Sorrisos e Sussurros. escrita por Jajabarnes


Capítulo 25
Sorrisos


Notas iniciais do capítulo

Finalmente chegamos ao capítulo tão esperado! Mas antes de vocês seguirem para o capítulo preciso dar algumas orientações:
1-Há música para esse capítulo, e vocês vão amar, tenho certeza, mas preciso que só dêem "play" quando o sinal for dado durante o capítulo, então sugiro que deixe o vídeo carregando até o sinal. (link lá em baixo)
2-Quando a música acabar, dê replay, por que a melhor parte acontece quando a música está tocando pela segunda vez
.3- A Susana cita o brasão de Telmar unificado ao de Nárnia e ele é simples: é a rosa-dos-ventos que é o brasão de Telmar, mas o centro é a cabeça do Leão.
4- Coloquei os links dos vestidos da Susana e da Lúcia.

Música: Evacuating London ( link: https://www.youtube.com/watch?v=sfZZWWvdWw8 )



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Susana.

A claridade daquela manhã encontrara minha face no mesmo momento que Lúcia resolveu entrar em rompante no quarto.

–Chegou o Grande Dia, Su! - exclamou ela. - Vamos acordar, por que temos muito trabalho!

E vislumbrei diversas servas entrando e saindo do quarto com bandejas e apetrechos. Lúcia agradecia a todas efusivamente quando consegui abrir os olhos direito. Perguntei-me como ela conseguia estar tão desperta tão cedo, quando de repente as palavras dela ecoaram em minha mente. O Grande Dia. Meu coração explodiu de repente e a carga de adrenalina me deixou uma pilha numa fração de segundos. Pela Juba do Leão, é hoje! É hoje, finalmente!

–Vamos, vamos, Su, levante! Temos muito trabalho a fazer e você ainda nem comeu. Vamos, vamos! - apressou Lúcia que tinha acabado de deixar um cabide encapado sobre a poltrona.

–É meu vestido? – cambaleei para fora da cama. - Posso ver?! - estiquei a mão para pegá-lo quando Lúcia acertou minha mão como uma ninja.

–Ainda não. - mandou. - Trouxe nosso café da manhã, venha comer. - já foi sentando-se à mesa.

Bufei e obedeci, temendo os alfinetes.

–E Caspian? - perguntei enquanto comíamos.

–Calma, ele ainda não fugiu.

–Muito obrigada, Lúcia, me deixou muito mais calma.

Ela riu.

–Pedro e Edmundo vão cuidar dele. Ele não precisa de toda nossa preparação, claro, mas vai precisar que alguém o acalme. - explicou. Outras servas entraram depois de bater brevemente na porta e Lúcia as orientou a preparar meu banho e depois o dela mesma, o que elas obedeceram rapidamente.

–Lúcia, os convidados, você já...?

–Eles estão bem, designei servos para ajudá-los além dos deles, claro. - deu de ombros elegantemente esclarecendo sua eficiência.

–Puxa – falei. - Vou lembrar Pedro e Edmundo de contratarem você para organizar o casamento deles.

–Seria uma honra. - sorriu ela. Sorri de volta. Houve silêncio por um tempo, enquanto devorávamos o café da manhã até que ela perguntou, curiosa. - Está ansiosa, Su?

–Sim. - respondi logo. - Muito.

–Imagino. - ela riu. - Quero sentir isso um dia.

Sorri para ela.

–Você vai, Lú. - garanti. - Você vai.

Ela sorriu antes de bater uma mão na outra.

–Bem, temos pouco tempo, vamos nos preparar. Vou banhar-me e volto para ajudar você. - disse, levantando em seguida.

–Sim, senhora. - bati continência. Ela rolou os olhos, mas riu antes de sair.

Terminei o pedaço de bolo e o suco dos quais me servira e despi-me para o banho. Da banheira subia um intenso aroma das essências usadas pelas servas. Identifiquei baunilha com um toque de limão, uma das minhas preferidas. Tentei relaxar na banheira, mas não deu muito certo, já estava uma pilha de nervos sentindo um interminável frio na barriga. Sorri sozinha.

