Sorrisos e Sussurros. escrita por Jajabarnes


Capítulo 27
Uma tempestade repentina.


Notas iniciais do capítulo

Então... Não sei o que dizer... Ah, sim, uma curiosidade pouco importante, nesse capítulo a fanfic chegou a página 100! E ainda está nem na metade! kkk Divirtam-se!



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Os convidados exclamaram um “Oh!” no segundo seguinte. Olhei instintivamente na direção do som sentindo o sorriso se desfazer em meu rosto ao tempo em que vi: Susana desfaleceu ao mesmo tempo que um vento forte entrou, fazendo as pétalas que estavam no chão se agitarem em volta dela.

Lúcia.

Puxei Susana pelo braço em direção a sacada.

–Sobre o que você quer falar? - perguntou ela. - Lúcia, calma! - e puxou-me levemente fazendo-me parar. Estávamos na metade do caminho.

–É sobre Jake. E uma certa música. - falei de vez, tornando-me para ela. Logo estaquei vendo-a empalidecer de repente. - Susana! - chamei.

Susana arfou deixando seu cálice cair e espalhar vinho pelo chão. As pessoas em volta exclamaram um “Oh!” e tentei dar suporte a ela, mas não reagi a tempo e Susana desfaleceu bem ao lado do vinho derramado. Naquele momento o céu fechou subitamente com nuvens negras e um vento invadiu o salão, agitando as pétalas em volta de Susana. Como um raio, Caspian chegou até nós ajoelhando-se comigo ao lado dela.

–Su! Su! - chamou ele. A música tinha parado e um silêncio ansioso se instalou, quebrado só pela voz aflita de Caspian. - PROFESSOR! - gritou ele. - PROFESSOR!

Caspian chamava seu tutor ao mesmo tempo que pegava Susana nos braços e corria para a saída. Dr. Cornélius apressou-se também, mas não era tão rápido. Meus irmãos, Jake, Eustáquio e eu o seguimos correndo pelos corredores. Deixei o salão a tempo de ouvir Ripchip orientando os convidados a aguardarem ali. Quando os alcancei, Caspian já havia chocado-se contra a porta do quarto dela para abri-la e a deitava na cama, permanecendo aflito ao lado dela. Meu coração batia forte, Susana não demonstrava reação alguma.

–Lúcia, o que houve?! - chamou Pedro.

–Eu não sei! Ela estava bem... Foi de repente! - respondi, atropelando as palavras.

Dr. Cornélius chegou naquele momento. Pela janela do quarto de Susana, pude ver um raio cortar o céu, seguido de outro e outro. Aslam, o que está acontecendo?!

Professor! - Caspian suplicou.

–Acalme-se, Majestade, farei o que for preciso! - garantiu ele. - Mas por agora preciso que saiam.

Edmundo, Eustáquio e Jake lançaram-se porta a fora e Caspian hesitou, mas por fim deixou a mão de Susana com cuidado sobre a cama e saiu. Pedro e eu o esperamos e deixamos o quarto juntos, fechando a porta.

Seguiu-se então um longo tempo de espera. Pareceu levar horas e horas, mas duvido que tenha sido tudo isso. Edmundo escorara-se na parede ao lado das portas do quarto de Susana e Pedro na parede em frente a entrada. Eustáquio e Jake falavam aos cochichos e por sinais. Caspian andava de um lado a outro sem parar um instante, sua respiração estava visivelmente alterada e a aflição em seus olhos era contagiante. Eu permaneci perto de Pedro, segurando as mãos inquieta, não conseguindo raciocinar direito, aflita demais, e tentava confortar meu irmão da mesma forma que ele fazia comigo sem deixar de notar os olhares significativos que ele trocava com Edmundo, preocupados.

–Pedro – assustei-me com a voz baixa de Jake tão perto, não o percebera se aproximar. Ele estava acompanhado por Eustáquio. - Precisamos falar com você.

–Jake, seja o que for não acho que seja uma boa hora... - começou meu irmão.

–É importante! - insistiu Eustáquio, sem elevar a voz. Edmundo notou a conversa, mas Caspian pareceu não atentar em nada.

–O que é? - cedeu Pedro. Eustáquio e Jake trocaram um olhar.

–Lembra – começou Eustáquio. - Lembra quando contamos que encontramos a acompanhante de Tariq na cozinha?

–Sim, mas o que isso tem a ver com...

–Há um detalhe que passou despercebido. - Jake disse. - Pode ser importante ou não, a questão é que ela fazia alguma coisa quando a surpreendemos.

–Continue. - disse Pedro, atento ao que ele dizia.

–Ela estava com o livro de receitas. - Jake disse.

–Que? - Pedro estava confuso. - Jake, por favor, acho que podemos falar disso outra hora...!

–Não! Pedro, escute! - mandou ele. - Eu não notei isso, mas quando estive na cozinha alguns dias atrás eu vi o mesmo livro lá. Era o livro que tinha as receitas para a festa de casamento.

