Never Let Me Go escrita por blossomed


Capítulo 10
The Suicide


Notas iniciais do capítulo

ME DESCULPEM ME DESCULPEM ME DESCULPEM 1000 vezes por ter demorado nesse capítulo, me desculpem mesmo por tudo. Por ter deixado o suspense no ar por ter demorado mas eu fiquei meio encrencada nessa semana que passou. Por causa da escola e aqui em casa estavam rolando umas confusões mas eu prometo que NUNCA mais vou deixar isso acontecer de novo. Me desculpem mais uma vez :( Tomara que não me abandonem leitores :/
Esse capítulo tem trilha sonora yay
Espero que gostem e o link da música está junto do texto.
xxJuhxx



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(Jar Of Hearts - Christina Perri)

Fiquei parada travada. Não consegui me mover, não consegui pensar, uma forte dor de cabeça me atingiu e parecia que meu coração iria parar de bater a qualquer momento. Fui despertada de meu transe por um trovão que caiu fazendo um estrondo e ecoando pelo ambiente indicando chuva. Corri e me agachei ao lado do corpo pálido e magro jogado no chão virado para as escadas, virado para o lado oposto de mim. Havia uma grande poça de sangue em baixo de corpo, e quando virei-o para cima percebi que na mão de minha mãe estava uma pequena lâmina prateada. Um buraco fundo se instalava em seu estômago.

As lágrimas nas quais eu não tinha mais controle começaram a jorrar pelo meu rosto e cair no chão consequentemente. Comecei a chacoalhar o corpo e a gritar sem parar por ajuda.

“Mãe, por favor! Por favor, me responda! Acorde! Por favor!”

Ela não acordava, ela não abria os olhos, não havia mais nada que eu podia fazer. O hospital mais próximo é daqui a 15 minutos a pé, e se eu for carregando-a vai demorar mais tempo ainda. Continuei gritando e chorando sem parar. Minha vida estava arruinada, minha vida estava acabada. Isso tudo em só um piscar de olhos. Lembrei-me da discussão que tínhamos tido há alguns minutos atrás. Arrependi-me de ter pensado tudo o que pensei sobre ela, de ter falado tudo o que falei.

Abracei-a com força e não me importei de me sujar. Continuei chorando até que escutei a porta abrindo. Abri meus olhos, levantei-me e olhei em direção a mesma para ver quem tinha entrado. Meu pai estava com o semblante de dor e com a boca aberta, assustado.

“Pai...”

Ele continuou olhando para o corpo pálido no chão fixamente. Deixou o capacete e a mochila caírem no chão.

“Pai...” Repeti novamente.

Ele estava no mesmo transe que eu havia ficado, não conseguia se mover. Parecia que iria cair ali mesmo. Rolou os olhos em minha direção. Minhas roupas agora estavam manchadas de sangue. Ele olhou para a pequena lâmina ao meu lado e olhou novamente em direção ao corpo. Fechou a boca. Fechou os olhos. Suspirou e percebi que uma lágrima escorrera por seu rosto. Pronunciou as palavras abrindo pouco a boca, falando baixo com a voz tremida.

“Julia, o que você fez?”

Assustei-me com a pergunta, me afastei de minha mãe e encolhi-me abraçando os joelhos, sentada no chão.

“Na... Nada pai.”

“Vou perguntar mais uma vez. Julia, por Deus, o que você fez?” Ele perguntou com os olhos vermelhos cheios de raiva para mim, levantando o tom da voz, outra lágrima caiu e eu fiquei de pé.

“Eu não fiz nada pai.” Respondi friamente esfregando minha mão em meu braço esquerdo.

“Então como isso aconteceu?” Ele gritou.

“Ela se matou pai! Eu não fiz nada! Por que o senhor não confia em mim?” Gritei de volta.

“Ela não poderia ter se matado! Por que ela faria isso?”

“Ela estava se prostituindo pai!” Gritei sem pensar enquanto mais lágrimas escorriam sem parar. Estava morrendo de raiva dele.

“Pare de mentir! Por que não admite o que fez?”