–Por Aslam, mal posso acreditar...! - e afundei um pouco mais na banheira imaginando como Caspian estaria naquele momento.

Caspian.

–Por Aslam, homem, pare de andar de um lado a outro! - suplicou Edmundo. - Está me deixando tonto!

–Susana não vai fugir. - riu Eustáquio.

–Um dia – apontei um dedo a eles. - Vocês vão estar nessa situação e eu vou rir muito da cara de vocês!

–Certo, certo – interveio Pedro, chegando com meu traje. - Mas até lá, tente se controlar, Caspian.

–Por onde você veio? - disparei. - Viu Susana?!

–Não, não vi, mas encontrei com Lúcia que disse que ela está se preparando. Isso é um bom sinal, não? Então, por Aslam, se acalme!

Assenti seguidas vezes.

–Falando em preparar, acho que devemos fazer o mesmo. - continuou Pedro, já saindo. - Vamos, rapazes.

–Por favor, não tenha um colapso, Caspian. - pediu Edmundo antes de sair com os outros.

Fácil falar, meu caro.

Susana.

Decidi ficar na banheira até Lúcia voltar, para me expor ao máximo de perfume que pudesse. Minha irmã atravessou as portas de meus aposentos envolta em um roupão felpudo, exalando seu costumeiro perfume de mel e hortelã, trazendo outro cabide e uma caixinha de joias. Olhei-a intrigada.

–Você veio assim do seu quarto até aqui?

–Sim. - deu de ombros. - Ninguém me viu apesar da correria lá fora. - ela deixou o cabide sobre a cama e apanhou a toalha para me entregar.

–Você viu Caspian? - perguntei, tentando disfarçar o nervosismo óbvio.

–Não, mas encontrei com Pedro que estava levando o traje dele.

–Hm. - saí da banheira, secando-me.

–Certo, vamos lá. - disse ela. - Pode me ajudar com o cabelo?

–Claro. - respondi.

Lúcia sentou na cadeira da penteadeira e comecei a escovar seus cabelos longos. Após uma breve indecisão, terminamos, deixando-os soltos, penteados para trás, caindo por suas costas. Ela apanhou de dentro da caixinha um par de brincos médios com topázios rodeados por pequeninas pedras de ônix e um colar curto e mais discreto de elaboração simples cujas pedras tinham o mesmo tamanho pequeno e estavam intercaladas. Na maquiagem, nada de extravagante, apenas cores neutras.

Trocamos de lugar e Lúcia fez todo o trabalho sem ajuda por que eu não tinha visto o vestido ainda, logo não sabia o que ficava melhor para usar com ele. Ela escovou meus cabelos e os deixou soltos, repartidos ao meio, pendendo em ondas. Os brincos eram apenas uma pérola discreta e nada de colar. Quando questionei, ela disse que o vestido não pedia muitos adereços, bastaria a aliança. Não sei dizer se isso me assustou ou deixou mais ansiosa, ou se me deixou mais ansiosa por que me assustou.

Quanto à maquiagem, também não houve muito trabalho, apenas um destaque aos cílios e um suave tom de boca aos lábios. Nossos sapatos também não precisavam de muitos detalhes já que ficariam sob o vestido, o de Lúcia era marrom e o meu, prateado. Então era agora, eu finalmente veria meu vestido! Mas Lúcia fez questão de me deixar na curiosidade por mais alguns segundos ao pegar seu vestido primeiro, ajudei-a a fechá-lo e a dar o laço da faixa. E depois de semanas de mistério, Lúcia pegou o cabide com meu vestido mostrando-me um radiante sorriso. Abri outro.

–Feche os olhos. - disse ela, desmanchando meu sorriso.

–O que?! - guinchei. Lúcia rolou os olhos.