–Espere, Jake... - falei eu enquanto Pedro ponderava nas palavras dele. - Está dizendo que... que ela enfeitiçou as receitas?

–Talvez. - disse ele.

–É improvável, por que Susana e eu trocamos as receitas. - argumentei nervosa. Sussurrávamos.

–Era o mesmo livro... - começou Eustáquio, mas Pedro o interrompeu.

–Esperem. - disse ele. - Não vamos pensar em nada conclusivo ainda, sequer sabemos o que aconteceu com a Su. Acho que por hora, alguém devia ir até o salão dar notícias aos convidados.

Assenti rapidamente.

–Certo, certo. - e já dei os primeiros passos para sair dali.

Eustáquio me acompanhou e seguimos em silêncio de volta ao salão. Senti meus passos hesitantes, meus joelhos não estavam firmes, eu estava com medo. Com bastante medo e apesar disso, em todo o caminho, camuflei esses sentimentos para aparecer composta diante dos convidados.

Assim que passei pelas portas ouvi os sussurros dos convidados. Não havia música, ninguém dançava ou comia e estava tudo revirado. As mesas e arranjos estavam fora do lugar, algumas das mesas de comida estavam ao chão e os convidados tentavam inutilmente reverter a situação, levantando uma cadeira aqui ou ali. Eustáquio e eu estacamos de susto com a mudança abrupta sofrida pelo lugar. Do lado de fora era possível ver as nuvens de tempestade e os raios cada vez mais frequentes. Ripchip, Drinian e Glenstorm nos cercaram.

–O que houve aqui?! - questionei.

–Uma tempestade repentina, Majestade! - respondeu Rip, parecendo tão confuso quanto todos ali. - Entrou impetuosa!

–Estão todos bem? - questionou Eustáquio.

–Sim, nenhum ferido grave. -informou Drinian.

–Senhora – chamou Glenstorm. - O que houve com a Rainha?

–Como ela está? - emendou Rip.

–Bem... – respirei fundo, mas não consegui encontrar palavras para continuar. Eustáquio notou e respondeu por mim.

–Não sabemos ainda o que houve, foi tudo muito de repente. Susana está sendo examinada nesse momento. - disse ele. Confirmei com a cabeça. Eles assentiram preocupados.

–Deem as notícias aos convidados, por favor, e peçam para que fiquem calmos e aguardem aqui por novas... - comecei e fui interrompida por um som alto que surpreendeu a todos ali. Parecia um grito. Eu soube de onde vinha. Os convidados se agitaram. Olhei urgente para os três, já me dirigindo à saída. - Por favor, cuidem de tudo aqui! Logo traremos notícias!

Tive apenas a impressão de vê-los assentir antes de erguer a saia do vestido e sair correndo com Eustáquio em meus calcanhares. A todo fôlego, disparamos pelos corredores até o quarto de Susana, desacelerando ao alcançar o corredor onde estavam os outros, sentindo certo impacto no ambiente.

Jake estava estático de pé, fitando o nada. Edmundo estava de frente para a parede de antes, de olhos fechados e testa encostada na estrutura. Pedro ainda estava escorado à parede, mas deslizara até sentar no chão de joelhos flexionados apoiando os braços, os olhos fixos para as portas agora abertas do quarto de Susana. Me aproximei dele, ajoelhando-me ao seu lado e segurando sua mão. Ele não se moveu. Dr. Cornélius estava parado na porta, cabisbaixo. Ao olhar lá pra dentro, confirmei de onde viera o urro. Sentado na beira da cama, Caspian arfava com a respiração áspera e insuficiente, abraçado firmemente à uma Susana desacorda. Senti meus olhos arderem.

–Pedro? - gemi, olhando-o. Ele não me olhou de volta, a única resposta que consegui foi suas lágrimas rolarem sem nenhum esforço. - Pedro... - chamei de novo, com a voz completamente embargada, só que dessa vez não esperava resposta nenhum. Meu irmão franziu os lábios para se conter e apertou minhas mãos nas suas. - Não... - Arfei, sentindo um nó na garganta. Olhei para Dr. Cornélius. - Meu elixir... Devemos buscar meu elixir... - ofeguei, numa súplica, olhando para Susana e Caspian dentro do quarto. Ele não a soltara um instante sequer mergulhado num choro que balançava seus ombros. Não consegui olhar mais de um segundo para lá, logo olhando novamente ao Professor, sentindo as lágrimas em meu rosto.

Ele olhou-me com pesar. Os olhinhos marejados por trás dos óculos. Pude ouvir a tempestade chicotear o castelo.

–Seu elixir nada poderia fazer agora, Majestade. - explicou o mais amável que podia. Deixei um soluço escapar e Pedro me abraçou forte, Edmundo ajoelhou-se conosco, abraçando-nos também. Dr. Conérlius lançou um olhar para dentro do quarto.

–Ela se foi...


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Lembrem-se que se me matarem não tem o fim da fanfic!
Deixem reviews!
Beijokas!!

*foge para as montanhas*