“Porque eu não fiz nada!” Respondi furiosa, enquanto ele me fulminava com o olhar.

Deu meia volta e saiu pela porta, batendo-a com força, causando um estrondo. Agachei-me e abracei as pernas, continuei chorando. Mas, der repente me vi brincando com uma boneca no jardim de casa. A grama estava verde, as flores desabrochadas. Meu irmão ao meu lado brincando com seu peão. Escuto uma voz doce chamando a mim e a ele. Me viro e lá está ela sorridente nos chamando para comer. Seus longos cabelos pretos com grandes cachos na ponta caiam por suas costas e seus olhos brilhavam. Passou a mão no avental velho e remendado que cobria um vestido branco. Meu irmão pegou seu peão e entrou em casa.

“Venha Julia, o almoço já está pronto.” Ela disse sorrindo.

Não gostava de comer tésseras, mas hoje era um dia especial e tive vontade de almoçar. Era meu aniversário de seis anos e meu pai tinha saído do trabalho mais cedo e comprado dois pães para comermos, estava mais feliz do que nunca. Peguei minha boneca de pano e corri em sua direção. Abracei-a com força e ela me perguntou:

“Qual é o nome da sua amiga?”

“Melanie.”

“Que nome bonito!” Ela disse segurando-a. “Vamos lá para dentro, seu pai e seu irmão estão nos esperando. Feliz aniversário milha filha.”

***

Levantei o rosto. Sequei minhas lágrimas e olhei para o corpo sem vida ao meu lado. Por que as coisas não podiam ser como antes? Minha família inteira, minha vida feliz. Tudo dando certo. Por quê? Meus pensamentos foram interrompidos pelo barulho que veio da porta se abrindo. Meu pai entrou em casa acabado com o rosto avermelhado assim como seus olhos. Olhei rapidamente para ele e depois voltei meu olhar para o chão novamente observando o pedaço de papel volumoso ao meu lado. Levantei-me, peguei a carta e subi as escadas em direção ao eu quarto sem pronunciar nenhuma palavra. Joguei-me na cama e a carta foi para em algum lugar, mas não me importei. Fiquei fitando o teto por algum tempo enquanto as lágrimas caiam sem parar, mas eu não ligava. Fui assustada pelo barulho agudo de nossa campainha.

Escutei a porta abrindo a vários passos e vozes. Uma voz era de uma mulher e outra era mais grossa. Não reconheci as mesmas. Levantei da cama e me encostei-me à porta com cuidado.

“Então Senhor Foster como a morte ocorreu?” Perguntou a voz da mulher.

“Não sei. Quando cheguei em casa encontrei o corpo e minha filha debruçada sobre o mesmo.”

“Sua filha está em casa?” A voz mais grossa perguntou.

“Sim Senhor. Vou chamá-la.” Meu pai respondeu.

Desencostei-me da porta rapidamente e deitei na cama. Virei para o lado contrário ao da porta e fiquei olhando a janela. Logo escutei algumas batidas na porta.

“Pode entrar.” Falei com a minha voz rouca num tom quase inaudível.

Escutei a porta se abrindo, mas não me virei.

“Ahm... Minha... Ahm... Julia. Tem visita para você.”

Não respondi, continuei virada para janela. Somente balancei a cabeça. Escutei a porta se fechando, suspirei e levantei da cama. Os passos de meu pai descendo a escada ecoavam pela casa. Passei em frente ao espelho e não pude deixar de notar a menina de cabelos bagunçados, olhos e rosto vermelhos e roupas manchadas de sangue. Troquei minha blusa branca por uma azul e prendi o cabelo. Contanto ao rosto não havia mais nada que eu pudesse fazer.

Olhei-me no espelho mais uma vez e estava... Apresentável, eu acho. Suspirei fundo, segurei meu choro e abri a porta descendo as escadas com cuidado. Cheguei lá embaixo e fui recebida por vários olhos me encarando.


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Notas finais do capítulo

Por causa da demora hoje vai ter postagem dupla então falo com vocês daqui a pouco :)
Mereço reviews?
Espero que tenham gostado e até o próximo.
Beijos
xxJuhxx
@juhh_goomes



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