–Confie em mim, Susana, é surpresa! - pediu. - Feche os olhos por favor. - pediu. Bufei, rolei os olhos e os fechei. - E não ouse abri-los. - ameaçou ela. Assim fiz, tirando o roupão. Aguardei por Lúcia. - Um pé. - disse ela. Levantei um pelo qual ela passou o vestido. - O outro. - e o processo se repetiu. Senti o tecido macio roçar minha pele enquanto Lúcia me vestia. - O braço. - estendi-o e ela o vestiu com uma das mangas. - O outro. - e o vestido me cobriu completamente, suave e confortável. Senti Lúcia me contornar e começar a fechar a fileira de botões de pérola que ia desde a base das minhas costas até o início da nuca. O pescoço, como eu lembrava, era realmente fechado, sua linha circundava meu pescoço. Lúcia ajeitou as mangas da blusa do vestido que colara-se ao meu corpo quando ela o fechara e suspirou, comovida. - Espere! Só mais um pouco! - ouvi seus passo se afastando e logo voltando. - A cabeça. - abaixei-me brevemente e ela pôs minha coroa e o véu. Segurou meus ombros guiando-me até certo ponto e fazendo-me girar, ficando atrás de mim. - Pronto, pode abrir os olhos.

(play)

Encontrei-me refletida no grande espelho. A saia era de um tecido alvo, macio e levemente aplumado, começando da cintura até o chão, com uma suave cauda. A blusa era um show à parte. Eu havia percebido que havia renda nessa parte, principalmente nas mangas compridas e justas, só não imaginava que a blusa toda era de renda, tendo a maior parte dos bordados de flores sobre os seios. Por toda a renda, haviam pequeninos diamantes aplicados discretamente que quando brilhavam, apreciam pedacinhos de gelo. Lúcia tinha razão, o vestido não precisava de mais adereços. A cor clara do vestido era intensificada pela luz do sol, assim como minha pele, e essa mesma luz destacava meus olhos e cabelos que quebravam todo o branco.

Perdi o fôlego brevemente. O reflexo de Lúcia mostrava seu sorriso largo.

–Você está maravilhosa. - disse ela, emocionada.

–Lú... O vestido... Você...

–Ficou lindo, né?

–Maravilhoso. - confessei. - Só espero que Pedro não tenha um ataque quando me ver com ele. - Ela riu.

–Ele não faria isso. Acho mais fácil Caspian ter. Mas enfim, vou avisar os rapazes para que tomem seus lugares. - disse ela, pondo sua coroa antes de sair. Aguardei em frente ao espelho, vendo os pequenos diamantes cintilarem à luz do sol. Depois de algum tempo, ouvi uma batida na porta antes que esta abrisse. Pelo espelho, vi Pedro aguardar na entrada.

–Já estamos todos prontos. - disse ele. Ao me aproximar, vi seus olhos brilhando de orgulho, logo abaixo da coroa. - Você está linda, Su. - confessou.

–Obrigada.

–Só acho que o vestido poderia ser um pouco mais discreto. - disfarçou com uma tosse, fechando a porta.

–Não começa. - pedi. Ele riu, ofereceu-me o braço vestido pela roupa azul escura com detalhes dourados e seguimos até os grandes jardins internos do palácio. Lúcia e Edmundo aguardavam na porta, Edmundo estava um charme em seu traje verde escuro, usando sua coroa e, assim como Pedro, tinha seu manto preso ao traje pelo brasão do Grande Leão, sendo que o manto de Edmundo era prateado e o de Pedro, dourado.

–Prontos? - perguntou Lúcia, entregando-me o buquê.

–Prontos. - respondemos, parando antes da porta.

Ed deu o braço à Lúcia e ambos se posicionaram. As portas se abriram iluminando os dois com a luz suave do dia. Eles caminharam elegantemente para dentro e as portas se fecharam. Pedro e eu assumimos nossas posições. Percebendo minha respiração irregular, ele sussurrou coisas para acalmar-me, o que funcionou um pouco. Meu irmão lançou-me um sorriso franco de contentamento e eu o devolvi. Tivemos um breve acesso de riso, mas logo recuperamos a postura, segurei, com a mão livre na altura da cintura, só que não na frente do meu corpo e sim mais ao lado, o buquê de orquídeas brancas de centro manchado de roxo. Era um buquê grande cujas as flores pendiam em direção ao chão levemente.

