo para conseguir as tralhas.

A ruiva escancarou a boca.

– Oh Deus. Oh Deus. Oh Deus, oh Deus, oh Deus – murmurou ela.

Eu achava que quartos de garota fossem rosa ou roxo, todos frufruzentos e cheio de bichinhos de pelúcia.

Não achava mesmo que fossem cheios de pôsteres de caras – ok, talvez eu desconfiasse dessa parte –, bandas, e cheio de luzinhas, estrelas brilhantes e frases para espalhadas pelas paredes.

– O Tom tá lindo nessa foto! – apontou um dos cartazes.

Os olhos da minha mãe brilharam e eu já conseguia sentir meu pai rolar os olhos.

– I know, right? – nunca junte duas mulheres falando de caras. I’m serious. É de estourar os ouvidos.

– OLHA O DAVID TENNANT NAQUELA! – exclamou minha mãe (!).

Lily Evans suspirou.

– Eu poderia olhar horas para ela e ainda não seria o suficiente.

Sirius torceu o nariz.

– Nenhum deles é mais bonito que moi.

Elas se entreolharam e começaram a rir do meu amigo.

– Oh, claro, Sirius – concordou mamãe, sarcástica. Lily Evans se aproximou da orelha de minha mãe para cochichar.

– O ego dele é grande desse jeito?

– O dos três são.

– Oh, vida.

Remus, Sirius e eu as encaramos indignados.

– HEY!

– Ah, parem de ser irritantes – reclamou a ruiva.

Ninguém aqui insulta outra pessoa nos primeiros momentos que se conheceram. Mas que falta de educação!

– Americanos são estranhos – comentei.

– Muito – concordou Remus.

– Bastante – falou Sirius.