A música começou e as portas se abriram diante de nós, jogando-nos a luz do sol ameno. Os diamantes cintilaram e à minha frente se estendia um caminho cheio de pétalas de flores, ladeado por convidados elegantes e sorridentes, que levava até o altar de madeira esculpido especialmente para hoje, adornado com trepadeiras, sob o qual o próprio Aslam aguardava um pouco mais atrás do noivo. Caspian estava incrível parado à base do altar em seu traje marfim sofisticado com detalhes em cobre, usando sua coroa e o manto de pele que circundava seus ombros e prendia-se ao seu traje com o brasão de Telmar unificado ao de Nárnia. Quando me viu, pude ver seus lábios ficarem levemente entreabertos para deixar escapar o arfar, logo em seguida abrindo o sorriso mais lindo e doce do mundo. Em minha face, formou-se um igual.

Pedro e eu começamos a caminhar compassadamente em direção a ele. Caspian e eu mantivemos o olhar conectado até Pedro cumprimentar-lhe com um abraço e passar minha mão do seu braço para o braço que Caspian oferecia. Sorriu hesitante e se afastou para junto de Edmundo e Lúcia, para quem eu entreguei o buquê. Jake e Eustáquio espiavam da primeira fila. Nos viramos para Aslam que pusera-se de pé, magnífico.

–Narnianos e Telmarinos. - começou Aslam, com sua voz terna e potente. - O dia de hoje veio marcar uma importante data nesta nova Era a qual Nárnia vive desde a Batalha do Beruna. Nossos reinos foram unidos, e não haveria mais perfeito símbolo para este momento de nossa história do que a união e perpetuação do amor que nasceu naquela batalha. - olhou-nos com aquele aquecedor ar de sorriso, fazendo Caspian e eu sorrirmos ainda mais. - Uma união abençoada pelos céus, pelo seu povo, e por mim. Feliz seja todo passo seu dado juntos sobre esta terra e que seu amor seja celebrado e repassado de geração em geração até o fim dos tempos. Se assim for da vontade de vocês. - e fez uma pausa, para que falássemos.

–Sim. - entoou Caspian, em alto e bom som, seu sorriso quase ganhando luz própria.

–Sim. - assegurei eu, sentindo as bochechas dormentes pelo sorriso incontido, lutando para manter a voz clara e audível.

–Que assim seja. - concluiu ele, com um lento aceno de cabeça. - Lúcia. - chamou ele.

Minha irmã se aproximou com os olhos marejados trazendo em mãos a caixinha das alianças aberta. Ofereceu a caixinha à Caspian que pegou minha aliança, Lúcia posicionou-se um pouco mais atrás de mim ao tempo que Caspian segurava minha mão esquerda, deslizando a aliança pelo dedo anelar a medida que falava.

–Rainha Susana, A Gentil – disse ele, sem tirar os olhos dos meus. - A partir de hoje, terei a honra de chamá-la de minha esposa, de minha rainha. E prometo fazer dos seus dias os mais felizes e inesquecíveis já vividos, certo de que nem a morte poderá apagá-los ou separar meu coração do seu. - com a aliança já posta em meu dedo, Caspian levou-a aos lábios depositando um beijo sobre ela. Lúcia aproximou-se e eu peguei a aliança de Caspian, tomando sua mão em seguida.

–Rei Caspian, o X – comecei nervosa, mas olhar nos olhos de Caspian me acalmou e felizmente minha voz saiu tranquila. - Terei a enorme honra de ser chamada de sua esposa e rainha, e fazer junto com você, com que nossos dias sobre esta terra e além sejam os mais felizes já vividos ou comemorados. E prometo estar ao seu lado não apenas hoje, mas sempre. - finalizando, levei a mão de Caspian aos meus lábios deixando um beijo sobre a aliança.

Permanecemos de mãos dadas, sorrindo bobos, ao tempo que Aslam retomou a palavra.

–Para que seja lembrada e celebrada, esta aliança está selada e este amor eternizado. - suas palavras finais foram seguidas por um rugido. Caspian envolveu minha cintura com um braço e com a mão livre tocou meu rosto, beijando-me entre sorrisos ao tempo que os convidados explodiram em vivas, palmas e comemorações e pétalas de flores foram jogadas de cima sobre todos.


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Notas finais do capítulo

Que tal? O que acharam dos vestidos? E da música?
A festa está apenas começando!
Não esqueçam dos reviews!
Beijokas!!